Ação Afirmativa ao Redor do Mundo - Thomas Sowell - Resumo
Canal Resumo de Livros
19 de out. de 2018
18 min de leitura
Atualizado: 22 de out. de 2018
Ação Afirmativa ao Redor do Mundo - Thomas Sowell - Resumo
Prefácio: Sowell cita que, quando analisadas, as ações afirmativas são normalmente julgadas pela sua teoria, não pela sua ação concreta, este livro então se tratará de um estudo de 2 anos sobre os efeitos dessas ações (que são cotas, bolsas, etc) em vários países.
Capítulo 1 - Uma Perspectiva Internacional
"Contudo, esse pronunciamento confiante pressupôs um grau de controle que se mostrou ilusório em um país atrás do outro. Além do mais, “quando e onde houver desigualdade econômica e social” abarca, praticamente, todo o mundo e toda a história da humanidade. Um programa “temporário” para eliminar uma condição que existe há séculos é quase uma contradição de termos. A igualdade de oportunidades pode ser obtida dentro de um período plausível de tempo, mas isso é totalmente diferente da eliminação da desigualdade de resultados." Os indivíduos de diferentes etnias normalmente seguem escolhas sociais e econômicas diferentes, o que pode lhes levar a ter condição financeira diferente em suas vidas. A desigualdade econômica é o padrão em todas as sociedades, levando em conta que a economia é a arte da escassez, não é possível imaginar que uma medida "paliativa" como uma ação afirmativa será só feita "enquanto houver a desigualdade", na esmagadora maioria dos países estudados a desigualdade se manteve, e a ação afirmativa também. Acredito que sim, porque nem todo mundo que defende uma ideia consegue cumpri-la o tempo todo. Observou-se também que muitas pessoas preferiram se identificar com grupos que recebem essas cotas e bolsas, por mais que sejam minorias "desqualificadas aos olhos da sociedade". Mesmo pessoas que tem seus descendentes há centenas de anos atrás em suas árvores genealógicas. Algumas populações aumentaram em níveis impossíveis no período em que as cotas foram estabelecidas. Alguns dos grupos que recebem essas ajudas acabaram criando tensões entre si, diferentemente do esperado, que a tensão seria criada com a classe mais alta. As cotas se demonstravam problemáticas na questão de incentivo. Em vários países onde ela se tornou uma politica pública, alguns indivíduos deixaram de se esforçar tanto para conseguir um cargo. Isso acabou por criar uma "soma negativa" na sociedade, pois aqueles dos grupos prioritários deixaram de se esforçar ao máximo pois não seriam recompensados de forma melhor por isso. E os de grupos não prioritários acabaram por fazer o mesmo, pois se tornou mais fácil conseguir as vagas. Essas politicas acabam criando também tensões entre grupos como na Índia, onde os intocáveis acabaram sofrendo violência. também em nível individuais algumas pessoas se sentiram prejudicadas. Isso ocorre claramente no exemplo: 150 pessoas disputando 10 vagas. 9 dessas vagas são normais mas 1 é por conta. Então alguém que está na posição 110 entra por cotas, as outras 100 pessoas que ficaram para trás vão ficar chateadas com esse sistema, por mais que apenas uma se sinta agraciada por ele. Talvez o dado mais importante que Sowell trás é que as medidas de afirmação por vezes levam crédito do que não são suas benesses, como, por exemplo, na melhora de vida dos negros americanos. As leis de direito civil aprovadas em 64 são levadas em conta como argumento para a defesa de políticas de afirmação. Mas esquecesse de analisar que a quantidade de famílias de negros que estavam a baixo da linha da pobreza diminuiu de 87% para 47% da década de 40 para 60. A partir dos anos 70, onde politicas de cotas foram implementadas, essa diferença caiu apenas 1 ponto percentual. Em suas palavras: "Qualquer avaliação das políticas preferenciais tem de levar em conta as tendências preexistentes, em vez de supor um mundo estático com “alteração” adicionada.
