Arte e Imaginação: Um estudo em filosofia da mente - Roger Scruton
- Canal Resumo de Livros
- 6 de set. de 2019
- 20 min de leitura

Arte e Imaginação: Um estudo em filosofia da mente - Roger Scruton - Resumo
Capítulo 1 - Introdução
O foco do livro é mostrar um como é possível fornecer uma exposição sistemática da experiência estética em termos de filosofia da mente. A estética filosófica é divida em duas partes: o estudo da apreciação estética e a analise do julgamento. Se queremos encontrar um padrão analítico entre avaliações estéticas, da mesma forma que obtemos entre outras ideias humanas como a moral, devemos compreender a linguagem com que ela funciona.
Apreciação estética e experiência estética são objetos de pensamentos diferentes. Enquanto a primeira pode ser dada em terceira pessoa, e assim construirmos uma elegante teoria para compreendê-la, a primeira se dá em primeira pessoa, e apenas poderá ser compreendida em termos de quem a viveu.
Intencionalidade será desenvolvida aqui. Ela é importante na apreciação estética pois mostrará que os elementos apreciados o são por um interesse desinteressado, parte dessa derivação vem de Kant.
Parte I - Juízo Estético
Capítulo 2 - A Individualidade do Objeto Estético
Kant em A Crítica do Juízo faz uma analise sobre a estética. Ele diz que sua investigação é diferente da científica, pois vemos os objetos estéticos não como meios para algum objeto, mas como fins em si mesmo. Essa busca, também diferente da científica, é um "interesse desinteressado". Quando sofremos a experiencia estética não a procuramos da mesma forma que uma lei cientifica.
Assim, quando leio uma obra de arte para compreender um momento histórico é diferente de quando a leio para ter o objetivo estético. Também é dessa derivação que surge que algo como a pornografia não pode ser arte, pois quando a buscamos estamos querendo uma experiência sexual, assim usamos a pornografia como um meio, diferente do que já foi definido como arte. Pensemos num carro, quando o queremos par fazer uma viagem, elementos como a velocidade ou o conforto não importa, se eles não colaboram com o nosso objetivo. Quando buscamos nos entorpecer com arte não fazemos essa busca. É na unicidade da obra de arte que a estética se revela. Esta não pode ser substituída por outra obra de arte. Kant percebeu a importância dessa "unicidade na arte. Ele deriva que não podemos substituir o efeito de uma obra de arte por "outra que também servirá". Kant foi além e percebeu que essa unicidade não define o objeto estético como seu atributo mas deveria ser analisada como um elemento formal do interesse estético. Diferente de um código moral que alguns elementos são necessários para que aja a moralidade, aqui na estética isso não ocorre, por mais que um objeto tenha certa unicidade estética isso não o define como belo.
Não podem existir propriedades que conferem valor a uma obra de arte. O efeito de qualquer propriedade deve ser determinado a posteriori, mediante a experiência do caso em questão. Isso é parte do que Kant entendida quando escreveu que o juízo do belo está isento de conceito: ele não envolve classificação nem descrição prévia de seu objeto.
Características estéticas não pertencem a ele em virtude de qualquer fim ao qual pudesse servir. Uma peça musical não é triste porque pode ser usada para evocar tristeza, por exemplo.
NOVA REVISÃO
Capítulo 1 - Introdução
Grosso modo, o autor vai desenvolver sua teoria, que a princípio expõe que a fala define o juízo e isso tem consequência na estética. Essa teoria da apreciação estética se desenvolveria em termos da filosofia empirista da mente. No geral os empiristas, como o Hume, tiveram dificuldades de desenvolver teorias estéticas, afirmando que era apenas questão de sentimento (gostar mais disso que daquilo). O autor vai fazer vínculos com conceitos conhecidos, como o de senso, que não usa nenhum elemento intelectual, apenas percepções.
Ocorre que a estética parece se dividir em apreciação estética e juízos estéticos. A apreciação é a analise da experiência e o juízo é o valor dos objetos. Para compreender essas descrições temos que entender os elementos da linguagem que usamos. Não podemos descrever os dois separadamente.
