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Aristóteles para Todos - Mortimer Adler

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 25 de jun. de 2021
  • 10 min de leitura


Aristóteles para Todos - Mortimer Adler - Resumo


Introdução

Aristóteles é uma das grandes mentes da humanidade e, mesmo tendo vivido há quase 3000 anos, suas definições ainda são aplicáveis.


Parte I - O Homem como Animal Filosófico


Capítulo 1 - Jogos Filosóficos

O jogo "stop" é um exemplo de filosófica aristotélica, por trás desse jogo está a ideia do processo de classificas coisas. Definir algo como vegetal, animal ou mineral é uma forma de classificação que remete ao pensamento aristotélico. Para Aristóteles, a distinção mais importante é aquele entre o que é vivo para o que não é. Também é importante é a ideia do objeto físico e do objeto não físico.

Nem sempre classificar algo é fácil. Existem transições de estados físicos, como moluscos ter ou não ter capacidade de locomoção, por mais que sejam animais, e animais por definição se movem. Essa confusão é presente em entes físicos, ainda mais em entes mentais. A perplexidade na hora da definição é um bom norte para a mesma, por exemplo, ninguém ousaria definir uma flor como um animal, pois diferente de um cavalo, essa não se movimenta. Humanos estão acima das plantas e animais pois além de fazer o que qualquer planta e animal faz, também reflete acerca do mundo a sua volta.

Nem todas as características de uma coisa a definem. O homem não tem subdivisões (independente de aspectos físicos) devido a isso. Por mais que exista uma forma de dividir pessoas em grupos de gordos, magros, altos, baixos etc. nenhuma dessas definições podem fazer um homem sair da classificação de animal racional.


Capítulo 2 - A Grande Divisória

Existem entes classificáveis que não são físicos, como coisas que existiram no passado (cavalo de Napoleão), entes que podem existir no futuro (seus netos), objetos imaginários que não existem de forma alguma no mundo real (chiforinfulas), fragrâncias, cores e mesmo ideias. Considerando o mundo físico, Aristóteles então divide a constituição por dois grupos, os "corpos" que são entes que existem por si só no mundo físico, e as características, que existem devido a esses corpos e não existiriam sem eles. Características não existem por si só, assim, não podemos pedir para alguém dar determinada caracteriza (nunca pedimos que alguém nos de o peso da pedra, mas sim pedimos a pedra para assim medir o seu peso, o peso não existe sem a pedra). O modo como as coisas mudam é importante para a classificação. Uma pedra está numa pedreira com muitas outras pedras, mas ela é pedra por si só, caso a quebremos ela continua sendo pedra. Porém atributos nunca estão sujeitos a mudança, se uma pedra é áspera e a lixamos, ela continua sendo pedra, mas a aspereza não vira lisura, quem muda é a pedra. Atributos físicos são mutáveis, caraterísticas não.


Capítulo 3 - As Três Dimensões do Homem

Tal qual no mundo físico temos as três dimensões espaciais, Aristóteles acreditava que existiam essencialmente três dimensões no mundo mental: fazer, agir e conhecer. Fazer está relacionado a como o homem molda o mundo a sua volta, agir está relacionado a atitudes morais, estéticas etc. e conhecer está associado com pesquisa e busca pela verdade. Ele recorre a comparações entre o homem e a natureza em seus modos de fazer as coisas. Com isso entenderemos melhor o funcionamento da própria natureza. Na segunda parte do livro será tratado essa dimensão da atividade humana, na seguinte o homem como ser moral e social será estudado, e finalmente na quarta o homem como conhecedor. Em especial, três valores universais serão buscados: verdade, bondade e beleza. A conservação da matéria pode ser uma boa ilustração para alguns dos efeitos que estamos estudando. Observamos que a transformação que humanos causam é diferente da que a natureza causa, e isso ajuda a entender ambas.


