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A Ideia de uma Sociedade Cristã - T. S. Eliot

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 31 de jul. de 2021
  • 7 min de leitura


A Ideia de uma Sociedade Cristã - T. S. Eliot - Resumo


Introdução

O autor dessa introdução cita que algumas das ideias propostas por Eliot são ultrapassadas, tanto pela ótica de um governo laico, quanto pelo ponto de vista econômico (pois este propunha a volta a vida agraria). Este cita que Eliot sonhara com uma igreja com os mesmos poderes do partido comunista e nazista.

Em seu texto, o autor deixa claro que formas humanas de estrutura de governo, incluindo as melhores, como conservadorismo e liberalismo, sofrem de problemas. Nota-se que no fim da sua vida ele, ao alcançar certo grau de santidade, viu felicidade em pontos que sua mente estatista atual não conseguia alcançar.

Ao compararem sua obra com "Cidade dos Anjos" de Santo Tomás, ele cita que diferente da obra deste, sua "cidade" tinha espaço para todos os habitantes, mesmo aqueles sem a revelação cristã. Finalmente, cita que é mais importante o sentir do que acreditar: "Uma crença na qual você não mais crê é algo que, até certo ponto, é possível entender, mas quando o sentimento religioso desaparece, as palavras por meio das quais os homens expressaram-no com satisfação tornam-se desprovidas de significado."



Prefácio

Uma mistura de sentimento e pensamento em religião pode causar resultados inconvenientes. O autor propõe uma sociedade cristã, mas não a partir do seu desejo, mas como ela deveria ser para poder existir e qual seria sua relação com o mundo atual (lembrando que ele é da década de 30). Os tratados antigos dos grandes pensadores não servem para o proposito, pois não previam as mudanças do mundo atual. No momento o cristão são uma espécie de minoria, em relação aos pagãos e ateus.

No momento estamos "santificando" a democracia. Quando um termo passa a ser universalmente santificado e utilizado como "democracia" está sendo, esse começa a não significar mais nada, já que significa tantas coisas. Por mais que muitos acreditem que só a democracia e alinha com a moral cristã, a própria Alemanha nazista utiliza o termo. Mesmo aqueles regimes totalitários citam que o mundo ocidental não é nada além de uma oligarquia financeira. O que ele procura não é uma um programa para um partido, mas sim para o comportamento das pessoas. Por tanto, qualquer solução ética libertária não é suficiente.

Um dos problemas do fascismo é o paganismo, este que é refletido no industrialismo, criando pessoas alienadas da tradição, religião e suscetíveis a instigação de massas. Nas palavras do autor, ele cita o que seria de um mundo sem religião como linha para a moralidade: "Uma sociedade cristã somente torna-se aceitável depois de examinadas cuidadosamente as alternativas. Podemos, é claro, simplesmente mergulhar em um declínio apático: sem fé, e, portanto, sem fé em nós mesmos, sem uma filosofia de vida, seja cristã ou pagã, e sem arte. Ou podemos ficar com uma "democracia totalitária", diferente, porém, com muito em comum com outras sociedades pagãs, porque teremos mudado, passo a passo, par a acompanha-las: um estado de coisas em que teremos arregimentação e conformidade, sem respeito pelas necessidades da alma individual, o puritanismo de uma moralidade higiênica em home da eficiência, uniformidade de opinião por meio da propaganda, e a arte encorajada apenas quando elogia as doutrinas oficiais da época." Pacifismo cristão não é fugir a luta, mas lutar por aquilo que vale a pena.

Uma educação cristã não forçaria as pessoas a pensarem por categorias cristãs, como numa falsa fé, apenas as ensinaria de fato. Isso passa pelas emoções que, numa sociedade industrializada é tão difícil de cultivar, pois no fim das contas, emoções religiões são santificações de emoções domesticas e sociais.

