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Ação Humana - Ludwig von Mises - Resumo

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 11 de mai. de 2019
  • 81 min de leitura

Atualizado: 2 de fev. de 2023



Ação Humana - Ludwig von Mises - Resumo


Introdução

1 - Economia e Praxeologia

A economia é uma ciência que não pode ser estritamente associada com as áreas de conhecimento da ciência natural e matemática. Antes das pessoas terem pleno conhecimento dos efeitos econômicos, elas acreditavam que a benesse viria apenas de questões divinas. Após o mundo secularizar, o Paraíso no céu foi substituído por um paraíso na terra que seria alcançado por seres evoluídos, pessoas que poderiam liderar as outras por num processo econômico superior e utópico. Ocorre que sistemas centralizados não funcionaram na teoria nem na prática (isso será demonstrado mais a frente) e apenas um estudo livre de juízo de valor da ação humana pode descrever os processos econômicos de forma coerente. Esse estudo da ação humana ganhou o nome de praxeologia.


2 - O Problema epistemológico de uma teoria geral da ação humana

Historicamente a economia clássica foi deixada de lado por abordagens focadas em questões empíricas e históricas. Abordar a economia dessa forma, baseada no método científico é um erro epistemológico. A economia tem áreas tão extensas que não podem ser isoladas, como fazem os físicos, ou observadas isoladamente na história. Assim, apenas com uma epistemologia forte é possível abordar problemas econômicos e, acima de tudo, não se importar com questões contingentes como a opinião de intelectuais sobre o que deve ou não deve ser feito mediante a suas ideologias.

A praxiologia, e seu ramo aqui discutido, a economia, são ciências que podem ser estudadas aprioristicamente, levando em conta o caráter dualístico da realidade, que não pode ser resumida apenas a fenômenos em terceira pessoa, mas também a fenômenos em primeira, associados com a consciência das pessoas, algo que por mais que a ciência tente, ainda não conseguiu incluir numa abordagem mecanicista (monológica) da realidade.


3 - Teoria Econômica e prática da ação humana

É um erro tentar compreender a realidade apenas cientificamente, isso resultou em vários erros econômicos, e que politicamente custaram muitas vidas. A compreensão da realidade não passa apenas por equações, mas também por uma dimensão metafísica que pode ser observada perante o estudo da epistemologia. Quando pessoas entram com suas ideologias, a situação fica ainda mais complexa. Certos intelectuais reduzem o mundo moderno a um local com fome e sem avanço para a vida das pessoas, o que é um erro se observamos historicamente a melhoria das condições de vida causadas pela economia laissez-faire.


Parte 1 - Ação Humana


Capítulo 1 - O Agente Homem


1 - Ação Propositada e Reação Animal

Praxeologia é o estudo da ação propositada dos seres humanos. Não podemos reduzir nossa ação apenas a instintos, como os animais. A praxeologia, diferente da psicologia, se preocupa com a ação em si, e não com os motivos internos que causam essa ação. O ato de se omitir também é uma ação, e esta, por definição, é o uso de meios para atingir fins.


2 - Os pré-requisitos da ação humana

A ação demanda a capacidade de imaginar e, ao fazê-la obter uma condição de mundo superior (mais feliz) a condição anterior a ação. A felicidade pode ser subjetiva a algumas pessoas, mas no que se refere a praxiologia, o fim não importa, esta ciência só se preocupa com os meios utilizados para alcançar esse fim.


Sobre instintos e impulsos

Diferente dos animais, as ações dos homens estão associadas a uma consideração racional sobre o uso de meios, seus custos e benefícios. Por mais que um homem não esteja com suas totais faculdades mentais, ele, ainda assim, toma ações mediante a suas considerações mais imediatas, provavelmente perturbadas pelas suas emoções.


3 - Ação Humana como um dado irredutível

A ação é a essência da existência humana. Por hora, é impossível reduzir a consciência humana a um monismo em relação com a realidade táctil, ela existe num dualismo com esta.


4 - Racionalidade e irracionalidade; subjetivismo e objetividade da investigação praxeológica

Para compreensão da praxeologia é necessário levar em conta que em sua definição, a ação tem como antagonista a “ação involuntária”, e não a omissão e, por consequência, o uso de meios para essa ação.


5 - Causalidade como um requisito da ação

Os seres humanos agem levando em conta que a realidade respeita relações de causa e efeito. Sem isso, nenhuma ação seria propositada.


6 - O alter ego

Por mais que existam pessoas querendo contra-argumentar essas considerações conscientes da ação, estes, a priori, consideram que aqueles que fazem a argumentação, e mesmo eles, os contra-argumentadores, o estão fazendo de forma consciente e proposital.


Sobre a utilidade dos instintos

A ação propositada pode ser entendida como um limitante para o instinto, de tal forma que tanto ação propositada e instinto são dados irredutíveis.


O objetivo absoluto

Por mais que a praxeologia tenha grandes méritos para a compreensão da ação humana, ela não leva em conta nenhum juízo de valor como outras teorias filosóficas para a economia e filosofia, como as hegelianas e marxistas.


O homem vegetativo

Existem algumas filosóficas que se abstêm da ação. Por mais que isso seja impossível, a priori, a praxeologia não leva em conta um homem que tenta ignorar sua consciência ou ações.


Capítulo 2 - Os Problemas Epistemológicos da Ciência da Ação Humana


1 - Praxeologia e História

A ação humana trata de explicara a praxeologia e a história como seus dois ramos principais (posteriormente usaram a praxeologia para se estudar ética). A ação humana serve como um limitante no estudo da história. O cientificismo e ideologias acabaram levando o estudo da história a uma mescla de método científico e manifestações politicas, com isso uma análise crua da realidade não pode ser feita.


2 - O caráter formal e apriorístico da praxeologia

É normal que intelectuais modernos neguem o conhecimento a priori. Este tenta buscar de verdades absolutas respostas ou limites para a definição do que é conhecimento.

Acreditar que todo o conhecimento só se obtêm de experiências ou memórias é um erro, afinal, a própria memória só surgiu depois de uma longa evolução da raça humana, que só foi possível após a obtenção de consciência, ou seja, o pré-requisito para agir.

O conhecimento apriorístico leva ao desinteresse em se buscar relações que são ilógicas, se algo é "A" ela não pode ser "não A". Como já discutido, as pessoas só agem se houver causalidade e teleologia (suposição de ocorrência de fins).


A pretensa heterogeneidade lógica do homem primitivo

Levy-Bruhl foi um historiador que julgava que a mente primitiva do homem era infestada de ideias misticas que a faziam ser "pré-lógica". Ora, se essa fosse uma verdade irrefutável, muitos dos homens modernos, ou mesmo aqueles contemporâneos a Newton e Kant poderiam ser considerados também, pois as buscas de suas vidas não se baseava em nada mais que elementos simples como sobrevivência da sua e dos seus genes. A mente do ser humana continua, baseado em conhecimentos etnológicos e históricos, uniforme para todos os homo sapiens.


3 - O apriorismo e a realidade

A tarefa mais importante do raciocínio apriorístico é tornar claro o que antes era obscuro e desconhecido, elementos que por vezes convivemos e não percebemos sendo necessários na nossa realidade. Muitos desses elementos estão intrincados, por isso a dificuldade de observá-los ou mesmo fazer um estudo epistemológico deles. Por exemplo, quando tentamos fazer o estudo do teorema de Pitágoras, é necessário levar em conta a existência de triângulos retângulos. Isso ocorre com qualquer outro elemento no estudo da ação humana, e ninguém conseguiria negar o valor cognitivo disso.

Algumas pessoas, como o próprio Einstein, não consideravam que o pensamento a priori poderia dar conta de explicar a realidade porque este pensamento, por si só, era exato, e a realidade não era. Ocorre que as ciências da ação humana são diferentes das naturais. Quando se tentam usar os mesmos postulados para estudar as duas ocorrem erros lamentáveis. Devido ao fato da praxeologia estudar a ação humana, ela transmite um conhecimento exato sobre esta, o mesmo não pode ser dito sobre os fins esperados. Um exemplo disso são os problemas de valor econômico que a própria economia clássica sofreu, eles não sabiam responder o porque do ouro ser mais caro que o ferro, sendo que o segundo é mais útil que o primeiro. Essa questão se desenvolve no uso da moeda, que por si só é apenas um disco de mental. A informação importante por trás desses elementos econômicos é a categoria praxeológica de meio de troca. É este advento da ação humana que dá um valor superior aos elementos contingentes moeda, ferro e ouro. São contingentes porque os humanos poderiam ter utilizados outros materiais para isso, mas a ideia de troca ainda existiria.

Para concluir, a experiência relativa à ação humana difere da relativa aos fenômenos naturais porque requer e pressupõe o conhecimento praxeológico. Por esta razão, os métodos das ciências naturais são inadequados para o estudo da praxeologia, da economia e da história.