Parte II - O Homem como Fazedor


Capítulo 4 - Crusoé segundo Aristóteles

Compreender uma mudança feita por um ser humano ajuda a compreender as mudanças que ocorrem devido apenas a natureza. Isso é bem abrangente e não tem um limite muito claro, mostramos isso tentando discutir o que causou um indício que ocorreu devido a fogo "criado" por um ser humano. Tudo que o homem faz é artificial? Tudo é obra de arte? Se assim o for filho são artificiais ou obras de arte? Ao pensar novamente no incêndio, vemos que a ausência de proposito feito, por exemplo, pelo descuido, faz o incêndio ser classificado como natural. Os homens não fazem o fogo em si, mas causam em lugares e locais determinados. Diferente de uma casa, que a natureza não pode criar nada além dos materiais utilizados. Vemos então que no que se refere a classificação do fazer, filhos são diferentes de fogo e ambos são diferentes de uma casa. É interessante então chamar as coisas que homens fazem a partir de materiais naturais como produções, e não criações.


Capítulo 5 - Mudança e Permanência

Aristóteles não acreditava que tudo estava em constante mudança ou constante permanência, a verdade está no entremeio. Classificar as mudanças se torna necessário. Existem diversos tipos de mudança. Por exemplo uma fogueira que, ao ser alimentada pode crescer indefinidamente, o mesmo não acontece com um coelho. Esse mesmo coelho, se morto e alimentado por um chacal, não mudará o formato do chacal por completo.


Capítulo 6 - As Quatro Causas

Essas são perguntas importantes para a classificação das coisas. "Do que aquilo é feito?" É a chamada causa material, "Com que aquilo é feito?" É a chamada causa eficiente. "No que aquilo é feito?" É a chamada causa formal. "Para que aquilo é feito?" É a chamada causa final. A causa formal em especial é uma questão importante pois quando trabalhamos sobre algo, aquele algo ainda não tinha a "forma" do objeto criado. Por exemplo, o sapateiro ao lidar com o couro mexe com o mesmo o tornando num sapato, apenas porque o couro tem uma "sapatidade" que o possibilita virar sapato. Nem todo material pode se transformar em qualquer outra matéria. Agua não pode virar cadeira. Sapatos existem em vários formatos, se pedirmos para alguém desenhar o que torna algo um sapato, não conseguirá desenhar aquilo. Tentar desenhar algo que é comum em todos os sapatos numa vitrine é uma missão impossível, mas todos eles têm a "sapatidade".

A forma de classificar de Aristóteles moldou a forma cientifica de classificação. Exemplos são os quarks, que só existem, pois, a forma de classificar toda a ciência até então era baseada em ideais de dividir partículas em blocos de características, algo que não precisava ser como é.


Capítulo 7 - Ser e não ser

Ser privado de uma possibilidade só pode ocorrer quando determinada coisa tem a possibilidade de ser aquilo. Ou seja, privação necessita de potencialidade de ser. Uma madeira pode ter sido privada de virar cadeira por ter se transformado em mesa, por exemplo. Percebemos então que a matéria tem uma forma, que a permite ter um fim. Vamos supor uma matéria desprovida de forma, temos duas possibilidades para ela, ou ela não existe ou ela tem a potencialidade de se tornar qualquer coisa. Podemos compreender algo que pode se tornar em qualquer coisa como a energia. Uma outra forma de compreender esse fenômeno é quando tentamos compreender o surgimento da vida de objetos que não tem vida.


Capítulo 8 - Ideais Produtivas e Saber Prático

A teoria e prática são processos diferentes na criação. Quando aprofundamos essa ideia percebemos que a mente é o principal fator da produção humana, pois mesmo com ferramentas e o corpo, sem a mente elas seriam inúteis se tentássemos construir algo. O prazer que temos associada a fruirmos em algo está associada com a beleza deste. O processo de observar algo e achar isso belo está claramente associado com a experiência e conhecimento que o indivíduo tem com esse algo. Dois cozinheiros dificilmente diriam que o mesmo prato está ruim e bom. Um leigo e um artista podem ter concepções diferentes sobre a mesma obra de arte.