Capítulo 2 - Ação Afirmativa na Índia
A Índia tem um histórico de divisão da sua sociedade em classes. em especial temos os intocáveis ("castas tabeladas" ou "dalits"). Com o desenvolvimento de sua história pós-independência, essa classe começou a ganhar uma ajuda "paliativa" que duraria 10 anos mas já está quase a um século na vida dessas pessoas. Essas vantagens causaram um efeito interessante, hoje mais de 52% dos indianos se considera membro de "classes atrasadas". Violências entre grupos intocáveis e os outros indianos foram recorrentes durante toda a história da Índia, e isso inclui assassinatos. Eles não eram considerados hindus, sua descrição os deixava "fora" dessa religião, além de propriedades mais empíricas da cultura dos intocáveis, como o trato com couro, levando em conta que a vaca é sagrada neste país. Com o tempo esse grupo ganhou força politica e é na figura de Gandhi que isto tomou forma. Na crise nacional provocada por tal fato, um meio-termo foi encontrado pelo qual não haveria eleitorado separado para os intocáveis, mas eles continuariam tendo assentos reservados na legislatura. Esse episódio histórico algumas vezes tem sido pintado como uma greve de fome contra o princípio da intocabilidade, e não como ele realmente foi – um esforço desesperado para evitar que o voto hindu fosse rachado. Na prática as cotas para esse grupo não funcionaram porque a maior parte das pessoas não tinha a qualificação mínima para entrar numa faculdade, e isso também ia de encontro as necessidades financeiras: muitas dessas pessoas moravam em fazenda, tirar essa força de trabalho poderia ser fatal as famílias. Ao estudar o povo indiano, Sowell percebe que boa parte daqueles que ainda estão em situação de pobreza escolheram essa situação, ao preferirem permanecer sem empregos ou esperando uma oportunidade oriunda do governo. Em várias entrevistas percebeu que eles não se importavam com a qualificação. Eventos assim levantam o argumento de que a causa de determinados grupos estarem em situação de pobreza está na atitude dos mesmos. Os estudos também mostraram que, por mais que a Índia seja um país cheia de etnias que falam linguás diferentes, o que realmente causou a pobreza de algumas destas foi a falta de inciativa dos seus membros. Em vários exemplos ele mostra como o problema da falta de qualificação foi acolhido como uma questão de negligência pelas partes afetadas, e estas responderam não correspondendo as ações afirmativas que o governo propôs, mas com mais falta de trabalho e desempenho, com violência. e com a busca de influência politica. Ele conclui que, sobretudo na Índia: "Preferências e cotas não são meramente um jogo de soma zero, como a imagem rico versus pobre poderia sugerir. Existem custos para a sociedade como um todo, suportados, em alguma medida, por todos os grupos que a constituem. Entre tais custos estão quaisquer perdas de eficiência que podem resultar da colocação de pessoas menos qualificadas em determinados cargos, do ingresso delas em universidades para as quais não estão preparadas e nas quais dificilmente se formarão. Custos mais sérios são os causados pela crescente hostilidade intergrupos, bem como pelas violências e mortes a que normalmente tal hostilidade conduz". A Índia é um dos países pioneiros em ação afirmativa, então ela serve como exemplo para o mundo do problema que cotas podem se tornar. Primeiramente, diminuindo a produção de todas as classes. Em sequência, ajudando os mesmos mais ricos das classes menos favorecidas, levando pessoas a faculdade que não tem como concluir seus estudos, transformando as cotas em moeda politica (hoje 3/4 da população faz parte dos assistidos por esse tipo de ação) condicionando os políticos a apoiar essas atitudes que, como consequência mais fatal, criou luta de classes no povo indiano.
