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As Ideias Tem Consequências - Richard Weawer

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 20 de dez. de 2022
  • 12 min de leitura

Atualizado: 4 de jan. de 2023

As Ideias Tem Consequências - Richard Weawer - Resumo


Prefácio - Afinal, lutamos contra quem?

A missão de destruir o ocidente foi delineada de forma independente por três agendas: Lukacs, Gramsci e a Escola de Frankfurt. O ataque é sempre baseado no ódio da civilização, onde até mesmo a culpa pelos erros dos revolucionários recaí sobre as vítimas (vide o que é dito hoje em dia sobre a Revolução Cubana não ter dado certo devido aos "embargos" americanos, sendo que a ideia de comunismo é não depender de capital externo). Esse ódio se tornou pauta comum desde a Al-Qaeda até os diretórios acadêmicos de universidade ocidentais. Isso tem como consequência a perda de padrão de qualidade das coisas essenciais a vida e a cultura. Qualquer um que se destaque nesses meios é visto como "antidemocrático". O livro indicará que não devemos nos guiar apenas por cientificismo que deixa de lado a moralidade.

Há 4 séculos os homens são suas próprias réguas de moralidade, seus próprios professores de ética. A consequência é uma anarquia que ameaça o consenso mínimo de organização. Sendo assim se tornou consenso explicar o homem por meio de seu meio e sua natureza material. Quando surgem problemas, tenta criar políticas ad hoc, ou seja, voltadas essencialmente para resolver esse problema, sem se preocupar com o todo. Ou seja, o declínio pode ser resumido como uma grande série de renuncias. Quase que num processo dialético, o homem dá muito poder para si, mas acredita que não deve ter amarras em sua vida vidas da tradição ou da religião.

O homem acredita que a vida deve ser vivida assim principalmente pelo aumento do controle sobre a natureza que surgiu nos últimos séculos e pelo aumento da demanda pela educação. A educação por si só poderia ter sido algo bom, mas foi deturpado pela democracia estatal e os seus fins buscados por meio da instrução. A tarefa de vencer esse constructo é prejudicada pois quanto mais as pessoas se colocam numa condição inferior, maior é sua barreira a degradação. É notório que quando nos preocupamos com coisas superiores, os detalhes que nos animalizam são muito chamativos, mas quando nós entregamos ao erro, nossos narizes se acostumam com o cheiro de podre. Talvez por vivermos num mundo tão podre, não vemos sentido naquilo que perturbavam os santos medievais. A própria educação moderna destrói parte da nossa compreensão do mundo. Uma pessoa que não lê desenvolve outras formas de lidar com fenômenos de ordem abstrata e natural, mas ao passo que seu aprendizado está viciado no que lê, se o que lê for de baixa qualidade, terá pensamentos da mesma natureza.

O objetivo aqui é recuperar a integridade intelectual que torna os homens capazes de perceber a ordem dos valores. O primeiro capítulo trata de mostrar a fonte de nossos pensamentos e juízos em relação ao mundo.


Capítulo 1 - O sentimento impassível

Cultura é a interpretação por meio de símbolos que fazem o homem agir. Ou seja, demanda abstração e não apenas sentimentalismo. Mas da mesma forma que há evolução da abstração, deve haver evolução dos sentimentos para que nossas ações sejam acertadas. A missão de quem desenvolve cultura é criar algo que permaneça apesar da deterioração moral que acontece mediante a aceitação da experiência bruta. Os brutos sempre foram incapazes de perceber que o conhecimento da realidade material se dá por meio do conhecimento da morte. Focar em buscar cada vez mais a sensação física em tudo é o que nos leva para degradação. A própria educação deixa de merecer esse nome quando tem esse mesmo intuito, reduzindo a realidade a situações políticas e materiais. Para a compreensão do mundo é necessário distância e abstração (elementos obrigatórios para se compreender a morte).

Em nome da "liberdade" das fortes sensações, as pessoas buscam cada vez mais o que é proibido. A própria privacidade é negligenciada para que haja conversas sobre si mesmo e sobre os outros, não havendo mais privacidade não existe mais o indivíduo, pois o indivíduo é limitado pelo o que o pertence, se tudo está exposto ele já não mais existe. E tudo isso é simplesmente negligenciado pelo sentimentalismo e imediatismo (Nota: percebe-se a luta pela destruição do indivíduo na sociedade atual, na busca por meios cada vez maiores de controles, redes sociais, e a busca pela ideia de que se a pessoa busca privacidade, é porque ela está escondendo algo). Ao adentrar nessa narrativa, as pessoas vão ficando cada vez mais sentimentalistas e fracas em relação ao leviatã, medidas como Bitcoin tem em seu cerne a luta contra esses elementos). Nisso surgem os manipuladores de personalidade, que se vendem como heróis da socialização, "como fazer amigos e influenciar pessoas". Algo que só funciona em comunidades fragmentadas que não dão valor a relacionamentos reais (vemos o crescimento disso numa época como a atual, onde os relacionamentos são tão efêmeros).