Como obter a sociedade cristã? Duas simplificações para isso não são soluções: uma delas seria voltar a um estado agrário de fato, a segunda seria aceitar o mundo moderno e adaptar o mundo cristão a ele. Um cristão ficar feliz apenas com a liberdade de culto é um erro, o certo é que a sociedade tenha como, a virtude e o bem-estar da comunidade é reconhecido por todos, e o fim sobrenatural por aqueles que querem vê-lo, ou seja, permitindo assim a vivencia de não-cristãos. Em toda sociedade totalitária a educação foi moldada a ideologia do estado, na sociedade cristã ela seria livre.

Para o autor, a censura é algo que atrapalha a arte. Sendo assim, numa sociedade democrática, a arte floresceria, a menos que "democracia" venha a significar algo diferente (percebemos isso na falta de arte de qualidade nos dias atuais e na falta de sentido que a palavra democracia toma a cada dia que passa). Tal qual na arte e na cultura, não é possível esperar continuidade na política a menos que ela esteja fundamentada em alguma filosofia política. Toda bagunça decorrente dessa falta de filosofia pode desaguar num culto ao líder estatal (que é mais fácil de ser adorado do que qualquer lidar "financista" que o mantenha).

Existem países que não tem, ou não demonstram, qualquer problema cultural referente a uma mescla de religiões, isso se dá principalmente em países onde nunca existiu uma religião oficial (Estados Unidos e Brasil são exemplos). Países como esse tendem naturalmente ao paganismo, enquanto os outros acabaram criando a solução falha do estado-nação para resolver seus problemas atuais (falha pois foi uma solução vista necessária para o fim das guerras religiosas, mais criou guerras ainda maiores, como a Primeira e Segunda Guerra mundial). A tensão entre estado e religião é a marca da sociedade cristã, pois historicamente só nessa sociedade ela existiu. Quando a igreja e Estado discordam completamente, tratasse de um sistema de doença da sociedade como um todo, quando concordam totalmente, há algo de errado com a igreja. Não há como existir uma convivência perfeita entre os dois, a crença religiosa é imutável, enquanto no estado, devido a sua ética relativa, é sempre dado em função do tempo, do indivíduo ou do país em questão. Ou seja, observar os problemas internas a luz de um relativismo com países "piores" é um erro. Vida natural e vida sobrenatural tem uma sinergia que não ocorreu com a vida mecânica urbanizada. É nessa vivencia de elementos bucólicos que podemos lutar contra a secularização que causa a ascensão de impérios como os de Hitler e Stalin, afinal, esses surgem num vácuo criado pela falta de fé, vida social e interior. A falha é ver o erro apenas nesses países, nessas situações e não interiormente, é se aproximando e vendo o erro próprio, e não relativizando o erro da sociedade que se está em relação as piores, que chegamos próximo do pensamento cristã.


Ensaio 1 - Uma Sociedade Subcristã?

O autor desse ensaio elogia Eliot por escrever o que poucos conseguem expor em palavras, e analisar as experiências não pela emoção, mas pelo pensamento.


Ensaio 2 - Para uma Grã-Bretanha Cristã

Não estamos cumprindo nosso dever para com Deus se somos indiferentes à injustiça social, ou se negligenciamos nosso próprio desenvolvimento moral e espiritual, não podemos cultivar nossa natureza e permanecer indiferentes a Deus e aos outros, por consequência, não podemos construir uma ordem social cristã. Ocorre que aqueles que não estão alinhados acabam achando que são suficientes para descrever uma nova sociedade, dando espaço para ideias de utopias na Terra.

Evoluir o indivíduo passa pela educação que vem dos pais, mas as crianças são melhores imitadores que compreendedores de ideias, por tanto, se queremos uma sociedade cristã é necessário que os pais ajam como cristãos e não apenas falem sobre.


Ensaio 3 - Virtude Cristã e Virtude natural

Antipatriotismo é algo nunca bem visto em nenhuma região. Ser patriótico é ter apego ao ambiente natural e ao que foi construído, as pessoas ao passado ao futuro, ou seja, ser um conservador.


