A Pretensão do Conhecimento - F. A. Hayek - Resumo
- Canal Resumo de Livros
- 17 de mai. de 2020
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A Pretensão do Conhecimento - F. A. Hayek - Resumo PREFÁCIO O livro trata dos discursos dado por Hayek nas cerimonias do prêmio Nobel que recebeu. Rothbard mostra certo espanto no agraciamento de Hayek pelo Premio Nobel pois todos os que haviam ganhado antes deles defenderam justamente o que ele crítica: o controle estatal da economia. Esses acreditam que a economia é uma ciência matemática, enquanto Hayek defende o caráter praxiológico. O prêmio foi dado "por seu trabalho pioneiro na teoria da moeda e da flutuação econômica, e pela analise, também pioneira, da interdependência dos fenômenos econômicos, sociais e institucionais". Rothbard explica que esse controle estatal, por meio da expansão de crédito, não apenas causa a inflação como prova maus investimentos. O governo tem duas opções: corta o problema pela raiz não imprimindo mais dinheiro e gerando uma crise ou continuar imprimindo dinheiro piorando ela de vez, até gerar uma inflação tão grande em que o dinheiro não carrega mais nenhum valor de troca. Hayek em "O Caminho da Servidão" deu um apanhado geral, não apenas econômico, dos efeitos do totalitarismo nazista e comunista, concluindo que "o pior sempre chega ao topo" numa sociedade estatista, e como essa característica vai moldando mesmo a mente da pessoas, criando dependência e desejo por uma vida garantida pelo estado, não promovendo assim competição e criatividade. CAPÍTULO 1 - DISCURSO NO BANQUETE DE GALA As pessoas boas numa área acreditam que podem ser boas em todas, e um agravante disso são as autoridades que lhe pedem opinião de tudo, em especial cita Alfred Marshall: "Os estudantes de ciências sociais devem temer a aprovação popular: o Mal os acompanha quando todos os homens os elogiam". CAPÍTULO 2 - A PRETENSÃO DO CONHECIMENTO Os economistas (no começo do século XX) foram chamados para resolver os problemas que suas próprias teorias criaram: inflação. O principal fato que fez esse problema surgir foi o cientificismo na economia. Isso é, grosso modo, acreditar que métodos das ciências naturais podem e devem ser utilizados em ciências humanas, e que qualquer outro método, por mais logico que seja, não serve se não tiver comprovações quantitativas. Descartam dados a priori pois não podem ser medidos, como se a única forma de obter conhecimento fosse a medição. Nunca podemos saber como será a condição do mercado no futuro. As condições que farão o mercado otimizar sua situação é possível, mas questões pontuais como salários é impossível. As pessoas que estão acostumadas com ciências físicas podem achar estranho que existe esse dualismo, mas é fato que as ciências sociais lidam com uma complexidade maior que a física. As relações entre as variáveis em ciências sociais, ou seja, pessoas, industriais, nações, história, geografia etc, são maiores que as variáveis estudadas na física, mesmo as estatísticas. Até existe formas de compreender a curva que surge de determinados arranjos mercadológicos, porém, é impossível. achar as "constantes" que arranjam otimamente essa curva. Adendo do resumista: Hayek não parece levar muito em conta as questões epistemológicas envolvendo o dualismo entre ciências naturais e sociais. Não podemos utilizar matemática na economia pois ela é uma ciência praxiológica, ou seja, não promove relações constantes entre variáveis justamente porque suas variáveis, as pessoas, aprendem e pensam, e tem fins em vista, diferente por completo dos elementos naturais, que não aprendem e não pensam e não tem fins em vista. Não entende o dualismo metodológico pode parecer algo pequeno, mas é justamente essa falta de epistemologia que cria problemas como a inflação e o desemprego. Imprimir dinheiro não gerá valor, mas aloca em diferentes posições do mercado, o que gerá empregos que não podem ser sustentados numa situação ótima, e que só serão mantidos com mais inflação. De tal forma que as pessoas acham que estão sendo mais cientificas tentando matematizar a economia, mas na verdade estão comendo erros, usando menos ciência. Esse problema também ocorre em outras áreas das ciências humanas, como psicologia, psiquiatria, sociologia, historia etc. Hayek diz que com computadores potentes é possível prever situações, o que é realmente insolúvel seria a apuração de fatos particulares. Isso foge um pouco do que dizem os Austríacos mais duros, mas Hayek exemplifica a possibilidade de previsão com um exemplo: pessoas se movendo com uma bola num campo. É possível prever qual jogo estão fazendo e qual será a jogada mediante a esse conhecimento do jogo. É possível então, entender poucas relações abstratas entre objetos que, por si só, entendemos pouco. Hayek é maestral em citar o perigo que é acreditar que uma hipótese cientifica pode servir como argumento para controlar as escolhas dos outros: Agir na crença de que possuímos o conhecimento e a capacidade que nos permitem moldar ao nosso gosto, completamente, os processos da sociedade, conhecimento que, de fato, não possuímos, é algo capaz de nos causar dano. Ou seja, acreditar que existe a real possibilidade de prever o futuro de forma matemática é o mesmo que tender a dar poder a alguns tiranos para que possam controlar a vida dos outros e chegar nesse futuro melhor. Essa é sempre a desculpa das utopias socialistas para roubar e matar.
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