4 - O princípio do individualismo metodológico

Alguns criticam a praxeologia e seu individualismo metodológico pois acreditam que o ser humano é fruto das interações sociais. Eles esquecem que conjuntos só existem devido a todas as ações realizadas por indivíduos. Não existe coletivo que não seja operativo sem a ação de alguns indivíduos. Não existe uma nação sem seus membros. Quem tenta estudar a ação humana a partir de coletivismo esbarra no fato de que um individuo pode pertencer a várias entidades coletivas.


Eu e nós

Filosoficamente, o Eu é um dado irredutível, mas o nós não, pois para definirmos não é necessário a ação conjunta de vários eus. Eles podem agir por si só. Este Ego que define o eu é impossível de ser anulado. Diferente do Nós, que como já dito é redutível.


5 - O princípio do singularismo metodológico

É impossível definirmos a ação humana sem acreditar que a realidade não pode ser feitas por blocos que a definem aos poucos. Por mais que vemos a realidade de uma música quando a escutamos por completo, são apenas com a soma de várias notas que ela vem a existir.


6 - As características individuais e variáveis da ação humana

O homem, historicamente, tende a mudar suas ações se percebe que isso pode levar a um estado de mundo superior ao que estava anteriormente. Os aspectos que podem levar a essa mudança de ação são estudados pela história.


7 - O escopo e o método específico da história

É impossível duplicar o passado, como experimentos num laboratório, por isso podemos negligenciar o método científico para estudar a história. O curso da mudança da história surge devido a ação de indivíduos. Assim, o historiador vai usando os métodos que lhes são pertinentes para compreender o que levou os indivíduos. a tomaram ação, levando ao que os intelectuais chamam de compreensão. Esta é a percepção mental de que as pessoas estão inseridas num determinado contexto, o que as leva a tomar determinadas ações, estes por vezes não podem ser elucidados por lógica, matemática, praxeologia etc.


8 - Concepção e compreensão

Os historiadores em geral divergem sobre a forma de se obter conhecimento. Para a história, diferente da praxeologia, o conhecimento se refere ao único e peculiar evento a ser analisado. Acontece que questões antropológicas podem afetar na análise de um historiador. Para evitar isso eles devem lidar com distorções de fatos, tentativas de analisá-los num ponto de vista moral, julgamento acidental e politico.

Essa epistemologia é importante no estudo da economia, quando analisamos variáveis econômicos, não temos a mesma propriedade de achar relações constantes entre variáveis, o grande número delas e sua complexidade não permite que as associemos como fazemos com distância e força da gravidade, por exemplo.


9 - Sobre tipos ideais

Os tipos ideais são conceitos específicos empregados na investigação histórica e na apresentação de seus resultados. Sem a ideia de tipo ideal, eventos históricos não podem ser analisados.


10 - O modo de proceder da economia

Da mesma forma que a lógica e matemática, o conhecimento praxeológico está em nós, não vem de fora. Levando em conta isso, podemos compreender a desutilidade do trabalho. Ninguém pagaria para trabalhar, de tal forma que fazê-lo serve apenas para as pessoas lucrarem.


11 - As limitações dos conceitos praxeológicos

Diferente de teorias de visão irrestrita da realidade, aquele que usa a praxeologia compreende que o ser humano não é absoluto. Ideais de onipotência e onisciência são excludentes, refutando assim várias teorias hegelianas e marxistas.


Capítulo 3 - A Economia e a Revolta Contra a Razão


1 - A revolta contra a razão

Alguns filósofos no decorrer da história acreditavam que tinham a solução para os problemas da humanidade, e poderiam levar essa a um futuro melhor. Hegel é um importante pensador pois foi devido a sua ideia de "Geist", na qual a evolução é constante e está sempre esperando a ocorrer, que levou a Karl Marx criar sua teoria sociológica e econômica. Porém, a economia não responde aos mesmos estímulos da sociologia. Na economia o marxismo se mostrou ilógico. De tal forma que seus pensadores começaram a atacar a lógica, usando de polilogismos, que é o ato de buscar lógica em pequenos ramos do pensamento e tentar extrapolar para toda a realidade.


2 - O exame lógico do polilogismo

No marxismo o polilogismo garante que a estrutura lógica da mente é diferente em diferentes classes sociais. Para teorias socialistas, então, a lógica não poderia ser dada como certa pois a mente corresponde a sua classe social a hora de pensar. Porém, isso não impediu que burgueses como Marx e Engels "pensassem logicamente" pelas classes proletárias. Da mesma forma que os polilogismos racistas, que por vezes foram evidenciados por não-arianos na Alemanha nazista, por exemplo.


3 - O exame praxeológico do polilogismo

Os marxistas argumentam que os burgueses fazem ações pois querem manter seu domínio. Isso não é verdade. A ação é tomada, praxeologicamente, para se obter o melhor fim com os meios que lhe estão disponíveis. Ao agir baseado por ideologia, ignora-se o custo-benefício nessa ação, assim ela não tenderia ao melhor dos fins por aqueles que agem. Exemplos de ações ideológicas que devido a isto tem fins ruins são o salário-mínimo e o controle do câmbio de um país.

A falha no pensamento polilogista está entre os próprios conflitos dentro de um determinado grupo ideológico. Da mesma forma que Lenin e Trostki tinham um objetivo "anti-burguesia" mas imaginavam este fim por meios distintos.


4 - O polilogismo racista

O autor indica que, por mais que não existisse comprovações de qualquer desenvolvimento superior de uma raça em detrimento da outra, é obvio que algumas raças contribuíram mais para o desenvolvimento de determinados meios humanos que outras. Porém, quando se julga uma sociedade superior a outra, isso é sempre feito sob o espectro dessa própria sociedade, por consequência, aquela sociedade subjugada pode pensar o mesmo de quem a julga.

Acontece que não existem humanos que tenham um pensamento sobre-humano que o desvincula da lógica, assim, não existe um polilogismo válido que indique a racionalização diferente por diferentes raças.


5 - Polilogismo e compreensão

O mesmo pensamento pode ser levado à cultura e tradição. Por mais que um protestante acredite que sua crença é a certa em detrimento da católica, ele deve ter em mente, para seus eventuais fins, a importância da religião católica. Percebemos assim que o polilogismo só serve para dar munição a ações arbitrarias de lideres utópicos que não se preocupam em "quebrar os ovos" ao fazer um omelete.


6 - Em defesa da razão

Por mais que seja difícil seguir leis a priori, e estar por suas vezes por serem absolutas não podem ser destrinchadas e estudadas por cientistas, são essas leis lógicas que nos diferenciam dos animais, renunciar a isso é renunciar a razão e a própria humanidade.


Capítulo 4 - Uma Primeira Análise da Categoria Ação


1 - Meios e Fins

Meios são os artifícios que usam para obter fins. A praxeologia trata dos meios, em especial, não dos objetos em si, mas com a conduta do homem em relação a estes. Ela lida com os seres humanos reais e suas verdadeiras intenções. Imaginar um homem superior que daria valores baseado apenas em moralidade não é o intuito dessa ciência econômica. Bens econômicos são tudo aquilo que podemos dar valor e não apenas objetos tangíveis, mas também serviços.


2 - A escala de valores

Valor é a importância que o agente homem atribui aos seus objetos finais. É apenas a conduta humana que dá valor aos objetos. Ideologias e egos só servem para o calculo econômico a partir do momento que eles influenciam de forma real a ação das pessoas.


3 - A escala de necessidades

Novamente, o que importa para a economia é o reflexo do comportamento humano em relação a determinados meios, de nada importa argumentos morais. Se um homem prefere álcool em vez de água, é isso que influenciará no valor desses dois meios.


4 - A ação como troca

Quando agimos, queremos trocar uma situação atual para uma superior no futuro. Assim, para a praxeologia de nada importa os fundamentos psicológicos que causaram a ação, mas sim o uso dos meios para que ela tenha sido feita.


Capítulo 5 - O Tempo


1 - O tempo como um fator praxeológico

O sistema lógico não demanda tempo para ser funcional, porém este é um elemento necessário na análise, afinal ele é escasso, por isso o tempo se torna relevante e diferenciador da lógica e da praxeologia. O tempo só não seria escasso se tivéssemos vida e juventude eterna, mas mesmo assim não poderíamos fazer duas ações ao mesmo tempo. Questões como antes e depois são necessárias na hora de se agir buscando meios para atingir fins.


2 - Passado, presente e futuro

Estes elementos são criações humanas e demandam sua interpretação para fazer sentido. Quando dizemos que algo é atual, este elemento está numa linha tênue entre passado e futuro.


3 - A Economia de tempo

Como qualquer meio, para um homem contingente o tempo é passível de ações e escolher para ser entendido.


4 - A relação temporal entre ações

As palavras do autor mostram a diferença entre lógico e praxeológico ao colocar sob o escopo do tempo: Um sistema lógico deve ser coerente e sem contradições, porque implica a coexistência de todas as suas partes e teoremas. Na ação, que segue necessariamente a ordem temporal, não tem sentido pretender-se tal coerência. A ação deve ser adequada ao seu propósito e, portanto, deve sempre ajustar-se a condições que variam. Em outras palavras, se existe a lógica que envolve, por exemplo, a, b e c, ela vai independer de tempo, mas na praxeologia este elemento pode mudar a ordem de importância dos elementos.