Capítulo 3 - Ações Afirmativas na Malásia
Este é um país com 24 milhões de habitantes, com boa parte da sua população sendo divida entre malaios e chineses. Os chineses sempre foram conhecidos como muitos trabalhadores, e diferentes dos malaios originários da região, não tinha terras, ou seja, precisaram trabalhar para ter propriedade privada. Eventualmente a economia desbalanceou e os chineses se tornaram mais ricos. Devido a vários problemas de ordem social e econômica, a medida tida pelo governo para resolver a situação foi separar o território do país, com a parte chinesa, chamada Cingapura, sendo expulsa da união. Durante o meio do século XX, os chineses eram a força produtiva do país, os indivíduos mais ricos. Porém os malaios eram numerosos e conseguiram por um partido de minorias no poder. Com o tempo, as relações entre malaios e chineses começaram a ficar tensas, quando um dos partidos chineses ganhou uma eleição, houve confusão nas ruas e milhares de chineses morreram por protesto dos malaios. O partido então teve que se pronunciar e anunciar a Nova Política Econômica (NPE). Esta proposta é a ação afirmativa para o povo malaio na Malásia. Tanto no setor público ou privado, 30% das vagas teria que ser destinado a malaios. Quando está foi proposta, na década de 70, apenas 2% das ações corporativas eram de malaios, ao fim de 95% já eram cerca de 21%. Como no caso da Índia, os indivíduos da raça malaia que já eram bem-de-vida conseguiram enriquecer. A NPE era uma proposta paliativa, mas ela ocorre até hoje, quando proposta de ser tirada sofreu sanções. Os dados mostraram que houve uma mudança no padrão de vida e nas estatísticas referentes ao povo malaio. Mas os números necessitam de interpretação. Ao fim da década de 90, mais de 99% dos cargos públicos eram compostas apenas por malaios. Todos os chineses ricos estavam na inciativa privada. É importante citar que mudanças na educação dos malaios foi proposta antes da NPE, além da dificuldade imposta aos indianos e chineses do local pois agora a educação era toda no idioma malaio, diferentemente de antes que era em inglês. Nessa época os chineses e indianos tinham um desempenho extremamente superior. Cingapura em contraste, é um país economicamente livre (por mais que tenha passado por sanções de liberdade a seus moradores). Neste local, mesmo os malaios produzem mais. Em Cingapura não há ações afirmativas, mas mesmo assim as discrepâncias entre os grupos não são fonte para violências. Nas palavras do autor:"Se existe uma lição da história da ação afirmativa na Malásia, é que os extraordinários crescimento e prosperidade, combinados à abominável repressão ao direito de expressão, podem tornar programas de preferências viáveis politicamente e suprimir violência maciça intergrupo." Mas isso não foi suficiente para que na Malásia os malaios tivessem uma vida melhor que na vizinha Cingapura, onde uma economia livre sem ações afirmativas forçou os malaios a se tornarem competitivos por suas próprias pernas. E, por consequência, neste país eles tem uma vida muito melhor, produtiva e segura que na Malásia.
Capítulo 4 - Ação Afirmativa no Sri Lanka
Sri Lanka é uma pequena ilha perto da Índia que conseguiu sua independência em 1948. Este país tinha duas etnias: Cingaleses e tâmils. Eles eram diferente em religião e língua, mas na história recente dos dois povos não houve guerras. Tâmils, devido a colonização inglesa, ficaram no norte da ilha, um local mais difícil de sobreviver. Por não ser um lugar montanhoso, sua defesa contra as tropas inglesas foi mais difícil. De tal forma que sua interação os secularizou mais que a maioria cingalesa. Mesmo sendo minoria, em cargos públicos importantes e em cursos de exatas, os tâmils tinham a maior parte de integrantes. Em 1948 houve a independência e "no Sri Lanka, como em outros países, havia crescente quantidade de pessoas recém-preparadas em busca de emprego em posições dominadas por outros grupos – especialmente como empregados do governo –, e esse grupo de recém-educados fez pressão política por cotas e grupos preferenciais." Assim, na eleição de 51 o populista Solomon Bandaranaike prometeu ações afirmativas para auxiliar a maioria cingalesa. Este rapaz nem sabia falar cingalês, mas, mesmo assim, se converteu ao budismo e aprendeu a falar essa língua para conseguir ficar bem com a maioria. O controle foi religioso também, o estudo fechou mais de 2 mil escolas católicas para garantir que a maioria cingalesa tivesse mais capacidade de competir com os católicos tâmils. A minoria então cansada de ver seus direitos serem tolhidos foram as ruas e então começou a mais desgraça da história desse país. A maioria cingalesa se colocou contra os tâmils. e foram cruéis nessas primeiras batalhas. Como consequência, além dessas centenas de mortes, o populista Solomon foi assassinado. A guerra civil começava a estourar, a minoria tâmil foi suplantada, como consequência, além das mortes, seu status quo também se reduziu, como exemplo, a quantidade de tâmils. em universidades de exatas caiu de 35% para 19% na primeira metade da década de 70. Em 75 surgiu o grupo guerrilheiro Tigres Tâmils, para lutar contra os cingaleses então começou a guerra civil. Foi uma verdadeira carnificina. Mortes de soldados e de civis foram extremamente cruéis. Mais de 65 mil pessoas foram mortas, algumas queimadas vivas. foi apenas em 2002 que os Tigres Tâmils anunciaram um cessar-fogo.
