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A Mente Servil – Kenneth Minogue

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 28 de nov. de 2020
  • 28 min de leitura


A Mente Servil – Kenneth Minogue


PREFÁCIO


Observamos os conflitos envolvendo a liberdade, eles vão muito além do comércio, pois invadem nossa vida privada. No passado, quando estados tentavam moldar a vida das pessoas, pelo menos na Europa essas se levantavam contra isso. Percebia-se que uma sociedade livre tem repulsa pelo servilismo. Por vezes as sociedades são avaliadas pelo valor da igualdade, e uma sociedade livre sempre é vista como um fracasso nessa área, afinal as diferentes pessoas têm diferentes aptidões o que lhes dá diferentes posições econômicas. As críticas ao capitalismo vem de todos os alunos, porém, as pessoas, mesmo aquelas que o criticam, saem de seus países onde o capitalismo é fraco para aqueles em que é florescente, afim de melhor sua condição de vida.

Parte dessa luta contra o capitalismo, a favor da igualidade, se dá sobre a égide da justiça. Os estados europeus, diferente dos outros países ao redor do mundo, começarem com a ideia de liberdade. Aqueles que não produzem e não tem responsabilidades vem a liberdade como uma arma para fazerem o que bem entenderem as custas dos que pagarão pelos seus erros. A utopia desse procedimento são as comunidades cooperativas do tipo soviética, onde nem mesmo a caridade (uma virtude burguesa) era permitida, pois essa era uma responsabilidade da sociedade. As pessoas que recebem essas benesses do estado de bem-estar social não são gratas pelo que recebem. Aqui surge um paradoxo daqueles que criticam o capitalismo por ser individualista, mas que com a adoção de medidas de bem-estar social é muito mais atomizador, pois eventualmente destroem lações comunitários e familiares. No fim, percebesse que esse entusiamos pela justiça social se compara com as medidas oligárquicas que civilizações orientais sempre promoveram para dividir suas sociedades em casta, pode não ser a intenção mas é o que ocorre.


INTRODUÇÃO


O estado está cada vez maior, isso não faz bem as pessoas e a culpa é da democracia. Com esse aumento do estado, aumenta o poder deste naquilo que não deveria ter qualquer poder, nossa vida privada. A democracia como é entendida hoje é muito diferente do que as pessoas a pensavam em 1901, por exemplo, as pessoas mudam e as instituições também. O problema se mostra quando os governantes nos fazem se tornar responsáveis perante eles de nossas atividades. Os governantes chegam ao ponto de tentar lidar com elementos da nossa vida como o consumo de bebidas ou como nos divertimos. Os antigos ririam de policias que querem lidar com esses problemas, hoje nos devotamos a eles.

Nossa humanidade deriva de nossas responsabilidades, é no trabalho, na família e na comunidade que aparecemos mediante aquilo que fazemos e ao que somos delegados. O estado de bem-estar social destrói completamente esse elemento ao delegar a responsabilidade do erro de alguns ao pagamento de outros. As pessoas no decorrer da história da humanidade se mostrara mais adeptas a segurança do que a liberdade, por isso, é a busca pela liberdade das nações europeias que devem ser estudadas: o fenômeno de entregar a liberdade ao estado é historicamente esperado. Essa servidão também é mostrada nas questões jurídicas, que sempre defendem determinada classe em detrimento de outra, tornando algumas pessoas vítimas e outros assediadores sem nenhum dos lados ter feito efetivamente nada para isso.

Os pobres antigamente eram orgulhosos por sua independência, hoje alguns deles se acham no direito de receber dinheiro dos outros. As pessoas, talvez por alguma visão utópica da realidade, acredita que concessões não precisam ser feitas para alguma evolução moral. Por exemplo, os avanços tecnológicos na guerra nos tornam muito bons, mas com frequência diminuem a necessidade da coragem, a prudência também é diminuída caso existam por exemplo, saúde pública, assim não sendo necessário poupar em épocas mais fartas. Lembrando que o estado só pode alimentar esse tipo de processo tirando de ricos e dando para pobres.


CAPÍTULO 1 – AMBIGUIDADES DEMOCRÁTICAS


A vida moral é compatível com a democracia? Alguns acreditam que a redistribuição de renda é a condição sinequanon da justiça. Entre várias teorias que promovem isso, se destaca o marxismo. Dessas teorias surgem "o modo correto de viver" que hoje se transfigura nas pontos pregados pelo politicamente correto. A politica em si também sofreu modificações para se adequar a nova ideia totalitária de democracia, entre elas a expansão do direito ao voto, uma clara rejeição aos costumes herdados da Europa. Nesse contexto surgem os partidos trabalhista com forte influência de Karl Marx, prometendo a redistribuição de renda, tirando dos ricos e dando para os pobres. Mais legislações surgem projetadas para atender as chamadas "minorias". Com isso, surge a ideia de uma nova sociedade, que para surgir deve quebrar com a antiga. Isso só é possível dando centralidade a democracia, porém sabemos que nem tudo pode ser atribuído a ela.

Democracia é tão absoluta e faz sempre escolhas certas? Alguns exemplos históricos bem claros negam isso, como por exemplo a ascendência do nazismo. Percebe-se também que a democracia é tão oligárquica quanto qualquer outro processo politico, as pessoas que estão no poder normalmente são os mesmos de sempre, ou filho daqueles, ou pessoas realmente ricas que tem como pagar por seu poder politico.

Os países progressistas tentam exportar o seu modo politico para outros países, citando que é exatamente isso que o povo quer, o que não é necessariamente verdade, fica claro que essa exportação é das politicas progressistas e não do poder do povo. Aqui surge um paradoxo, pois os governos democráticos se envolvem muito na vida social, nos fazendo parar de pensar do nosso modo e moldando a forma politicamente correta, porém são esses mesmos políticos que dizem que o pensamento do povo é absoluto.