Capítulo 6 - A Incerteza


1 - Incerteza e ação

A incerteza está atrelada a ação. Não é possível prevermos o futuro, mesmo na ciência. O que podemos tentar imaginar para o futuro dependerá de probabilidades, a praxeologia tratará disso, por mais que não tenha, em seu intuito, descobrir leis probabilísticas de ação individual.


2 - O significado da probabilidade

Pascal, ao criar sua teoria estatística, buscava resolver problemas em jogos. Essa argumentação matemática tomou conta de várias áreas nas ciências humanas, dando caráter “científico” onde na verdade não se pode supor nenhuma lei natural. Na própria ciência não se pode utilizar a estatística para buscar leis absolutas, pois estas não seguem pressupostos lógicos.


3 - Probabilidade de classe

Exemplificando com jogos de azar, podemos perceber que a probabilidade nada pode nos ajudar em descobrir o futuro e assim ganharmos o jogo. Pelo contrário, temos a probabilidade maior de perdermos mais dinheiro cada vez que jogamos.


4 - Probabilidade de caso e 5 - Avaliação numérica da probabilidade de caso

Conhecemos alguns dos fatores que determinam o resultado de um evento; mas existem outros fatores que também podem influenciar o resultado e sobre os quais nada sabemos.


6 - Apostas, jogos de azar e jogos recreativos

O que diferencia um jogo de um passatempo é o desafio que se tem em vencer um adversário. Confunde-se quem pensa a economia da mesma forma que um jogo, pois nesta os adversários estão se ajudando criando as externalidades positivas. Além disso, com o aumento de tecnológicas promovidas pela concorrência, pode-se minimizar custos das ações e assim poupar e lucrar.


7 - A predição praxeológica

A praxeologia trata de demonstrar que, mantendo-se todas as condições constantes, uma escolha economia ruim vai acarretar em quedas de preço e mais pobreza. A extensão dessa não pode ser obtida por métodos a priori.


Capítulo 7 - Ação no Mundo


1 - A lei da utilidade marginal

Ações demandam ordem de escolhas. Uma escolha vai ser sempre feita em detrimento de outra. Pode acontecer que, por mais que uma pessoa seja dona de várias unidades de um produto “A” e também de várias unidades de um produto "B", ele prefira se desfazer totalmente de "A" em detrimento de "B", mas se ele for obrigado a se desfazer apenas de uma unidade de seus produtos e tiver que escolher entre "A" e "B", ele prefira "B". Isso é chamado de utilidade marginal decrescente.

Uma aplicação mais didática desse processo é que quanto mais temos de um produto, menos utilidade ele tem para nós. Supondo que tenhamos uma geladeira, ganhar uma segunda não teria a mesma utilidade que a primeira. Assim, venderíamos essa por um preço que não seria o mesmo para vendermos a primeira, mediante a sua utilidade, que podemos tratar como a relação causal para redução de algum desconforto.

Isso também explica um grande problema conceitual da escola clássica de economia. Eles não conseguiam explicar o porque ouro é mais valioso que ferro, sendo que este segundo é mais útil que o primeiro. O problema está no fato que ninguém nunca irá se desfazer de toda a quantidade de ferro ou de toda quantidade de ouro. Se esse fosse o caso, provavelmente ferro seria mais valioso que o ouro. Porém estamos sempre fazendo trocas associadas a um determinado momento e lugar, e isso faz o ouro ser mais valioso. O mesmo vale para pão ser menos valioso que seda. O trabalho de um homem pode ser posto nessa perspectiva, talvez alguém com R$100 não queira fazer um trabalho que custe R$200, mas ele toparia fazer o mesmo trabalho por R$50 caso precisasse urgentemente destes $50 para somar aos seus outros R$2000 e comprar um produto que custe invariavelmente R$2050. Nas palavras do autor: A lei de utilidade marginal não se refere a valor de uso objetivo, mas a valor de uso subjetivo. Não lida com a capacidade física ou química que as coisas têm para produzir um determinado efeito, mas com a sua relevância para o bem-estar de um homem como ele o entende em cada momento e em cada situação. Não lida com o valor das coisas, mas com valor dos serviços que um homem espera delas obter.


2 - A lei dos rendimentos

Existe uma razão ótima para a produção de determinado produto ou serviço. Essa é uma medida importante em empresas, mas a praxeologia não pode dizer das quantificações obtidas por estes.


3 - O trabalho humano como um meio

Trabalhar é usar um meio (o corpo) para um determinado fim. Este é sempre uma desutilidade pois, mantido constantes outras variáveis, as pessoas preferem estar em lazer do que em trabalho. Homens tem capacidades diferentes, e também tem relações diferentes em relação ao seu trabalho, mas isso não muda em nada as relações praxeológicas envolvendo-o, incluindo o importante fato que não é apenas com melhora financeira de vida que as pessoas se tornam mais felizes.


4 - Produção

A produção não é um ato de criação; não gera algo que não existia. É a transformação de elementos dados mediante arranjos e combinações. Assim, ocorre que prestação de serviços e bens tangíveis são igualmente produtos, por mais que existam pessoas que não consideram marketing ou mesmo medicina produtos, pois não são tangíveis. Serviços são tão produtos como bens tangíveis pois ambos servem para diminuir o desconforto, processo necessário da praxeologia.


Parte II - Ação na Sociedade


Capítulo 8 - A Sociedade Humana


1 - Cooperação Humana

Um dos elementos que nos diferenciam das outras espécies animais é a forma como cooperamos. A sociedade surge quando deixamos de lucrar apenas com a derrota física de um adversário e sim usarmos este para melhorar nossa produção de riqueza. Diferente de abelhas e formigas, fazemos isso de forma consciente. Nas palavras do autor: “O fator que fez nascer a sociedade primitiva e que contribui diariamente para seu desenvolvimento é a ação humana estimulada pela percepção da maior produtividade alcançada pela divisão do trabalho”.


2 - Uma crítica da visão holística e metafísica da sociedade

O problema com filosofias que acreditam numa lei moral a ser seguida e que esta trará a verdadeira riqueza é: como identificar a verdadeira lei, o autêntico profeta de Deus etc? Alguns religiosos, ou mesmo ideólogos, acreditarão independente de refutações que sua forma de buscar os fins é a certa.

Acontece que a única forma de conseguir esse aumento de riqueza., independente de credos, é a cooperação entre pessoas. Para isso o autor afirma a necessidade de um estado, este será o monopólio da coerção e, tendo o povo o poder de mudar os governantes, e não guerras contraproducentes, um governo justo irá então nos defender da ação violenta dos outros para assim pudermos ser produtivos em sociedade. O coletivismo não pode produzir os mesmos resultados pois não levam em conta que aquele que age é o individuo (comunidades ou grupos de pessoas podem agir em uníssono, mas isso é fruto do pensamento individual).

O liberalismo é a politica moral que abrange alguns desses insights praxeológicos, porém não força as pessoas a tomar certas atitudes para atingir determinados fins, o ser humano é livre para escolher os fins que lhe são mais apropriados, por mais que vá contra a ideia de melhor utilidade. Assim o liberalismo não é materialista ao ponto de desdenhar objetivos espirituais em detrimento de econômicos.

Em suma, o liberalismo é racionalista, ele acredita que é possível convencer a maioria de que seus próprios interesses serão mais bem atendidos pela cooperação pacífica.


3 - A divisão do trabalho

Este leva em conta a desigualdade inata dos homens e a distribuição desigual de recursos naturais, além do fato de que o homem trabalha melhor, de forma mais produtiva e por vezes obrigatoriamente quando o faz em conjunto com outras pessoas. Acontece que, por mais que isso tudo seja uma verdade obvia, o que ocorre quando m individuo faz todos os serviços de forma mais produtiva que um segundo serviço?


4 - A lei de associação de Ricardo

Este economista provou que, por mais que existam indivíduos mais produtivos que outros, quando a produção é dividida entre dois indivíduos, aquele que é mais produtivo pode focar exclusivamente na ação que ele é individualmente melhor. O outro individuo pode também focar na sua ação que é melhor e assim, na média, a produção como um todo será superior.

Uma refutação sem fundamentos dessa lei é que existiriam países que as condições de produção são menos favoráveis, seja em função de cultura da população ou de recursos naturais. Ora, se isso ocorrer, o país que tem uma produção mais útil pode focar nesta, e o outro país, apesar de suas dificuldades, poderá focar na atividade secundaria e lucrar nisso. A busca de igualdade nos fins seria contraproducente para todos.


5 - Os efeitos da divisão do trabalho

O uso de máquinas é um exemplo da divisão do trabalho. Se este fosse inalienável, as máquinas não poderiam fazer suas atividades e assim facilitar muito a vida das pessoas, lhe dando mais conforto.


6 - O indivíduo na sociedade

Alguns pensadores, como Rousseau, argumentam que o homem caiu em desgraça quando surgiu a sociedade. Que este deveria se manter puro vivendo com a natureza. Eles esquecem que foi apenas com a vida em sociedade e a produção advento desta que suas vidas chegaram ao ponto confortável de escrever suas baboseiras em livros.