Capítulo 5 - Ação Afirmativa na Nigéria
Nigéria é o país mais populoso da áfrica. Ao norte foi dominada pelos muçulmanos, sua maior etnia até hoje, os huça. Ao sul, pelos ingleses nas tribos ioruba e ibó. Desde sempre estas foram tribos não se gostavam. Um senso em 1970 afirmou que a esmagadora maioria dos hauçá não se permitiria relacionar com pessoas de outras tribos. Os ingleses tentaram o chamado "imperialismo de orçamento barato" que deixava boa parte da organização governamental para os próprios nigerianos. Com o tempo, aqueles que foram educados sobre essa bandeira inglesa começaram a clamar por independência, por mais que o país ainda não estivesse estabilizado para isto. As estatísticas mostram que nessa época a disparidade entre as tribos era imensa. Por exemplo, "Dos 160 médicos nigerianos do início dos anos 1950, 76 eram iorubas, 49 ibós e apenas 1 provinha do grupo hauçá-fulá, o maior da população do país". Depois da independência, surgiu o conceito de "nigerização" que era deixar cargos públicos para aqueles que eram "mais nigerianos", ou seja, os atrasados huças. Políticos populistas se aproveitaram do período conturbado para incitar ódio dos nortistas contra a minoria produtiva do sul com aquela velha história de dominação do homem branco. Como resultado desse governo, em 4 anos no meio da década de 50
Capítulo 6 - Ação Afirmativa nos Estados Unidos
Depois do fim da escravidão, percebeu-se que os negros estavam numa situação socialmente e economicamente inferior em relação aos brancos dos EUA, então, a partir da década de 1960 começou-se a Lei dos Direitos Civis. Muitos defensores de ações afirmativas colocam na conta dessa lei a melhora na condição de vida dos negros norte-americanos. Tendo em vista que foi um programa que funcionou bem politicamente, com o tempo inclui-se mais minorias e mulheres nessa ajuda do governo. Para entendermos que essas ações afirmativas na verdade não são fonte da melhor ade vida dessas pessoas, podemos começar observando que elementos que ainda mantêm os negros numa situação delicada surgiram depois da Lei dos Direitos Civis, como menores indicies de casamento, participação na força de trabalho ou patologias sociais como violência. Antes da ação afirmativa, os negros tinham números iguais ou superiores aos brancos. Na educação, observamos que em 1940 os homens não brancos completavam em média apenas 5,4 anos de escolaridade, menos da metade dos brancos, porém 20 anos depois, ainda antes da Lei dos Direitos Civis, o número médio de anos de estudo já era 12,1 para negros e 12,7 para brancos. A melhora na condição financeira também é anterior a Lei, em 1940, 87% estavam abaixo da linha da pobreza, este número caiu drasticamente em 20 anos, para 47%. Foi devido a um esforço individual deles, e coragem em sair de suas terras originais no sul. Sem nenhum auxílio do governo. Nos primeiros anos da lei dos Direitos Civis, a pobreza dos negros caiu para 37%, mas curiosamente os intelectuais americanos levam em conta apenas a ação a ação afirmativa, e não os movimentos sem auxilio do estado posteriores a essa lei, que sem duvida foram muito mais uteis para a melhora de vida dos negros. Como na Malásia e em outros países que a ação afirmativa auxiliou uma etnia, esta sempre enriquece aqueles indivíduos de um grupo que já estão numa situação econômica melhor. Nos EUA isso foi brutal, no exemplo citado sobre índios, cinco estados onde estes recebem ajuda do governo receberam 3% das receitas referentes a ação afirmativa, em outros três estados que abrigam apenas 3% dos índios, 44% da receita foi destinada. Cerca de 900 mil dólares por índio, um dinheiro que sem duvida afeta a competição e o mercado interno negativamente.