O programa de equalização de tudo se torna até cômico quando pensamos nas situações mais absurdas, como por exemplo, tentar equalizar o prazer para pessoas com distinta beleza, ou equalizar a possibilidade de ter filhos para casais gays com a dos héteros. Percebe uma limitação psicologia de aceitar que a realidade tem limites. Porém o estado promete tanto que “moldar” a realidade já se torna uma opção. O projeto de democracia como ideal que abrange a humanidade tenta remoer essas condicionalidades. As contradições não param, ao mesmo tempo que os defensores da democracia dizem que o fazem porque são livres, também citam que toda classe pensa mediante as prisões que elas estão. Finalmente, percebe-se que a democracia hoje é a substituição de Deus para os seculares, a busca pelo perfeito. Porém, a falha está sempre no diferente. O estado surge como o salvador. eles querem mudar o mundo como projeto de salvação terrena, assim não haverá distinção de qualquer tipo. Educação é vista como forma de doutrinar as pessoas para fazê-las seguir as ideias certas, que seria a anti-desigualdade. Partem da ideia de que se você a doutrina certa, isso realmente vai melhorar a vida, o que não é uma verdade lógica (de boas intenções o inferno está cheio).


CAPÍTULO 2 – O PROJETO DE EQUALIZAÇÃO DO MUNDO

Sem hierarquia, dizia Ulisses, o homem se torna o lobo do homem. O equilibro então estaria nas vontades das pessoas comuns e das oligarquias. Porém com a democracia tudo isso fica de lado, as oligarquias tentam se misturar ao povo, produzindo uma intimidade que é deletéria, torna as relações mais simples e por consequência líquidas. Montesquieu cita: Como o povo era virtuoso, era magnânimo, como era livre, desdenhava do poder. Porém, quando perderam seus princípios, quanto mais poder tinham, menos cuidadosamente o administravam, até que enfim, tendo-se tornado seu próprio tirano e seu próprio escravo, perderam a força da liberdade e caíram na fraqueza da licenciosidade.

A voga de vestir a mudança como liberação nos leva a uma segunda qualificação dos limites da democracia como um esquema abrangente de moralidade de costumes. Hoje as pessoas, devido a alta preferencia temporal, se preocupam só com o que é bom a curto prazo (isso se reflete também na economia, devido a inflação). Claro, para sustentar a democracia é necessária grande quantia de dinheiro pelo governo, toda ela tirada por meio de impostos. As pessoas obviamente percebem que esse dinheiro normalmente é mal gasto. Esse poder de taxar dá ao governo o poder de destruir, criando novas oligarquias, os chamados "amigos do rei" que crescem mediante a algum tipo de distribuição de renda para empresários, ou simplesmente criando-se taxas para aquelas empresas que se enquadram no grupo que o governo quer que para de crescer. Segue que uma lei (elemento necessário para todo esse poder) será legitima se aceita pela opinião democrática. Os direitos então se tornaram parte central do projeto para se criar uma sociedade boa, potencialmente perfeita, sendo essa em contraste a religião capaz de transcender disputas meramente partidários.

No passado as pessoas definiam direitos associados a propriedade, sendo assim alguns discutiam que só quem tinha propriedade tinha algum direito, deixado de lado a lei para os miseráveis. Por não ser bem definida, a liberdade sempre se torna um elemento que depende da contingência do pensamento daquele que a teoriza (tudo isso poderia ser deixado de lado se se seguisse a ética argumentativa hoppeana). Assim, os moralistas constantemente reclamam que precisamos restabelecer nosso senso de dever. O problema é que hoje o estado cresceu tanto que a liberdade se tornou aquilo que o governo nos deixa fazer, e não o contrário (liberdade ser tudo, menos aquilo que a lei não permite). Os direitos não são materiais, por isso várias confusões são associadas a eles, o direito a propriedade não está estritamente associado a ter propriedade. Essas abstrações permitem que alguns tentem mudar a ideia de direito, destruindo assim a tradição moral.

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As ideias de dominação democrática conseguem destruir mesmo a semântica: a ideia de discriminar, tão utilizada em vários processos de analise, se tornou uma espécie de palavra demoníaca. O preconceito por exemplo é um elemento natural da especie humana, e também surgiu em todas as culturas, mesmo assim o politicamente correto quer destruir esse conhecimento antigo. É da natureza humana discriminar, isso é usada para qualquer ação humana, mas o politicamente correto quer destruir até esse conhecimento tão essencial da realidade.

As minorias são um elemento central em toda essa analise, pois delas derivada muita força politica. A moralidade se molda a sua existência. Mulheres que tem filhos acabam, por canetadas, tendo as mesmas chances de promoção e salários que os homens, que se esforçam e focam mais em seus empregos. Aquelas que tem filhos solteiras e que não conseguem se sustentar por isso acabam ganhando dinheiro do governo, ou seja, uma irresponsabilidade da mulher acaba sendo paga por todos aqueles que nada tem a ver com o caso, qualquer governo que tirasse esse tipo de ajuda perderia muitos votos (a democracia estimula essa irresponsabilidade). Etnias que são minorias, como os judeus e os orientais, nunca entram em programas sociais tal qual os negros, que são uma grande parte da população. Isso se deve pois asiáticos e judeus conseguem bons empregos e se sustenta, por sua vez negros e hispânicos dependem mais do estado de bem estar social. Sociólogos retrataram isso como mais um braço da desigualdade, mas Thomas Sowell, um economista negro, cita que o respeito as obrigações enraizado na cultura dessas etnias pode ter algo a ver com essa maior qualidade de vida.