Como a moral, a estética também pode ser analisada a priori, mas ela é mais difícil. A conexão entre significado dos estados mentais e enunciado são difíceis de descrever.
Kant foi um importante pensador no ramo da estética pois fugiu de concepções puramente empiristas. Ele foi o primeiro a buscar uma explicação sistemática que não cai no sentimentalismo. Arte é mais que sensação, deve haver um vinculo entre a experiência e o juízo.
Para compreender a estética usamos as características de verdade e falsidade das sentenças das quais os termos que definem algo estético ocorrem. É só sabendo as condições do que alguém está pensando é que entenderemos o significado do pensamento. Buscando essas condições de verdade construímos um pensamento inteligível. Algumas das sentenças usadas para explicar essas concepções de estético são duras, ou seja, se explicam por tautologias (seus fins). Por exemplo a explicação “eu gosto dela” só faz sentido quando os elementos que a definem estão postos, e não aprioristicamente. A condição de verdade do empirismo é exatamente essa. O autor usará também da Teoria da Compreensão. Isso se dará mediante a condições dessas frases que se definem e forma tautológica. Assim, o autor faz parecer que não existem determinações a priori. mas a possibilidade de afirmar isso não significa que elas não existam, na verdade elas parecem existir.
Para dar continuidade a compreensão da estética, será necessário explicar como um critério se conecta conceptualmente com certo juízo. Pois certos critérios podem servir para definir diferentes fins. Esses critérios, para Wittgenstein, são o que definem a presença das cosias, para fechar o espaço entre epistemologia e lógica. São esses critérios que definem o sentido filosófico dos predicados, e, por fim, explicam a estética.
Uma descrição da estética pode ser noemática (interna ao ser) mas isso não é mais do que uma tradução metafórica do fato de que a experiência é essencialmente constituída por circunstancias externas. Assim termos como experiencia não poderão ser usados para as explicações. Não há fotos sobre estados mentais que não sejam fatos que eu possa conhecer e observar em outro, bem como em mim mesmo. Buscar o conhecimento em si mesmo é se limitar ao nada.
Em poucas palavras, só lógica não é suficiente para definir o que é estético também, pois para isso antes é necessário saber o que é estética e isso está ligado com a linguagem que por sua vez tem ligação com o empírico.
PARTE 1 - Juízo Estético
Capítulo 2 - A individualidade do Objeto Estético
Kant em sua definição de unicidade desenvolve bem conceitos sobre o que é estético. Essa teoria busca definir a atitude estética por contraste com atitudes cientificas e morais. Quando eu faço uma apreciação estética eu não a faço como a científica pois não busca comparar com objetos similares, não procuro leis universais. Kant afirma que quando nos aproximamos de um objeto estético nunca fazemos isso com um interesse em mente, o interesse deve ser desinteressado. Para caracterizar isso devemos levar em conta que quando vamos avaliar um elemento estético os mesmos jargões para diferentes tipos de elementos. Se não conseguirmos fazer uma explicação unitária para isso não chegaremos a uma explicação do que é estético. Reduzi a opinião também não está certo, isso é bem claro quando falamos de paisagens, um lugar poluído não é belo, o mesmo é verdade sobre músicas por mais que alguns digam o contrário. A analise sempre pode ser parecida com conceitos morais como direito, liberdade e bom. Eles tem uma unicidade.
Para Kant, a forma como as pessoas se aproximam de objetos estéticos o definem como tal, assim, pornografia não pode ser considerado arte afinal quando a pessoa a procura é para saciar uma vontade. A visão de Kant é meio dura pois condena a emoção na arte, a autonomia estética não permita a "substituta" da arte, por outra coisa que daria o mesmo prazer. Isso vai ao encontro da critica ao brega, que´e a indução da emoção e suas consequências negativas.