Nas palavras do principal advogado da Lei dos Direitos Civis:
"O requisito expresso da intenção é formulado para que fique absolutamente claro que as discriminações inadvertidas ou acidentais não violam o espírito da lei ou devam resultar em ações judiciais. Significa simplesmente que o acusado tem que demonstrar a intenção de discriminar". Porém, o que vemos desde então é muita distorção, com alguns elementos tentando obrigar a determinadas ações para facilitar a vida de pessoas das classes desfavorecidas. Aqui temos dois tipos de Ação Afirmativa, a genérica e especifica. O primeiro caso é a luta pela igualdade de situação jurídica das duas classes, sem favorecimento a ninguém, e também a busca para que essa informação chegue as pessoas e seja cumprida. A específica é quanto, nos fim da década de 60, "ampliaram" o texto da Lei, estabelecendo metas de igualdade e cotas para isso. Desde então alguns absurdos são feitos, como no caso em 64 no estado de Illinois em que indivíduos usaram o grupo que participam como argumentos para cancelar a escolha de um empregador por sua falta de aptidão a determinado emprego. Posteriormente a aprovação de mudanças, casos como Griggs versus Duke Power Company deturparam a lei, dando mais direitos as minorias. Lembrando que a lei só falava sobre direitos iguais, e não sobre vantagens. Questionados sobre isso, advogados diziam que o "espírito" da lei tinha a intenção de facilitar a vida das pessoas, por mais que o texto claramente dissesse o contrário. Com o desenvolvimento de mais cotas, eufemismo foram feitos, e a novilíngua da esquerda estava posta, agora devia-se ter cuidado ao falar. Palavras como "discriminação" ou "qualificado" não poderiam ser utilizados de qualquer forma, por mais que um dos grandes problemas da ação afirmativa foi a falta de qualificação de, por exemplo, os alunos aceitos pelas universidade. Tendo em vista que algumas universidades eram obrigadas a aceitar os 10% melhores alunos de todas as escolas de determinados estados, bons alunos de escolas mais povoadas ficavam de fora. A Lei de Afirmação chegou a novos grupos como os esquimós por exemplo, em estados que eles não sofrem, e na verdade nunca pisaram, como o Texas. Além disso, o maior grupo populacional que existe, as mulheres, também foi agraciado pela lei de ação afirmativa. Estas agora tinham também mais auxílio a entrar no mercado de trabalho. Por mais que em anos muito anteriores a ação elas já fossem um grupo forte. Por sinal antes dos anos 30, as mulheres que estavam no mercado de trabalho ganhavam em média mais que os homens. Também se formavam mais em altas classes acadêmicas. Este numero diminuiu antes dos anos 50 e cresceu posteriormente a ele. O autor demonstra, baseado em dados que as mulheres em períodos onde tinham mais filhos, acabavam por sair mais do mercado de trabalho justamente devido a sua escolha de ser mãe. Também mostra que os salários diferente entre homens e mulheres sempre foi historicamente uma questão de escolha. Mulheres normalmente escolhem empregos mais mal remunerados e mais simples para fazer. Um dado interessante é que mesmo sendo os homens cerca de 54% do mercado de trabalho nos EUA hoje em dia, estes são quase 95% dos mortos durante o expediente. Percebeu-se também, durante todo o período inicial da Lei dos Direitos Civis que instituições privadas acabaram por contratar mais negros que as publicas. Estas primeiras sofreriam fortes sanções caso não contratassem, o mesmo não ocorria com escolas e hospitais públicos, de tal forma que estes órgãos acabaram por promover mais o preconceito.