A desigualdade faz parte da realidade, qualquer teoria que aponte ao contrário por definição pede um monte estacionário, o que está longe de ser possível. O que ocorre é que aqueles grupos que recebem auxílios do estado acabam se viciando nisso, não ascendendo socialmente como ocorre aqueles que não recebem o mesmo. A própria pobreza vai mudando sua definição com o tempo. Pobres magricelas e por subnutrição do passado não existe, o que ocorre é que sua indisciplina acaba tendo consequências alimentares, por isso hoje a maioria dos obesos é pobre. Com as definições de pobre sempre sendo ampliada para que o estado abrace mais pessoas. A própria ideia de representação é uma incoerência, pois leva em conta que todos os diferentes grupos humanos tem as mesmas aptidões para todos os tipos de atividade, como se fosse tão simples para um asiático ser um bom jogador de basquete quanto os afro-americanos, ou estes serem tão bons jogadores de xadrez quanto judeus. os primeiros imigrantes americanos mostram a clara distinção e os efeitos do que uma politica deletéria pode criar afinal de contas grupos como os italianos tiverem que ser melhor que os próprios nativos para que conseguissem se estabelecer, e por isso hoje formam uma comunidade rica, o ponto de vista dessa analise pode levar em conta alguma "injustiça" natural como essa necessidade de ser melhor, mas também deveria levar em conta que com isso eles se tornaram pessoas mais capacitadas e melhores.

O sentimentalismo se diz sempre contra injustiças as minorias, mas este é sempre hipocrita, pois não coloca a mão na massa, criando apenas uma sensação de superficialidade. Um dos locais onde o sentimentalismo cria mais problemas é na educação. A contingencia da verdade e a necessidade de não entristece o aluno, fenômenos das democracias atuais, acaba gerando no aluno a sensação de igualdade perante alguém que deveria ser seu superior, o resultado a reflexões absurdas sobre a realidade e a falta de interesse no conhecimento. Consequências problemáticas vão até a formação e a qualidade dos trabalhadores. O objetivo da doutrina consiste em basear a educação naquilo que as crianças efetivamente querem aprender, o efeito é atrofiar sua capacidade de mover-se a si mesmas. A tentativa do politicamente correto de tirar o medo das relações humanas acaba capando o poder desse importante sentimento humano. O aluno deveria temer a desaprovação do professor, e busca com seu bom trabalho agradá-lo, sem medo o respeito é vazio. Esse sentimentalismo banal chega ao ponto de ameaçar as instituições e a cultura local, com a recente invasão de povos muçulmanos em terras outrora cristãs. Esse multiculturalismo forçado vai contra até mesmo os direitos de propriedade.

O autor chama de "telos democrático" essas consequências negativas, com aparência de bonitinhas e libertadoras, que a democracia causa. Um desses efeitos é por exemplo a liberação sexual nos jovens, em que a clara consequência negativa são gravidezes fora da hora, mães solteiras, e mais estado de bem-estar social para sustentar essas famílias desestruturadas e todas as consequências negativas que delas derivam. Na educação também temos efeitos ruins, um deles age diretamente sobre os professores. Antigamente as pessoas poderiam ter seu conhecimento fora da academia, entravam nela para obter as bases e fora dela desenvolviam novas ideias, ocorre que hoje só é possível dizer que você sabe algo se tiver um diploma, e mesmo depois de obter esses as pessoas tem que fazer cursos de pós-formação infinitos, mantendo suas ideias presas ao meio acadêmico (este por sua vez forte vinculado ao estado por vários motivos).

Toda a semântica e tradição que recebemos dos antigos nos diziam para sermos gratos ao que recebíamos, não por isso ser um direito, mas por ser uma contingencia que nos é dada pela graça de alguém ou de Deus. Hoje em dia com a democratização e a jurisprudência de tudo, as pessoas recebem coisas gratuitas e não são gratas por isso, não ter possibilidade de gratidão (pois o que é seu de direito não demanda gratidão) tira uma dimensão de felicidade das pessoas, deixando-as, além de imaturas e despreparadas, tristes. As pessoas não são mais treinadas a ser gratas, estes ficam mimados. Elas não precisariam ser gratas aos direitos se eles fossem reduzidos aos naturais ou aos da lógica, mas como o bem-estar social tenta dar tudo, como um pai ausente, as pessoas jogam os direitos na nossa cara na primeira situação em que o podem (como alunos numa escola após um erro de digitação de nota pelo professor, ou um pobre ao analisar algum empresário que sonega impostos). O projeto de igualitarização de tudo destroem dimensões onde essa distinção é importante, como no direito. Toda aquele teatro formal dos juízes ingleses está deixado de lado, normalizando novamente o que é certo ou errado não como algo "superior", por isso daqueles roupas, palavras difíceis e perucas estranhas, mas sim algo totalmente reduzido a opinião. Toda essa importante tradição é dita como algo que surgiu de um tempo menos esclarecido.

A ideia de direitos sobrepujou a de deveres, que era o centro da vida moral até o século XX. Com isso, as instituições que tentam promover cada vez mais direitos, como a ONU e a União Europeia acabam ganhando defensores, que deixam de lados suas raízes locais, tornando as pessoas sem lealdade a sua comunidade, diminuindo a força contra invasão de bárbaros, a internet só aumenta ainda mais esse distanciamento e estraga a forma das relações humanas.