Outros argumentam que existe ligações misticas, e essas são na verdade, o motivo das pessoas se unirem, e não a necessidade de produzir mais. Acontece que estes elementos (sangue, comunidade, religião, terra natal) nunca foram suficiente para evitar guerra com os próximos.


7 - A grande sociedade

Sociedade é cooperação de pessoas buscando os mesmos fins. Se associando, eles os obtêm de forma mais eficiente e confortável. Evitar guerras é uma externalidade positiva relacionada a essa associação.


8 - O Instinto de agressão e destruição

O darwinismo social é uma redução ridícula da consciência humana a suas atitudes instintivas. Os teóricos que defendiam esse tipo de comportamento por vezes esquecem que foi apenas a uma sociedade que deixou de ser guerreira, e se tornou colaborativa baseado na busca individual de seus fins, que foi possível terem a paz e condições físicas para escrever suas teorias sem sentido.

Em especial a teoria utilitarista, que ignora totalmente questões praxeológicas e mesmo de direitos naturais, é um erro baseado em darwinismo social. Dizem os teóricos do utilitarismo, como Bentham, que as leis naturais não existem, e sim a busca do maior prazer possível para cada um. Esta falácia abre precedente para filosofias positivas abjetas. É uma filosofia fraca que não propõe boas coisas como igualdade perante a lei porque isto é ético, mas sim porque traz a maior prosperidade para a maioria das pessoas.


Capítulo 9 - O Papel das Ideias


1 - A Razão Humana

Para a praxeologia não faz diferença se a razão é um instrumento para a percepção da verdade final e absoluta, apenas que ela é habilita o homem a agir. Pensamento precede a ação, e é sempre o individuo que pensa, nunca a sociedade. A linguagem é um instrumento da ação na sociedade, essa que desenvolveu métodos para que a ação seja mais efetiva a partir de tecnologia, pensamentos, teorias etc.


2 - Visão de mundo e ideologia

A razão é necessária para se driblar questões que podem influenciar de forma negativa os pensamentos, como manipulações das mais distintas (sociedade, religião etc). Também manipulações de ordem filosófica, como saber usar o conhecimento a priori e posteriori.

Em especial no campo politico, sua teologia propõe que sempre buscaremos modos de ficarmos mais prósperos e felizes. Porém, isso não indica que os meios para isso são os certos. Estes, por vezes igual a problemas religiosos, não podem ser resolvidos por meios intelectuais pois estão afundados em ideologia.

A luta contra o erro nesse tipo de situação deve ser constante. Pois é apenas com a lógica que temos criaremos alguma oportunidade de compreender a realidade. O dogmatismo rígido impede esse tipo de comportamento pois acaba negando a qualidade das ideias do adversário, por vezes o classificando como louco apenas por não concordar com as ideias vigentes.

Algumas ideias que estão erradas a priori como o nacionalismo e o socialismo promovem conclusões que deságuam em absurdos como o nazismo. Quem compacto com as fontes da conclusão não pode tentar refutá-la, a menos que faça isso numa guerra, como foi o caso da URSS.


3 - O poder

O ordenamento social é dado pelo poder, e esse surge, politicamente, pela ideologia. Por mais que exista força militar e esta seja útil para dominar uma região, é apenas controlando a ideologia das pessoas que o poder surge. Isso explica o porque de mesmo que grandes potências militares tenham entrado em países pobres (como é o caso da Inglaterra na Índia) foi necessário um conluio com os lideres locais para que o poder fosse obtido no lugar invadido.

Ideias como tradicionalismo e meliorismo, estão novamente fundamentada na opinião que as pessoas têm sobre elas. Da mesma forma que sistemas políticos, essas não teriam força politica se os furos filosóficos de sua concepção fossem assimilados pela massa que as sustenta. Em especial o meliorismo é um erro praxeológico, afinal o homem é livre para escolher tanto atitudes que lhe farão ter um futuro melhor, como um pior que o seu presente no momento da ação. Algumas pessoas sustentam que o homem comum é isento de erros, e que isso demonstra que enquanto dermos o poder de decisão a eles pela democracia, tudo estará bem. Não é o caso quando percebemos que isso não faz sentido nenhum praxeologicamente, e podemos expandir esse conceito para os problemas pós-modernos (questões de racismo, gênero etc).


Capítulo 10 - O Intercâmbio na Sociedade


1 - Troca autística e troca interpessoal

Quando ocorrem trocas que se busca ganhar algo, esta é chamada interpessoal. Quando a pessoa toma uma atitude pensando exclusivamente no bem do próximo, esta é a chamada troca autística. Esta segunda era presente quando agimos por instinto, porém, ocorre que com a consciência e o advento da ação, toda troca (que é por definição uma ação) é supondo criar um mundo mais feliz para quem o faz.


2 - Vínculos contratuais e vínculos hegemônicos

Os contratuais são aqueles em que as pessoas estão livres para tomar as atitudes que lhe são mais interessantes. Porém os hegemônicos surgem com o advento de uma força coercitiva (o estado) que lhe impõe certos comportamentos. Este acaba gerando o estado paternalista, que fornece as pessoas o que este considera importante. Gerando assim na mente destas uma dependência e passividade em relação as ações que lhes são de direito.


3 - A ação e o cálculo

A existência do homem racional está intrinsecamente ligado a ação. Levando isso em conta, surge a necessidade de compreender as consequências da ação. Nisto, surge o conceito de cálculo econômico.


Parte III - Cálculo Econômico


Capítulo 11 - Valoração sem Cálculo


1 - A gradação dos meios

Agir é preferir a em detrimento de b. Mesmo que pudermos chamar esse a de 7x e b de 8y, a troca continua sendo entre as intenções dos trocantes, o que não permite o calculo econômico. utilizando a gradação destes.


2 - A ficção da troca na teoria elementar do valor e dos preços

Vários erros associados a trocas são impostos pelo monopólio da força. Um desses é gerar moeda ruim, inflacionado-a e tentar controlar esse fenômeno na base da canetada.

Outra falácia é acreditar que, numa troca, a pessoa dá o mesmo valor aquilo que está cedendo e para aquilo que está ganhando. Isso surge da ideia marxista de que o trabalho e os bens têm um valor intrínseco. O valor, na realidade, surge das relações humanas com aquilo que trocarão. E assim, quando um individuo quer fazer a troca, é porque acredita que seu estado de mundo melhorará ao obter o outro meio, senão a troca simplesmente não acontece. Assim, temos que o cálculo econômico se efetua com base nos preços monetários.

A consequência mais espúria das falácias são as que argumentam que é possível desenvolver planejamentos econômicos. Isso na verdade é fruto dos economistas clássicos que pensavam as trocas de forma atomistas, sem mercado, não conseguindo assim refutar os marxistas.


3 - O problema do calculo econômico.

Em suma, é impossível fazer o calculo econômico porque não temos relações constantes entre determinados meios, como acontece com frequência nas ciências sociais.


4 - O cálculo econômico e o mercado

A tarefa que o agente homem pretende realizar utilizando-se do cálculo econômico é a de estabelecer o resultado da ação pelo contraste de custos e benefícios. Pelo cálculo econômico, ou se estima qual será o resultado de uma futura ação ou se constata o resultado de uma ação passada.


Capítulo 12 - O Âmbito do Cálculo Econômico


1 - O significado das Expressões Monetárias

O cálculo econômico abrange tudo o que possa ser trocado por moeda. Afinal, existem importantes elementos na sociedade que não o podem ser feito. Historiadores, estatísticos, contabilistas, políticos entre outros profissionais tentam prever o cálculo econômico baseado em seus conhecimentos individuais e não conseguem com exatidão, afinal, a vida não é rígida, todas as coisas estão em permanente mutação: tanto as tecnológicas associadas a produção quanto o próprio ser humano.


2 - Os limites do cálculo econômico.

Como já discutido, existem elementos na sociedade e na vida das pessoas que não pode ser monetizado. Isso não significa que o dinheiro deva ser demonizado, como alguns fazem. Os valores morais e estéticos não sofrem nenhum dano com o fato da existência do calculo econômico. O materialismo de alguns setores da sociedade não implica que as pessoas não possam viver como bem entendem. Estes que demonizam o dinheiro por vezes não entendem que a moeda é apenas um meio de facilitar as trocas. Os preços são criados pelas escolhas dos seres humanos. Isso nada tem a ver com valores implícitos do trabalho ou dos objetos.


3 - A variabilidade dos preços

Algumas pessoas são contra mudanças de preços abrutas. Por vezes as consideram imorais. Acontece que na sociedade os preços mudam porque o grau de importância que as pessoas dão para determinadas trocas também mudam. Associar isso a um comportamento imoral é um erro, que por sinal foi cometido pelos economistas clássicos ao não perceber a importância da subjetividade dos preços, e não o valor intrínseco que algo poderia ter a todos os seres humanos. O que é realmente imoral é quando esse controle é imposto pelo monopólio da coerção, o estado.