Ocorre que essa visão do Kant é meio complicada de se tomar como efetivamente certa. Pode ser vista como um dogma. A arte para algumas sociedades pode ser a ideia de reverencia, o que furaria a teoria de Kant. O autor afirma que isso não refuta por completo Kant, pois mesmo no interesse é possível classificar alguma atividade mental como apreciação estética. A apreciação estética é então a apreciação de um objeto "tal como ele é em si mesmo". O autor faz a comparação com o uso de um carro, quando procuro um para fazer alguma viagem, o meu fi particular é o que realmente importa, mas não existe esse proposito final, como seria a viagem para o aluguel do carro, então não podemos usar das mesmas características par a avaliação. Assim para a arte, não pode haver critérios de relevância que nos permitam dizer que os méritos de uma obra de arte dependente de uma característica mais que outra. Esse elemento de unicidade, ou individualidade de alguma obra não é um produto de restrição, é o resultado de um estado mental único no qual o objeto é apreciado, e assim ele não pode ser substituído por outro.
É possível argumentar que não podemos fazer uma descrição do estético buscando uma dada conclusão, o juízo do belo seria isento de conceitos. Assim, o que define empiricamente o que é belo seriam as características de segunda ordem, ou seja, que não atuam tautologicamente na resposta de quem aprecia. Ocorre que as palavras que definem a apreciação nessa "segunda ordem" usam elementos da descrição de sensações humanas. Assim, podemos afirmar que a apreciação estética deve ser caracterizar em termos de seus objetos e não em termos dos procedimento avaliativos. Mas quais são esses objetos. Essa duvida parece fornecer alguma confirmação da visão de que uma teoria adequada da distinção entre o que é estético e o que não é não pode ser alcançada por meio de uma lista das características que são específicos do juízo estético.
Capítulo 3 - Percepção Estética
O autor define a construção desse vocabulário ao qual damos nome aos juízos estéticos. Os predicados são importantes aqui. As sentenças especiais que definem esses predicados por vezes são duras, ou seja, são definias por tautologias. Ocorre que não podemos definir esses produzidos devido aos juízos estéticos (o contrário é que é verdadeiro). Essa forma de explicar o estético acaba caindo na Guilhotina de Hume. Parece que o autor quer dizer que apesar da limitação, a teoria tem elementos a priori, coisas como rimas são gerais para a beleza, por exemplo. Simplesmente insistir que as características estéticas não são condicionadas por caraterísticas não estéticas e produzir um protesto sem sentido, por mais que exista elementos tautológicos na teoria da apreciação estética.
O autor desenvolve o texto dizendo que tiramos analises estéticas de características não estéticas, muito associadas a linguagem. Para definir algo como triste, por exemplo, temos que entender a tristeza em 1ª pessoa. Se alguém não conhece a tristeza, não saberia usar esse termo esteticamente. Posso saber o que´e uma tristeza sem saber o mesmo esteticamente. Mostrando que assim a estética não é necessária para dar sentido ao predicado. O autor desenvolve uma suposição da classificação de obras de artes por algum elemento não estético (como a tristeza. Supondo que um individuo separa as obras por tristeza ou não tristeza e outra pessoas separa as mesmas obras da mesma forma mas nega que o motivo é a tristeza pois acredita que arte não tem estado mental. Ocorre que é apenas com a comparação com o estado mental que é possível fazer a distinção.
Porém, é muito duro querer definir termos de linguagem define a argumentos estéticos, uma obra verdadeira, por exemplo, pode ter elementos que não seja totalmente associados com a verdade de uma sentença, por exemplo. Assim, o autor conclui que as duas tentativas de explicação a nossa de experiência estética até agora consideradas - em termos da avaliação que ela suscita, e em termos das características para as quais ela se dirige (os fundamentos da avaliação estética) - são inadequadas.
Capítulo 4 - Descrição Estética
A principal objeção a ideia de propriedade estética é que ou os termos que denotam propriedades estéticas possuem o mesmo significado que tem quando usados em seus contextos normais ou eles possuem significado diferente. Se for o primeiro caso, como podemos distinguir as propriedades estéticas como uma classe separada, no segundo qual a finalidade de nomear como o fazemos? É aqui que surge o conceito de ambiguidade.