CAPÍTULO 3 – A VIDA MORAL E SUAS CONDIÇÕES


A democracia tem como fundamento que o que a maioria quer é o moral, mas o mundo real fica longe de fazer sentido nesse tipo de abstração As discussões mais notáveis dessa questão surge em Aristóteles: o bom cidadão pode ser também um bom homem? A resposta dependerá o regime. Sócrates por exemplo foi executado pois suas investigações filosoficas eram consideradas incompatíveis com as exigências de um regime democrático, pois sugeria que o problema moral básico da politica é o choque entre o juízo pessoal e as politicas publicas. As pessoas são livres mas não dão importância aos efeitos disso, como o capitalismo por exemplo. Não vem que o conforto e a segurança derivam da sua liberdade. A solução para os problemas sociais será encontrado em algo que eles chamam de educação, mas na verdade é a doutrinação para as ideias do politicamente correto. A verdade nesse tipo de estudo virou contingente, assim qualquer discussão sobre o que´e certo ou errado fica em função da opinião que a pessoa tem do zeitgeist. Isso deriva do positivismo epistemológico. Vemos que politica e verdade, dentro da democracia, acabam tendo uma ligação intrínseca, o que não deveria ser verdade pois os problemas que a democracia como instituição tem podem ser muitos mas não deveriam afetar aquilo que chamamos de vida moral, algo que está acima de decisão dos mafiosos estatais, e sim sendo algo relacionado com a vida em comunidade, família, amigos, companheiros de trabalho e escola.

O estado moderno europeu surgiu graças a religião e a politica: o cristianismo sempre esteve envolvido em discussões de cunho filosófico. Porém, hoje as boas maneiras foram vulgarizadas, reduzidas ao que a beautiful people reconhece como politicamente correto. que demanda a homogenização da opinião. Eles querem destruir a possibilidade da opinião. A liberdade de falar, por mais absurda que seja a fala, deve existir pois isso deriva do direito a propriedade, o único que realmente existe. Estes podem perfeitamente ser sinais de um forte movimento nos Estados ocidentais contemporâneos para tornar alguma doutrina a respeito da qual se concorde não menos compulsório que certas versões do cristianismo já foram no passado. A persistência desse molde mental basicamente ideológico é inequivocadamente uma revelação de um impulsos muito poderoso em nossa civilização. Ele convida o governo para o quarto e para a sala de estar, e a maré crescente de legislação que afeta a vida familiar sugere que foi levado muito a sério. A lei e a liberdade sempre andaram juntas, mas o ativismo judicial hoje lança uma sobre sobre essa conexão.

O que é a vida moral? Ele está relacionado com aquelas escolhas difíceis, mas que dizem muito a respeito de nós mesmos. Seria eu um criminoso por levar os saches do hotel, por mais que eu tenha pago pela estadia e não os tenha usado? Essas pequenas questões, sem respostas obviamente certas ou erradas, formam a moralidade. A moralidade como entendemos hoje vem da religião, mais precisamente Max Weber mostra em sua obra que ela está relacionada com a "valorização do cumprimento do dever em questões mundanas como a forma mais elevada que a vida moral do individuo poderia assumir. Mas o que seria a coisa certa a se fazer? Existem alguns pontos de vista sobre o que é certo em filosofia. Os utilitaristas citam que é aquilo que fará o maior bem para a maioria das pessoas. O segundo argumento é kantiano, que vai no sentido de uma série de valores absolutos, os conhecidos imperativos categóricos. E o terceiro nos diz da expressão autentica da vontade do agente em questão. Todos esses extremos vão contra o que o Aristóteles falava, de que a virtude é um ponto médio (entremeio). A vida moral para o autor é uma construção, não há formulas mágicas, ela está fortemente vinculada com a nossa estrutura material e nossa interpretação da realidade, sob nenhum aspecto ela é natural. Porem, quanto mais estado, menos moralidade nas pessoas, por isso menos possibilidade para essa liberdade ocorrer haverá. Quanto mais obrigações e regras estatais sobre como devemos agir mesmo em nossas vidas pessoais, menos espaço temos para desenvolver nossa moralidade, esta acaba se vinculando fortemente com o que o estado deixa ou não nos deixa fazer.

O comportamento moral está presente em nossa psique, são poucos aqueles que não tem qualquer demanda por este (psicopatas). Os seres humanos encontram sua máximo felicidade na acomodação com seus semelhantes, temos então sonho de combinar espontaneidade e boa orem social. Um projeto desse tipo notável parece estar por trás de muito daquilo que, sob outros aspectos, é desconcertante nas crenças morais da nossa época. A parte natural da moralidade é algo que aprendemos nos primeiros anos, relacionado a nossa noção de realidade, e que se não aprendemos nessa época provavelmente não aprenderemos mais. Moralidade está associada, então aquela coisa certa a se fazer onde não há escopo legal envolvido. De tal forma que percebemos a necessidade de liberdade para que exista moralidade, por isso num estado totalitário não há moralidade, pois ele centraliza em sua jurisprudência o que é ou não é certo se fazer. Como viver a vida moral? Sócrates discutia que sem dúvida o caminho certo não seria seguir simplesmente os costumes locais, mas pensar sobre o que é o certo é o começo dessa vida moral.

O agente é aquele que fará a atitude moral, então vem dele parte do que é a resposta da vida moral, a motivação e a resposta a pergunta do que deve ser a coisa certa a fazer estão nos fundamentos da vida moral. Oakeshott pensa a conduta não como um comportamento, mas como uma resposta a eventos humanos anteriores. Para o cristianismo, fazer a coisa certa é o caminho contra as consequências da transgressão. Esses pensamentos completos vão contra a ideia do comunismo, que quer criar uma sociedade de inocentes, onde todos sem discussão trabalharam para "o bem maior". Um estado grande acaba tirando a capacidade da pessoa ser moral, chega ao ponto de lidar com questões pessoais que envolvem moralidade como o uso de drogas ou o que a pessoa come. Chegamos ao ponto que ética e moral não explicam o fenômeno, mais sim a tentativa de moldar a vida das pessoas, num projeto de nova humanidade.