4 - A estabilização e 5 - A base da ideia de estabilização

Tentar manter a economia estática utilizando de coerção estatal é um erro econômico e ético. Econômico porque tira do mercado a possibilita de se adaptar otimizadamente as escolhas mais imediatadas das pessoas. E não é ética pois cria um ambiente de segurança econômica para alguns indivíduos, principalmente aqueles que compram títulos do estado, em detrimento do pagador de impostos, que subsidiará possíveis baixas nos valores dos títulos. Quando isso não é feito com o roubo por impostos, é feito pelo furto da inflação e controle do juros.


Capítulo 13 - O Cálculo Econômico como um Instrumento da Ação


1 - O Cálculo Monetário como um Método de Pensar

O cálculo monetário tenta explicar as ações de troca das pessoas baseado num material que seja aceito por todos como meio de troca, a moeda. Alguns filósofos são contra esse "materialismo", porém nada pode ser dito contra a utilidade disto.


2 - O cálculo econômico e a ciência da ação humana

A economia sempre foi tida como a ciência que tentava entender os métodos monetárias para valorização, porém, questões associadas a elementos internos das pessoas começaram a entrar na conta, levando assim a ampliar o espectro de estudo da economia, até uma teoria geral da ação.


Parte IV - Cataláxia ou Economia de Mercado


Capítulo 14 - Âmbito e Metodologia da Cataláxia


1 - A delimitação dos Problemas Catalácticos

A questão importante aqui é separar os limites concretos dos problemas estritamente econômicos. Sempre existirão aqueles que vão considerar coisas intangíveis como serviços e conselhos algo fora da economia.

Acreditar que a economia é tida apenas de questões materiais e utilitárias é um erro, afinal, precificamos coisas intangíveis, ou mesmo que não tem um fim em si mesmo. Quando vamos pagar por um alimento, não calculamos o preço apenas no que se refere a nutrição associada a ele.

Alguns economistas a negam, supondo um mundo sem escassez. O problema é que um homem que pensa e age, o faz num mundo de escassez. Para que não haja escassez o mundo precisa ser preenchido pelo objetivo final de todos as pessoas, senão esta haverá, junto com o conflito em função dos meios.


2 - O método das construções imaginárias

Este é uma imagem conceitual de uma série de eventos resultantes, como consequência lógica, dos elementos de ação empregados na sua formação. Fazemos esse tipo de análise o tempo todo quando pensamos em nossas economias. Sua função é auxiliar o homem num exame que não pode ser feito pelos seus sentidos.


3 - A autêntica economia de mercado

No passado, as pessoas acreditavam que o mercado se arranjava por meios divinos: aquele que enriquecia o fazia devido a graça divina. Isso com o tempo passou, mas as fórmulas místicas não. Os economistas socialistas acreditavam que o a economia era algo que poderia ser dirigido por uma autoridade central, e assim maximizar o lucro e a qualidade de vida das pessoas. Que um mundo onde o egoísta "homo oeconomicus" não existisse seria o ideal. Cogitar que o homem normal faria parte dessa espécie caricata vai contra tudo que lemos até agora sobre praxeologia. O homem, levando em conta todas as outras variáveis constantes, sempre quererá lucrar. Mas esse lucro não está associado a obter mais moeda. Suas ações podem ser lucrativas se ele ver um amigo melhorando de vida devido a suas escolhas, que podem acarretar numa certa perda de capital. Essa é a verdadeira busca por uma situação de maior conforto que prega o autor em sua teoria praxeológica, por mais que essa não pretenda imitir juízo de valor. O contrário disso seria um estado centralizador que promoveria um tipo de homem em detrimento de outro: o pagador de impostos em detrimento do homem criativo, o soldado em vez do professor etc.


4 - A Economia autística

A construção imaginária de uma economia autística está na raiz da distinção que popularmente se faz entre produtividade e lucratividade, distinção essa que evoluiu até passar a servir de critério para julgamentos de valor.


5 - O estado de repouso e a economia uniformemente circular e 6 - A economia estacionária

Esse é um julgamento imaginário que não faz sentido. Uma economia uniformemente circular, que daria a possibilidade de previsão econômica é um exercício que não cogita a possibilidade de mudança. Tanto as expectativas das pessoas, quanto número delas, os bens naturais e tudo que envolve a economia muda com o tempo. A suposição marxista de que viveríamos num mundo de fins não faz nenhum sentido aqui. Assim sendo, só podemos fazer suposições econômicas desmerecendo totalmente a noção circular de economia. A economia estacionária entra na mesma crítica, pois supor um mundo de soma zero vai contra a praxeologia, que acredita que a ação leva sempre a um mundo de menor desconforto, e também a observação empírica da riqueza adquirida pela humanidade.


Capítulo 15 - O Mercado


1 - As características da economia de mercado

A economia de mercado é o sistema social baseado na divisão do trabalho e na propriedade privada dos meios de produção. O autor explica que o mercado, e a definição de capitalismo oriunda deste, significa a livre associação a troca das pessoas sem a obstrução de uma organização central, como um estado socialista.


2 - Capital e bens de capital

Capital aqui está associado aquilo que permite as pessoas a realizar seus desejos imediatos: sejam eles de consumo ou de investimentos. Num sistema socialista, por exemplo, onde não é possível o mercado fazer o calculo econômico, devido as regulações e imposições, existem bens de capital, mas não o capital em si.


3 - Capitalismo

O autor argumenta que todas as sociedades colaborativas até agora foram baseadas em propriedade privada. Nenhum experimento socialista deu certo e mesmo em tribos primitivas já existia o conceito de propriedade privada.

Alguns argumentam que, devido ao capitalismo ter dado certo no passado, nos tempos atuais ele deixará de funcionar. Isso é errado de todas as formas possíveis. Pois, por mais que argumentos a posteriori no que se refere a economia não sejam estritamente certos, quando algo funcionou no passado ele tende a funcionar no futuro.

Os críticos do capitalismo associariam tudo que há de ruim aos termos que lhes envolve, como capital e burguesia. Isso atrapalha a discussão publica pois a semântica é condição necessária para a comunicação. O que muitos chamam de capitalismo hoje, as oligarquias e corrupções que envolvem empresas privadas e o governo, na verdade são uma forma de centralização do poder, algo totalmente desvinculado ao capitalismo.


4 - A soberania do consumidor

Diferente do mercado, na democracia não temos a mesma força de escolha. No mercado, cada centavo gasto dá um sinal ao mercado, fazendo-o assim mudar as suas ações. Porém na democracia, as pessoas que votaram normalmente a fazem pensando no "menor dos males". Além disso, é apenas o voto da maioria que terá força politica no futuro, excluindo assim uma série de demandas importantes. O "rei" aqui só mantêm a majestade enquanto continua servindo bem os "súditos".


5 - Competência

A competição cataláctica é um traço característico da economia de mercado, um fenômeno social. Não é um direito que vai garantir que uma pessoa faça parte de determinado espaço no mercado, e sim os consumidores. Se não faz sentido para o calculo econômico que se abra uma empresa, não haverá o cargo extra para essa pessoa assumir. No mundo real, independente do desejo de igualdade, existem pessoas que nasceram em determinadas situações que lhes permite chegar até o ponto profissional ou material que desejam, mas para outros isso é uma impossibilidade. Forçar o contrário seria ir contra a liberdade das pessoas fazerem suas escolhas.

Acreditar que essa liberdade tenderia a monopólios e isso ser negativo é um erro. Se um monopólio serve bem os consumidores, ele não tem a priori qualquer erro moral. Além disso ninguém é obrigado a comprar do monopólio, e no livre mercado as pessoas também serão livres a tentar competir com ele. É possível que isso demande gastos estratosféricos em vários sentidos para aqueles que querem competir, mas novamente, não existe escravidão ou obrigação nisso.


6 - Liberdade

Um homem não pode não se considerar livre se suas reclamações associadas a falta de liberdade estão associadas a elementos que positivariam ações a outras pessoas. Como por exemplo, um homem reclamar que não é livre porque não pode espoliar o dinheiro dos outros. Isso é diferente de um governo totalitário onde a única liberdade permitida a pessoa seria o suicídio. O autor argumenta que algumas obrigações impostas pelo monopólio da coerção são importantes, pois elas mantêm a possibilidade de uma sociedade de mercado. Ou seja, impostos e serviço militar, na visão do autor, são importantes para a possibilidade de economia laisse-faire. O estado então deveria se ater a capacidade de manter o mercado funcionando e nada a mais que isso, pois assim tenderia a ditadura e exerceria muita influência no mercado, não o deixando livre.


7 - A desigualdade de riqueza e de renda

Esta é uma condição necessária num mundo de escassez, como a realidade impôs. Qualquer ação que tenda a diminuir essa condição de desigualdade, como a divisão do trabalho, que seja imposta por coerção é um erro. A verdadeira divisão do trabalho só pode ser imposta pelo mercado, pois é fruto da liberdade de escolha dos consumidores.


8 - Lucro e perda empresarial

Realizar um lucro é o objetivo de toda ação. O lucro para um empresário surge quando ele melhor consegue supor como o mercado estará depois de um determinado espaço de tempo. Seu mérito está em melhor escolher os seus empregados e driblar eventuais problemas políticos.


