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O Jardim das Aflições - Olavo de Carvalho - Resumo

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 26 de jan. de 2020
  • 26 min de leitura


O Jardim das Aflições - Olavo de Carvalho - Resumo


Nota do Autor

Este livro é uma versão melhorada e aprofundada de livros menores, como o Imbecil Coletivo. Ele falará sobre o materialismo, sem dúvida a obra em que o autor falou tudo que gostaria de ter dito.


Prefácio

Bruno Tolentino cita que esse livro trata de bater no conhecimento "proposto" por intelectuais, diferente do "analisado" por um intelectual, que é o que Olavo se propõe. Ele cita que os capítulos mais importantes são suas partes finais: "Os Braços da Cruz" e "Cesar Redivivus".

Esse não é um livro baseado em jargões, como é parte da filosofia brasileira. Aqui Olavo usa sua Teoria dos Quatro Discursos, uma técnica parecida com a análise Aristotélica do conhecimento, passando pela poética, retórica, dialética e lógica, respectivamente nessa ordem. Resumindo, o conhecimento é construído com oposição-complementação-subordinação.


Livro 1 - Peçanha


Capítulo 1 - A Nova História da ética

Caput 1 - Introdução

Olavo começa seu livro dizendo que escritores educados não vão falando deles mesmos logo no começo das suas obras. Porém, neste caso, ele abre uma exceção, citando que boa parte das páginas aqui expostas foram feitas numa só noite em 1990 após uma conferência sobre Epicuro no ciclo da Ética.

Nesta palestra feita por Pessanha, não havia espaço para discussões. Suas palavras cegavam o publico como se fosse uma espécie de feitiçaria sob a proteção do estado. Isso superava qualquer tagarelice ideológica.

Por vezes expressar as palavras é suficiente para espantar a ignorância. Analisando o fenômeno pelo ponto de vista da dialética Hegeliana, no qual a essência de uma coisa é aquilo em que ela enfim se torna, Olavo percebeu que toda essa construção ética em voga na época foi usada pela esquerda como ferramenta para depor o ex-presidente Collor.

Por mais que esse livro tenha sido publico logo após a morte de Pessanha, deve-se levar em conta que as ideias de um filósofo independente de sua vida ou morte, e por sinal as ideias propagandas por este se mantém vivas até hoje.

Para algumas pessoas as palavras não devem descrever e a realidade, mas ser ferramente de sedução ideológica., para quebrar com isso, Olavo escreve esse livro, dando um giro por dois milênios de história, para analisar as miudezas politicas que formaram esse tipo de pensamento.

O livro começa com a crítica a ideia proposta por Pessanha. Como dizia John Stuart Mill, a crítica é a mais baixa faculdade de inteligência. Assim, Olavo tem a oportunidade de tratar de assuntos mais sérios ao fim do livro. Ideias não devem ser tratadas com carinho, devem ser deixadas a pão, água e a base de chibatadas: que só sobrevivam as mais fortes. Como dizia Goethe, somos mais severos com as ideias que abandonamos, justamente devido a esse processo.


Caput 2 - As conferências no MASP

Desde sempre a filosofia tomou as rédeas de guiar o mundo quando este se mostrava perdido. Mas deve-se fazer uma distinção entre filósofos e philosophe, o primeiro busca a explicação do real segundo sua própria exigência de verdade e o segundo a partir do mínimo que o mundo exigir daqueles a quem segue. Qualquer coisa diferente disse igualaria sujeitos como o fraco Voltaire e o inigualável Aristóteles. A maioria dos organizadores do evento no MASP, como Marilena Chauí, estavam bem abaixo do nível de Voltaire.

A palestra falava sobre ética, e como toda boa palestra, deve ser construída, primeiramente, dando um foco na estrutura "standard" dessa ideia, para que então novos elementos sejam adicionados. Um outro bom método para evitar que ideias inuteis se propaguem é que o ônus da prova sempre esteja com essas novas teorias, e não o contrário (teorias bem estabelecidas terem que se provar). Dentro do escopo proposto por Pessanha ao falar de ética no ponto de vista de Epicuro, foi feita uma análise sobre a Idade Média, mais precisamente sobre a suposta "tragédia" da época, a Santa Inquisição. Ocorre que o período conhecido como Idade Média é mais um mix de ideias e comportamentos odiados pelos iluministas, e não a Santa Inquisição em si. Os filósofos criticados, por exemplo, estão a quase 2 séculos distantes do período comentado. Porém, essa "moda" de colocar toda a culpa histórica nesse período se deveu a mitos da cultura pop como os livros de terror de Edgar Allan Pöe e Umberto Eco. Se o público acredita, por que não tirar proveito? Pensam os esquerdistas.

Caput 3 - Pessanha e o pensamento ocidental

O tempo dado a importantes filósofos da ética, como Santo Tomás de Aquino, foi mínimo, o foco como já citado foi em Epicuro. O autor percebe que o motivo disso não foi mostrar o passado, mas sim moldar o futuro, continuando assim uma desvirtuação que já vinha sido dada pela academia há anos.