Negros, historicamente, mostraram que se dão melhor estudando com poucos de sua mesma etnia. Diferentemente do que os defensores das cotas propagam, eles tem notas mais baixas quando estão com uma "massa crítica" de pessoas da mesma etnia numa escola ou universidade. Para o autor isso se deve a cultura de negligencia intelectual dos mesmos durante a adolescência. Por consequência, cotas tem que ser feitas mas os resultados desses alunos mostram que estão muito a baixo daqueles que chegaram por conta de seus esforços em universidades difíceis. O mesmo se reflete na escolha de professores negros para cumprir cota. Estes acabam por não participar de projetos de pesquisa acadêmica. A universidade não é um espaço de inclusão, esta que ocorre de preferencia em cursos que não agem diretamente na vida das pessoas (existem pouquíssimos negros em engenharia, por exemplo). Casos como de Patrick Chavis que era um péssimo médico e matou um dos seus pacientes por incompetência só comprovam que universidade serve para evitar que pessoas como essa tenham o poder. Alguns estudos muito mal feitos como de Bowen e Derek afirmaram que negros se dão melhor em instituições difíceis. de entrar e em situações onde tem mais negros estudando com eles. Todos os outros estudos feitos por pessoas que não estavam associadas a criação da Lei dos Direitos Civis mostra o contrário. Estudos como esse servem como moeda politica para políticos que não se importam que negros que conseguiram ascender na vida por conta própria percam virtualmente essa glória para que eles, os políticos, ganham mérito por apoiar as cotas. Como conclusão, eles também falaram que a chance de negros irem para o crime caso não sejam aceitos em universidades de grande porte é maior. Curiosamente, em estados onde as leis de cotas foram banidas, os negros conseguiram se formar com mais qualidade em instituições menores que supriam sua capacidade intelectual. Estudos como esse não levam em conta outras etnias como os asiaticos-americanos, que sempre tem notas e profissões melhores que os brancos normais. Também não mostram que o fato desses asiáticos tomarem vagas de branco não causa repulsa dos mesmos, diferente dos negros. Essa atitude demonstra que não é o fato de alguém de outra etnia tirar sua vaga que causa o problema social, e sim a forma como é feita e toda a construção ideologia que se faz por trás disso, com o que é dito por empresas ou setores que contratam poucos negros, estas são ditas como "tendo algo de errado". Ou seja, as cotas ainda hoje são julgadas pelo o que afirmam fazer, e não pelo o que efetivamente fazem.
Capítulo 7 - O passado e o Futuro
Estudar a história é ter a oportunidade de evitar erros já cometidos. Não é isso que ocorre no que se refere a ações afirmativas. Como nos outros países estudados, os EUA também promove mais benesses devido as cotas para negros que já são ricos. Toda a pequena oscilação negativa de cargos para negros é vista com estardalhaço pela mídia. O mesmo não é dito quando os brancos que são preteridos pelos negros devido as cotas são os mais pobres, e não os mais ricos que sempre garantem suas vagas. Não é com esse tipo de atitude que se conseguira vencer algum tipo de dívida histórica. Essa, por sinal, por estar enterrada no passado, nunca terá um "valor final" a ser paga, por isso que em nenhum país estudado as ações afirmativas tiveram um fim. Outros motivos muito mais sensatos para as diferentes situações econômicas de grupos nunca são levadas em contas, talvez pelo pouco apelo politico. São exemplos os testes de QI na primeira guerra mundial, onde mostrava que os negros do norte tinham notas mais altas que os brancos do sul. Questões geográficas também influenciaram na Malásia. Isso pode se dever ao fato de que pessoas que moravam em locais mais dificultosos de produção e trabalho, tiveram que se esforçar mais no decorrer dos anos para poder sobreviver, e assim desenvolver e passar adiante habilidades importantes nos estudos e no mercado de trabalho.
Por mais que os direitos civis em todos os países estudados fossem os mesmos para os diferentes grupos, alguns simplesmente não tinham a capacidade de outros, o que os levou a determinada situação. A história também mostra que não são racismos escondidos que causam diferentes tratamentos a grupos étnicos diferentes. Nos EUA são os mais pobres e negros que acabam caloteando os bancos em empréstimos, é uma atitude à saúde financeira dos bancos não emprestar a quem caloteia. Situações assim ocorrem mesmo que os grupos tivessem a mesma educação pública provida pelo estado. E por mais que o estado promova um aumento quantitativo de indivíduos de etnias economicamente fracas, qualitativamente esses grupos ainda não conseguem chegar aos patamares propostos pelo estado, precisando assim de ainda mais controle estatal em ações afirmativas.
Os nipo-americanos são uma pedra no sapato de quem defende as politicas de afirmação pois esse grupo tem estatísticas relativas aos brancos muito semelhantes que os brancos tem aos negros. Por mais que sejam uma minoria muito menos populosa que os negros, normalmente tem notas e empregos extremamente melhores. Então, propõe-se que essa diversidade de raças torna uma país mais rico culturalmente, pacifico, entre outras falacias que são facilmente desmentidas em países como Índia e Nigéria, que tiveram que reduzir os estados a locais de determinada etnia para diminuir as rixas entre eles. Estas politicas de afirmação acabaram por ser o estopim para algumas dessas contendas. Um exemplo clássico é o Shiv Sena, o movimento indiano que surgiu devido à preferencia de cotas de um grupo étnico da capital. Essa inclusão a força de pessoas de determinada etnia em universidades ou mercado de trabalho não ajudou em nada a interação entre os grupos, um estudo nos EUA mostra que pessoas foram de universidade conhecem mais seus amigos negros do que os dessas instituições de ensino, por exemplo. Percebe-se então que a noção de que injustiças do passado podem ser pagas com medidas atuais não faz muito sentido, pois mesmo grupos que sofreram muita discriminação do passado de algumas nações hoje são os mais ricos, mesmo por vezes sendo minorias.
Quando se busca uma evidencia empírica nada se encontra. Primeiramente, nada chegou a confirmar que disparidades econômicas e demográficas ocorreram por causa de discriminação. Esta por sinal que é a suposição chave para quem defende cotas. Curiosamente, ignora-se que uma cura falsa para um problema é sem dúvida pior do que não fazer nada, ainda assim medidas como essas sem fundo estatístico nenhum são pregadas. Em vez de se forçar a aparição de pessoas com menos qualificação em determinados setores, a proposta do autor é que se instigue a essas pessoas a se esforçar mais, que os próprios procurem suas aptidões e que deixem de se preocupar com atitudes como a que considera que negros esforçados "agem como brancos". Porém, esse é o tipo de discurso que políticos nunca farão, e que nunca agradará a maioria dos eleitores. Em outras palavras, as minorias deveriam tomar as mesmas atitudes que as fizeram sair de condições de pobreza no começo do século XX: estar perto de quem produz e ganhar novas aptidões.
Atitudes como essa não apenas são infrutíferas e negativas para a maioria das minorias, como para o todo, pois a sociedade acaba por dar mais chances a pessoas que não poderão colaborar com tanta efetividade quanto alguém mais preparado. Acaba que aqueles que entram numa instituição devido a cota tem uma chance esmagadoramente maior de reprovar quando cobrados com a mesma dificuldade daqueles que entraram sem contas. E aqueles de etnias pobres que entram em instituições de ensino sem cota acabarão tendo seus méritos em cheque devido a cultura da cota que foi desenvolvida. O ônus da prova tem que estar com aqueles que propõe essas medidas, para que, mediante a estatísticas e argumentos morais, provem então que sua visão positiva das cotas esta certa. Porém as estatísticas historicamente dizem o contrário.
Em nenhum momento o autor diz que a discriminação é aceitável, mas existe uma grande diferença entre um órgão te discriminar ou dizer que você nunca teve chance na vida. Dentro dessa noviliguina orwiliana, acabam surgindo então eufemismo para ajudar aqueles que são academicamente fracos, como provas de aptidão totalmente subjetivas para “subir a nota” das etnias que recebem cotas.
Ao relativizar a questão de vítimas, o autor se pergunta se seriam os brancos americanos vítimas das minorias japonesas, tendo em vistas as estatísticas relativas semelhantes entre eles e brancos das dos brancos e negros. As disparidades estatísticas não provam coisa alguma sobre discriminação porque são comuns mesmo em situações onde aqueles que são estatisticamente dominantes não tem como discriminar. Se esse tipo de situação continuar, a soma não de zero, mas negativa, piorando a situação de todos na sociedade continuará. Nas palavras do autor: As consequências empíricas das preferências e cotas da ação afirmativa têm sido alvos de extraordinariamente pequena atenção – com dados brutos dispersos ou não existentes em alguns países – enquanto as controvérsias que cercam essas políticas têm sido discutidas à base das visões e dos racionais que se encontram por trás delas, e da oposição dos críticos a tais antevisões e arrazoados. Palavras vagas, emocionais, confusas e desonestas, que são aspectos incidentais de muitas questões controversas, estão sempre presentes nos debates sobre ação afirmativa nos países ao redor do mundo.
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