9 - Lucros e perdas empresariais numa economia em desenvolvimento

O mercado tende a organizar os preços finais para o estado de repouso final, que para Mises seria o estado onde nenhuma troca seria necessária. Porém esta é uma situação assintótica.

As rendas de diferentes estratos sociais não permanecem inalteradas. Se assim o fosse, os lucros de um grupo de empresários seria exatamente igual à perda de outros. Como a economia não é uma simples Soma Zero, isso não ocorre. Quando o empresário se engaja na aplicação de novos métodos tecnológicos, todos saem ganhando. Inclusive os empregados, aos quais o poder de compra não surge da subida obrigatória de salários impostas pelo sindicato, mas sim dessas externalidades positivas desenvolvidas pelos empresários.

Como já discutido, os lucros e perdas são a forma do consumidor indicar ao mercado quais são suas preferências de compra. Assim, se mostra necessário que para que haja lucro, algumas pessoas têm que perder. Isso não significa que algo está sendo usurpado delas, apenas que elas não conseguiriam servir da melhor forma o público, outros empresários conseguiram prever melhor qual seriam as ações das pessoas, e disso não se deriva nenhuma lei moral. Não é culpa do empresário que as pessoas prefiram certas coisas em detrimento de outras. Só existe a oferta pois existe a demanda.

Assim, surgem alguns mitos tentando desmoralizar os empresários. O primeiro é a condenação moral do lucro. O principal elemento dessa crítica é o juros, que seria um lucro sem produção. Na verdade, quem faz essa crítica não leva em conta os vários riscos que um empresário tem a se expor no mercado, assim, o juros é apenas uma forma de monetizar a baixa preferência temporal dos empresários em detrimento do consumo das pessoas. O mito do subconsumo também cai por terra quando feita uma análise praxeológica. O excedente de lucros que faz uma empresa poder vender seus produtos a um preço mais acessível está totalmente associada a méritos do empresário. O mesmo não pode ser dito das ações politicas promovidas por sindicatos, que tenta aumentar forçadamente o salário dos empregados. A riqueza das pessoas só surge a partir do momento que ocorre um ajustamento da produção ao aumento na quantidade de bens de capital e as mudanças tecnológicas, processo que é impulsionado pela ação dos empresários.


10 - Promotores, gerentes, técnicos e burocratas

São esses cargos técnicos empresariais que, quando bem alocados, conseguem gerar riqueza. Quando os técnicos tem seu salário baseado numa importante parcela de lucros da empresa, suas ações são feitas com mais segurança e inteligência. O mesmo estímulo não ocorre no âmbito publico, e também em empresas de administração limitada.

É perigoso esse aumento da centralização das ações econômicas propostas pelo estado de bem-estar social. Suas más escolhas econômicas tendem a refletir em destruição do dinheiro fornecido por impostos. A burocracia, para o autor, só é razoável quando esta ocorre em processos que não podem ser quantificados monetariamente, como os serviços de segurança.


11 - O processo de seleção

Por mais que se condensem os capitalistas, numa sociedade de mercado as profissões seriam escolhidas e alocadas buscando servir melhor o máximo de pessoas, para que assim surja o lucro.


12 - O individuo e o mercado

Não existe uma "mão invisível" que dita os comportamentos do mercado. Quem faz isso são as pessoas, e suas ações individuais refletidas na sociedade. Tentar ir contra essa anarquia de mercado, com a desculpa de "humanizá-lo" é uma contradição, mas as tentativas de fazê-lo nunca terminam, vão da sozialpolitik da Alemanha ao New Deal americano, que tanto atrasou a saída desse país da Crise de 29.

Esse protecionismo pregado por estados centralizadores só causa pobreza, pois impossibilita de existir um livre mercado que facilitaria a alocação de matérias primas, ou simplesmente de transformar de produtos de primeira ordem. Todo embargo causado pelo estado acaba atrapalhando as transações que naturalmente ocorriam num livre mercado.

É importante levar em conta que se ainda existem politicas de protecionismo, é porque alguém ganha com elas. Os políticos que as promovem acabam garantindo a seus eleitores que a vida deles melhorará caso efetuem-se essas politicas, que normalmente só facilitam a vida daqueles que mais diretamente estão associados aos políticos.


13 - A propaganda comercial

Sendo essa voltada para as massas normalmente está associada a futilidades que enoja a maioria daqueles que tem um pouco mais de senso crítico. Isso porém não é motivo para proibi-la ou não considerá-la importante. Nela estão impostos todos os pressupostos da ação humana. Um produtor não faria propaganda de um produto ruim, e os custos associados a ela entram no calculo econômico tal qual qualquer outro imposto ou embargo.

Diferente da propaganda de produtos, a politica tem outros intuitos. Quando um produto é ruim, por mais que a propaganda seja boa, a experiência daquele que o consume não o fará ter o mesmo gasto novamente. Porém na politica, ou mesmo em questões religiosas e metafísicas, não é possível ter esse caráter experimental pois os fenômenos são muito complexos e de difícil interpretação, assim, o único critério relevante para se estudar esses fenômenos seria o método a priori.


14 - A Volkswirtschaft

A Alemanha, por ser um país muito escravo da mentalidade estatal, chegou a criar uma palavra que está associada com a "economia Alemã" e os controles necessários para melhorá-la. Acontece que como estudado aqui, esses embargos só prejudicam o consumidor e produtor, da mesma forma que um problema com a transferência de um local para o outro prejudicaria os dois lados. Por mais que os governos façam de tudo para controlar a economia dos seus países, enquanto as pessoas usarem da ação humana (escolher "A" em detrimento de "B") esse controle nunca será completo.


Capítulo 16 - Os preços


1 - O processo de formação dos preços

As trocas que acontecem no livre mercado, quando ocorre o respeito a propriedade privada, é o que essencialmente inicia a construção dos preços. O estopim para isso é a inovação e risco que os empresários tomam ao entrar no mercado. Acreditar que os preços podem ser obtidos de uma ideia de economia uniformemente circular é até certo ponto útil, mas não pode ser levada ao pé da letra, pois quando conhecemos um preço, isso é uma medida do passado, o preço futuro será consequência das ações do mercado.


2 - Valoração e avaliação

Valoração é aquilo que significa a observação da história de preços de um determinado produto. Avaliação é aquilo que se supõe que ele custará. Elas estão ligadas, como todo custo no mercado, estes são frutos de questões subjetivas tidos pelo consumidor. Conceitos como justo e legítimos são apenas visões tendenciosas da economia de mercado.


3 - Os preços dos bens de ordens superiores

A história dos preços é importante na tomada de decisão referente a ele no mercado, pois sem essa informação, seria muito custoso para o empresário buscar essa informação a cada momento que precisa fazer uma troca. Um exemplo é o custo que seria contratar sempre o melhor funcionário para a sua empresa, trocando-o logo que outro melhor surgisse. O custo que essa pesquisa teoria, mais a logística para incluir esse funcionário na empresa, torna mais barato continuar com um funcionário que é menos produtivo.


4 - Contabilidade de custo

A contabilidade de custos é afetada pelo fato de que nem sempre ocorrem as duas condições seguintes:

Primeira, cada aumento na quantidade dos fatores despendidos na produção de um bem de consumo aumenta sua capacidade de diminuir o desconforto. Segunda, cada aumento na quantidade de um bem de consumo requer um aumento proporcional, ou até mesmo mais que proporcional, do dispêndio dos fatores de produção. Se estas duas condições fossem sempre e sem exceção preenchidas, cada incremento z gasto para aumentar a quantidade m de uma mercadoria g seria empregado para satisfazer uma necessidade considerada como menos urgente do que a menos urgente das necessidades já satisfeitas pela quantidade m anteriormente disponível. Ao mesmo tempo, o incremento z necessitaria do emprego de fatores de produção que deixariam de ser usados para satisfazer outras necessidades consideradas como mais prementes do que aquelas cuja satisfação deixou de ser atendida para que se pudesse produzir a unidade marginal de m. Por um lado, o valor marginal da satisfação obtida com o aumento na quantidade disponível de g diminuiria. Por outro, os custos necessários à produção de quantidades adicionais de g teriam uma desutilidade marginal maior; fatores de produção deixariam de ser empregados na satisfação de necessidades mais urgentes. A produção deve parar no momento em que a utilidade marginal do incremento deixa de compensar o aumento marginal de desutilidade dos custos.

Consequências dessa lógica é o fato de que o preço dos produtos, devido aos fatores de produção não serem perfeitamente diviseis, também não o podem ser. Pode-se aferir que algumas indústrias sofrem mais dessa questão da divisibilidade que outras, e por isso, numa indústria por exemplo, prevaleceria a lei de retornos crescentes, e na agricultura e mineração, a dos retornos descrentes. Neste caso, deve-se lembrar que o fato da distribuição de terras e minérios sobre a superfície da terra ser bem desigual, impõe a maior produtividade da divisão do trabalho.