Resumindo: A brutalidade se revela quando tentamos igualar a tudo e a todos.


Capítulo 2 - Distinção e hierarquia

Para a burguesia, tudo que só pode ser obtido por meio de esforço é repugnante, pois é antidemocrático. Essa luta contra a igualdade acaba por virar uma luta contra a família, que é a hierarquia por natureza. A família é o contrário de igualdade, pois cada um tem a suas posições, habilidades, obrigações etc., é necessário ser fraterno com o irmão mais novo e cobrar do irmão mais velho. Diferente da igualdade, que nos deixa mais egocêntrico por supostamente considerarmos todos iguais a nós mesmos, a fraternidade nos faz agir diferente com as pessoas justamente por eles serem diferentes do "eu". Experimentalmente, quanto menos uma sociedade fala sobre igualdade, mais fraterna ela é.

Sendo assim, concluísse que a democracia deve ser um meio, não um fim. E que a aristocracia deve ser observada surgir naturalmente da democracia.


Capítulo 3 - Fragmentação e Obsessão

Os idealistas não querem voltar no tempo, mas voltar ao centro metafísico ou teológico. Porém o relativismo domina no momento. Isso mudou até a semântica das palavras. Hoje para dizermos "verdade" por vezes utilizamos a palavra "fatos", porém fatos não podem ser possuídos como a verdade, podem ser reinterpretados. Os fatos falarem por si é apenas uma renúncia da inteligência. Como eles negam o trabalho, negam a verdade, pois ela demanda essa energia.

Os fins substituíram os meios (o melhor exemplo é o homem ser visto como um meio). Ser são é estar conformado. O trabalhador tem uma vida fragmentada, e o trabalho é parte disso. Aqueles que exercem tarefas muito pequenas normalmente tem instabilidade emocional. Isso contrasta com o homem rochedo que vive perto da natureza. O mesmo se dá no mundo acadêmico, onde as pessoas são louvadas quão mais se afogam numa micro parcela da realidade em suas pós-graduações. E todos eles ressentem da subordinação a outros, pois sua realidade é tão vinculada aquela pequena parcela que estudaram que acabam não vendo valor nos outros. São cheios de vaidade e egoísmo por descreverem bem uma pequena parte da realidade, trocaram o Um pelo Muito. É tão difícil convencer homens são quanto psicóticos. Essa separação de todo o resto é perigosa. Era normal ouvir alemães dizendo "o que eu tenho a ver com polícia? Sou um técnico", ou seja, perdemos senso de culpabilidade.

A ciência e o seu servo metafísico, o progresso, acaba mudando o comportamento humano (pelo mesmo fenômeno que dizia Olavo: o homem cria algo tentando entender a realidade, e depois molda a realidade por meio dessa invenção, tal qual o relógio que foi baseado nos astros e agora filósofos o usam para explicar o universo). O homem agora "torna-se" invés de "ser". Modernismo acaba diminuindo a capacidade de memorização, o que nos ajuda a alienar. Olhar para o passado se torna duro, justamente por entregar boas lições.

Platão dizia que o excessivo amor a si mesmo é a raiz de toda a ofensa, de fato só se ofende quem se dá muito em conta no mundo moderno, enquanto numa sociedade alinhada como a medieval o conhecimento conduzia a humildade.

Bacon dizia que "conhecimento é poder", mas o que não faltam são fabulas cristãs e gregas que mostram a existência de um conhecimento proibido traz desgraça ao mundo. Esse é o conhecimento do útil em detrimento do que é verdadeiro e bom.

O trabalho, por sua vez, deixou de ser uma missão quase que divina e só se tornou algo egoísta e que só tem valor se for útil e em escala. As pessoas até acham besta quem acredita no contrário. De tal forma que surge a pergunta tanto par ao trabalhador quanto para o governante: de onde vem o poder para tanto. O trabalho se deteriora ainda mais pois as pessoas acham que recebem menos que de merecem, além de se perguntarem se realmente seu trabalho faz sentido num extremo, e no outro acham que seu trabalho é superior a tudo, e por isso deveriam ganhar mais.