Livro II - Epicuro


Capítulo 2 - Cosmologia de Epicuro


Caput 4 - Uma profissão de fé epicurista. A matéria segundo Epicuro

A análise da filosofia de Epicuro começa com a ideia do que é material. Para ele tudo que chega ao nosso conhecimento é material, isso inclui os pensamentos. Porém, não os encontramos nesse nosso mundo, pois esses pensamentos materiais se encontram num intervalo entre os mundos. Para Epicuro o mundo ideal é o mundo dos pensamentos, fazendo assim a matéria dos pensamentos ser mais ideal que a do mundo real. Isso já cria o primeiro problema: quanto mais "eterna", mais diluída, como a ideia de um deus, mais real ela é. Isso é como se uma superfície fosse cada vez mais azul a medida que a tinta fosse se diluindo ao pintá-la.

A ideia de bem e de deus em Epicuro é aquele ser material como o pensamento que não age, pois já está satisfeito em sua condição. Porém o próprio Epicuro cita que o bem pode ser dado ao ajudar os mais necessitados, caindo em contradição com sua ideia de deus. Como é possível que o modelo supremo do bem não cause nenhum bem?

Epicuro cita que a causa do movimento de tudo no universo, desde homens até galáxias, é a busca pelo desejo. Esses deuses se assemelham ao deus judaico-cristão, com a diferença que estes não fazem absolutamente nada.


Caput 5 - Um piedoso subterfúgio

Tentar salvar qualquer coisa na filosofia contraditória de Epicuro é um esforço vão, a menos que possa ser usada por picaretas. Mesmo como uma crença religiosa a filosofia de Epicuro é falha, pois essas crenças precisam de coesão interna, de ordem lógica e intelectual, o que não ocorre neste caso como já visto. Teoria e prática não se combinam.


Caput 6 - A imaginação dos deuses. A eviternidade

Os deuses para Epicuro falam, pensam. Se pensa podem pensar num gato. Por definição em sua filosofia os pensamentos são mais materiais do que aqueles que pensam. De tal forma que os gatos, pensados por deuses, são maiores que os maiores seres. Se esse gato imaginado por um deus estiver for material, ele também pode estar pensando, criando assim um looping infinito de materialidade na medida em que mais pensamentos forem surgindo.


Caput 7 - Epicuro crítico de Demócrito

Para a física de Demócrito, as particulares “cairiam” aleatoriamente formando assim o mundo. Sabemos com a física atual que não existe "cair" no espaço. Tanto a filosofia de Epicuro quanto a de Demócrito estão erradas, porém Pessanha indicou que essa segunda favoreceria uma ética "conservadora" pois os átomos não teriam direitos de se movem sem a suposta lei de queda. Assim, nós seres humanos, estaríamos fadados a essa regra inviolável que "dominaria" nossa existência.

Pessanha defende que evitar a dor e buscar o prazer nos deixaria livre. Isso é justamente o contrário do que Pavlov mostrou em seus experimentos. Várias linhas de pensamento (budismo, psicanálise, Aristóteles) citam a importância de entender que a liberdade está além da dor e do prazer. Kant dizia que as pessoas só são livres quando conseguem fugir desses instintos mais primitivos. Os homens se tornam doceis e manipuláveis quando funcionam a base dessa ideia epicurista.


Capítulo 3 - Ética de Epicuro


Caput 8 - O remédio de todos os males

Derivações bizarras da filosofia epicurista, como essa ideia de que você é criador da sua própria realidade são vistas por Pessanha como soluções para problemas brasileiros. Sua cosmologia é falha e suas ideias sem lógica, mas teria ele algum intuito por trás disso?


Caput 9 - A abolição da consciência

Uma ideia forte em Epicuro é que, quanto mais a pessoa imagina algo, quanto mais isso está presente em seus pensamentos, mais real isso se torna (veremos como isso abre precedente para o positivismo). Percebemos então a inversão lógica: não é a ética que deriva da física em Epicuro, e sim o contrário: a pessoa fica imersa na arbitrariedade da ética de Epicuro até que tudo se torna contingente e possível.

O que chamamos de senso do real funda-se na distinção do efetivo e do possível. As palavras que escrevo poderiam ser outras, mas eu teria que escrevê-las. Só posso ver o que está na minha frente. Percebemos assim que é o que é real é justamente aquilo que resiste ao meu comando, diferente do que é imaginário. O tempo é "especialmente" real pois é invencível, diferente do espaço que pode por vezes ser dominado. São nos limites do poder, chamado de espaço vital por Kurt Levin, que distinguo o efetivo do meramente possível.

O senso de diferença entre o imaginado e o percebido repousa na ideia de que existem coisas que são de autoria própria, criando assim a ideia de responsabilidade pelas próprias ações internas (tal qual as externas). Só tendo a ideia de responsabilidade, do que foi criado por mim, e do que veio de forma externa, que podemos fazer a distinção do real e do imaginário. Esse desejo de assumir a autoria não é inato ao homem, ele é construído na educação familiar. Assim, percebemos que a verdade é aceita como um valor moral, antes de ser um critério cognitivo (uma má educação familiar pode ter, como consequência, uma mente propicia a aceitar filosofias mal construídas, positivistas, que promovem ideias sem lógica porém atraentes aos jovens).