5 - Cataláxia lógica versus cataláxia matemática

Como já explorado, o fato de que não é possível quantificar o cálculo econômico, torna impossível uma econometria ser funcional. Sua diferença em relação a física é que nesta ciência é impossível encontrar relações constantes entre as grandezas, o que eu não pode ocorrer na economia. Suas relações, além de surgir de aforismos a priori, envolvem um intrincado esquema de valoração impossível de ser reduzido a leis estatísticas. Estas, servem apenas para compreender os dados do passado, como já discutido aqui eles são a princípios irrelevantes para se obter um resultado exato sobre o futuro. Na ciência, a busca por elementos que fazem surgir uma lei física pode ser dado de forma simples com parâmetros livres, porém na economia esses parâmetros teriam que ser ajustados pela ação humana, esta que não pode ser prevista impossibilita uma versão exata da economia.


6 - Preços Monopolísticos

O autor faz um estudo de todas as possibilidades da imposição de preços monopolísticos, e conclui que todos eles só seriam funcionais com a ação do estado, salvo pequenas exceções em empresas de minérios. Algumas dessas condições são: a necessidade de que haja monopólio de oferta; o monopolista não pode discriminar os compradores; as reações do público não ser suficiente para tornar as receitas líquidas das vendas a qualquer preço superior do preço competitivo menores do que a receita líquida resultante das vendas ao preço competitivo (que seria, grosso modo, a necessidade de perder dinheiro para manter o preço monopolista); que não existe uma terceira categoria de preços que não seja monopolístico ou competitivo; não existe a necessidade de que haja muitos competidores (eleições são um bom exemplo); a possibilidade de aumento da receita por restrição de vendas; o monopolista saber de antemão de que maneira o consumidor irá reagir ao aumento de preços; o caso especial do "monopólio incompleto" (que é o que ocorre quando o monopolista tem reservado para si o que precisa para manter o monopólio); duopólios e oligopólios; os diferentes tipos de bens que podem ser condição para monopólio; monopólios marginais devido a tarifas aduaneiras; monopólio marginal, que é aquele que surge devido a redução de custos de produção em larga escala, monopólios devido a falhas, politicas sindicais. Alguns procuram matematicamente a busca de um preço monopolístico, mas como já discutido, isso é invalidado pela característica a priori da economia. Dados históricos e empíricos não são capazes de prever a ação humana.


7 - Reputação comercial

A reputação é uma condição necessária no comércio. Seus efeitos sobre a ação humana independem dela ser verdadeira ou não. Aos examinarmos seus efeitos, temos três casos diferenças: a boa reputação comercial faculta ao vendedor a possibilidade de vender por preços monopolísticos ou discriminar os compradores, permite ao vender ao preço equivalente dos competidores e, num círculo limitado de clientes, permite vender por preços superiores aos cobrados dos competidores.


8 - Monopólio de demanda

O monopólio da demanda, já que está associado a elementos que se tornaram produtos de primeira ordem, novamente acaba virando monopólio da oferta.


9 - Efeitos de preços monopolísticos sobre o consumo

As restrições causadas por efeitos monopolísticos são estudadas a luz da praxeológica. Uma delas, e a mais falaciosa, é que o uso descompassado de alguns meios pode acarretar na falta deles para as próximas gerações. É muito provável que com o advento da ciência, as pessoas nem precisem desses meios que hoje são necessários, assim, limitando a ação dos monopólios. Controles como esse só funcionam com o advento do estado, o que, numa economia realmente capitalista não deveria ocorrer.


10 - A discriminação de preços por parte do vendedor

Este é um elemento natural na economia livre. Com a possibilidade da discriminação, alguém que presta um serviço pode se adequar a seu publico distinto e assim maximar seu lucro. Praxiologicamente, aumentará o bem-estar final da maioria das pessoas pois, se não pudesse aumentar seu lucro ao máximo, ocorreria a possibilidade de não prestar o serviço, prejudicando até mesmo aqueles que acabam pagando mais depois da discriminação.


11 - Conexidade dos preços

Não existe economia sem as relações que surgem subjetivamente entre os mais diversos produtos e serviços numa economia livre.


12 - Preço, renda, produção e A quimera de preços sem mercado

Qualquer preço de mercado é necessariamente o resultado da interação das forças intervenientes (oferta e demanda). Sem essas microrrelações, a outra opção seria um socialismo que daria um valor objetivo a produtos e serviços. A partir disso, o lucro não seria mais possível, pois toda troca seria entre objetos de "mesmo valor intrínseco". Como vimos isso foge do escopo da ação humana. Nos próximos capítulos veremos porque isso é um erro econômico.


Capítulo 17 - A Troca Indireta


1 - Meios de Troca e Moeda

Um meio de troca considerado comum é a moeda. Ele serve para as pessoas fazerem trocas indiretas entre produtos e serviços, de uma forma que todos aceitem esse meio para seus determinados fins.


2 - Observações sobre alguns erros frequentes

Existem vários erros associados a concepção de moeda. O primeiro deles é sua suposta neutralidade, baseada na suposição que podemos controlar o funcionando de uma moeda em determinado país associando-a a uma equação de troca. Eles acreditam que as moedas têm uma velocidade de circulação, em detrimento do fato de que o valor das moedas é dado pela oferta e demanda criada pelos diversos indivíduos. O serviço prestado pelas moedas não cria um valor intrínseco a elas, da mesma forma que o que dá um preço a água ou ao whiski não é seu serviço.


3 - Demanda por moeda e oferta de moeda

As moedas sofrem de escassez por isso podemos ter todas as concepções praxeológicas que temos em relação a meios, produtos e serviços. A atitude de entesourar moeda (guardar a moeda), por exemplo, por mais que seja uma ação "passiva".

Outro argumento sem sentido muito usado é que a utilidade marginal da unidade monetária diminui muito mais lentamente do que as outras mercadorias. O que levaria, por exemplo, as pessoas nunca acharem que tem dinheiro "demais". Na verdade, todo dinheiro que uma pessoa ganha será fruto de uma ação, mesmo, como já comentado, se for entesourado.

Talvez a pior das falácias é que a quantidade de moeda no mercado não muda a relação de preço entre produtos, este tema será explorado nas próximas seções.

Ao tentar compreender a moeda, devemos levar em conta a teoria clássica, nela Carl Menger tentou buscar objetivamente qual foi a causa do surgimento da moeda na sociedade humana. Ele usou de praxeologia para mostrar que a busca por melhora mutua entre as trocas levou as pessoas a mudar da troca direta para a troca indireta. Em vez de trocas produtos por produtos, as pessoas perceberam em conjunto que seria muito mais simples que existisse uma ferramente que mediasse as trocas entre os mais diferentes produtos, e essa ferramente fosse utilizada por todos. Quanto mais o tempo foi passando, mais as diferentes moedas foram se excluindo, sobrando apenas aquelas que realmente serviam melhor para as trocas. Quando uma pessoa tinha uma moeda boa, ela conseguia fazer trocas de forma mais rápida e efetiva. Por mais que o estado se coloque como "inventor" da moeda, sabemos que as ações surgem de indivíduos., e assim, o conjunto deles necessariamente viu esse meio indireto como a melhor forma de fazer suas trocas.


4 - A determinação do poder aquisitivo da moeda

O autor acredita que fazer uma regressão para compreender a utilidade da moeda mostrar que, esta não estará dentro de um círculo vicioso do tipo "surgiu porque é bom e é bom porque surgiu". Na verdade sua utilidade na indústria foi o elemento criador de determinados meios de troca se tornarem boas moedas. Isso não explica o valor de troca de uma moeda depois que ela já está no mercado não como um elemento da indústria, mas como moeda.

Toda ação remete na busca de um estado de mundo melhor que o anterior. Assim, a ação de aumentar a quantidade de moeda também terá uma consequência. O que ocorrerá no ato de aumentar a quantidade de moda é que aqueles que receberem essa nova quantidade de moeda primeiro a terão sem que o resto de mercado tivesse sofrido qualquer abalo pela nova inclusão, assim poderá consumir com o dinheiro valendo o mesmo que se não tivesse sido impresso uma quantidade maior. Os primeiros receptores desse dinheiro perceberão que existe uma demanda maior de seus produtos e serviços e poderão aumentar os preços. Esse aumento de preço será repassado para aqueles que prestam produtos e serviços para esse segundo grupo, e assim sucessivamente. De tal forma que uma parte do indivíduos sairá lucrando nisso, em detrimento de outra. Como esse dinheiro extra vai necessariamente para ações estatais, afinal de contas é apenas o estado que tem o monopólio da impressão de dinheiro, são os indivíduos do estado que sairão ganhando mais, em detrimento dos mais pobres, que estão na outra ponta dessa corda de produtos e serviços.


5 - O problema de Hume e Mill e a força motriz da moeda

A proposta destes dois pensadores era um arranjo onde a mudança de preços aconteceria automaticamente em todos os âmbitos do mercado. Isso é um erro, imaginaria a imutabilidade e a rigidez das circunstancias. Existindo incerteza, haverá entesouramento e isso mudará o valor da moeda. A moeda só existe pois existem mudanças na valoração das coisas, então é logicamente impossível cogitar uma moeda estável e neutra.