Percebemos concepções bem primitivas disso desde Aristóteles, quando ele dizia que a música adquire seu caráter moral e emocional mediante a imitação do comportamento humano e de estados de mente. Vamos usar como exemplo um poema que chamo de triste. Seria essa experiencia de tristeza é a resposta apropriada a ele? O certo seria afirmar que o elemento expressa diferentemente esse mesmo estado da mente. Vemos que na prática essa é uma ideia muito utilizada para a classificação. Resultado disso que o argumento que as palavras podem ser usadas com seus significados padronizados, mas fora de contexto, não porque são usadas para descrever alguma relação de facto com o caso central, mas porque a finalidade de usar essas palavras é aqui inteiramente indiferente.
Levemos esse conceito novamente a Aristóteles em sua obra Categorias, lá ele faz a analise de quando dizemos que uma pintura de um homem é um homem. Mas aquilo é um pintura. Então seria a própria pintura ou a "coisa" na pintura? Da mesma forma que descrevemos e separamos as obras tristes das não tristezas, podemos aqui indicar esse elemento descritivo, o homem, para fazer a classificação. E é muito improvável que outra pessoa não faria o mesmo. Assim, descobrimos que aspectos, como as características estéticas não podem ser propriedades simples, mesmo que, como propriedades simples, não possuam critérios para sua presença que possam ser afirmando em outros termos. Em segundo lugar, o termo homem deve ter o mesmo significado quando usado para descrever um aspectos e quando usado para se referir a um homem. Pois é justamente quando aplicamos homem em seu sentido normal que dá sentido usá-lo para descrever o quadro. Isso não é uma analogia. Em Wittgeinstein ele sustenta em sua classificação por critérios que os aspectos não são propriedades, pois não é preciso haver outros critérios para a aplicação de um termo a um objeto quando esse termo é usado para descrever seu aspecto. Compreende-se então que esses termos devem possuir o mesmo significado quando escrevem aspectos como eles geralmente são: logo, eles não podem ter outros critérios para sua aplicação nesse uso secundário. Assim eles não precisam ter critérios para sua aplicação.
Esperando definir os estados mentais estéticos, descobrimos que não há acesso a noção de uma característica desse tipo, a não ser mediante a compreensão da descrição estética. Descobrimos também, porém que a descrição estética pode ela mesma ser compreendida somente em termos dos estados de mente que serve para comunicar.
Capítulo 5 - Significado não descritivo
Possua ou não o uso assertórico dos juízos morais e estéticos condições de verdade no sentido epistemológico, a verdadeira questão não como é possível que tais juízos se ajustem a linguagem, mas qual o propósito de se ajustarem. Analisemos isso quando usamos palavras como triste expressivo pesado, gordo etc para descrever juízos estéticos sendo que as obras não são obviamente assim. A estrutura declarativa é derivada do emprego primário dos termos envolvidos, mas não são eles por completo.
PARTE II - EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Capítulo 6 - Reconhecimento e resposta
Um exemplo de descrição estética baseada no capitulo anterior é: considerar uma obra de ate triste, por exemplo, é responder a ela da maneira que respondo a um homem quando estou tocado por sua tristeza. Talvez por isso é kitch forçar sentimentalismo, pois é uma forma absurda de lidar com a apreciação estética. Essa sensação é clara quando analisamos uma musica que nos faz ter sentimentos bucólicos mesmo que os sons emitidos nada tem a ver com estar numa relva. É porque penso em algo, como algo perigoso, é que o temo. é a expressão verbal da experiencia estética pode muito bem constituir num padrão de justificação por meio de argumentos, análogo a justificação de um juízo factual. As experiencias estéticas, forme argumentarei, são modos de interesse em um objeto percebido, e devem ser descritas parcialmente em termos de uma percepção.