Parte III - O homem como Ator


Capítulo 9 - Pensando sobre Fins e Meios

Os seres humanos sempre agem buscando um fim. Por definição sempre agimos buscando um fim que á bom para nós. Tendo em vista a ação, podemos analisar os meios usados pela ação para obter algum fim. Aristóteles se perguntava se existia algum fim que era apenas fim e algum meio que nunca é fim. É necessário que exista um fim último, senão sempre agiríamos com um meio, para outro meio, para outro meio, o que não teria fim. Neste ponto da teoria de Aristóteles temos que assumir os chamados axiomas que são verdades incontestáveis e auto evidentes. Exemplos destes são linhas, pontos, planos e outros elementos euclidianos que tomamos como necessários para resolver problemas. Existem meios indiscutíveis (pontos, retas) estes são os axiomas, sempre buscar um fim para "melhorar" o estado atual é um axioma também.


Capítulo 10 - Viver e viver bem

Uma vida que vale a pena ser vivida é uma vida planejada, pois sem pensar não é possível que usemos bem os meios para atingir um fim. Viver sem pensar é como agir sem objetivo. Aristóteles acredita que só existe um plano de vida bem vivida. O devemos buscar porque isso é o certo (axioma). Para Aristóteles o fim último de todo ser humano deve ser essa vida bem vivida. Você poderia se perguntar "viver bem para que?" A questão é que viver bem já é um fim último, e não serve como meio para nada. O que precisamos é de meios para viver bem


Capítulo 11 - Bom, melhor, o melhor

Buscamos aquilo que é o melhor para nós, o problema é que o que é bom num momento, as vezes pode ser ruim em outro momento. Esses desejos podem ser distinguindo em "necessidades" e "vontades". As necessidades são fins que sempre são bons, independente do momento ou da quantidade. Tal qual Aristóteles falou, o único plano correto de se viver deve ser o mesmo para todos os humanos, isso indica que elementos necessários para a sobrevivência (comida, sono, roupa, pensar) são os mesmos para todos os humanos.


Capítulo 12 - Como buscar a felicidade

A constituição americana cita três direitos: vida, liberdade e busca da felicidade. Isso vai ao encontro do que dizia Aristóteles pois o bem final só (viver bem) só é possível se tivermos vida, se pudermos agir e encontrar esse fim livremente (não sendo controlados por outro).


Capítulo 13 - Bons hábitos e a boa sorte

Hábitos são comportamentos que acabam se repetindo de forma natural, então, quanto mais bons hábitos você tem, mais próximo da boa vida você pode chegar. Quanto mais forte seu hábito, mais difícil de agir de forma contrária a ele será. Ter o bom hábito de fazer escolhas certas é chamada por Aristóteles de Virtude Moral. Temperança e coragem são aspectos distintos da virtude moral, ambas são hábitos de fazer a escolha certa tendo em vista não ter vantagens a curto prazo, ou seja, em economia, ter baixa preferência temporal.

Ter sucesso em qualquer empreendimento não está totalmente sobre nosso poder, existe a sorte, tanto em elementos presente, como futuros ou mesmo passados, que limitam certas condições para alcançar objetivos. Aristóteles então resume que, para ter uma boa vida, é necessário ter a virtude moral e a boa sorte.


Capítulo 14 - O que os outros têm o direito de esperar de nós

Tal como qualquer ação humana, o fato de nos agruparmos em famílias, tribos etc. surgiu das vantagens que se podem obter com isso. A amizade faz parte desse conteúdo relacional, porém a verdadeira amizade é rara, pois diferente da união em grupos, ele deve existir sem que se espere nada do seu amigo. Dar sem esperar nada em troca é agir de forma justa com os outros, esperar algo ao se dar é egoísmo.


Capítulo 15 - O que temos o direito de esperar dos outros e do estado

A verdadeira justiça não deveria exigir que você promova, por ações positivas, a felicidade alheia, não do modo como você está obrigado a buscar a sua própria. A justiça apenas exige que você não impeça nem frustre a busca da felicidade alheia, esse é o chamado "direito negativo" descrito por Bastiat. Uma constituição só é justa se trata todos os humanos como iguais (isso não inclui retardados mentais e crianças, que são humanos ontologicamente, mas ainda precisam de sua formação). A única coisa que um estado não pode fazer é tornar seus cidadãos em pessoas virtuosas, isso sempre causa grandes problemas e vai contra aa lógica aristotélica do direito negativo, afinal de contas a aquisição de virtudes morais é quase que exclusivamente uma ação do indivíduo.