Antes de mais nada a busca da verdade é uma opção interna. Isso exemplifica porque algumas pessoas aceitam a neurose, por ser mais fácil lidar com verdades inconvenientes que surgem de forma incontrolável na realidade. Autoconsciência moral surge de elementos lógicos que definem a realidade, por isso que quem não segue a lógica, tipo a praxiologia, acaba sendo imoral mesmo por essa derivação. Quando a filosofia perde força lógica, ganha força por numero: quanto mais pessoas acreditar no que alguém fala, independente da lógica, aquilo estará certo. A consequência disso é a falta de importância a atitudes que passaram pelo ônus do tempo, como a importância da família. Tudo que deveria derivar dela como valor acaba sendo deixado para o estado, moldando assim atitudes das pessoas e apagando registros de experiencia moral. Isso acaba por manipular a mente das pessoas da mesma forma que ocorreu em regimes fascistas e nazistas, apesar da incoerência logica e de atitude destes.



CAPÍTULO 4 - LÓGICA DE EPICURO

Parte do motivo de todas essas incoerências lógicas serem aceitas ocorreu devido a atitudes derivadas da hipnose. Aquele que sofre hipnose acredita piamente que algo está acontecendo com ele, como uma queimadura, por mais que nada em chamas esteja alcançando-o. Num mundo caótico e sem sentido, o melhor que haverá para ser feito é imaginar as coisas melhores, apesar de a incoerência proposta por alguns autores, como Epicuro, para isso. Nesse ponto é que a famosa técnica de Programação Neurolinguística (PNL) ganha força. Ela foi muito utilizada no final do século XX por influenciadores para que as pessoas fizessem o que lhes fosse mandado, sem a percepção que estavam sendo manipuladas. No fim, quando faziam algo de errado, acabam assumindo a culpa para si, não imputando os reais causadores do mal: os manipuladores. A incapacidade ou incompreensão dos populares acaba por fazer o PNL ser aceito aos poucos.

Quanto mais alguém é manipulado, mais fraca fica sua cabeça, permitindo assim mais manipulação. As pessoas tendem a não acreditar que estão sendo manipuladas. Isso se mostrou uma evidencia no começo do século XX com o livro Admirável Mundo Novo, um best-seller que falava sobre o controle mental por um estado tecnológico. O livro continuação não teve o mesmo sucesso, devido ao fato que este tratava da manipulação que está ocorrendo na vida real. Uma forma de inibir a proibição da PNL é taxá-la como uma religião, a Nova Era por exemplo. Este é o vale-tudo da democracia, que acaba por se tornar ilógica.

Parecido com um processo pavloviano (onde o cientista controlava a ação de animais devido a estímulos) as pessoas acabam sendo controladas por serem colocadas num mar de contradição. A doutrinação que vinha depois disso se tornava o oásis para as mentes perdidas. Percebeu-se o mesmo nos estados de Sargant sobre a dependência que pacientes criaram por seus terapeutas depois desses induzi-los a acreditar que passaram por eventos traumáticos.

Políticos obviamente fizeram uso dessas técnicas, mas para que fosse discreta e indolor, ainda faltavam compreendê-la a ponto de seu efeito se tornar permanente e que houvesse um vocabulário subliminar, que agilizasse o processo. Com isso, seria obtida a obediência canina sem toda a violência e gasto que a força sempre necessita para ser funcional.

Pode-se argumentar que a fé causa o mesmo em seus fiéis. Não é verdade. As religiões tradicionais estão fundamentadas em lógica e estética. Quando ocorre um milagre, por exemplo fazer a terra parar de girar, ela até para, mas não para enquanto gira, ou seja, não se entra em contradições performativas. O senso estético também é mantido: quando algo de bom ocorre, ele ocorre por completo, e não com falhas, como por exemplo quando pães caem do céu, estes não vem estragados. As mesmas condições não são pertencentes as derivações da PNL. Uma vez sem fundamentos teóricos para lidar com sua realidade vai sempre se moldar por exemplos: se dizem para ela que é importante andar com cuidado no seu carro, mas seu único ídolo é o Ayrton Senna, temos um exemplo de práxis alterando a condição do individuo. Os casos isolados acabam virando a referência, e não a exceção, isso vai criando angustias, que devem ser reprimidas a qualquer custo. A realidade é reprimida, como proposto por Gramsci, criando o caminho ideal para a artificialidade proposta por esses manipuladores. Os intelectuais, como sempre, apoiam essa condição, criando contradições em seus discursos, como serem a favor do aborto mas fortemente contra o assédio sexual. A intelligentzia, além de precisar das mentiras da falta de lógica para se manter, também precisam para sobreviver dentro da própria mente. O ser humano perde sua ontologia no uso do processo epicurista e pavloviano de controle, isso não se compara a qualquer "preconceito" de determinado grupo.


CAPÍTULO 5 - A ÍNDOLE DO EPICURISMO

O epicurismo sempre foi considerado algo sem sentido. Por não ser aceito como filosofia, foi usado para reescrever uma forma ressentida desta. É curioso que filosofia de verdade, como a Aristotélica, sobreviveu mesmo ao ostracismo que sofreu pós-guerras envolvendo a Grécia Antiga, quando o cristianismo surgiu. Diferente do cristianismo que é uma filosofia de sacrifício, o epicurismo se demonstrou uma boa forma de aliviar dores de jeito simples, ignorando a realidade do objeto que causa a dor.