Criticasse muito o suposto individualismo que surge devido a economia de mercado. Ser individualista é acreditar que, se dentro da lei, suas ações são legitimas. Essa liberdade cria uma gama de oportunidades para a inovação. O cristianismos ajudou a desenvolve risso, pois seus instintos mais primitivos necessitavam ser controlados para que a responsabilidade gerasse frutos. Sócrates por consequência dessa ideia era contra a democracia, que moldava essa dimensão de liberdade, por isso era tão importante para esses gregos o fato de homens serem animais racionais. Mas isso foi distorcido com o tempo na ideia de Darwin, em que deixamos de ser um anjo caído para ser um chimpanzé evoluído.

A partir de todas essas questões surge a pergunta: qual o futuro do individualismo? Sabe-se que no socialismo ele não tem futuro, pois o socialismo por si só é a antiliberdade. Essa nova crença do homem social substitui qualquer ideia posterior associada com cultura ou religião. Defende-se a ideia de que o homem é um ser social por interagir com aquilo chamado de sociedade, aqui entra vários elementos dessa associação, como o egocentrismo, que por vezes pode sustentar virtudes. Os individualistas normalmente são vistos pelo ponto de vista negativo, de que sua forma de agir no mundo é egoísta. Porém, é perceptível que em lugares onde o estado é presente e sustenta os indivíduos, estes ficam mal acostumados e mal agradecidos. Isso ocorre principalmente em sociedades pós-revolucionárias, onde o conceito de gratidão deixa de existir.

O autor cita a diferença do conceito de desejo e impulso, onde o desejo é uma vontade racionalizada, diferente do impulso que é o mesmo que ocorre nos animais. Logo, um sentimento complexo como egoismo não pode se associar com impulso. Esses conceitos serão bases para o que será visto nos próximos capítulos.

Tal qual os muçulmanos xiitas, o político-moral (politicamente correto) também propõe uma forma "certa" de se viver, quaisquer desvios destas devem ser tolhidos. As diferentes formas de ver o mundo acabam gerando conflitos, mesmo em situações miscelanicas, como se é certo profissionalizar esportistas (pois este fato os faria perder a jovialidade em prol de verba para se manterem na carreira). O autor pergunta o que está por trás dessa disposição para entrar em conflito.

Uma ideia de comunidade perfeita seria aquela sem propriedade privada, onde não haveriam perdedores, em que as crianças não se frustrariam por não ter as mesmas capacidades do colega e os efeitos "deletérios" dessa visão de mundo não chegassem na vida adulta. Outros acreditam que essa dor seja importante para o crescimento do individuo. Hoje temos uma forte politica de assistencialismo social que mantêm as pessoas incapacitadas nessa situação, o que para os antigos seria motivo de vergonha. O estado gigante apoia-se nessa mentalidade. O estado por si só não pode dar nada, ele sempre tira de alguém para dar ao outro, essa atitude agrada os incompetentes, que por sua vez acabam pedindo por mais estado. Eventualmente o estado, que já agrupa mais responsabilidades do que deveria, acaba, um tanto por inércia, também assimilando responsabilidades que deveriam ser do individuo, como influenciar nas liberdades individuais dos mesmos, sempre na desculpa disso ser importante para a "coisa publica" (um exemplo são programas do governo contra fumo e obesidade, pagas pelo dinheiro roubado por meio de impostos, com a desculpa de que está se preocupando com o cidadão e com as contas da saúde publica). As pessoas, por sua natureza, prefere o fácil à disciplina (praxiologicamente falando, elas tem preferencia temporal baixa), isso só pode ser sustentado pelo estado e por isso desenvolve essa mente servil, algo como vício, se acham com todos os direitos e nenhum dever. Um expoente dessa cultura de conveniência é a liberação sexual. Algo que historicamente foi utilizado para domar o ser humano, hoje o bestializa. Concluísse que a culpa não é o individualismo, é justamente essa divisão de responsabilidade promovida e financiada pelo governo que faz as pessoas incompetentes e irresponsáveis permanecerem com essa atitude, tornando-as crianças em corpo de adultos.


Capítulo 4 – O Mundo Político-moral

1 – Os defeitos da civilização ocidental

Existe uma crença entre certa parte dos pensadores (normalmente vinculados a esquerda) de que a desigualdade é algo ruim, e é igual a opressão (independente do fato de que a época mais igual da humanidade foi a pré-história, e que mesmo o livre mercado tendo gerado a riqueza e conforto, isso não nos fez mais felizes). Aqueles que não pensam o mesmo (no que se refere a igualdade, são vistos como humanos inferiores). Isso acaba gerando um grupo de pessoas que odeia seus próximos, sua família e nação, pois acredita que a riqueza que desfruta é justamente fruto de algo ruim (desigualdade). Esse ódio pelo mundo vigente é parecido com aquele emanado pelos cristãos, quando em relação ao mundo de agora pensando sobre o futuro Céu. É no mínimo curioso que esse ódio por seus próximos não os faz chegar ao ponto de, como os cristãos, se livrar de tudo que os faz pecar, ou seja, dar sua riqueza aos pobres. São pessoas de grande fortalecer por aguentar firme suas propriedades privadas mesmo odiando essa instituição.

Diferente dos séculos anteriores, hoje o ódio a tradição e as autoridades afetam pessoas muito menos inteligentes. Essa luta acaba alimentando a democracia em seu braço mais deletério: a influencia na vida privada e nos relacionamentos interpessoais, pois a democracia desenvolve na pessoa o achismo de que sua opinião é importante (votar é isso), o que os faz pensar que a sua vontade também seria importante para a vida e comportamento do próximo. A pessoa é um completo ignorante, mas a democracia o faz pensar que, com algumas paginas de um livro ou seguindo o instagram certo, o faz ser um intelectual que pode promover a mudança e criticar a vida alheia.

Toda essa influencia da democracia acaba substituindo o conceito de "moral" pelo "político-moral", ou seja, os relacionamentos e ação individuais agora são regidos pelo estado, e não mais pela liberdade e reflexões próprias. Com o tempo consequências mais pesadas acabam ocorrendo, como a destruição da semântica (a criminalização do uso de certas palavras, ou mesmo de pensamentos) e por fim, a destruição de um elemento essencial para a construção do ser humano: sua deliberação moral, agora substituída pela imitação proposta pelo político-moral.


4 – Aspectos do politico moral

Uma frase comum entre aqueles que apoiam o político-moral é "Dar a cada um o que lhe é devido". Na verdade essa era uma frase amplamente utilizada nos círculos liberais de justiça. Porém foi atualizada para o contexto de "justiça social", o que é uma contradição em termos pois, a partir do momento que a justiça abre seus olhos vendados para verificar a condição social daquele que comete o crime, ela deixa de ser a "justiça cega". A semântica foi adaptada, por exemplo, devemos "justiça" ao refugiados, que hoje na verdade são vinculados a um "asilo humanitário" (ou seja, com essa semântica se torna quase impossível não associar alguém que é contra a "maldade"). No fim das contas a maioria desses refugiados é só fugir da pobreza e da falta de esperança). Boa parte destes são muçulmanos, a mesma cultura que odeia o ocidente tenta participar desta, fugindo das consequências deletérias que sua cultura criou nos países de origem. Essa vontade de destruir mas ao mesmo tempo aproveitar o que há de bom no local une muçulmanos e intelectuais de esquerda.

Essa procura besta pela igualdade acaba deixando de lado a realidade. É natural que grupos étnicos tenham aptidões diferentes, é da natureza judeus serem mais inteligentes, ou negros serem mais fortes, mas evidenciar o obvio acaba sendo crime. A forma de lidar com os problemas também é afetada, enquanto era importante agir com seriedade, hoje é premiado aquele que leva a vida de forma "leve", mantendo o que já foi dito sobre a infantilização da vida adulta. Uma consequência perigosa dessa visão de mundo acaba no conceito de criminoso, uma vez que a responsabilidade da desigualdade vem da sociedade, aquele que comete crime fica escusos de sua culpa, a punição é deixada de lado em prol da terapia.

Esse fenômeno se alastra para outros âmbitos da sociedade, como a família e a escola. Em especial essa última, onde percebemos que a indisciplina só aumenta, aso passo que aumenta a importância do político-moral. Educar uma criança, que sempre esteve associada a ensiná-la que ela não sabe tudo, agora foi trocado pela ideia de que ela não pode sofrer, e com isso o temor ao professor e a reprovação foi deixado de lado, o que claramente não fez melhorar o nível de educação das pessoas. E o efeito disso vai para outras áreas da vida, como a socialização, o transito, etc. A tradição de família é deixada de lado, o estado faz questões de instruí-la e impor a força a sua vontade, como por exemplo obrigar as crianças a irem a escola, algo que há alguns anos seria visto como uma afronta a liberdade, hoje é socialmente aceita e caso o pai não o faça, perde a guarda da criança. A semântica muda, e aquilo que era chamado de governo, agora é governança, pois abrange muito mais do que apenas aquelas responsabilidades inerentes dos governos (essencialmente segurança), novamente, tendo influencia no desenvolvimento da liberdade e da consciência das pessoas, que hoje preferem ser dependentes do governo, algo impossível para, por exemplo, os pobres da Inglaterra na época da revolução industrial.

Como ajudar os pobres? Como sempre foi feito, caridade. Pensar que ela pode ser imposta a força pelo estado- de bem-estar social é um erro, "Comunidades unidas pelo amor tem de ser pequenas e isoladas. Um grande grupo de pessoas não pode unir-se pelo amor, mas só pelas necessidades", como dizia James Steauart no começo do XVIII. O marketing alimenta ainda mais esse comportamento infantilizado, indicando que a vida é algo que acontece após o expediente, aumentando assim níveis de ansiedade nas pessoas. Vemos o reflexo disso no fim de muitos casamentos, com pessoas achando que não são "felizes o suficiente" deve-se levar em conta que o casamento é o bastião da civilização, a tentativa de destruir a civilização passa pela tentativa de destruir o casamento. Mulheres então buscam ser felizes por conta própria, longa de família que sempre foi a base de sua felicidade.


7 – Existe uma teologia do político moral?

O politico moral tenta substituir a religião utilizando de seus mesmos artifícios. Começam demonizando instituições devido a falhas pontuais (como por exemplo demonizar a família porque algumas mulheres ou filhos são abusados). Trocaríamos todas essas pequenas instituições pelo estado centralizador, tal qual a religião sempre acaba desaguando na ideia de justiça superior de Deus. A grande diferença é que mesmo a religião acaba se definindo pela fé, diferente do politico moral que acredita sempre ter as respostas par todos os problemas da humanidade. Esse lado libertário do cristianismo sempre esteve associado com seu alto grau de sofisticação filosófica, no qual desaguou em alguns dos maiores filósofos da histórica, como Santo Agostinho, diferente do marxismo, seu substituto secular, que é basicamente filosofia para pelego. Essa sacralização do estado criou absurdos como vemos na Coreia do Norte hoje em dia, o mesmo a ideia de pureza perfeita do nazismo. O ser humano, para Voegelin, tem uma bussola moral que aponta para Deus, quando nos desligamos dele acabamos apontando para outro norte absurdo dado pelo secularismo. Toda a moralidade que deriva da religião, como por exemplo a gratidão, agora é substituída pela ideia de que o estado tem por obrigação nos fornecer tudo que precisamos para ser felizes.


CAPÍTULO 5 – A AMBIVALÊNCIA E A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL

A ideia de que o ser humano é capaz de controlar todas as infinitas informações que surgem em sua vida e além disso, escolher o melhor possível em contrates com as novas informações que virão cria os absurdos positivas que são o fascismo, nazismo, comunismo etc. O conservadorismo é o ceticismo em relação a todas essas formulas para o mundo real. os radicais então querem que seus projetos sejam postos em prática para melhorar a vida dos "próximos", que nem tão próximos são, mostrando assim o sentimentalismo tóxico dessa gente de esquerda quando tenta explicar o porque da importância de suas revoluções violentas. Esse perfeccionismo é implicado até na natureza humana, essas pessoa acreditam que com a ação estatal é possível controlar (ou de acordo com Rousseau, retornar) a natureza perfeita do ser humano. Isso só é possível pois em sua reflexão não existe individualidade, todo ser humano é uma grande engrenagem desse projeto de poder chamado estado.

Parte de ser um escravo está na ideia de achar que é um escravo. Esse comportamento de escravidão, como já discutido aqui, pega carona em todos os processos de estatismo. Vemos empiricamente isso ocorrendo em países que, após um longo período de governos que os tornaram em escravos estatais (como a Rússia e a Alemanha) eles se tornarem verdadeiramente nações dependentes do governo.


2 – Ignorância, pobreza e guerra

O politico moral diz que a culpa da pobreza em países subdesenvolvidos é a opressão ocidental. Muitos pontos são contraditórios nessa analise. Primeiro que a grande maioria das pessoas sai desses países "gentis" e prefere ir para os locais onde o capitalismo é malvadão. Também é um absurdo dizer que algo nos países ocidentais bloqueia o crescimento de países orientais, pois Japão e Tailândia eram pobres (em especial o Japão que saiu completamente destruído da Segunda Guerra Mundial) hoje são grandes potencias. Uma grande quantia de dinheiro já foi enviada para países na Africa, mas isso só estimulou os governos a continuarem com suas politicas deletérias, e em especial essas populações continuam se reproduzindo muito, o que faz o dinheiro enviado nunca ser suficiente.

Curiosamente a narrativa do politico moral continua defendendo a existência. do estado como a única instituição (junto com algumas instituições internacionais como a ONU) que pode acabar com os males do mundo, pois o estado a principio não precisa se preocupar com o verdadeiro mal do mundo: o lucro. Essa gama de ideias criativas para melhorar o mundo pensando no social acaba tendo reflexões ruins, como a bestialização das crianças, que hoje não tem mais o suporte educacional da liberdade dos países ao tratar delas, e também dos professores, que são as maiores vitimas desse processo pois são tratados como lixos pelas crianças e adolescentes, e não tem qualquer suporte em suas reclamações (mas inocentá-los disso tudo é um erro pois boa parte das teorias de gabinete que estão gerando jovens mimados sai da cabeça dos mestres). Com a família perdendo força na educação da criança, com pais e mães ausentes devido a necessidade de trabalho já comentada (devido a emancipação feminina) as crianças perdem um pouco de sua infância, deixando de lado a importância da família e dando mais importância a parca inteligencia de seu grupo de amigos, oudos influenciadores da internet, acabando assim com a infância a criança não se desenvolve bem,ase achando o dono da razão parte das vezes,gerando assim os jovens lacradores de hoje em dia.

Os problemas morais do capitalismo, que normalmente são apontados como a culpa da nossa civilização ser problemática, na verdade acontecem em qualquer nível de relação humana, tendo influencia do capitalismo ou não. Ganancia, competição, arrogância etc que são ditos como frutos do capitalismo, sempre existiriam em varias níveis de socialização. O interesse próprio (Egoismo) sempre deve levar em conta a vontade de outros por definição. Esse comportamento obrigatoriamente bondoso obviamente encontra contradições, o preocupante é que essas contradições afetam a forma de como a família se relaciona. Por exemplo, se é importante compartilhar o conhecimento com as pessoa que não tem tanto acesso, então um pai que quer investir na educação de seu filho é visto como errado, pois o certo seria o filho, que é um pouco mais inteligente que a media das crianças, deveria ser levado a escolas de baixo nível para assim compartilhar o que ganhou devido ao investimento do seu pai em livros etc.

Aos poucos a família estruturada vai se perdendo a surge a figura do singleton, o individuo que vive sozinho. Esse tipo de comportamento é cada vez mais presente e o autor expõe três motivos para isso: o primeiro é que o estado pode providenciar parte das necessidades deste, ou seja, uma mulher por exemplo não precisa mais do auxilio do seu marido para cuidar dos filhos, ou um viciado não estará mais ao lado da família, novamente porque o estado tira de alguns para sustentar a vida corrupta destes. Tecnologias modernas como redes sociais, televisões e computadores também tiram a necessidade do envolvimento social, transformando hoje pessoas normais em alienados sociais tal qual poucos indivíduos no passado o eram, e estes conseguiam ser unicamente por participar de famílias ricas que patrocinavam o seu isolamento social, uma pessoa que se isolasse e fosse pobre morreria de fome. Por fim, o próprio politico moral influencia na escolha das pessoas para se tornarem singletons. A importância da etiqueta, e seus efeitos positivos a sociedade foram deixados de lado, por tanto as pessoas se sentem mais confortáveis sozinhas.


5 – Cultura versus ideais de transformação

A ideia de "democracia doméstica" que tira as mulheres da tutoria de seus pais ou maridos, as acaba deixando nas mãos mais abrangentes do estado. Finalmente, percebemos que esse efeito singleton acaba por deixar as pessoas cada vez mais uniformes, não permitindo por vezes nem citar que pessoas de diferentes sexos ou raças possam ter distinções em suas habilidades, para que todos assim se tornarem a massa uniforme que o estado tão facilmente consegue manipular (o uso de mascaras causa esse efeito de forma brusca por atingir o visual). Novamente o estado, promovendo o fim do casamento por suas politica de individualização, acaba dando o estopim para a destruição da sociedade. A única forma de cogitar que uma transformação como essa seja feita é que ela demande a autodedicação de um clérigo e a dispensa da liberdade individual. Mesmo que algo assim seja concebido é impossível dar toda a segurança e mudança de comportamento que se pede, afinal de contas, por mais que se eduque, vão existir pontos fora da reta que continuarão atacando mulheres sozinhas com roupas curtas na rua a noite, e a narrativa de vitima continuará.

6 – A perfeição e o mundo da ambivalência

Os idealistas, independente do seu discurso, sempre são pessoas piores pois eles acreditam que existe apenas uma coisa correta a se fazer, não existe nenhuma resposta correta além das que já foram obtidas, as soluções são sempre as mesmas: democracia, igualdade, inclusão... não há espaço para discussão. Essa falta de ambiguidade vai de encontro com o observado na realidade, que sempre trás contradições. O monismo do perfeccionismo vai contra o individualismo. É essa pluralidade que define e "limita" (visão restrita) a cultura europeia. Limitados pela realidade é que nos tornarmos melhores e morais. Mesmo situações que não são "bonitas", como piadas internas entre raças e países não causam maiores problemas independente de sua moralidade, é quando este tipo de situação vira politica publica (estimulada por intelectuais) é que se tornam realmente problemas.


7 – Que tipo de coisa é o político-moral?

A regulação da vida moral acaba por destruí-la. Achamos que aqueles que tentam, a força, regulá-la (os políticos) estão próximos de nós (até os chamamos pelo primeiro nome), o que na verdade é um erro. O politicamente correto tenta destruía ambivalência, dizendo que existe um pensamento, fala, ação certas, porém é na ambivalência que a cultura europeia floresceu. As boas intenções não são suficientes para fazer esse tipo de narrativa funcionar. Aqueles que, por exemplo, querem regular a propriedade privada alheia, para dividir aos outros por meio de politicas de ação afirmativa ou distribuição de renda não levam em conta que em mais de um século desse tipo de ação, a mobilidade econômica não aumentou, muito diferente do período de liberalismo no século XIX. O pior é que esse tipo de politica que atua diretamente no bolso das pessoas acaba sendo popular para uma grande parcela da população (justamente aquela que não empreende) desestimula as pessoas a se desenvolverem por conta própria (ao dar o peixe em vez de dar as oportunidades de aprender a pescar) destruindo assim o espirito empreendedor tão relevante para a história ocidental. Respeitar a liberdade alheia é um presente da nossa cultura que mantêm a sociedade coesa.

O autor vai concluir considerando aspectos em que o idealismo do politico moral exibe a mente servil e o modo como esse idealismo trai o gênio da nossa civilização. Percebeu-se historicamente que o auto-gerenciamento (liberdade de agir e livre mercado) foi superior a qualquer forma de controle despótico (como o observado nos países comunistas). A mudança nesse processo fez as pessoas acreditarem que a moralidade é apenas seguir as infinitas regras arbitrárias que governos criam, sendo asi, qualquer atitude moralmente errada para a sociedade mas que não está escrita num papel que é errada acabando sendo minimizada. A moralidade, principalmente dos pobres, acaba afetada por isso, pois como receber auxílios se tornou uma politica publica, ou seja, escrita num papel, eles ficaram sem vergonhas de recebê-la, o que era moralmente inaceitável há tempos atrás, onde as pessoas pobres eram agentes ativos na sociedade, se viam como trabalhadores, religiosos, mas principalmente pessoas respeitáveis por não dependerem dos outros. Uma vez que receber ajuda vira um direito, a caridade é deixada de lado, primeiro porque as pessoas não tem agradecimento nenhum por serem ajudadas, e segundo porque as pessoas não estimularão seu lado caridoso, afinal de contas elas já são obrigadas a dar parte de sua verba para pagar impostos que serão revertidos em assistencialismo. A relação entre indivíduos acaba virando um reflexo da relação entre nações, não há gratidão entre elas, e qualquer ajuda histórica que uma possa ter dado a outra não vai significar nada para a próxima geração. Finalmente, estamos no cerno do desafio do político-moral: para atingir a harmonia, é preciso suprimir a ambivalência humana, isto é, a variedade humana.

 
 
 

3 commentaires


O EXCLAMADOR
O EXCLAMADOR
27 mars 2021

Boa tarde,adoro esse livro me ajuda a compreender a situação atual do Brasil.sucesso ai👍🏼

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lucas souza
lucas souza
22 mars 2021

Não desistam do blog, ajuda muito

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Arthur Alonso
Arthur Alonso
17 janv. 2021

Gostaria de contribuir com os resumos tem alguma forma de contato?

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  2018 - Os textos aqui expostos não representam a opinião do autor.

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