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A Longa Marcha da Vaca para o Brejo - Olavo de Carvalho - Resumo

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 25 de jan. de 2022
  • 18 min de leitura


A Longa Marcha da Vaca para o Brejo - Olavo de Carvalho - Resumo


Prefácio



O livro se divide em artigos de jornal que não foram publicados, citando dos mais diversos temas, em especial crítica aos intelectuais de esquerda e, na segunda parte, uma série de artigos sobre violência ocorrida contra alguns estudantes da PUC que citaram verdades históricas inconvenientes sobre a escravidão no mundo.

Olavo não foi um acadêmico, para ele a filosofia era um estado de consciência, e não via como conservá-la no meio acadêmico brasileiro. Porém, ele entrou num segmento da PUC, influenciado por um grande padre que fugia do estereótipo de intelectual brasileiro como conhecemos. Esse senhor era da Letônia, quando esse país se livrou das amarras da União Soviética, ele voltou a sua terra para passar um tempo e morreu, como Olavo cita, "de felicidade". Depois disso, esse setor mais inteligente da PUC voltou a ser liderado pela intelligentsia esquerdista de sempre, e assim o autor parou de frequentar o local. Essa é a PUC, um lugar que não é pontifício, pois não faz pontes entre Deus e o homem, não é Universidade, pois não se abre a universalidade de ideias, e definitivamente não é católica.


A espantosa falta de espanto



O assombro, de acordo com Aristóteles, é a mãe do desejo de compreender, não o assombro emotivo, esse interioriza as pessoas, fazendo-as fugir da verdade. A mais assombrosa violência vem da facilidade com que os intelectuais tentam impor que a ignorância brasileira vem de elementos que qualquer pessoa poderia dizer quais são resumidos em pequenas frases. As desculpas aqui são sempre as mesmas: desigualdades sociais, baixos salários etc., elementos que são presentes em países como Cuba e Índia, e não por isso gera ignorantes como aqui. Os intelectuais não levam em conta que, como criadores do imaginário comum, como eles mesmos os autodenominam, parte da culpa do comportamento bárbaro e sangrento do brasileiro deve cair sobre eles. A evocação do respeito, da falta de ética, exaltação histérica dos próprios direitos em relação a uma sociedade má, a criação por parte deles de vítimas sociais, que a partir disso criam um auto complacência, que os fará se tornar carrascos.


O imbecil imitativo



Pessoas que não gostam do autor sempre parasitaram suas obras. Como por exemplo pessoas do programa Caros Amigos, que criticam Olavo, mas não sentem nem um pingo de culpa por defenderem a decadência cultural e evoluirá por meio de teses universitárias, artigos, ensaios etc. que só emburrecem as pessoas. É desse tipo de programa que surge o politicamente correto que é substância corrosiva para os "apóstolos do mal" destruírem tudo que foi construído em milênios de civilização.




A reforma do senso comum



Senso comum é aquele mar de elementos que nos faz entender o mundo e as pessoas de forma mais natural. Antonio Gramsci, intelectual influente na esquerda brasileira, tentava encucar em sua filha um ódio ao capitalismo por meio de manipular o senso comum desta com histórias de contos de fada. Para ele, o senso comum não era algo que surgiu naturalmente das necessidades de sobrevivência e civilidade, mas sim ferramentas culturais para a dominação da classe dominante. Sendo assim, em sua obra Gramsci tenta destruir isso. Se o proletário não adere a revolução é por resistência inconsciente, sendo assim, deve mudar suas percepções, reações instintivas, vocabulário, tudo à luz da doutrina socialista. Sendo assim, tudo vira política, mesmo a ação de idiotas, como os que queimaram um índio há um tempo atrás, pode ser visto como um tipo de consequência da ideologia burguesa.


A longa marcha da vaca para o brejo



A esquerda não luta mais pelo governo, mas sim pela posse definitiva do Estado. Para esse fim, ela notou que a ética é um elemento importante para a população brasileira, assim (antes de escândalos como mensalão e petrolão) ela tomou para si o monopólio da luta contra a corrupção, mas a esquerda na verdade usa isso para destruir qualquer liderança liberal que surja. A ocupação de esquerdistas no serviço público faz hoje esses serem mais respeitosos a CUT do que ao governo que esteja no poder (a menos que ele seja de esquerda).


O pajé



Uma analogia é feita entre o pajé, aquele que como maior milagre era fazer os outros acreditarem no seu poder, e os intelectuais de universidade, que nunca fazem nada realmente útil em pesquisa (aquelas que tem frutos normalmente vem da iniciativa privada e dos militares), mas são vistos como inteligentes. De tudo que produzem, o pior fruto sempre é a guerra, pois são os intelectuais que alimentam as ideologias que acabam criando guerras (em especial criaram a maior guerra da história), enquanto quem leva a culpa por isso são os militares, que caninamente obedecem aos intelectuais.


O culto do Che: solução do enigma



A adoração por Che Guevara é no mínimo ridícula, desde a questão da barba rala de adolescente até as frases "no perder la ternura" que é um clássico do militante de esquerda pedante e cruel. Por que, então, é muito mais fácil criar um vínculo com essas ideologias de esquerda que acabam por escravizar, matar e destruir riqueza, e não pelo liberalismo, que criou todo o conforto que hoje usufruímos? Enquanto o intelectual liberal tenta buscar soluções para os problemas reais, o de esquerda tenta moldar os símbolos e a cultura para ser aceito pelo coletivo. Por não ser totalmente necessário, é assim mais influente na mente, principalmente por meio de intelectuais que eles próprios não vivem na realidade, sendo assim moldados por imagens mentirosas como o de Che, um guerrilheiro covarde que só matava aqueles que já estavam neutralizados, fazendo assim o esquerdista entrar na velha dicotomia: exibir como objeto de cultuo aquilo que no fundo é motivo de vergonha.


A gerência geral do espírito



Estamos entrando numa era onde o homem normal não pode mais contar com uma mente livre para ser seu diretor espiritual, mas sim alguém que depende de alguma agência globalista. Essas pessoas querem criar uma ética universal, que não levará em conta as idiossincrasias de determinados lugares, conquista que nem mesmo um Kant ou um Leibinz conseguiu. Além disso, querem que a desobediência à essas regras sejam vistas como crime contra a humanidade.




Escrever e gritar



Existe uma luta contra a formalidade gramatical, demonizada e dita como instrumento do controle burguês, curiosamente não se leva em conta que para matar um milhão de pessoas na Revolução Francesa, esses críticos não precisaram mudar palavra alguma. Quando a formalidade nas palavras não é levada a sério, como no Brasil, a perda de produtividade é alta. Pesquisas em empresas mostram que avisos dados de forma escrita por aqui não são levados a sério, tendo que então, ser novamente expostos de forma falada.


Um povo sem espelho



Em vários anos de literatura brasileira, ninguém nunca se prontificou a descrever como realmente funciona o imaginário do nosso povo. As características que nos destacam no resto do mundo, como Carnaval e Futebol, não são suficientes para nos descrever, há, para o autor elementos que consideramos ser universais nas pessoas, mas é bem próprio do brasileiro. "Um deles é o realismo [...]: nada faz um brasileiro se sentir mais adulto do que a oportunidade de insuflar desânimo num jovem empreendedor. Outro é a mistura de adoração hipócrita e desprezo secreto pela cultura superior: nosso culto idolátrico dos escritores, significativamente desacompanhado de qualquer interesse pela leitura de seus livros. Outro ainda, o ódio ao criminoso sem correspondente desamor ao crime [...]. Para completar, o preconceito antigramatical, que já mencionei em artigo anterior desta série, mesmo nos meios universitários, quem quer que conjugue os verbos corretamente se torna objeto de chacota." Em especial, nossa intelligentsia tem um vício em imitar americanos em questões sociológicas, como por exemplo em questões de racismo. Como é possível reduzir todo o espectro de atitudes e palavras relacionadas ao negro no Brasil com as mesmas ferramentas utilizadas nos Estados Unidos, país onde a história desse povo é completamente distinta da nossa?




Fariseus hipócritas



Por mais que digam que o brasileiro é um povo caridoso, ele não é. A imagem da pessoa que menospreza um mendigo, mas depois doa no "Criança Esperança" ou na igreja, saindo depois dessa ação se sentindo tão santo como algum canonizado pela igreja é comum. E isso só irá continuar enquanto o brasileiro se ver refém de governos que praticam o estado de bem-estar social.

Caridade não é algo "matematizavel" não é a mesma coisa doar de forma "higiênica" do que sentir a dor daquele a quem ajudamos. Corremos o risco de nos tornarmos o povo mais hipócrita de todos.


Pé e cabeça



Olavo retrata dois tipos de brasileiros. Primeiramente o pobre e inculto, que por meio de noticiários (elemento inconcebível mesmo para os reis mais ricos de um século atrás) se vê não tendo nem a inteligência nem a riqueza daqueles que assiste, concluindo assim então que é excluído e descriminado. Em segundo lugar, há o brasileiro que tem o mínimo de estudo, aquela quantidade suficiente para lhes fechar a porta da religiosidade, mas não o suficiente para a abrir de novo por meio da filosofia. Novamente por meio da mídia ele se informa dos mesmos elementos e conclui, por influência marxista, que cultura é um roubo e o homem culto é um ladrão, sua cultura é um instrumento para controlar os pobres e assim enriquecer por meio deles.


Um cabo de dupla identidade



Tudo que se torna lei no Brasil é importado da ONU e Unesco, para nós parece natural, mas essa é uma agenda progressista que vai de encontro com os valores da sociedade ocidental. Sendo assim, elementos bem brasileiros com o "jeitinho" ou mesmo casamento entre raças diferentes pode parecer um absurdo, quando ações relacionadas a isso não estão mediadas por um Estado que tudo envolve e tudo controla por meio dessas regras globalistas.


As prostitutas no dicionário



A norma culta adaptada pelo Estado para servir ao politicamente correto tenta quebrar o significado das palavras por meio da lei juspositivista.


A autoridade do Sr. Giron



Olavo de Carvalho sempre é criticado pelo típico intelectual brasileiro: aquele que resume um autor pelo o que os seus pares, ou o jornal de esquerda diz, sem ler a obra. Ao ser convidado a criticar os comentários de um livro de Olavo sobre Schopenhauer, este jornalista acaba dizendo apenas os velhos chavões sobre o autor, sem saber que em sua obra, Olavo critica Schopenhauer, e não o "estimula com esteroides" como disse o intelectual. Olavo é citado como um "cão raivoso" quando na verdade em suas críticas ele "escreve gargalhando" tal qual Shaw e Chesterton. A filosofia, tal como Aristóteles propôs, sempre teve um caráter irônico, afinal a estupidez humana é um elemento de riso por definição, e este mostra a nossa verdadeira face.


Verdade sem dono



Se existe algo de maligno, está na transformação do que se entende por verdade. Hoje, para que algo seja considerado verdadeiro, a busca interior não tem significado nenhum, apenas a concordarão da maioria, como se ser testemunha única de um crime fizesse esse ser menos verdade por não ter sido visto por mais pessoas. Mesmo a igreja, que por vezes injustamente foi dita como manipuladora, sempre deixou o indivíduo como elemento principalmente a busca da verdade. Percebe-se os efeitos diabólicos da destruição do conceito de verdade nos últimos anos, e o uso do Estado para ganhar poder por meio disso. No Estado não importa a verdade, e sim aquilo que os positivistas concordarem como certo, como se seus escritos numa constituição fizessem algo se tornar real ou direito do nada.

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Totalitarismo cético



Os neocéticos tentam destruir o conceito de verdade, dizendo que esse sempre foi utilizado como instrumento da burguesia para controle mental das pessoas. Utilizam-se mesmo de mitos, como o de Adão e Eva, reinterpretando, citando que a busca da verdade foi o motivo de queda dos dois. A desconstrução não é uma ferramenta para obtenção do conhecimento, mas a destruição deste. Isso se encaixa com o meio político, pois para eles não é necessária verdade, apenas controle, e também não é necessário convencer as pessoas pela lógica, apenas pelo poder.


Compulso irreprimível


Olavo acha curioso que as pessoas o consideram agressivo ao escrever, sendo que, na realidade, ele escreve rindo da ignorância alheia.


Aprendendo a ler


Autores como Graciliano Ramos, apesar de ter uma obra complexa para o leitor brasileiro atual, é visto pelo militante de hoje como um defensor da reforma agrária, onde na verdade em suas obras ele trata de problemas da natureza humana. Os leitores de sua época, ou da época de Machado de Assis por exemplo, eram poucos mas liam melhor que os atuais.


Assombrações equídeas

O Brasil sempre está atrasado, mas não só nos elementos que todos conhecemos bem, mas também em elementos culturais: as teorias falecidas na Europa estão mais vivas que nunca aqui. Em 1930 fizemos uma revolução inspirada no positivismo, que não se ouve onde nasceu desde o século XIX. O espiritismo é uma religião nacional, mas também não existe na Europa a séculos. Antonio Gramsci criou toda o marxismo cultural que assola as nossas universidades, mas é ignorado fora daqui. Em especial, aqui se acredita que o esquerdista é superior intelectualmente. Ao passo que Olavo os crítica, igual os próprios criticam empresários ou políticos, eles sentem aquilo que nunca imaginaram sentir, por isso surtam com a sua obra.


A verdadeira cultura negra

O capítulo começa com uma pergunta: Como é possível que negros como Aleijadinho, Golçaves Dias, Machado de Assis, Lima Barreto entre outros puderam subir tão longe, numa sociedade escravocrata, enquanto seus netos e bisnetos não conseguem absolutamente nada numa sociedade livre e que, pelo contrário, dá vantagens estatais aos negros (como cotas, por exemplo). Em especial a "cultura" criada e caracterizada como negra hoje em dia nem pode ser descrita como cultura (funk, samba, e obras politizadas da esquerda).


Experiência fatal: oitenta anos da Revolução Russa

A conclusão da experiência foi: quando todos os meios de adquirir poder forem politizados e estatizados, não haverá mais nenhuma limitação ao poder de Estado. Isso não é política, pois a liberdade ontológica é de onde deriva a liberdade política.


Cinco Profetas

Desde o começo do século já se notava que a briga política estaria entre o comunismo e o "americanismo". A terceira via, nazismo, era uma mistura de comunismo com racismo histórico que não teria como dar certo. Apesar dos comunistas defenderem a suposta igualdade de todos, o que derivou disso, o estado de bem-estar social, só ajudou o estado americano. Houveram 5 autores que previram tudo isso antes de acontecer (ele não inclui os austríacos pois, apesar de terem previsto todos os problemas econômicos do comunismo, acreditavam que toda a cultura se moldava a economia). Alex de Tocqueville, em sua obra Democracia na América, foi um destes. Notava que esse apelo a democracia era uma espécie de igualitarismo atroz, que se assemelharia cedo ou tarde com o comunismo. A realização dessa igualdade causaria um bem-estar um pouco maior para a maioria em detrimento da própria dignidade humana.

Jan Huizinga não apenas descreveu antecipadamente toda a ideologia que nos domina, como compreendeu que americanismo e comunismo eram dois lados da mesma moeda. A negação da autonomia, corroborada cientificamente por obras como as de Freud e de Pavlov. O estado saia ganhando, tanto no americanismo, pois se colocava acima do domínio moral, e na União Soviética pois encarnava "desenvolvia" a história.

José Ortega y Gasset, por mais que seja compreendido como um autor progressista por alguns, na verdade é o contrário. Em sua obra "rebelião das massas" ele mostra a revolta dos piores contra os melhores, tudo por pequenas lisonjas e confortos, fenômeno comum no consumismo e no comunismo.

Bertrand de Jouvenel propôs que haveria um vínculo entre grandes empresas e os estados, quando vemos que isso é os modos operandi do mundo como um todo, vemos que ele estava certo.

René Guénon, apesar de indiferente a política, previu muito do que aconteceria por meio de bases hinduístas: a profusão de novas seitas new age, crime organizado etc.


Mensagem aos sobreviventes

Apeorokalia quer dizer "falta de experiência das coisas mais belas". Muitos filósofos falavam disso antigamente. Platão dizia que ninguém saia da caverna, Aristóteles dizia que os ritos não existem para compreende-los, mas para deixar uma impressão em nossa alma. Essas ações estão associadas, como dizia Scruton, ao Lebenswelt, que é a dimensão transcendental por trás do materialismo de uma ação, dimensão essa que só seres conscientes podem obter (ao olhar para uma pintura, não vemos apenas a mistura das cores, mas uma face que nos remete uma série de sensações). Jung estudava esses rituais e seus efeitos na mente coletiva. Sem essa dimensão transcendental, o ser humano entre em contato com uma série de dados e não os consegue captar em absoluto, reduzindo toda existência a um materialismo, que por ventura desagua em niilismo, depressão, ateísmo, esquerdismo, etc. Consequência mais diretas disso é que "misticismo" hoje em dia é só conhecido por meio de filologia (estudo de textos) e intimidade é apenas o contato sexual, cada vez mais comum, entre duas pessoas.


A mensagem de Viktor Frankl

Viktor Frankl foi o maior psicólogo do século XX. Ele sofreu nos campos de concentração, mas nem por isso deixou sua humanidade de lado. Sua teoria da psicologia tinha como foco a finalidade o sentido da existência, sentido esse que é dado por Deus. Apesar de haver uma série de prisioneiros no campo de concentração que agiam como verdadeiros porcos, os que melhor se portavam eram aqueles com um forte sento de dever. O segredo da força desses homens os mantinham sãos, enquanto os que não tinha, se entregavam o sentimento de viver uma futilidade absurda.

Frankl percebia que algumas neuroses se curavam quando a pessoa as tratava com atitudes unicamente humanas, como rir da situação ao observa-la como ridícula. Ele chamava essas doenças de noogenicas. Dizia Frankl: "O homem pode suportar tudo, menos a falta de sentido". A esses tratamentos, chamou de Logoterapia. Uma mente fechada em si mesma cria esses problemas. Quando se abre a um sentido transcendental (não dado pela cultura) começa a agir como um humano completo. Esse dever é aquilo que responde à pergunta: "o que apenas eu mesmo posso fazer?".

De seu ponto de vista privilegiado percebeu uma aliança que os intelectuais não querem admitir, entre a cultura materialista, progressista, democrática, cientificista e a barbárie nazista. Afinal, não é apenas coincidência que no século que mais se quiser negar em suas teorias a autonomia humana também fosse o mais empenhado e criar mecanismos para controla-la.


Estatais do pensamento

Olavo discute o fato de filósofos serem "contratados" pelo estado por meio de concurso público. Sendo filosofo aquele que pensa defini-lo como uma pessoa que teve competência de passar numa prova, que de uma forma geral é controlada por funcionários estatais que podem escolher melhor ou pior filosofo apenas por conceitos subjetivos, é no mínimo estranho. Quanto mais garantido os empregos desses filósofos, mais defensores de ideais absurdas e do estado o são.


Miséria da filosofia nacional

Quando alguém fala que tem interesse em filosofia, não se pensa em qual área este estuda, mas sim em qual área este trabalha. Entre e sai da faculdade o aluno de filosofia sem realmente aprender a filosofar, mas sim aprende a como entrar na roda do financiamento estatal.



Opção preferencial pela morte

Algumas linhas de pensamento criaram a ideia que os elementos transcendentais ao pensamento são mais importantes e geram determinadas ideais. Esse tipo de pensamento desvirtua certas discussões, como, por exemplo, a do aborto, afinal, todo questionamento em referência a este só existe pois existe o aborto, e não o contrário. Como não há uma definição exata de onde começa a vida, existe, minimamente, uma possibilidade de 50% de quem comete aborto estar assassinando um inocente. Ou seja, até que ponto a mentalidade de uma pessoa deve ter sido alterada para considerar a possibilidade de, no mínimo, 50% a se tornar um assassino. Esse tipo de consequência vai moldando o pensamento social, o que leva, por exemplo, a Bill Clinton dar asilo político a homossexuais, mas negou asilo político a médicos chineses que se negaram a cometer aborto. Nas palavras de Olavo: "Bernanos dizia que a democracia não é o oposto da ditadura: é a sua causa. O festival de "direitos" barulhentamente exigidos por grupos de interesses e alegremente concedidos pelo Estado acabará produzindo, pelo efeito conjugado das obrigações correspondentes e das consequências globais mal previstas, a mais indestrutível das tiranias.


Cultura e poder

Segundo a análise de Roberto Campos, o tempo médio que transcorre até que uma guerra cultura se traduza em ganhos políticos é de trinta anos. Foi assim nos Estados Unidos e na Inglaterra onde as vitórias de Reagan e Thatcher foram preparadas com essa antecedência pelas batalhas intelectuais de Kirk, Scruton etc. (adendo: e no Brasil a vitória de Bolsonaro por Olavo de Carvalho).


Marxismo sólido e gasoso

Um dos fatos mais importantes do século é que a esquerda trocou o controle da opinião pelo controle do pensamento. Isso acompanha a proliferação de direitos, que só é possível com esse controle de pensamento, em especial no Brasil que o comunismo continuou forte mesmo após a queda do Muro de Berlim. Comunismo não é aceito pelas pessoas de forma consciente, mas como um gás, por meio de cultura (novelas, seriados, livros etc.), comunismo não mais oprimi, apenas intoxica. Seus intelectuais tem o poder de controlar o pensamento das pessoas, enquanto essas acham que estão indo para onde bem entendem.


Que é à esquerda?

O conceito de esquerda e direita surgiu na reunião dos Estados Gerais, na força, onde os que sentavam a direita defendiam os direitos adquiridos e os tradicionais, e os a direita defendiam novos direitos. Para que haja direita ou esquerda, é necessário que haja um centro, um poder moderador, porém a esquerda matou esse arbitrando, apagando assim o ponto central que as definiam como tal. Sendo assim, só há três possibilidades: que volte o poder central, que se perverta um dos lados se tornando o tribunal inquisitorial, ou que esse tribunal seja o povo, porém esse último caso é uma dicotomia, pois o povo é manipulado pelo poder. A esquerda é e sempre foi as pessoas que apenas por aderir verbalmente a uma ideia se sentem na posição de julgar todos aqueles que não o fizeram. A esquerda então se define em quatro ideias: que o presente é intolerável, pois resulta do passado, as coisas são ruins como são por culpa de pessoas e grupos específicos que devem ser responsabilizados, o futuro hipotético deve ser o juiz do presente, todos que aderem a essa ideia de futuro se tornam isentos de qualquer problema que causem para obtê-lo. Ou seja, o esquerdismo é em essencial, a abdicação da responsabilidade.


Eles se entendem: a santa aliança contra a inteligência

A diferença entre um grande autor como Dostoievsky e Paulo Coelho se tornou apenas questão de gosto, esse materialismo leva eventualmente a mesma lógica para profissões, tal qual comparar sacerdócio com prostituição. Nivelar por baixo foi uma das maiores lutas da esquerda, reduzindo todas as diferenças a meras criações histórias relativas ao seu tempo.


Pensador indomável

O homem é a um tempo e inseparavelmente individuo, sociedade e Estado. A educação, que realiza ou aborta a possibilidade-homem, é a instancia onde se unificam a ética e a política. Daí a falácia dos reformismos sociais que pretendem criar uma sociedade boa para homens inalteradamente maus. A virtude tem de ser ensinada para que o Estado não seja apenas a administração oportunistica da maldade coletiva.


PARTE II - OS FILHOS DA PUC


A cólera e a farsa

Dois rapazes, ao escrever um pequeno jornal interno na Puc sobre verdades quanto a africanos que escravizavam africanos, sofreram violência física de militantes desta universidade. O argumento dos agressores é que eles foram racistas. Racismo, para essa gente, não é quem afirma a inferioridade de uma raça em relação a outra, mas sim que é contra as políticas importadas dos Estados Unidos sobre ações afirmativas, quem é contra o controle de vocabulário e principalmente quem nega ajuda patrocinada pelo estado para esses grupos "minoritários". Não podemos nos deixar ser manipulados por esses grupos, essa covardia pode escalar a um dia o Brasil virar uma grande PUC, onde quem manda são grupos de esquerda, todos apoiados por um diretor, que tal qual nessa universidade, ficou do lado dos agressores.


Mentiras Inocentes

Os "negros escravizadores" que cita o autor do jornal são as tribos africanas, que desde antes da história escrita já escravizavam guerreiros derrotados de outras tribos. Também são os muçulmanos que desde o século VIII instauraram na África o tráfico de escravos, ou seja, oitocentos anos antes da chegada dos conquistadores europeus, para que não aja a falácia de dizerem que só o fizeram por questões "capitalistas". O fim da escravidão ocorreu por iniciação da Inglaterra, nunca surgiu nenhuma iniciativa de tal mudança por parte de africanos.


O debate franco do frade

Certos intelectuais, após o evento, citaram que os negros são mais bem aceitos nos Estados Unidos que no Brasil, o argumento para isso é que lá eles ganham mais. Ora, ser aceito socialmente não se resume a ganhar dinheiro, diferente dos Estados Unidos, no Brasil pós-escravidão nunca houve obrigação estatal de negros não se casarem com brancos, de racismo institucionalizado, de negros não frequentares os mesmos lugares de brancos etc. A política das ações afirmativas reduz tudo a um pagamento de supostos tributos. Reivindicando sempre o impossível, tal qual pregava Habermas, gera insatisfação e crises artificiais.

O que está em pauta na questão da Puc não é apenas racismo, mas sim a simples possibilidade de discuti-lo.


Da interpretação de texto à expressão corporal

O Padre diretor da PUC, Jesus Hortal, preferiu a violência do que o diálogo. Apesar de toda a destruição moral dos agredidos, ninguém chegou a fazer uma queixa crime, pois sabiam que estariam em maus lençóis se o fizessem, afinal nenhum daqueles garotos falou algo errado historicamente, e eram uma minoria entre uma maioria agressora.


Afirmar agindo, ou: como vencer um debate sem precisar debater

Ações afirmativas sempre dizem defender a liberdade de expressão, mas são expressamente contra quem cita qualquer coisa contra elas, a simples cogitação de que eles estão errados já reduz o adversário intelectual como racista. Se muitos discordam, são muitos racistas, se ninguém discorda, então vencem por unanimidade. No fim, a mídia conseguiu o que queria, imputar a pecha de racistas em pessoas que não o são.

O Brasil ser um país racista, pelo menos relativamente ao resto do mundo, é uma afirmação no mínimo ridícula, mas muitos jornais da época se apagavam a essa ideia pois, numa pesquisa, cerca de 83% das pessoas disseram que o Brasil era.


Ideologia mentecapta

Por mais que os militantes afro reclamem da civilização ocidental, chamando-a de racista o que na verdade ocorreu é que africanos fugiram de suas religiões animista e, principalmente, do mundo muçulmano para locais historicamente cristãos. Os africanos que saíram a força do local que moravam, se livraram de tribos que decidiam pela vida e morte sem nenhum apelo humanista como no mundo ocidental. Apesar de sermos um país que não é racista, a mídia, por meio de novelas, sempre tentou impor essa imagem.


Dignidade e perdão

Um jornalista do Globo escreveu uma coluna no jornal mostrando que muito mais negros foram escravizados por negros do que por brancos e nesses casos os negros sofriam muito mais crueldades. Então, antes de bater em rapazes que escreveram sobre "negros escravizadores" não seria mais digno chamar de racista quem continua recebendo benesses da sociedade ocidental e mesmo assim tenta destrui-la por dentro?


Resposta a um Cordovil adivinhão

Os críticos do ocorrido não conseguem concordar no que estava errado, desde aqueles que criticam um anti-invidiualismo até aqueles que falam sobre loucura da direita. Na realidade, os críticos não realmente leram, só criticam baseado naquilo que está em suas ideais de bem e mal. Enquanto os rapazes do jornal mostraram uma grande hombridade, o direito e os críticos de jornal não levam em conta o poder do individualismo, mesmo um padre não vê a grande benesse do martírio de uma Santa Teresa, em seu tempo interior, ou a noche oscura de São João da Cruza.


Resposta a Três Cordovis

Este senhor falou que Olavo é um escritor raivo. Na verdade Olavo escreve "debochando", tal qual grandes autores do passado como Chesterton e Shaw, que foram lidos entre espasmos de ódio por justamente escreverem rindo.


Apêndice


Jesus nosso e o Jesus deles

Olavo defende o que é transcendental independente disso destruir o que lhe for mais externo, a carne e a imagem social. A desproporção abissal entre as críticas dos rapazes e a ação tomada pelos militantes vai ao encontro do erro lógico que é o que eles defendem, que a alma, elemento transcendental a todos nós humanos, ter cor.


Como vencer um debate sem precisar ter razão

Os rapazes sofreram violência por dizem a verdade. No Brasil, as questões de raça são completamente diferentes das importadas dos Estados Unidos, lá basicamente há apenas uma palavra para distinguir afro-americano, enquanto aqui temos cafuzo, mulato etc.


Nova agenda da esquerda

Vivemos numa época onde as grandes lutas da esquerda já morreram. Como por exemplo, na década de 80, era quase um crime falar sobre privatizações. Isso mudou, então a esquerda também mudou, agindo sobre novas bandeiras, como reforma agrária, racismo, ecologia etc. Ou seja, sempre uma agenda socializante. O que os rapazes escreveram foi por sua individualidade, porém a "crítica", ou seja, a violência que sofreram, foi de um grupo.



 
 
 

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