Capítulo 7 - A Imaginação I
O conceito de informação é importante, ela não é simplesmente as premissas baseadas na linguagem, afinal seres humanos não são maquinas, que respondem de forma logica a sentenças. Assim o uso "asserido" e não-asserido" é importante na analise estética. Assim, pensar em "X" pode envolver a manutenção de pensamentos sobre X, ou seja, é ter diante de sua mente proposições cujo sujeito-objeto é X. O fraco das teorias empiristas é devido à ausência de qualquer estética sistemática.
Há certas fortes razões para afirmar que uma imagem é um tipo de pensamento de algo (minha imagem de minha mãe é meu pensamento de como ela se parece. Isso é apoiado pelas seguintes considerações: imagem é sempre imagem de algo, formação de imagens, como pensamento é objeto de conhecimento imediato e a formação de imagens está sujeita a vontade. Para construir imagem precisa de duração e intensidade.
Assim, rejeitar a abordagem fenomenológica implica instituir que não há nada mais envolvido em saber como é quebrar um uso que ser capaz de lembrar a experiência particular. O que está envolvido no ato de imaginar como é uma experiencia não e´dado pela habilidade em descrever a experiencia.
Capítulo 8 - A Imaginação II
A chave é entender a que categoria mental pertence a experiência de "ver como"? Ao ver a figura como um pato, por assim dizer, pensamentos nela como um pato. Com efeito, "ver como" é como o pensamento exatamente do jeito que a formação de imagens é como o pensamento. Assim, possui intencionalidade, há sempre alguma coisa que vemos na figura quando vemos um aspecto. Como um pensamento, é um objeto de conhecimento imediato, quando vejo um aspecto, sei imediatamente de maneira irremediável o aspecto que vejo. Animais, por exemplo, não "vem como", pois apenas reagem de forma emocionai.
Ver como está sempre envolvido na percepção comum, pois é fácil fazermos truques mentais para mudar a observação de aspectos de um objeto, como ver a figura de um homem numa arvore. Percebemos isso claramente quando lembramos de memórias antigas e as interpretamos de forma completante diferente devido as experiencias da vida madura. Assim a busca por uma especificação total e independente do pensamento envolvido em "ver como" está tão deslocada quanto a busca por uma especificação total e independente da crença envolvida na experiencia visual. "ver como" envolve a organização da experiencia mediante um conceito.
Capítulo 9 - Imaginação e Experiencia Estética
Não é certo afirmar que estamos corretos quando chegamos a resposta de que uma musica é melancólica pois isso não a define completamente. Nossa teoria da imaginação, até agora, resgatou essa tese da trivialidade e circularidade na qual ela parece naturalmente cair (ser simplesmente a opinião de alguém, por exemplo). O que é importante é que, se tentarmos explicar, por analogia e aproximação, o elemento de pensamento envolvido no ato de ouvir música como triste, como no caso do "ver como", precisamos recorrer a categoria geral do pensamento não asserido, e não a categoria do juízo ou da crença. Ou seja, temos que levar em conta a analise não robótica de uma frase que define algo. Outro exemplo essa não asserição é uma projeção de um duelo não tela do cinema causar mais horror que uma pintura mediável. É o objeto da convenção em arte superar o envolvimento emocional. A emoção é um elemento obvio na analise estética. Assim temos um claro teste da sinceridade de sua observação em seu comportamento subsequente. Se alguém diz que gosta da imagem de uma criança numa pintura pode provar que realmente gosta numa ação subsequente ao interagir com uma criança. Ou seja, dá pra testar se uma pessoa realmente sente o que diz sentir numa obra. Surgem paralelos com relacionamentos.
Capítulo 10 - A Atitude Estética
A imaginação se mostrou um ingrediente necessário para se lidar com o juízo estético. Começaremos a descrever experiencias estéticas por estados da mente. Existem atitudes distintamente estéticas que são expressas nos juízos que empregam esses termos, e são essas atitudes de que terminam a estruturada da experiencias estética, por mais que isso ainda não seja conclusivo.
