O livro procura explicar como o Brasil conseguiu manter a integridade do território, mesmo que seus países vizinhos acabaram se tornando republiquetas. Muitos duvidavam sobre a possibilidade de sair um bom país do Brasil, levando em conta o tipo de pessoa que morava aqui (escravos, analfabetos etc).
O Brasil é um caso interessante na América. Temos vizinhos como EUA ao qual perante eles somos um completo fracasso econômico, e o Haiti, uma ilha que mal consegue se sustentar.
Muitos são os motivos para tentar entender a não-desmantelização do Brasil. Sérgio Buarque de Holanda acredita que foi a interiorização da metrópole. Graças a isso que se diz que o Brasil é uma "flor exótica na América", pois teve muita influência de intelectuais da família real Portuguesa, independente do povo pobre.
Por vezes a história é contada como se só tivesse ocorrido no Rio de Janeiro, isso não é verdade. O autor mostra que muitas lutas ocorreram em regiões do norte e nordeste.
Capítulo 1 – O grito
D. Pedro, as vésperas do grito de independência, estava com diarreia. Ao chegar perto do Rio Ipiranga, recebeu uma correspondência dizendo que estavam chegando soldados de Portugal para esmagar os partidários da Independência. Neste momento, após conselho do padro Belchior, ele declara a independência. De forma simplória, não como a caricata feita por Tarcísio Meira no filme de 1972.
Ao chegar no teatro do Palácio dos Governadores, foi saldado pela primeira vez como imperador do Brasil.
Capítulo 2 – O vendaval
A Revolução Francesa foi a luta pelo fim da monarquia na França. Essa atitude republicana foi a causa de muita morte desnecessária devido a ideologia barbara com capa de "igualitária" dos revolucionários. A família real inteira foi decapitada.
O século XIX foi um período onde muitos intelectuais importantes surgiram, alguns que pregavam a liberdade como Locke, mas em sua maioria, os que seguiram a escola iluminista, como Rousseau, mudaram a perspectiva do pensamento da época. Em especial Karl Marx com a sua teoria economia e social mal escrita acabou incendiando ainda mais os ânimos dos ressentidos a se tornarem revolucionários.
Outras áreas como cultura e tecnologia também mudavam. Foi nessa época que a Revolução Industrial, por exemplo, tomou forma, mesmo depois de períodos complicados devido as guerras napoleônicas.
Em contrapartida, o brasil ainda era um local de povo pobre e escravo, porém, mesmo sem uma mídia moderna, os ideias revolucionários chegavam até a colônia, e implantavam nas pessoas instruídas ideias contra a dependência de Portugal.
Capítulo 3 - O país improvável
Tanto o Brasil como Portugal estavam com situações financeiras complicadas. A divida deixada de D. João para D. Pedro era enorme. Uma consequência disso foi o empréstimo feito por D. Pedro a Inglaterra, que já vinha com várias taxas devido a incapacidade brasileira de pagar sua nova divida. D. João em especial chegou até a inflacionar a moeda para conseguiu diminuir suas dividas. Atitude que logo foi percebida pelos credores internacionais.
Essa complicada situação levou aos membros da realeza a cortarem da própria carne, negligenciando os seus salários como se fosse um exemplo para o resto dos servidores.
A divisão brasileira não era apenas devido a questões financeiras, mas também a politica. No começo do século XIX o Brasil tinha imperialistas, republicanos, monarquistas, ou seja, toda a cabeça de ideologias politicas lutando por um espaço no poder publico.
Capítulo 4 - Os brasis de D. João
Como já foi dito, este era um pais pobre, mas não apenas de riqueza. O povo tinha atitudes pobres. Quando observado por visitantes estrangeiros, era notável a quantidade de gente com nenhuma inteligência ou empreendedorismo. A própria classe politica era cheia de pomposos títulos, mas poucos tinham qualquer qualidade intelectual útil para o país na época. Os realmente pobres estavam em situações absurdas, escravos, por exemplo, chegavam a comer terra tamanha era a pobreza.
O Brasil essencialmente negociava e recebia capital estrangeiro de importações a Inglaterra. E dela também veio tecnologia e ideias para a mídia impressa. Acabou que esta mídia buscou influências revolucionarias para seus escritos.
Capítulo 5 - As cortes
Muitos na época defendiam que o Brasil se tornasse algo parecido com o que a Austrália é, até hoje, da Inglaterra, um país com vínculos apenas culturais sob o nome da Rainha Elizabeth.
Para que esse tipo de decisão fosse tomada, iniciou-se em Portugal as chamadas "Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da nação Portuguesa", que era uma reunião de todas as suas colônias. Isso só foi possível depois de uma abertura da monarquia, que não ocorria há mais de 100 anos. Os representantes brasileiros eram essencialmente padres e intelectuais de segunda mão como professores.
Acontece que a guarnição brasileira foi mal tratada, o que incendiou o ideal da independência. No Rio de Janeiro, o centro da conspiração, aumentava os burburinhos sobre a independência, isso sempre a vista de vários portugueses que chegavam para defender a coroa. Eventualmente no dia 9 de janeiro, depois de ser convocado a “se instruir” na Europa, D. Pedro decidi ficar no Brasil, tal dia é conhecido como o "Dia do Fico".
Estas ideias não foram bem-vistas por Portugal, que mandava mais soldados, sempre recebidos com indicação de violência por parte do Brasil. Em especial a situação se tornou incontornável quando, para proteção de seus filhos, D. Pedro manda seu filho pequeno com sua mulher para uma cidade longe de Rio de Janeiro e este caçula morre.
Capítulo 6 - De Minas ao Ipiranga
D. Pedro viajou a Minas Gerais buscando apoio politico alguns dias depois do Dia do Fico. Foi uma atitude corajosa, pois as condições eram complicadas e o povo mineiro era tido como grosseiro. Este grupo que foi com o tempo, pois o imperador seguiu viagens a outros locais.
Após sair de Minas e seguir viagem ao Vale do Paraíba, chegou em São Paulo. Lá foi cuidado por uma casa de vila comum, porém com muito afinco em dar conforto ao futuro imperador.
No dia 5 de setembro, finalmente, desceu a serra do mar até Santos, e lá deu o grito de independência. Em especial esse momento histórico é muito fantasiado. Como já citado, D. Pedro estava em cima de uma mula e com problemas intestinais. Mas ao ser representado, parecia um grande herói. No quadro famoso da independência por sinal estava igual ao seu herói. Napoleão no quadro Friedland.
Capítulo 7 - D. Pedro I
Diferente das representações da época da Ditadura, D. Pedro não era um homem muito intelectual. Ele gostava de viver entre as pessoas pobres e tinha seus mesmos métodos sociais. Ele era um politico comum, que gostava de manipular as pessoas e ganhar dinheiro com isso. Era meio infantil no trato com as pessoas, mas no que se refere as mulheres tinha uma atitude viciosa.
Tentou manipular seu pai dizendo por cartas (muito mal escritas) que nada se passava contra Portugal aqui. O pouco que D. Pedro lia tinha ideias revolucionárias, o que talvez ajudou a seguir na ideia de independência.
Capítulo 8 - A Princesa Triste
Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo foi a esposa de D. Pedro. O que lhe faltava em beleza ela tinha em modos e inteligência. Hoje ela é reverenciada com carinho pelas camadas mais simples da população brasileira pois mesmo tendo morrido jovem, teve uma vida dedicada a melhor a vida dos escravos como podia.
Para poder se casar com o bom partido que era D. Pedro, ela teve uma dura rotina de estudos, além de desenvolver grande etiqueta. Seus estudos a fizeram desenvolver grande interesse pela geografia brasileira. Ela, no começo de sua estadia no Brasil, demonstrava um amor pelos detalhes da terra que com o passar do tempo foram sendo substituídos por críticas a quantidade de mosquitos e a falta de higiene. Esta última causa de muitas doenças pela falta dela (as pessoas jogavam seus desejos nas frentes das casas, por exemplo).
O mesmo pode se dizer sobre seu interesse por D. Pedro. No começo este era um cavalheiro com sua mulher, mas suas escapadas conjugais acabaram tornando-a uma mulher muito triste. Com o tempo a grosseria de D. Pedro aumentou para com ela, chegando ao ponto de machuca, com a consequência de um aborto.
No fim de sua vida, após muitos empréstimos para, entre outros motivos, pagar certas dividas do marido, ela acabou morrendo cedo, aos 29 anos.
Capítulo 9 - O Homem Sábio
Um dos grandes nomes da independência foi José de Bonifácio. Depois de ter morado e estudado na Europa, se tornou uma das grandes mentes brasileiras. Além de toda sua qualidade politica, foi um grande pesquisador de rochas e também boêmio, propriedade que colaborou na grande amizade que tivera com D. Pedro.
José de Bonifácio também foi um grande interlocutor de várias classes brasileiras que eram necessárias para a empreitada da independência. No Brasil, ele desempenho um papel parecido com o de Thomas Jefferson para a independência dos EUA. Mas, pode-se dizer que ele foi um Thomas Jefferson melhorado, pois Bonifácio não acreditava nas ideias desenvolvidas durante a Revolução Francesa, ideias essas que fez jorrar sangue de inocentes com a aprovação de Jefferson. Era um homem muito mais afável e apoiador de ideias libertárias como o fim da escravidão, Jefferson além de ser um homem muito sério, tinham seus escravos.
Ao chegar no Rio de Janeiro uma semana após o Dia do Fico, foi nomeado Ministro contra a sua vontade. Após conversa dom D. Pedro, decidiu se tornar ministro, somente se D. Pedro tomasse algumas providências que a história nunca teve certeza do que se tratava. Foi exilado por desavenças com o novo império, até que perto do fim de sua vida voltou ao Brasil, se tornou tutor do futuro imperador D. Pedro II.
Capítulo 10 - A Guerra
Cochrane foi um escocês parente do Napoleão louco por dinheiro que veio ao Brasil ajudar os portugueses na luta a favor da independência. Por todo o nordeste conseguiu a rendição de locais importantes. Como São Luiz. Neste ele obteve 100 mil libras esterlinas. Apos sua última extorsão, fugiu do Brasil apos sequestrar uma fragata.
A batalha de Jenipapo
Um capítulo dedicado a mostrar que o nordeste e o norte atuaram ativamente na luta da independência.
A Bahia
A Bahia é o único local do Brasil que comemora 0 2 de julho, a data da expulsão das tropas portuguesas de Salvador. Em 1822 a Bahia era um ponto estratégico crucial pra a consolidação do nascente império brasileiro.
Após a primeira igreja na câmara de Cachoeira (região da Bahia) aclamar D. Pedro I como imperador do Brasil, começou-se um tiroteio que só parou depois de três dias.
Muitos portugueses a época vieram lutar na região da Bahia mas desistiram (cerca de 10 mil), a mesma quantidade que veio na abertura dos portos em 1808.
O Trono e a Constituinte
Curiosamente, a constituição, depois de algumas mudanças de D. Pedro, se tornava uma das mais liberais da época. Na América., só a dos EUA fazia frente em liberalismo. Porém, esta não foi uma constituição em que o povo teve grande ação, foi praticamente escrita por D. Pedro, assim, as pessoas não tem muito interesse nela. Diferente da dos EUA, que hoje é protegida num cofre antinuclear.
A Confederação
Pernambuco na época do império era um dos maiores estados do país, mas devido a sua grande luta a favor do separatismo e independência, acabou sendo várias vezes dividida. Grandes latifundiários da região se uniram para a guerra em Pernambuco.
Após todas as guerras que Pernambuco perdeu contra o império, essa macula não saiu da mente dos pernambucanos, um fato que mostra isso foi a falta de homenagens que os restos mortais de D. Pedro passaram por lá.
A Maçonaria
Este foi um grupo muito importante em mudanças históricas ao redor do mundo. Alguns acreditam que eles já surgiram na época dos egípcios. Suas primeiras ações registradas datam do século 19 na Europa. Foram influentes na Revolução Francesa e na independência dos EUA. No Brasil eles influenciavam a família imperial e posteriormente o golpe republicano.
Os órfãos
Muitos brancos ricos acreditavam que os negros fariam revoluções a ponto de matar todos os brancos e tomar o poder do Brasil. Alguns ex escravos realmente tendiam a essas ideias. Não foi o caso, afinal, a ideia de escravidão no Brasil era muito forte. O Brasil era viciado na escravidão, sua economia se baseava neles, e por isso se manteve tão precária por tanto tempo.
A Marquesa
Em Santos morava a amante mais importante da época do império. A Marquesa de Santos foi responsável pela morte da própria irmã por ela também ter virado uma amante do imperador. Este traiu recorrentemente sua mulher com a marquesa, que enriqueceu muito devido a essa promiscuidade.
A Marquesa faleceu em 1867, doou todo seu dinheiro a caridade e perdoou dívidas.
O Rei Português
Após a morte de D. João, que provavelmente aconteceu devido a envenenamento encomendado por sua mulher ou filho, D. Pedro teve a oportunidade de anexar o território de Portugal ao Brasil. O problema é que isso não agradava as forças que ajudaram o Brasil a ser independente de Portugal, a famosa frase de D. Pedro: “De Portugal nada, nada; não queremos nada” perderia todo seu apelo. Porém, D. Pedro aceitou ser imperador de Portugal ao mesmo tempo que era do Brasil. Uma de suas obras foi a constituição, que seguia os mesmos moldes liberais da brasileira.
Logo a toar partido de Portugal, o Brasil estava em maus lençóis econômicos devido a empréstimos para a Guerra da Independência. Essa crise, com a questão politica, fez D. Pedro ser odiado por várias camadas populares brasileiras, o que lhe causou a expulsão da sua terra natal.
Adeus ao Brasil
Quatro motivos contribuíram de forma decisiva para abdicação de D. Pedro I em 1831: escândalos da vida privada, oscilação entre os interesses brasileiros e portugueses, a crise financeira e a indisciplina nos quarteis. Esses dois últimos recentes as divergências politicas da época do exílio. Para pagar dividas o império inflacionou sua moeda, deixando o poder de compra dos brasileiros baixíssimo. Decorrente da contratação de um numero cada vez maior de mercenários, começou-se a agitação nos quarteis. Por vezes esses entravam em embates.
Então, após tanta divergência, D. Pedro saiu do país as escondidas num barco inglês, deixando D. Pedro II, com apenas 5 anos, como imperador do Brasil. Este a princípio deveria seguir as mesmas regras que D. Pedro I empunha ao pais.
A Guerra dos Irmãos
D. Pedro e D. Miguel eram os possíveis sucessos do trono em Portugal. Este foi decidido com uma sangrenta Guerra Civil entre os dois irmãos. D. Pedro era muito popular entre seus liderados, chegou a ser chamado como rei-soldado, pois sofria com todos os cercos, que chegaram a causar mortes por fome, causados por seu irmão, e também nas batalhas, onde quase morreu por duas vezes devido a tiroteios.
D. Pedro acabou por vitorioso nessas guerras, apesar de sua saúde debilitada. Porém, não demorou muito a este pagar o preço por suas duras batalhas, em 1831 morreu precocemente aos 36 anos.
O fim
D. Pedro, por mais que tivesse uma atitude altiva, sempre foi alguém doente. Desde a infância tinha epilepsia e problemas renais. Com o tempo suas aventuras sexuais lhe causaram doenças venéreas, as andanças a cavalo costelas quebradas. Problemas devido a sua má alimentação e fumo destruíram seu sistema circulatório e respiratório.
Sua vida e obra continuam a ser lembradas tanto no Brasil como em Portugal. Na sua terra natal, a imagem do forte cavaleiro da independência é contrastada com a sua versão “portuguesa” um homem com aspecto idoso e olhar penetrante. Algumas ruas levam seu nome e sua obra nos dois países.
Apesar das divergências, Portugal e Brasil hoje tem uma relação amistosa. Os dois países trocam experiências culturais e econômicas. Portugal é o destino da maioria dos turistas que saem do Brasil e também muitos portugueses vieram para as terras tupiniquins abrir comércios e construir famílias. Este é um reino menos formal do que o imaginando por D. João, porém mais solido pois funciona a partir da identidade histórica dos dois povos.
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