A arte também sofreu com a modernidade. Toda ela virou sentimentalista. O jazz por exemplo era uma música cheia de sensualidade. (É de se notar que a música de antigamente necessitava de muita interpretação intelectual, sem falar da complexidade bruta em sua estrutura. Na pintura ocorreu o mesmo, as obras simplesmente não têm qualidade, além de serem extremamente políticas. Ou seja, elas são criadas ad hoc pela política e não faz o contrário, que seria discutir a realidade por meio da qualidade da obra naturalmente, não a força. Tudo isso causa uma disruptura na sociedade, pois ela não fica mais unida no nível imaginativo, o que causa um aumento do egoísmo entre os membros.

O retrato, em detrimento da pintura, foi um reflexo da entrada do modernismo. Acabou a percepção em relação a realidade, só existe agora a realidade bruta, onde de modo geral o principal, o homem, foi deixado de lado, e dado mais importância ao ambiente da foto.

Dessa forma o povo é treinado a ser egoísta, e o egoísmo desagua num povo mimado, que induz a um governo despótico, pois ainda existe uma necessidade da alma humana de ordem, mas como isso não se dá internamente por todos os motivos já ditos, acaba se exteriorizando na figura do estado.


Capítulo 5 - A Grande Lanterna Mágica

A ação do estado e das empresas hoje causam problemas na compreensão das pessoas uma vez que elas não compartilham as mesmas crenças fundamentais e as bases de consenso. É natural haver discussão num grupo alinhado, as pessoas tendem a entender as demandas da pessoa, mas quando o foco é egoísmo, pois a finalidade da vida hoje é apenas a realização pessoal e a busca do prazer, essa fraternidade se perde. Sendo assim não há reconciliação entre autoridade e individualidade, e isso se perde cada vez mais.

A tríade imprensa, cinema e rádio juntam são uma força controladora da vida individual (notasse uma necessidade da vida comunitária citada acima, mas ela se dá de forma doentia pela mídia). Um antigo texto cita que de todas as descobertas mostradas a um rei, a que ele se mostrou contra foi a escrita, pois serviria como propagação de falsos conhecimentos e um estimulo para o esquecimento. O próprio Sócrates menosprezava o poder da escrita (levasse em conta também que a pessoa que começa a descrever a realidade por meio de escrita acaba por perder naturalmente a habilidade de descrever de outras formas, entrar em contato com um analfabeto é complicado, mas é possível notar sua capacidade em outras áreas, além da sua diferente percepção e explica do mundo). Sendo assim o jornalismo vira uma espécie de hipnose onde chama as pessoas a participar, mas as deixa mudas. Thomas Edison se preocupava muito com jornal, mas no fim da vida trocou por grandes obras.

O rádio é outro exemplo de disrupção da realidade. As pessoas são jogadas de uma notícia triste para uma feliz sem a mínima espera. Além disso, de modo geral as pessoas não gostam de grande quantidade de dados, gostam da interpretação, da polemica, e por coisas assim o rádio se torna um vício, se falar da publicidade, que faz parecer que o objetivo da vida é atingir a felicidade por meio do conforto. Isso está tão entranhado na mentalidade das pessoas que é impossível, a não ser se a pessoa é religiosa, mostrar que a vida significa disciplina e sacrifício.


Capítulo 6 - A Psicologia da Criança Mimada

O mundo moderno e as suas facilidades criadas pela vitória sobre a natureza fazem o homem acreditar que ele merece a garantia da sobrevivência. Apesar disso, não há relação entre o grau de conforto alcançando e as façanhas de uma civilização, pelo contrário, é sinal de decadência, pois destrói o heroísmo. Tudo isso começou quando a ética de Platão foi substituída pela de Aristóteles. Apenas a extrema virtude platônica auto anula o homem. Filosofia atual nenhuma prega isso. O ocidente terá que descobrir como disciplinar o adulto mimado para a luta. Quanto mais um adulto é mimado, mais ele se ofende com a disciplina. Produtividade é "antidemocrática". Ao acreditar que tem direito a obter coisas sem esforço, parte para o roubo. Ao acontecer isso a civilização decai. Sendo assim surge a pergunta: onde é possível obter uma fonte de disciplina?


Capítulo 7 - O Último Direito Metafísico

Um alivio seria a muitas pessoas caso pudéssemos voltar a um mundo de certezas metafísicas. O objeto é então: trazer o dualismo de volta ao mundo e censurar a impotência moral gerada pelo empirismo. De todas as bases metafísicas da humanidade, a única que ainda resta é a propriedade privada. Lutar por ela é lutar contra o estado. Pois, quanto mais alguém acumula, mais é fácil para o estado numa simples jogada tirar tudo de alguém e diminuir o poder dos indivíduos sobre a propriedade privada como um todo. A propaganda disso passa pela ideia de que o estado pode gerir melhor o "bem-comum".

Uma sociedade saudável não pode surgir onde o estado é escolhido para gerir o futuro dos indivíduos. A pessoa que não se preocupa com isso se infantiliza, não se preocupa com a própria sobrevivência, com o aperfeiçoamento de suas habilidades e, como cereja do bolo, o estado destrói o poder de compra dessas pessoas (e por consequências as perspectivas futuras) destruindo no processo o valor do dinheiro por meio da inflação. "O dinheiro e a honra normalmente não são encontradas no mesmo bolso" uma vez que os estados imprimem dinheiro para pagar suas dívidas. Isso tudo reduz o ser humano a procura do conforto material imediato. Para que a destruição da "lei metafísica" da propriedade privada não ocorra, é necessária alicerça-la em fundamentos transcendentais, os mesmos que os humanos estão jogando fora. Ao jogar fora a sacralidade necessária para tanto, o estado se colocou no lugar de Deus. Para aqueles que ainda buscam a ordem, é necessário lutar pela propriedade, para que vinculado a ela, os outros direitos metafísicos tenham espaço.


Capítulo 8 - O Poder da Palavra

Os empiristas não querem que as palavras descrevam verdade absolutas. Para eles, comprometidos com a relatividade da verdade, lutar pelo absoluto é psicopatia. Para eles a única pessoa normal é o extrovertido que lida com as mudanças instantâneas do seu meio. A caridade trazida por Cristo, por exemplo, é um absoluto muito maior que todas as atitudes contingentes dos políticos.

O autor então explica que ao tentar definir algo com palavras, as definições vão ficando cada vez mais circulares, de tal forma que as palavras na verdade são símbolos de uma realidade mais absoluta que está dentro da linguagem como um todo, que é uma espécie de banco de dados das experiências de todas as pessoas. Há coisas que vivenciamos, mas não conseguimos explicar, como dizia Platão, ou seja, é como se os conhecimentos fossem uma espécie de memória. Sendo assim, o ataque dos positivas as palavras é parte de um ataque total ao simbolismo, que sempre tentam resumir o mundo a percepção sensível.

A consequência política disso é, por exemplo, a quantidade absurda de coisas que já foram chamadas de fascismos, ao passo que, quando esse realmente aparece, ninguém o percebe, e por sinal é carregado justamente por aqueles que acusam os outros de fascismos. Falta coragem aos professores de alinharem esses conhecimentos.


Capítulo 9 - Piedade e Justiça

A piedade é um exercício da vontade para reconhecer e respeito e relevar aquilo que é diferente do ego, tal qual a fraternidade. E isso só é possível levando muito em conta três coisas: a natureza, os próximos e o passado. Foi a indiferença em relação ao mundo que nos permitiu ser livres em comparação com as pessoas materialistas, escravas do conforto. A materialidade é condição fundamental da vida e compreender a nossa impossibilidade de controlá-la faz parte do desenvolvimento da humanidade, até porque, tentar domina-la ao extremo pode ser perigoso, como foi mostrado com a bomba atômica. Sem isso, não poderemos ter a mesma hombridade que os homens do campo sempre tiveram, muito vinculados a natureza. De forma análoga, tentar controlar as pessoas causa tragédias, como observado em regimes totalitários. Por fim, o passado é dotado e substancia, ele existe, por mais que os revolucionários tentem nega-lo, o fazem justamente porque o passado os confunde e os inibe.

Mesmo as mulheres caíram nesse erro, apesar de sua incrível percepção para detectar enrolações de terceiros. Talvez essa perda se deveu justamente a perda do cavalheirismo por parte dos homens. Se essa materialidade continuar no casamento, nada pode se esperar além do divórcio.

É importante, para não cair em libertinagens, reverenciarmos o espirito "no homem" não "do homem". Devemos revogar o desprezo pelo passado, que a ação mais energética da modernidade nos três âmbitos citados, não podemos olhar para ele como olhamos hoje para natureza, algo a ser vencido. O homem não pode esperar por deleites gratuitos por um lado e não pode achar que irá resolver tudo por outro. Compreender que a Criação é muito maior que ele demanda virtudes humanas necessárias para a sobrevivência. Pode ser que estejamos fadados a pagar pelos erros dos antepassados, a ponto dessa geração terminar e voltar a florescer como uma vez ocorreu na idade média, se isso ocorrer, precisamos de bastiões para manter o que não pode ser esquecido.

 
 
 

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