É, no mínimo curioso, quando alguém cita que algo é belo mas não quer mais apreciá-lo. Isso mostra que em algum nível apreciação está ligado com desfrute. Percebemos então que o juízo estético esta localizado entre o juízo moral e gustativo. Esse explica porque, quando um filme é de mal gosto, não é indiferente para uma pessoa que reparou esse elemento, que outra pessoa o tenha achado belo e legal. Kant dizia que "o juízo de gosto estimula concordância de todos, e uma pessoa que descreve algo como belo insiste em que todos devem conceder ao objeto em questão sua aprovação e na sequencia descrevê-lo como belo. Esse "dever" kantiano vai ao encontro da analise empirista deste livro, e mostra uma dimensão normativa na analise este´tica.
Como separar o estético do moral, já que existe elementos normativos no primeiro. A primeira forma de fazê-lo é levar em conta que a contemplação de um objeto é particular, e não se dirige a ele como unicamente o membro de uma classe. Atitudes morais causam ações punitivas, o que normalmente não ocorre com erros estéticos. Não é porque não há punição que a estética não possa ser normativa. Essa punição por vezes ocorre internamente, como por exemplo quando alguém é escalada para demolir um prédio de bastante valor estético a uma comunidade. Diferente de ações instintivas, a estética também não limita um momento onde esse desejo possa se satisfazer. Animais tem o conceito de apetite, essa satisfaçam deles por objetos individuais é bem diferente da dos humanos quando estão com algo que gostam. O objeto de apetite incide sob uma especificação geral, não individual. Assim, o objeto da apreciação animal está sempre vinculada a necessidade. O fim é concebido durante todo o vinculo com esse objeto (seja a alimentação, segurança etc). A pergunta que deve ser respondida não é aquela vinculada a resolução do impulso, quando estamos falando de analises estéticas. O porque deve ser trocado por "para que". Em outros termos, precisamos distinguir o caso de desejar alguma coisa quando não há razão para desejá-la (por exemplo, necessidades) e desejar algo por nenhuma outra razão, quando o próprio desejo, não obstante, baseai-se numa concepção da coisa que se deseja (podemos fazer a analogia com o amor por uma pessoa). Seria um absurdo, por exemplo, dizermos que existe um elemento estético que deve ser satisfeito no ser humano, como a necessidade de alimentação e abrigo. Diferente da necessidade por um prato de comida, quando apreciamos uma obra de arte, estamos tendo esse interesse por ela mesma, e por nenhuma outra razão. Comer o prato de comida de outra pessoa seria uma atitude no máximo curiosa, diferente de uma analise de uma obra de arte quando se tem em mente outra, onde os vários elementos presentes mudam completamente a analise. Dizer que uma outra pintura parecida servirá não faz sentido nenhum quando queremos fazer uma apreciação estética. Percebemos então que essa apreciação está associada com pensamentos e consciência (por consequência imaginação, linguagem (e aqui entra a questão dos predicados e sua vinculação com tautologias)). Quando estou interessado por X, o estou porque X é X, e mais nenhuma outra razão. Mesmo uma criança quando pega uma fotografia para analisar está fando uma analise estética, isso começa a ocorrer quando para de olhar para a foto (por exemplo de parentes antigos) como uma forma de diversão e começa a fazer analises mais profundas).
Em conclusão, caraterizamos a atitude em termos de três condições: atitude estética visa ao desfrute de um objeto, ela envolve uma atenção a esse objeto por si mesmo, e é normativa, envolvendo um sentido do que é certo ou apropriado. A admiração por objetos, por exemplo, se dão vinculados com suas características abstratas. O busto de alguém importante é apreciado não só por sua manufatura mais também pela grandeza daquele que foi homenageado. Outros sentidos de apreciação, como gustativo e olfativo, por vezes não são levados a sério na analise estética pois sua forma de apreciação é muito pontual, diferente do visual que permitiu observa mesmo as características abstratas, como no exemplo do busto.