6 - Mudanças no poder aquisitivo de origem monetária e de origem material

A escolha de um bem a ser usado como um meio de troca e como moeda nunca é indiferente. Dessa escolha dependerá o curso das mudanças de origem monetária do poder aquisitivo. A questão que realmente importa é a de saber quem deve fazer a escolha: as pessoas, comprando e vendendo no mercado, ou o governo?

A inflação está intimamente ligada com as relações praxeológicas da moeda. A semântica da inflação mudou com o tempo mas seu efeito continua negativo na economia.


7 - O cálculo monetário e as mudanças no poder aquisitivo

Nas palavras do autor, ao constatar os efeitos da moeda no cálculo econômico: "como não existe moeda alguma cujo poder aquisitivo seja estável, tais lucros e perdas aparentes estão presentes em qualquer cálculo econômico, qualquer que seja a moeda em que se baseia. É impossível distinguir com precisão lucros e perdas reais daqueles que são apenas aparentes." Esse "erro" do cálculo econômico existe devido à imperfectibilidade (ou não estabilidade) da moeda. Na época Mises achava que era um erro impossível de ser solucionado, mas percebemos que com o advento da tecnologia os preços estão se adaptando cada vez mais rápido ao mercado, e assim reduzindo o alcance desse erro por mudança da valoração da moeda.

8 - A antecipação de prováveis mudanças no poder aquisitivo

As pessoas acreditavam, quando começou as politicas expansionistas da moeda, que um dia os preços voltariam a abaixar. Com o tempo, perceberam que os governos não tem intenção nenhuma de fazê-lo. Assim, começou uma corrida por consumo, onde a alta preferência temporal toma conta das atitudes das pessoas, diminuindo assim investimentos.


9 - O valor específico da moeda

Ao liberar a criação de moda para bancos e para o próprio governo, criaram-se diferentes formas de moeda, como a moeda-crédito (um valor que o banco te paga a partir de um título que você apresenta a ele) e a moeda-fiat, que não está lastreada em ouro e sua da ação dos bancos em relação aos depósitos das pessoas e a confiança que estas não farão uma corrida para sacar todo o seu dinheiro ao mesmo tempo.


10 - As implicações da relação monetária

O economista Keynes acreditava que a única consequência do expansionismo seria um maior consumo, e com isso uma melhor na situação econômica. Isso é um erro praxeológico.


11 - Os substitutos da moeda e a limitação da emissão de meios fiduciários

Quando um banco faz moeda fiduciária e outro não, os clientes desse banco acabam tendo crédito fácil, podendo expandir seus negócios comprando mais produtos e por consequência aumentando os preços dos produtos pelo fenômeno já discutido anteriormente. Os clientes dos outros bancos não tem a capacidade de fazer as mesmas compras e acabam perdendo dinheiro por não ter o melhoramento em seus respectivos negócios. Porém com o tempo a quantidade de moeda-fiduciaria cresce tanto que o banco que as vezes precisa, para não entrar em falência e manter a sua confiabilidade, parar de produzir notas. Isso seria até certo ponto funcional se, com o advento do Banco Central, os bancos normais não pudessem simplesmente pedir dinheiro emprestado a esse ente governamental, tirando assim da análise a possibilidade de entrar em falência ou não pagar seus clientes. Com isso a expansão monetária cresce a níveis incontroláveis.


13 - Tamanho e composição dos encaixes

A Lei de Gresham mostra que quanto mais o governo tenta atribuir artificialmente o valor da sua moeda interna em relação a moeda-material (ouro) as pessoas, por não acreditarem na capacidade do governo de manter esses valores, acabam vendendo sua moeda material para exportações, e assim deixando ela escassa no país. A lei de Gresham, quando mal interpretada, dá a entender que "a moeda ruim é usada em detrimento da boa", mas na verdade o que acontece é que a moeda que o governo tentou desvalorizar por decreto desaparece a moeda que o decreto valorizou permanece.


14 - O balanço de pagamentos

O balanço está associado com a qualidade que uma pessoa tem de interagir economicamente com seus vizinhos próximos.


15 - As taxas de câmbio interlocais

O autor cogita várias situações onde se constata diferente tratos com a moeda em diferentes locais com diferentes politicas inflacionistas. Brevemente, nas palavras do autor: O aumento da demanda de moeda estrangeira, dizem eles, teria sido provocado por uma deterioração da balança comercial ou de outros itens do balanço de pagamentos, ou simplesmente por sinistras manobras de especuladores sem patriotismo. A elevação da taxa de câmbio acarretaria um aumento nos preços domésticos dos produtos importados. Os preços dos produtos domésticos também aumentariam porque, se não subissem, estimulariam os comerciantes a retirá-los do mercado interno e a vendê-los com vantagem no exterior.


16 - A taxa de juros e a relação monetária

As principais características do funcionamento de um fundo de estabilização de câmbio em comparação com as de um banco central (levando em conta que esse banco não está ativo para salvar bancos que extrapolam as moedas-fiduciarias) são as seguintes: as autoridades mantêm segredo em relação as operações do fundo, este segredo torna possível descriminar pessoas que não apoiam o governo, a paridade cambial não é mais fixada por uma lei "democrática".


17 - Os meios de troca secundários

Meios de troca não precisam ser necessariamente a moeda, mas sim créditos, títulos populares e algumas mercadorias.


18 - A visão inflacionista da história

Alguns economistas citam que foi apenas devido a inflação que a sociedade se desenvolveu. Se os preços não aumentassem as pessoas não dividiram melhor o trabalho para assim produzir mais.

Na verdade nada na ação humana indica que isso seja verdade. Talvez um empresário concorde com essa visão mas é porque ele está dentro de um mundo que permite esse expansionismo há anos. As únicas coisas que a praxeologia tem a dizer sobre a inflação é que: um governo quando é inflacionista o faz para financiar o lucro de alguns grupos da sociedade em detrimento de outros. É impossível saber quais grupos serão os mais ou menos atingidos, mas temos um indicativo, que os que lucram são aqueles mais próximos do governo. Em algum grau o inflacionismo resulta em consumo excessivo e maus investimentos, e isso empobrece a nação como um todo. A inflação quando exacerbada acaba com a economia do país (vide as hiperinflações ao longo da história do século XX).


19 - O padrão-ouro

Este, por mais que seja chamado de "pré-histórico" pelos keynesianos, é a solução mais efetiva para evitar o expansionismo sem freio promovido pelos governos.

O padrão ouro foi escolhido pelas pessoas devido à facilidade de manuseio do ouro. Os governos tentaram controlar o seu valor no decorrer dos anos, usando do bimetalismo, mas não conseguiram controlar o inflacionismo devido as propriedades deste metal. É obvio que nenhum sistema monetário pode ser perfeito, mas foi apenas com o padrão-ouro que os governos não tiveram pleno controle do inflacionismo, assim não puderam empobrecer alguns grupos escolhidos aos custos dos mais pobres.


Capítulo 18 - A Ação na Passagem do Tempo


1 - A valoração dos diferentes períodos de tempo

O tempo é importante no que se refere a ações para o agente homem. Se não o fosse, o homem simplesmente nunca agiria, pois continuaria postergando sua ação ad infinitum. Assim, ele vai sempre preferir, ceteris paribus, que as coisas boas aconteçam antes.

Isso se reflete no manuseio do capital de giro e meios de produção


2 - A preferência temporal como um requisito essencial da ação

Praxeologicamente, uma pessoa sempre escolherá "A' em detrimento de "B". Porém essa escolha não está vinculada apenas com a benesse que "A" pode fornecer imediatamente a "B". "A" e "B" podem estar em distintas localizações no tempo, o que fará o surgimento de uma preferência por um dos dois elementos. Bohm Bawerk chamou isso de preferência temporal.

Alguns economistas erraram em compreender a preferência temporal pois apenas a associaram com questões psicológicas. A psicologia não tem como arguir sobre questões economistas pois seus postulados simplesmente não funcionam para todas as pessoas em todos os casos como as da praxeologia. O quanto as pessoas conseguem se privar de um prazer momentâneo por um maior no futuro esta associado a esse conceito econômico de preferência temporal.


3 - Os bens de capital

Só estamos numa condição economicamente melhor que nossos antepassados hoje em dia pois estes homens conseguiram se privar de seus prazeres momentâneos para empreender e poupar, assim conseguindo acumular capital suficiente para que fosse possível os avanços que hoje aproveitamos.


4 - Período de produção, período de espera e período de provisão

Um reflexo dessa preferência temporal pode ser na alocação de recursos de capital para locais menos desenvolvidos. Se este tivessem que se desenvolver, custaria muito caro em termos de tempo e dinheiro. Porém, com o avanço de capital e consequentemente de técnicas para maior produção num local, isso é levado para outros locais, os fazendo se desenvolver também.

Alguns lugares demoraram mais para se desenvolver que outros, isto essa completamente associado com o advento da propriedade privada nesses lugares. Mesmo Marx percebeu isso em seus escritos.


5 - A conversibilidade dos bens de capital

Os capitalistas e os empresários, ao gastarem dinheiro na compra de fatores de produção, valoram os bens tendo exclusivamente em vista a antecipação que fazem do futuro estado de mercado. