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A Grande Depressão Americana - M. Rothbard - Resumo

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 21 de abr. de 2019
  • 14 min de leitura



A Grande Depressão Americana - M. Rothbard - Resumo


Introdução

A queda do Wall Street não foi algo extraordinário pois crises sempre foram comuns. O grande problema foi o prolongamento desta.

O mercado vinha crescendo "a força" nos últimos anos devido a "alta alavancagem" de certas empresas, graças a grandes empréstimos feitos

Estes problemas só foram começar a diminuir durante e após a Segunda Guerra Mundial. O fato histórico da guerra sempre serviu como explicação para os economistas Keynesianos, que não acreditavam que o capitalismo poderia se estruturar sem o auxílio externo do estado, a guerra seria esse "auxilio".

Essa visão deturbada da construção de riqueza foi contradita por Rothbard neste livro. Ele defendia que a seriedade do crash de Wall Street não era devida à licenciosidade irrestrita de um sistema capitalista bandido, mas à insistência do governo em manter artificialmente o boom injetando crédito inflacionário. Assim, a ação contínua dos governos Hoover-roosevelt colaborou com a perpetuação da crise, e não o capitalismo.

Na primeira edição da Introdução, Rothbard afirma que houve uma crise nos anos de 20-21. Essa foi aguda mas passou rapidamente, como algumas crises que ocorreram em anos anteriores. Porém a de 29 durou onze anos. O principal impacto da Grande Depressão no pensamento americano foi a aceitação universal de que a culpa era do “capitalismo liberal”. Apenas um governo forte agindo na economia poderia tirar as pessoas dessa crise. Esta é uma ideia que nunca foi provada, apenas é repetida ano após ano.

Alguns economistas como Ludwig von Mises provaram, antes de tamanhã ação estatal na economia, que a criação de crédito fácil criaria o fenômeno de bolhas econômicas. O que resultaria em crises. De tal forma que a primeira parte do livro pretende rebater algumas visões importantes que não respeitam esse conhecimento desenvolvido por Mises através de sua praxeologia.

A segunda parte do livro busca oferecer uma explicação a crise de 29 sem se ater a dados empíricos ou históricos, mas sim com uma abordagem a priori do problema. Diferente de áreas científicas, a área economia tem um sem numero de variáveis que torna simplesmente impossível isolar um evento e dizer que ele depende de determinada causa. Mesmo se o fosse feito, normalmente aqueles que acreditam em filosofia empírica diriam que "se tivesse mudado tal e tal coisa, teria funcionado, o que leva a analise empírica a um eterno sem resposta. Teorias nunca surgem de um caldeirão de estatísticas, mas sim de uma analise logica a priori de determinado problema. Os resultados disso poderão ser observados na realidade, como propôs Mises e, eventualmente, ocorreu. Este livro então vem a resolver essa escassez teórica do estudo das crises.


Primeira Parte - A teoria dos ciclos econômicos


Capítulo 1 - A teoria positiva do ciclo


Mises criou a teoria que explica o ciclo independente da existência de um, apenas por argumentos lógicos. Essa mesma teoria tem que explicar como que a economia funciona bem apesar dos ciclos, coisa que uma teoria intrinsecamente associada a observações históricas não pode fornecer.


Ciclos econômicos e flutuações econômicas

Ciclos e flutuações não são a mesma coisa. O primeiro é causado por ações que não são naturais. Uma flutuação pode ocorrer simplesmente por eventos que ocorrem anualmente, como a mudança de estações por exemplo. Supor que a economia ficaria igual em todos os períodos do ano sabendo que existem períodos de chuva, seca, ou mesmo questões como eleições e volta as aulas. Empresas agem diferente em diferentes situações, só assim conseguem manter seu lucro.


O problema: o aglomerado de erros

Diferentes relações de quantidade de dinheiro e demanda caracterizam a situação do mercado no que se refere a juros. Mas por é justamente quando aumenta-se a quantidade de dinheiro corrente e diminui o preço das coisas que a crise surge? Por que subitamente ocorre um aglomerado de erros que a fazem surgir? Este, em geral, são mais evidentes em indústrias que fornem matéria prima, construção e equipamentos para outras indústrias. Eles se expandem mais durante o "boom" e sofrem um golpe muito mais forte durante a depressão.


A explicação: boom e depressão

Ocorre por causa da intervenção. Existe uma taxa de juros natural associada a preferência temporal das pessoas. Ao colocar dinheiro falso na economia, muda-se essa relação. Vai parecer que a economia está mais preocupada com produtos de longo prazo. Assim vai haver investimento nisso. E isso ocorre porque a taxa de juros diminui quando tem dinheiro novo no mercado. Ela cria a ilusão de que a oferta de fundos poupados é maior do que na verdade é. Com o tempo, mantendo a preferencia temporal como era antes dos investimentos a longo prazo, os empresários percebem que esse nivelamento de dinheiro poupado e dinheiro no mercado não é um reflexo das preferencias das pessoas, mas sim devido a indução do estado mediante ao dinheiro extra impresso. Resumindo: Em suma, os empresários foram iludidos pela inflação do crédito bancário

A depressão então é a recuperação do processo regulado naturalmente por transações livres entre as pessoas no mercado. A razão dele continuar por muito tempo, como no caso de 29, é que os bancos chegam com o resgate. Eles, ao injetar mais dinheiro na economia, realimentam esse sistema de erros induzidos pela quantidade falsa de dinheiro no mercado.


Efeitos secundários da depressão: a contração deflacionária do crédito

A contração deflacionária do crédito ajuda muito a acelerar o processo de ajuste. A queda nos preços incentiva mais poupança e menos consumo ao alimentar uma ilusão contábil. Nas palavras do autor: Numa época de deflação, a ilusão contábil se inverte: o que parecem perdas e consumo de capital podem até significar lucros para a empresa, porque agora o custo de substituição dos ativos é muito menor. Esse exagero das perdas, porém, restringe o consumo e incentiva a poupança; uma pessoa pode achar que está meramente substituindo capital, quando na verdade está acrescentando investimentos à empresa.

Pode-se objetar que a contração de crédito induzida também acarretaria em erros. Sem dúvida isso ocorreria, porém em menor escala, se os empresários forem erroneamente induzidos a pensar que há menos capital disponível para investir do que realmente há, disso não se seguirão quaisquer perdas duradouras na forma de investimentos desperdiçados.



A política governamental para a depressão: Laissez-faire

O melhor que o governo pode fazer para terminar com a crise, tendo em vista tudo que foi dito é não interferir no processo de ajuste do mercado. Ele normalmente faz o contrário: impede ou retardada a liquidação, inflaciona ainda mais, mantêm elevados os salários, mantêm os preços altos, estimula o consumo e desincentiva a poupança e finalmente, depois de destruir totalmente com a classe empresarial que dá empregos, subsidia o desemprego. Talvez as únicas medidas governamentais (supondo que ele não deixará de existir) é diminuir impostos e contrair o crédito.


Para impedir as depressões

O governo é intrinsecamente inflacionário porque, ao longo dos séculos, foi adquirindo o controle do sistema monetário. Ter o poder de imprimir dinheiro (inclusive o poder de “imprimir” depósitos bancários) lhe dá o poder de servir-se de uma fonte imediata de renda. Vinculando o banco central como salvaguarda dos bancos normais, o estado acaba tendo total controle de quem irá salvar numa possível crise. E a segurança que a criação de crédito dá a curto prazo causa o apoio de todos para a continuidade dessa instituição.


Problemas na teoria austríaca do ciclo econômico

A presunção de pleno emprego

Se é verdade que os fatores desempregados não são agora desviados de usos mais valiosos como seriam os fatores empregados (já que eles estavam ociosos por causa da especulação, ou mal investidos em vez de empregados), os outros fatores complementares serão desviados para trabalhar com eles, e esses fatores serão mal investidos e desperdiçados.


“Sobre-investimento” ou “mal-investimento”?

O mercado desimpedido garante que uma estrutura complementar de capital se desenvolva harmoniosamente; a expansão do crédito bancário trava o mercado e destrói os processos que criam uma estrutura equilibrada.


Recorrência dos ciclos

Quando acaba a tempestade e chega a recuperação, os bancos e os governos têm novamente a liberdade de inflacionar, e começam a fazê-lo. Daí a recorrência contínua dos ciclos econômicos.


Para concluir, certamente ocorrerão flutuações irregulares em resposta a mudanças nas preferências e nos recursos do consumidor, e às vezes seu resultado serão perdas agregadas.

Mas a distorção regular e sistemática que invariavelmente termina num aglomerado de erros econômicos e na depressão – o fenômeno característico dos “ciclo econômico” – só pode vir da intervenção do sistema bancário no mercado.

Capítulo 2 - Críticas Keynesianas a teoria

Keynes foi um economista que ignorou totalmente os processos mercadológicos e criou uma teoria totalmente associada na benesse que é imprimir dinheiro. Isso por si só é um erro já explorado aqui. Mas além disso, ele crítica o método austríaco. Uma dessas críticas é que entesouramento (guardar dinheiro) faz mal a economia. Mas sabemos que A fim de investir recursos no futuro, ele precisa restringir seu consumo e poupar recursos.

Essa restrição é sua poupança, e por isso poupança e investimento sempre se equivalem.

Analisando o mercado, chegamos a conclusão que as proporções entre poupança, investimento e consumo são determinadas pelas preferências dos indivíduos; a proporção entre gastos e saldo líquido é determinada por suas demandas monetárias.


A “armadilha” de liquidez

Os keynesianos afirmam que a “preferência por liquidez” (demanda monetária) pode ser tão persistentemente alta que a taxa de juros não conseguiria cair o bastante para estimular investimentos suficientes para tirar a economia da depressão.

Como as pessoas precisam continuar a consumir, elas também têm de continuar a produzir, de modo que pode haver ajuste e pleno emprego independentemente do grau de entesouramento. A omissão da justaposição de entesouramento e consumo deriva, mais uma vez, da negligência keynesiana de mais de duas margens ao mesmo tempo e de sua crença errônea de que o entesouramento reduz o investimento, e não o consumo.


Salários e desemprego

Aqui o autor mostra a total associação de keynesianismo, sindicatos e desemprego. Ao aumentar artificialmente o salário mínimo a partir de lutas românticas de sindicatos, o empregador tem que tirar de onde não tem para empregar as pessoas, ou simplesmente não contratar ninguém. A única forma de que ele possa pagar sem sofrer prejuízo real seria se a quantidade de papel moeda aumentasse, a ponto que ele pagaria os valores, mas o valor real do dinheiro continuaria o mesmo antes do aumento salarial.

A especulação sempre é vista com maus olhos por aqueles que lutam pelos direitos do trabalhador.


Capítulo III - Crítica a algumas explicações alternativas para a depressão. Um dos efeitos das crises são as corridas bancarias, que é quando as pessoas, sem confiança na economia, vão ao banco e pegam suas reservas. Em geral, porém, as corridas bancárias só acontecem após uma depressão já ter enfraquecido a confiança, e isso certamente foi verdade em 1929. Esses casos, naturalmente, não são acontecimentos cíclicos, mas meras crises sem booms precursores.


Superprodução generalizada

A teoria austríaca explica esse aglomerado de erros e a valoração excessiva dos custos; a teoria da “superprodução”, não. Na verdade, houve superprodução de bens específicos, e não gerais. O mal-investimento causado pela expansão do crédito desviou a produção para linhas que se revelaram não-lucrativas (isso é, em que os preços de venda eram maiores do que os custos) e afastou-a das linhas em que ela teria sido lucrativa.


Subconsumo

Se o subconsumo fosse uma explicação válida para qualquer crise, haveria uma depressão nas indústrias de bens de consumo, em que os excedentes se multiplicariam, e, pelo menos, alguma relativa prosperidade nas indústrias de bens de produção. Todavia, geralmente se admite que são as indústrias de bens de produção e não de consumo que mais sofrem numa depressão. O subconsumismo não consegue explicar esse fenômeno, ao passo que a teoria de Mises o explica precisamente. Toda crise é marcada por mal-investimento e por subpoupança, não por subconsumo.


O Principio da Aceleração

Uma das falácias mais importantes do princípio de aceleração é seu salto inteiramente ilegítimo de uma única empresa ou indústria para a economia como um todo. Seu erro é semelhante àqueles cometidos pela grande maioria das teorias econômicas anglo-americanas: a concentração em apenas duas áreas – uma única empresa ou indústria e a economia como um todo. Essas duas concentrações estão fatalmente erradas, porque deixam de fora as áreas mais importantes: as inter-relações entre as diversas partes da economia. Somente uma teoria econômica geral é válida.


Carência de “oportunidades de investimento”

O que os investidores precisam, numa palavra, é de poupança; é esse o fator que limita o investimento. E a poupança, por sua vez, é limitada pela preferência temporal: a preferência pelo consumo presente e não futuro. As quedas em uma ou em diversas indústrias são contrabalançadas pela expansão em outras, com a transferência da demanda. Assim, a atenção a indústrias particulares nunca pode explicar os booms ou as depressões na economia em geral.


Doutrinas de qualidade do crédito

Na década de 1920 houve muita preocupação com os empréstimos dos corretores, e o aumento na quantidade de empréstimos para corretores foi considerado prova da absorção de crédito pelo mercado de ações. Mas um corretor só precisa de um empréstimo quando seu cliente lhe pede dinheiro após vender suas ações; sem isso, o corretor manterá uma conta-corrente em aberto sem necessidade de dinheiro vivo. Mas quando o cliente precisa de dinheiro, ele vende suas ações e sai do mercado. Por isso, quanto maior o volume de empréstimos que os corretores tomarem dos bancos, maior o grau em que os fundos estão saindo do mercado de ações, e não entrando nele. Na década de 1920, o alto volume de empréstimos de corretores indicava o alto grau em que a indústria estava usando o mercado de ações como canal para adquirir fundos poupados para investimento.


Excesso de otimismo, excesso de pessimismo

A psicologia empresarial portanto é derivativa da situação econômica objetiva, e não uma de suas causas. As expectativas econômicas portanto corrigem a si mesmas em vez de agravar a si mesmas.


Segunda Parte - O Boom Inflacionário: 1921-1929


Capítulo IV - Os Fatores Inflacionários

Aqui basta dizer que as estatísticas nada podem provar, porque elas refletem a operação de diversas forças causais. O que é importante é que as taxas de juros são mais baixas do que teriam sido sem a expansão de crédito. As estatísticas só podem registrar acontecimentos passados; elas não têm como descrever acontecimentos possíveis mas não realizados.


A definição da oferta monetária

Imediatamente se vê que as associações de poupança-e-crédito contribuem para a oferta monetária; elas se distinguem das caixas econômicas (excetuando sua concentração em empréstimos imobiliários) apenas por ser financiadas por cotas de ações e não por depósitos. Mas essas “ações” são resgatáveis à vista por seu valor nominal em dinheiro (qualquer aviso prévio é letra morta) e portanto devem ser consideradas parte da oferta monetária.


Inflação da oferta monetária, 1921–1929

O autor mostra uma série de tabelas onde deixa claro a politica inflacionária da época.


Gerando inflação, parte 1: reservas mínimas

A devida política do governo federal, então, seria apertar as restrições de política monetária que incidem sobre os bancos comerciais a fim de contrabalançar a expansão do crédito nas outras áreas; isso é, sem contar a reforma mais radical, que seria submeter todas essas instituições a manter 100% de reservas em dinheiro.

A alteração relativa de depósitos à vista para depósitos a prazo foi, portanto, um fator importante para a grande inflação monetária da década de 1920. Enquanto os depósitos à vista aumentaram 30,8% de 1921 a 1929, os depósitos a prazo aumentaram nada menos do que 72,3%! Assim, vemos, inequivocamente, que as categorias mais ativas de depósitos a prazo foram precisamente aquelas que mais cresceram na década de 1920, e essa correlação vale para cada categoria.

Assim, o principal fator gerador de inflação da década de 1920 foi o aumento no total de reservas bancárias: isso gerou a expansão dos bancos membros e dos bancos não-membros. O Federal reserve e seus fatores controlados ou não controlados por eles teve papel principal nesse crise. Por si, então, os fatores não-controlados foram deflacionários; a inflação foi claramente precipitada de modo deliberado pelo Federal Reserve. Finalmente é derrubada a alegação de que o que houve na década de 1920 foi tão-somente uma “inflação do ouro” não enfrentada ativamente pelo Federal Reserve. O ouro nunca foi o grande problema, e em nenhum dos sub-períodos ele foi o fator crucial para o aumento das reservas.

Uma análise mais profunda, porém, mostra que os bancos pagaram seus empréstimos tão rapidamente que os fatores não-controlados caíram US$ 303 milhões. Se o governo tivesse permanecido completamente passivo, portanto, as reservas dos bancos membros teriam caído em US$ 303 milhões. Em vez disso, o governo injetou ativamente US$ 462 milhões em novas reservas, levando a um aumento líquido de US$ 157 milhões.


Moeda do tesouro, notas descontadas

A política inflacionária de baixos descontos foi um traço dominante e importante dos governos Harding e Coolidge. Se o Federal Reserve induziu mudanças nos descontos por meio da taxa de redesconto, ele certamente deveria tê-la mantido numa “taxa de penalidade”, isso é, alta o bastante para que os bancos perdessem dinheiro se tomassem emprestado dele. Se um banco ganha 5% em seu empréstimo ou investimento, por exemplo, e o Federal Reserve coloca sua taxa de redesconto acima disso – a 8%, digamos – então um banco só vai tomar emprestado na pior das emergências, quando precisar desesperadamente de reservas. Por outro lado, se a taxa de redesconto fica abaixo do mercado, o banco pode fazer uma linda carreira só tomando emprestado, diga-se, a 4%, e emprestando a 5%.


Notas compradas – aceitações

Estas tiveram papel principal no alcance da crise. O Federal Reserve na prática deu empréstimos de conta margem aos corretores de aceitações, assim como acesso irrestrito a taxas subsidiadas, e deu esses privilégios a corretores que, naturalmente, não eram membros do Federal Reserve System. De fato, sendo banqueiros privados não-incorporados, os corretores nem sequer faziam relatórios públicos. O Federal Reserve Bank de Nova York tinha um ciúme tão curioso do segredo de seus favoritos que arrogantemente recusou-se a dar a um comitê de investigação do Congresso tanto uma lista dos corretores de aceitações de quem havia comprado notas quanto uma lista detalhada de aceitações estrangeiras por país. As autoridades do Federal Reserve Bank de Nova York não foram citadas judicialmente por desrespeito pelo comitê.


Títulos do Governo dos Estados Unidos

Outro traço novo e importante da década e 1920 foi a manutenção de um grande volume de dívida governamental flutuante de curto prazo. Antes da guerra, quase toda a dívida dos Estados Unidos estava consolidada em títulos de longo prazo. Durante a guerra, o Tesouro emitiu inúmeras notas de curto prazo, consolidadas apenas parcialmente numa data posterior. A partir de 1922, entre meio e um bilhão de dólares de dívida de curto prazo do Tesouro ficou em circulação nos bancos, tendo de ser refinanciada periodicamente. Os bancos membros eram incentivados a manter o máximo que podiam desses títulos: o Tesouro mantinha depósitos nos bancos, e eles podiam fazer empréstimos junto ao Federal Reserve, usando os certificados como garantia adicional. As compras de mercado aberto do governo federal também ajudaram a manter baixas as taxas no mercado de títulos do governo. O resultado foi que os bancos possuíam mais dívida do governo em 1928 do que possuíam durante a guerra. Assim, o Federal Reserve, ao usar diversos meios para estimular o mercado a receber a dívida flutuante do governo federal, contribuiu para aumentar o ímpeto inflacionário.


Capítulo Finais

O autor faz uma análise histórica sobre o que ocorreu devido as ações do estado na economia na época. Diferente da crise de 21, nesta o presidente Hover teve ação intensa. Ele tentou controlar a crise que estava por vir criando mais moeda fiduciária. Com isso ele tentava diminuir a ação da crise no bolso dos cidadãos. Ele propôs aos empresários não diminuir o salário das pessoas. Assim, antes de 29 a condição das pessoas estava estável. Porém essa benesse não durou muito, quando a crise começou todos tiverem sérios problemas financeiros. Por controlar o salário mínimo por decreto, isso criou um sério desemprego. Foi também controlando o juros que criou nos empresários o intuito de gastos desnecessários com produtos que dariam lucro a longo prazo, o que não era uma boa ideia perto da crise.

O autor conclui a obra com um breve resumo da visão progressista de economia, com seus Federal Reserves, em contrapartida do laissez-faire da economia clássica: Hoover enfrentou o desafio da Grande Depressão agindo de maneira rápida e decisiva, na verdade quase que de maneira contínua durante seu mandato, colocando em prática “o maior programa de ataque e de defesa” contra a depressão jamais tentado nos Estados Unidos. Bravamente ele usou todos os “instrumentos” da economia moderna, todo experiente da economia progressista e “esclarecida”, toda faceta do planejamento governamental, para combater a depressão. Pela primeira vez, o laissez-faire foi posto de lado com ousadia, e todas as armas governamentais usadas em seu lugar. Os Estados Unidos haviam despertado, e agora estavam prontos para usar o estado em sua força máxima, liberto das velharias do laissez-faire. O presidente Hoover foi um líder ousado e audacioso desse despertar.

Segundo cada um dos dogmas “progressistas” de nossa época, ele teria terminado seu mandato como um grande herói; em vez disso, ele deixou os Estados Unidos na mais absoluta e completa ruína – ruína essa sem precedentes em duração e em intensidade. Qual foi o problema? A teoria econômica demonstra que somente a inflação governamental pode gerar um ciclo de boom e depressão, e que a depressão será prolongada e agravada pela inflação e por outras medidas intervencionistas. Ao contrário do mito do laissez-faire, mostramos neste livro como a intervenção do governo gerou o boom insustentável da década de 1920, e como a nova orientação de Hoover agravou a Grande Depressão com medidas de enorme interferência. É preciso, finalmente, retirar a culpa da Grande Depressão dos ombros da economia de livre mercado, e colocá-la em seu devido lugar: diante dos políticos, dos burocratas e da multidão de economistas “esclarecidos”. E, em todas as outras depressões, passadas ou futuras, será sempre a mesma história que teremos.

 
 
 

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