Parte III - A EXPERIÊNCIA DA ARTE
Capítulo 11 - A identidade da Arte
É dito que apenas a arte é a fonte da nossa logica ao apreciar algo esteticamente. Vinculamos nossa experiencia estética na arte para, por exemplo, admirar uma paisagem. Essa visão um tanto kantiana pode estar vinculada ao conceito de intencionalidade que ocorre em obras de arte quando a mão humana é utilizada vinculando assim a consciência a obra. A forma de kantiana de apreciação estética mostra que algumas apreciações são livres de conceito, isso indica que a beleza, por exemplo de uma peça, é considerada dependente não porque a apreciação depende de ver o objeto estético como uma peça de teatro, mas porque ela depende de se ver a peça como uma representação. Não dá para desvincular as duas formas de apreciação (como representação e por si própria).
Capítulo 12 - Compreendendo a arte
Compreensão da arte, assim como da linguagem, se dá a partir da capacidade cognitiva da compreensão de signos, mais que qualquer habilidade para entender sentimentos ou experiencias, se assim não o fosse estaria mais associado com uma necessidade animal. De tal forma que a apreciação de arte se torna muito mais completa do que de uma paisagem, por exemplo. Mas a linguagem depende muito da logica, algo que não importa muito para música. Ocorre que a dedutibilidade, condição necessária na logica, é necessária também na linguagem, mas nem sempre necessária na música. Diferente de um a linguagem, a compreensão de uma música não depende da compreensão de suas partes. Seria uma atitude desnecessariamente pedante falar em compreender uma sequencia de notas como melodia, em vez de ouvir a sequencia como uma melodia. É como se a apreciação estética dependesse de nossos preconceitos, de como lidarmos com as coisas no nosso cotidiano, e não de uma versão cientifica da realidade. Mas essa compreensão só surgem da experiencia. Não seria possível para alguém que não teve a a experiência estética de ouvir melodias. Novamente surge o conceito de pensamento "não asserido", a apreciação não depende de um vinculo formal e logico com alguma linguagem. É preciso estar atento ao que ouvir se quiser ouvi-lo como melodia, vejo a ligação com o pensamento, imaginação etc. Como dizia Hegel: o apelo da música reside na unidade formal transferida pela unidade da consciência para o processo temporal, e é assim reenviada, como eco, para nossa vida consciente.
Qual é a base publicamente observável para atribuir experiencias estéticas associadas a música? Só é possível atribuir pensamentos, por exemplo matemáticos, a alguém que exibi certa dose de competência nessa área, o mesmo para o comportamento música. Assim como a compreensão de piadas, ou mesmo de um teatro Nô (japonês) a analise profunda só é possível se for educada e desenvolvida com a experiencia. Pode ser também moldada moralmente.
Capítulo 13 - Representação
Compreender uma obra será análogo a compreender uma sentença. Assim, podemos pensar que da mesma forma que entendemos frases, com logicas semânticas, podemos compreender também a arte. Com as obras de arte não aprendemos sobre elas mesmas, mas sobre o mundo o qual se referem. Trata-se de sistema de símbolos que nos transitem, como a linguagem o faz, uma consciência do mundo no qual vivemos. Dada essa importância aos signos, pensadores como Goodman concluíram que, como os idealistas pensaram, as atitudes cientificas e a estética são membros congruentes de um único espectro, o motivo de cada um é a curiosidade e o fim, a consciência.
Se a teoria dos capítulos anteriores estiver correta, então parece que o proposito da representação será o de guiar a imaginação, de mo que os pensamentos envolvidos no interesse estético se referirão a objetos predeterminados. Mas estar interessado num objeto como representação não é necessáriamente estar interessado como meio para apresentar esses pensamentos. Novamente, a realidade do objeto está associado ao ver como. Somente certas maneiras de analisar a representação serão compatíveis com esse ponto de vista kantiano.
A teoria semântica parte da premissa de que nenhuma explicação do retrato em termos de semelhança, ou em termos de similaridade de aparência, pode explicar a relação entre uma pintura e o que poderíamos chamar de seu objeto. Pode parecer estranho que pinturas precisem de elementos como um titulo para expressar qualquer ideia, mas isso ocorre e o ato de "ver como" por vezes é ambíguo (demanda mais interpretações).
A intencionalidade kantiana tem luz nessa teoria da representação. Vemos que o realismo é uma teoria do ver como pois "o rosto que vejo numa pintura A é o mesmo rosto de B". Houve a intencionalidade para que esse fenômeno se tornasse possível. Se quisermos desenhar um rosto genérico, mesmo assim haverá elementos que fogem do usual e delimitam a visão de um rosto. Podemos desenhá-lo azul e mesmo assim ver a face de um humano. Isso se deve pois, como já visto, a apreciação estética é um conhecimento não-asserido, se não o fosse ela se limitaria a um tipo de realismo de documentos socialistas.
Uma visão sobre música é apresentada: pode se compreender uma peça de música representacional sem, de fato, tratá-la como representação, sem ter consciência de que ela possui esse status.
Capítulo 14 - Expressão
Uma característica importante desse termo é que não pode haver expressão sem expressividade. Supor que um enunciado musical possa ser compreendido como sendo traduzido em um enunciado verbal é super que o primeiro pertence a um esquema de símbolos ao qual, de fato, não pertence.
Capítulo 15 - Simbolismo
A obra de arte é transparente a intenção, de mo que em qualquer nível a intenção operar por meio da arte, refinando e transformando seu efeito sobre nós. Desse modo, se por exemplo a mímica for acurada, e a sua intenção clara, então me diverto coma performance. Quando a lei moral natural é seguida, a verdade é sempre preferível. Aqui ocorre a dupla intencionalidade, Quando vejo A como B, ou vejo B em A, minha percepção possui dois objetos imediatos: a que é também o objeto material da percepção, e b, o aspecto, esses dois objetos se fundindo no sentido de o que vejo precisar ser descrito em termos de ambos. Ao descrever a intencionalidade de meu sentimento em termos da pintura, refiro-me a maneira como pintura parece, e é dessa maneira que meu pensamento depende da experiencia. É a aparência da pintura que prove a elaboração de meu pensamentos. A arte, como qualquer outra atividade humana, pode ser tomada como expressão de todo estado de espirito envolvido em sua realização.
Capítulo 16 - Objetividade e valor
Foi discutido a base da estética na filosofia da mente, e talvez se possa perguntar como o argumento passa pela pratica da critica. Não é porque algo demanda ou causa várias interpretação que essas são subjetivas. Não é porque estética não é objetivo que não tenha condição de verdade, isso é facilmente observado nos juízos morais, por exemplo. Se existe alguma objetividade, devemos ver se essa pode ser atribuída as razões oferecidas de uma experiencia ou resposta. Os problemas que essa forma de visão criam são os mesmos que toda a filosofia empirista. O caráter normativo já discutido força que subjetividade seja suspensa e se busca uma concordância racional. É aqui que precisamos de uma teoria da arte. Sem isso não teremos a universalidade já discutida. Podemos justificar a exigência da universalidade em estética se pudermos mostrar que existe uma relação suficiente entre preferencias estéticas e morais. Existem duas formas de fazer isso, a interna e a externa, e as duas estão vinculada com a moral. A abordagem externa situa o valor da arte nos efeitos sobre a pessoa que a aprecia. Dessa forma o verdadeiro valor da arte reside em um fim moral em direção ao qual a arte é o único entre diversos instrumentos. A falha aqui é que acabaremos caindo em questões de gosto. Por isso é a abordagem interna que nos vinculara com a universalidade devido a moral.
Nessa busca por uma explicação da universalidade do juízo estético fomos levados a sugerir conexões entre a experiencia moral e a estética que são grande importância para crítica. Percebemos então que morar o que´e ruim em uma obra de arte sentimental deve envolver mostrar o que há de ruim no sentimentalismo.
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