Para moldar a realidade, os novos epicuristas até tentaram usar a física quântica. Essa física, diferente da newtoniana, estuda algumas situações onde a precisão de medidas não é tão apurada quanto na física clássica. Esse indeterminismo quântica é usado como bengala por filósofos que querem tornar tudo subjetivo. Porém a física quântica tem uma série de leis e necessidades que limitam mesmo as medidas mais "imprecisas". O próprio Heisenberg acreditava que a realidade era fruto de uma inteligência criadora, não de uma máquina eterna, justamente pela imprecisão observada na quântica.

Uma dúvida que surge é: sendo a filosofia epicurista uma fonte de introspecção e sono filosófico, porque ela foi utilizada tão veementemente numa palestra de ética para moldar o futuro politico do país?



Livro 3 - Marx


CAPÍTULO 6 - A SUBSTITUIÇÃO DO MUNDO

A filosofia epicúrea não tenta compreender a realidade, mas moldada através da práxis. Qualquer resultado fruto de uma ação epicurista, ou seja, sem lógica, é celebrada, mesmo que ela tenha consequências negativas, pois de alguma forma servirá a antilógica. Esse esquecimento da lógica e a busca da "verdade" construída pela práxis proposta por Gramsci foi elemento de crítica da Nova Esquerda, principalmente de Lukács. Essa práxis causa a neutralização da inteligência humana, pois cada observação de que o usufruto da práxis recusava algo negativo as pessoas era festejado. Curiosamente os mesmos que defendem Marx e Lenin, que peremptoriamente causaram mal a sociedade devido a suas ideias, são os que criticam o cristianismo e a própria pessoa de Jesus, devido a eventos históricos como a Inquisição.

Aqui temos que fazer a distinção entre a chamada "theoria" e "práxis". A theoria é a parte real e lógica da realidade, a theoria então compreende o que existe. Vê essa existência como fim. Já a práxis é a forma de tentar alterar e melhorar na nossa realidade, transformar meios em fins. Ou seja, theoria se importa com aquilo que "é" e práxis com aquilo que "não é", ou o que se pode fabricar. Existem coisas que são fins em si mesmo, como o amor, transformar tudo em "práxis" como propõe alguns filósofos é deixar essas coisas importantes de lado, transformá-la em meios, deixando tudo refém do materialismo. O niilismo vira a forma única de vida. Levado até as últimas consequências, o materialismo acaba moldando até a ação humana, onde tudo no universo, incluindo ele própria, vira apenas algo moldado pela práxis e não como um fim em si mesmo, a própria ciência que o compreende só é valida quando serve a algum fim, sendo que em todas as sociedades ela se desenvolveu como um fim, e não como um meio para nada. Depois de bem compreendida, a astronomia foi utilizada como meio para navegação, mas ela por si só era apenas para apreciação, e assim mostrou aos homens a importância de processos lógicos, pois o movimento dos astros sempre os seguiam.

O marxismo só conseguiu tomar forma quando conseguiu transformar mesmo a ciência, que era uma finalidade em si mesma, num meio. É o marxismo que tudo transforma em práxis, em meios, ou seja, sem percebermos a importância dos fins como a ciência, a beleza, o amor etc, nos entregamos a ideologias epicuristas.

O materialismo é o que liga duas ideologias a princípio contraditórias (marxismo e epicurismo). Elas criam o interesse apenas pratico e a depreciação teorética, e assim conciliam a PNL e os movimentos de Nova Era. Essas últimas por si só, como o epicurismo, marxismo e sua relação intrínseca com a práxis, não tenta compreender o mundo, mas sim modificá-lo.


Livro 4 - Os braços e a cruz


CAPÍTULO 7 - O MATERIALISMO ESPIRITUAL

A eternidade é um elemento presente em todas as grandes culturas religiosas, sejam elas ocidentais ou orientais. Esse elemento metafísico, ignoscível, é central e molda o comportamento dos povos. A ideia de Deus abandonar o povo também ocorre em várias culturas, Nietzsche não foi um revolucionário por falar "Deus está morto". Por sinal, pensadores modernos quando pensam religião por vezes falam coisas sem sentido, como Freud, que dizia que a morte ritual do Pai cause o sentimento religioso, e não sua extinção.


Caput 20: A divinização do espaço: O infinito de Nicolau de Cusa

Este foi um pensador que, ao imaginar um universo infinito (e em qualquer arranjo geométrico infinito não existe um centro propriamente dito), conclui que o geocentrismo estava errado. Nicolau foi abrindo precedente para a "divinização" da ciência, este agora era um saber suprarracional, sendo que ele é limitado pela razão, e fenômenos científicos onde não há racionalidade não podem ser compreendidos por esta. Isso fez a ciência só avançar, grosso modo, quantitativamente, sendo praticada apenas mediante a experiência indefinidamente repetida, independente da epistemologia. Um exemplo disso é o indeterminismo proposto por Aristóteles e que foi, novamente, utilizado por Planck e Heisenberg para explicar a mecânica quântica. Reduziu aquilo que poderia ser conhecido apenas a uma pequena parte de elementos que podiam ser percebidos de forma mais simples matematicamente. Aristóteles já percebia por derivações filosofias que tinha alguns pontos da realidade que não poderiam ser matematizadas, eram ignoscíveis, hoje os físicos dizem o mesmo, mas cometendo a falacia intelectual de dizer que Aristóteles estava errado ao afirmar exatamente a mesma coisa. Uma consequência nefasta disso foi a caça as bruxas, mulheres que não usavam dessa visão deturpada de ciência para mesmo assim curar seus pacientes. Outra é o juspositivismo, a busca por regras logicas para lidar com problemas humanos. Nesse indeterminismo deturpado surge religiões nova era, envolvidas com a "energia quântica" e o encaixe perfeito com o materialismo marxista. Vemos até a infantilização de alguns homens da ciência, principalmente aqueles mais próximos essas teorias indeterminísticas.

Olavo cita que o charlatanismo na física começou com Galileu, quando ele surrupiou a ideia de universo estático para explicar o Movimento Retilíneo Uniforme. Esse evento inaugurou a mania dos cientistas atuais de tomarem simples mudanças no método como se fossem provas de uma nova constituição da realidade. Trocas signo por quantidade para tentar refutar a matemática, ou reduzir a quantidade de uma porção por aquilo que se vê num determinado espaço são exemplos da baixa epistemologia do método científico. Nas palavras do autor: A perda do sentido da infinitude metafísica, ocasionando a exacerbação imaginativa do conceito de infinitude espacial e quantitativa, não poderia deixar de, a longo prazo, trazer, além do “desencantamento do mundo”, danos profundos à inteligência humana, que ultrapassam uma perda meramente estética para reverberar numa destruição do fundamento racional das ciências. Jogar a metafísica fora trás, por definição, a existência dos deuses positivistas: historicismo e empirismo.

Olavo diz que a história é importante porque tira a coisificação criada pelos gregos, pois estes não tiveram a oportunidade de observar a complexidade do homem pelo ponto de vista da história. Porém, os apologetas foram deixados de lado por filósofos que ignoraram a lógica e viram a história como a resposta de tudo. A historia destruiu a imagem de Deus e do individuo como objeto metafisico eterno, por que aconteceu isso? O autor argumento que o historicismo tomou conta da epistemologia pois as ferramentas para a obtenção do conhecimento hipertrofiaram em importância.

O novo homem intelectual, que segue o humanismo, acaba se importando mais com os signos do que com o verdadeiro conhecimento, assim o que é certo vem da boa didática, e não da busca pela verdade.

O historicismo abriu precedente para o materialismo e os fins justificarem os meios. O próprio marxismo científico que dizia que a história tende ao marxismo ganhou força devido ao historicismo. Temos uma aplicação disso muito forte no Brasil a luz do positivismo comteano. Nietzsche assumia que era melhor que a história não fizesse sentido, diferente disso surgiu a história como a onica fonte de sentido para a vida humana.

Para Aristóteles a história era uma substância secundária. Autores como Mises diziam o mesmo, e vemos boas analogias entre Aristóteles e a praxiologia misesiana no trecho: A sociedade permanecia recuada como um pano de fundo, que podia limitar as ações humanas ou mudar o curso de seus efeitos, mas não podia propriamente determiná-las. Pois a ação é um atributo da substância, e a substância em sentido estrito — a individualidade corporal vivente — possuía a propriedade da ação em sentido muito mais direto e mais real do que a substância derivada e segunda de um mero universal: se quem dá coices são os cavalos e não a cavalidade, do mesmo modo quem age é o homem concreto, não a sociedade.

Aristóteles não negava que o homem podia mudar, mas isso era justamente devido a coisas que são imutáveis em todos os homens, derivadas de sua racionalidade imutável e ontológica. Quando essa ontologia humana foi deixada de lado, abriu-se precedente para a existência de uma pseudo-ontologia do estado, como proposta por Hegel. A dialética hegeliana aplicada para a ontologia do estado. Como o nascimento é posterior a própria humanidade, significa, de acordo com Hegel, que é uma existência muito mais perfeita e transcendente. Uma espécie de "sujeito dele mesmo". Hoje sabemos que parte dessa conclusão de Hegel vem de uma safadeza intelectual: ele era patrocinado por figurões do estado que queriam que ele promovesse esse tipo de ideia.

Dos vários arranjos, como os nazifascistas e comunistas, o que mais se destacou para destruir a metafísica e ontologia humana a partir do poder do estado foi justamente o estado social-democrata. Suas contradições permitiam a imoralidade jurídica e ascensão daqueles que a promovem.



CAPÍTULO 8 - A REVOLUÇÃO GNÓSTICA

O que o cristianismo trás, em seu cerne, que causa tanto ódio de outras religiões. O primeiro ponto é que o cristianismo não cria a sua cosmovisão baseada na estrutura social dos grupos que dele comungam. Na Grécia, por exemplo, essa cosmovisão era tão forte que os deuses habitavam as praças e templos. O cristianismo, diferentemente, é universal, valida a todos os seres racionais, funda-se em evidências e não em opiniões, e seu representante é um individuo, ou seja, tem uma relação Eu-você com os membros do cristianismo, não é algo transcendental e também não apenas vinculado a uma comunidade. O cristianismo, por buscar uma verdade universal, dessacraliza o estado. Essa religião propõe ao homem que ele não se reduza a satisfações de seus instintos e nem ao melhoramento da sociedade, criando assim o autoconhecimento a e liberdade interior, levando em conta que vivemos numa época da busca da liberdade sexual total, é normal que o cristianismo sofra ataques daqueles que a defendam.

O cristianismo não é uma religião dura: as batalhas teológicas fundamentaram a compreensão desa religião, diferente do islamismo, que segue as mesmas leis duras de séculos atrás sem qualquer discussão.

Podemos fazer uma alegoria com a construção da civilização ocidental como a constante luta entre dois polos opostos: cosmos x humanos, leis físicos x leis racionais, experiência x pensamento etc. Da mesma forma como estão antagônicos os braços da cruz.




Livro 5 - Ceaser Redivivus


CAPÍTULO 9 - A RELIGIÃO DO IMPÉRIO

A forma como alguns tentam reduzir os efeitos dessa batalha é levar todos os membros a um sono intelectual, para assim facilmente controlá-los, na ideia de um anova religião:; o estado. Vemos isso na divinificação de políticos, na mudança do calendário, hoje com muito mais feriados seculares do que cristãos.

Todas as dicotomias apontadas anteriormente servem ao projeto da criação do império. Este tema é o centro da discussão do livro. Vemos isso desde Roma até os tempos atuais com os Estados Unidos. Houve vários fracassos nessa caminhada, mas é fácil fazer essa análise a luz dos eventos históricos vastamente estudados hoje em dia, na época não era o mesmo.

Olavo faz um apanhado histórico do desenvolvimento pós-império Romano na Europa. Se mostrou que ao diminuir o impacto da religião católica na vida das pessoas, reis absolutistas chegaram ao poder se colocando na posição de messias na terra.

Obedecer ao deus estado deixa de lado toda a eternidade e metafísica proposta pelas antigas tradições. Deus é um e o resto é duplo. Essa contradição trás o germe da destruição social.

Com o advento da navegação surgiu a possibilidade da expansão do Império, ele não seria mais domestico, mas sim colonial. Com isso houve a multiplicação de concorrentes a império, alteração entre realize e clero e a ruptura da unidade cristã. Com a reforma protestante, em especial o surgimento da igreja anglicana na Inglaterra, o rei Henrique VIII se tornou o Deus na terra. Este homem é sem duvida o pai da civilização moderna e da ideia de estado auto-sacralizado. Suas ações reverberaram na Revolução Francesa e na Nova Era que vivemos hoje.

Com a junção em uma só pessoa da autoridade espiritual e poder temporal, formasse a autoridade profética, que nem mesmo os papas tiveram a audácia de se autonomear. As palavras de Olavo sintetizam bem o poder que o estado ganha com essas ações: Com outras denominações — Executivo e Legislativo —, o debate prossegue até hoje, pela simples razão de que não tem solução: se não há nenhuma instância superior ao poder — uma tradição, uma crença comum impessoal, valores sedimentados na cultura, e tudo aquilo enfim que se consubstancia no termo “religião” —, então a disputa entre as facções do poder pode prosseguir indefinidamente: vença o rei ou vença o Parlamento, o resultado, como mostrou Bertrand de Jouvenel, será sempre o fortalecimento ilimitado do poder, e todas as discussões teóricas não passarão de adornos acadêmicos da tirania. Já dizia a Bíblia: "Os deuses das nações são demônios". Um exemplo dessa proposta demoníaca é Napoleão Bonaparte, que tenta dispersão toda legitimação religiosa e transformar César em algo maior que Cristo. O empreendimento, como a história mostrou não funcionou, mas do outro lado do Oceano um império se formava, baseado em elementos que se mostraram essenciais para essa construção: republicanismo, maçonaria e protestantismo, a definição do que são os Estados Unidos. Esse fenômeno foi tão forte que mesmo os Europeus inteligentes em guerra e impérios não perceberam que esses elementos formariam o novo império.

Delinearemos agora o Evangelho que foi usado para a formação da moral democrática e implantada nos EUA, formando assim a nova religião da humanidade. Ela se deu na medida em que a maçonaria cresceu. Seu objetivo era tomar o poder de forma discreta, substituindo as antigas aristocracias apenas pelos seus iniciados. Seu rito, que nada tem de metafísico, vai ao encontro da questão sobre lógica já vista: assunto que diz que a lógica cria nosso senso de consciência e responsabilidade, pois o que é certo vem para nós depois do conceito de verdade, vide nossos pais nos fazerem assumir nossos erros na infância, onde naturalmente queremos jogá-los para o próximo.

A maçonaria, diferente de outros ritos e aristocracias, não é um modelo orgânico hierarquizado, quando alguém não quer seguir as ideias propostas por uma loja, pode ir para outra, criando assim "tumorações" variadas e independentes. Diferentemente de outras ideias elegantes, as pessoas só seguem esse poder aristocrático da maçonaria pelo simples medo, esse sentimento primitivo que continua movendo homens e animais apesar dos milhões de anos de evolução.

Os Estados Unidos são um governo maçônico, tudo que lá ocorre no contexto de democracia é previamente decidido dentro do governo profundo. Esse controle saiu deste país e se espalhou em vários outros, incluindo o Brasil, a influencia das organizações secretas e estatais só tende a aumentar, e a democracia vai virar apenas uma espécie de "distribuição de doces" para aplacar criancinhas zangadas. Essa é uma reação que se autoalimenta, as pessoas pedem "mais democracia e mais estado" para resolver os problemas que a própria democracia e estado, a luz dos maçônicos, cria.

Curiosamente, os intelectuais, perincipalmente nos Estados Unidos, nunca fizeram menção ao fato de que poderiam ser enganados, tanto pela maçonaria quanto por um braço que se apoderou desa percepção de burrice, os falsos misticos orientais. Muitos intelectuais foram influenciados por eles, nesse vácuo de conhecimento que se formou devido ao epicurismo. Eles nunca assumem que foram tapeados, por orgulho ou burrice.

Num estado laico, fruto da busca do império e da nova aristocracia maçônica, toda lei religiosa não tem nenhuma obrigatoriedade pública, os critérios éticos que vão reger a vida social são supra-religiosos e a obediência a princípios religiosos só vai ser possível na medida que o estado permita.

Com esse novo papel, o estado então, por seu neutro, fica como responsável de arbitrar entre disputas religiosas. As pessoas tem mais estímulos a abandonar sua religião, pois ela não tem nenhuma autoridade, isso inclui os menores de idade, que prefeririam a lei secular, por todos esses estímulos já citados, e os pais não poderão fazer nada. A família fica de lado pois o estado os acolherá.

Os mitos tem elementos metafísicos como plano principal, diferente das ideologias estatais, ele depende também da frequência e do momento temporal que aparece. O vínculo que Olavo faz é que, nessa nova religião estatal não há metafísica, então o significado da existência está em algo totalmente material, como a autorrealização das pessoas, de tal forma que agora quem tem a responsabilidade de ter alguma utilidade são justamente as "potencias supre terrenas". Como diz Pondé: "Jesus só é seguido se ajudar a emagrecer". Deixou-se de lado questões complexas como se entregar a Deus, sem algo bom a se entregar, as pessoas vão até a barbárie, ou acabam se islamizando, tendencias observadas nos dias atuais. A Providencia foi deixada de lado, pelo conceito de desequilíbrio, totalmente pautado pelos intelectuais. Pode ser desequilíbrio tanto cometer atos de violência quanto não escovar os dentes ou fumar. Alguns autores trataram da ascensão e queda dessa sensação de liberdade metafísica. Dostoiévski em Crime e Castigo foi o mais ilustre. Ele mostrou a descida de um homem das alturas do orgulho niilista até a queda, por perceber seu erro ao assassinar uma pessoa, se entregando a Sonia, uma jovem prostituta muito humilde, mostrando ao assassino que apenas com essa atitude feminina ele poderia encontrar a Deus e o perdão.

Olavo faz críticas duríssimas ao estado. Começa dizendo que a sociedade é divida em castas criadas pelo monopólio da "igualdade" o estado. As pessoas não acreditam nisso porque acham que casta é coisa de indiano, e que ser monopólio de uma pessoa ficou no passado, na época dos senhores feudais. Não levam em conta que as castas na Índia não são tão gritantes quanto no Brasil, e aqui os políticos tem mais poder do que os senhores feudais, que eram muito próximos dos seus vassalos e tinham muito menos poder. Hoje as pessoas trabalham muito mais que na época dos feudos, por exemplo.

Toda a discussão que a democracia causa, com sua falsa dicotomia, cria o ambiente psicológico perfeito para que o estado cresça e controle ainda mais a vida das pessoas. Algumas pessoas, principalmente os neoliberais, acreditam que o estado saindo da economia seria suficiente para que essas desgraças cessarem, não é verdade. O estado não deve se meter na economia, mas ele se mete em outro pontos que também fazem mal, ele se apropriou do fisco, policia, justiça, educação etc, todos elementos essenciais para mudar a mentalidade das pessoas. Muitos intelectuais associam esse comportamento ridículo de achar que crianças são mais evoluídas porque sabem mexer no computador com algo negativo, porém relacionado ao capitalismo e mercado. Na verdade, Olavo mostra que isso surge justamente da tentativa de destruição da família por parte de intelectuais orgânicos do estado, tentando criar a ideia de que as crianças são superiores não diretamente relacionado a sua teoria, mas um mix de neoliberalismo e diminuição da família, os dois elementos devidos ao estado. muito intelectuais associam esse comportamento ridículo de achar que crianças são mais evoluídas porque sabem mexer no computador com algo negativo, porém relacionado ao capitalismo e mercado. Na verdade, Olavo mostra que isso surge justamente da tentativa de destruição da família por parte de intelectuais orgânicos do estado, tentando criar a ideia de que as crianças são superiores não diretamente relacionado a sua teoria, mas um mix de neoliberalismo e diminuição da família, os dois elementos devidos ao estado. Nas palavras de Olavo: Estado, a pretexto de proteger domésticas ofendidas, na verdade o que faz é usurpar uma das funções básicas da comunidade, que é a de fiscalizar a conduta moral de seus membros.

O estado emascula os homens, principalmente dando tanta importância a questões de gênero e raça. Se um homem branco e hétero é tido como um possível estuprador e isso é tão perigoso a ponto da menor crítica já ser suficiente para destruir sua carreira, o estimulo para que essa pessoa se torne um adulto, e responsável por todo tipo de ação, acaba diminuindo, transformando mesmo homens de grande inteligência em meninos que nunca chegarão a vida adulta. Essas crianças que não viraram homens ouviram durante toda a sua adolescência que eles faziam parte de algo maior, que eram os agentes de transformação, os justiceiros sociais. Isso sem duvida é muito mais interessante do que ser acusado de assédio na menor das críticas que este possa fazer as ideologias estatais. Esses mesmos, quando não tem mais escapatória e precisam entrar no mercado de trabalham levam um choque: na verdade eles não são agentes de transformação, não são especiais, são apenas mais um. O sentimento hipertrofiado de importância, que destruí sua relação com a família, também vai destruir sua relação com a comunidade pois não conseguirá ser um agente ativo. Continuará então com delírios de grandeza baseado em politica e em questões politicamente corretas (isso ficou muito mais exacerbado nas redes sociais, dado que foge a Olavo neste livro devido a época em que foi escrito).

O estado então vai, paulatinamente, criando o ambiente para que a família, seu pior inimigo, seja destruído. Cria leis que permitem aborto, transforma o adultério em questão de justiça, promove o sexo livre, diminui o poder da igreja. Sem esta, a sociedade caminha para a destruição dos poderes intermediários, deixando tudo ligado diretamente só ao estado. Todo essa megalomania do estado será financiado por aquele que nunca abusou de uma garota, que terá seu poder e influência contestado pelo primeiro funcionário publico semiletrado que passou num concurso. As pessoas se tornam cada vez mais passivas diante um estado que supostamente tudo lhes prove, este então se alimenta da irresponsabilidade moral, que ele próprio cultivou. Sem qualquer metafísica superior, são as opções econômicas que se tornam fins, fazendo o estado assim tornar tudo, inclusive as pessoas, meios para esses fim, ou seja, escravidão.


CAPÍTULO 10 - NA BORDA DO MUNDO

Olavo faz uma nova revisão do que foi visto, com ênfase que o problema do epicurismo não é exatamente o positivismo, ou a negação do a priori, mas sim a repensão da inteligencia teorética por uma autopersuação retórica que voltada a "transformar o mundo", abdicando assim dos deveres da inteligencia pessoal e se submetendo as ilusões coletivas, que passam por verdades forçadas por repetição. Com isso se busca a obtenção do império, luta constante na história da humanidade desde Roma. O workshop sobre Ética é mais um braço disso. Por fim, com a nova religião maçônica americana, construir esse império.

O workshop de Ética conseguiu usar bem a dicotomia esquerda e direita para tirar proveitos, tanto do lado libertino da esquerda quanto da retórica moralista da direita. Parte disso passa pela economia, que nas palavras do ministro da economia da época foi mal interpretada. Ele, como mises, diziam que economia não deve se importar com juízos de valor, mas isso não é verdade no marxismo. Com esse tipo de mistura conseguiu-se enganar as pessoas, tanto que essas palestras sobre ética ganharam grande importância nacional na época. Assim, a ética ia cortando quaisquer laços que tinham com ideal de vida superior, passando a significar apenas o seguimento de alguma pauta do politicamente correto. Vemos que isso funcionou pois hoje ser ético está estritamente associado a defender pautas de gênero, cor etc.

Habermas propunha para as esquerdas a "revindicação do impossível" isso deveria ser feito com tanta ênfase a ponto de que o estado, ao não conseguir cumprir uma pauta impossível, sofresse fortes sanções, principalmente por não conseguir cumprir suas próprias leis. Algo essencial a época para derrubar o governo Collor. Essa falta de senso prático era utilizado, agora, em favor das esquerdas, atributo que sempre foi vistos como motivo de chacota por outras ideologias.

Com isso o esquerdismo nacional ia mudando seu discursos, deixando de lutar contra o capitalismo, e sim pregando a favor da reforma agrafia e e igreja. Vemos que a ascenção dessas pequenas castas a base das forças é devido a concentração do poder produzido por muitos na mão de poucos. Tudo que foi descrito aqui não é apenas uma luta entre ideologias contrarias mas sim o esforço conjunto de destruir toda a vida espiritual do planeta, criada pelas três grandes antigas religiões. Esse fim das ideologias nada mais é que a vitória da grande ideologia estatal laicista. Todo o autoconhecimento que surge dessas religiões, tão importante para o individuo, será finalmente perdido.

Olavo acredita que, apesar do poder dos maçons, eles trazem o germe da própria destruição, porque em sua religião eles só tem o esoterismo, ou seja, a simbologia interna, não é nada exotérico, pois nos EUA é muito forte a cultura cristã. A síntese dialética tão presente no epicurismo e necessário para os maçons não existe na prática, só no reino das ideias. O impulso para a síntese é interno ao individuo. É também impossível, sem o arcabouço religioso, que existe qualquer ética. Tudo que o leigo considera ética se dá devido a religião, tentar dizer que a vida é um bem sagrado sem a ideia de sagrado da bíblia é uma conversa sem sentido, mas que o estado tenta impor, mesmo que em seus livros eles reafirmem que a vida é apenas um amontoado de átomos.

As religiões não são, como dizem os sociólogos, uma representação da sociedade, mas sim algo que vem de cima, por isso elas se adaptam tão bem a quaisquer situações históricas. Então, diferentemente do que propõe os intelectuais brasileiros, que na verdade são bem fracos de leitura e de inteligencia, a luta deles vai ao encontro do que eles pensam estar lutando contra, ou seja, o imperialismo americano. Nas palavras de Olavo: Arrastam o público para o Jardim das Delícias, sem saber que se trata, na verdade, do Jardim das Aflições.

 
 
 

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