Ensaio 4 - Liberdade em Tempo de Guerra

Ao analisar a Segunda Guerra Mundial, Eliot cita que alguns correspondentes e ex-presos disseram que não foram marginalizados como imaginado pela América, um deles falou "Eu não sabia que tantos judeus eram nazistas".


Ensaio 5 - A diversidade da Opinião Francesa

O Papo Leão XIII dizia que a única forma de governo compatível com a região católica era a monarquia. Esse tipo de envolvimento da igreja com o estado moderno causou algumas situações curiosas, como a Itália, por exemplo, apoiar a Alemanha.


Ensaio 6 - A Educação Cristã da França

As palavras da Revolução Francesa: Liberdade, igualdade e fraternidade, é apenas um memorial para o tempo da revolução: Família, trabalho e pátria. A substituição é acima de tudo, uma nota de repudio aos valores da segunda.


Ensaio 7 - Educação em uma Sociedade Cristã

Eliot cita que é melhor que as crianças estejam na escola do que sendo "alienadas" nas indústrias. Porém não é qualquer educação que serve para essa missão. A educação "democrática" é superestimada. Ela é sempre comparada com a ausência dela, e não com qualquer coisa positiva ou possivelmente melhor. As oportunidades e igualdades que esses sistemas dão, tal qual a educação, são sempre vistos apenas em seus pontos positivos. Quando se oferece oportunidade se está assumindo uma responsabilidade muito séria. Apesar de um indivíduo nascer no liberalismo, ele pode viver no totalitarismo, isso ocorre ao não se dar o devido valor a família e outros elementos contrários a atomização.


Ensaio 8 - A concepção Cristão de Educação

É possível uma concepção adequada e resoluta de educação sem a liderança da igreja? O humanismo, em sua preocupação com o indivíduo, é derivado do cristianismo.


Ensaio 9 - Sobre o Lugar e a Função da Intelectualidade

A intelectualidade, se existe deve ser uma elite e não uma classe. Homem algum pode mudar sua classe, mas seu esforço pode fazer seus descendentes mudarem a deles.


Ensaio 10 - Revelação

Trata da importância do conhecimento relevado (e não provado) em concepções filosóficas. O que é cristão e não cristão não é fácil de observar, uma vez que nem todos que negam Jesus são contra uma sociedade formada pela sua moralidade, e alguns que o amam não vivem vidas com essa moralidade. O primeiro elemento de confusão confundir secularismo com racionalismo, essa última palavra que hoje tem uma série de significados.

As pessoas hoje em dia, de um modo geral, vivem vidas sem pensar em fins, apenas vivem de felicidade em infelicidade. A conversão ao cristianismo vai exatamente na contracorrente disso. Pois quem os buscam normalmente estão insatisfeitos com a filosofia secular. Uma conversar ao comunismo, ao contrário, é simplesmente uma fuga de um extremo para cair no outro. Alguns buscam o transcendental de forma experimental, como os budistas por exemplo, curiosamente boa parte de seus escritos compara muito do caminho do nirvana com o cristianismo.

Sócrates dizia que apenas começamos a aprender quando temos noção de nossa ignorância. Isso leva a alguns comunistas, como Aldous Huxley, não ser contra o cristianismo em si, apenas cético. O homem educado é assim, ele tem uma ideia do mundo que o envolve historicamente, leva tudo isso em conta, e também leva em conta o conhecimento que não tem, dos livros que não leu, isso é ter compreensão da própria ignorância e fundamento da humildade.

Ter uma religião má é melhor que não tela pois "aqueles que deixam de acreditar em Deus, acabam acreditando em qualquer besteira, a pior delas é "si mesmo"". As filosofias sem revelação acabam sendo algumas das piores possibilidades para os sem fé. Em especial elas se caracterizam pela instabilidade, recorrência história, evocar um oposto e a busca por resultados imediatos. Concluindo, revelação e não se adaptar sem pensar é necessário para o cristão.


 
 
 

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