Parte IV - O Homem como Conhecedor


Capítulo 16 - O que entra na mente e o que sai dela

A compreensão que a mente faz de objetos ou ações se dá devido aos sentidos, que buscam informações externas e interpretam no cérebro. Essa interpretação se dá por meio de elementos que compreendemos na fala como cognitivos (sim, não, é, se, então) etc.


Capítulo 17 - Os Termos Peculiares da Lógica

A lógica Aristotélica é aplicada a fala. Comecemos por um par de asserções. El é dito contrário, não contraditório, quando ambas afirmações não podem ser verdadeiras, mas também pode ser falsa, exemplo: "todos os cisnes são brancos" e "nenhum cisne é branco". Há o caso contrário, quando ambas são verdadeiras, mas ambas não podem ser falsas, "os cisnes podem ser ranchos ou não ranchos, e, assim, se apenas alguns são brancos, alguns não devem ser brancos. Aristóteles chama esse par de asserções de subcontrária.

Generalizações são um alvo fácil para a lógica aristotélica, pois uma vez que se segue ela, sabemos que um exemplo negativo basta para invalidar uma proposição generalizante. "Alguns objetos brancos são cisnes," mas não é devido a essa verdade que "todos os objetos brancos são cisnes". Uma dedução lógica é a inferência imediata "se todos os cisnes são brancos, então segue-se necessariamente que alguns cisnes são brancos".

Para deduzir essa lógica precisamos da construção de silogismo, segue um exemplo

Premissa maior: Todos os animais são mortais.

Premissa menor: Todos os homens são animais.

Conclusão: Todos os homens são mortais.


Se qualquer uma das premissas é falsas, então a conclusão que se segue logicamente delas pode ser verdadeira ou falsa. Se a conclusão é de fato falsa, podemos inferir que uma ou ambas as premissas também são falsas. Asserções como "se" e "então" tem papeis especiais nessa lógica.


Capítulo 18 - Dizer a Verdade e Pensá-la

A definição de verdade é bem clara para todos os seres pensantes. As vezes a obtenção da verdade é complexa. O primeiro princípio é entender os meios em que a verdade está tentando ser obtida, incluindo a forma de expressão da verdade, as palavras. Por exemplo a asserção "Um todo finito é maior do que suas partes" demanda que seja impossível entender o que é um todo, o que é uma parte, e a relação de maior que, sem simultaneamente entender que um todo é maior do que todas as suas partes. Outra forma de obtenção da verdade é a corroboração com o pensamento de outras pessoas. Se a maioria concorda é possível que seja verdade.


Capítulo 19 - Além de Dúvida Razoável

Chegamos mais perto da verdade quando essa busca parte de provas cientificar e raciocínio lógico.


Parte V - Questões Filosóficas Difíceis


Capítulo 20 - A Infinitude

Os únicos infinitos são os potenciais, no mundo real, de adição ou divisão (posso dividir infinitamente algo que é continuo).


Capítulo 21 - A Eternidade

A ideia do primeiro motor surge na ideia de eternidade. Aristóteles acreditava que o Universo era eterno, mas todos os outros objetos que tinham movimento deveriam ter começado por um primeiro motor que fosse eterno, pois caso este também se movesse e variasse no tempo, deve ter um outro elemento que o fizesse ter começado seu movimento.


Capítulo 22 - A Imaterialidade da Mente

De acordo com Aristóteles, as formas das coisas materiais no mundo físico são aspectos imateriais delas. Além disso, o mundo material, de que fazemos parte, inclui um elemento imaterial porque temos mentes e cérebros, mentes que são distintas dos cérebros.


Capítulo 23 - Deus

Já vimos a definição sobre o primeiro motor. Também vimos que aquilo que é puro ou completamente potencial não pode existir. O inverso porém, não é verdade. O ato puro a forma sem matéria pode existir, ainda que a puro potencial não possa. Logo, o Deus do Genesis vai ao encontro da necessidade do universo ter um ínicio.

 
 
 

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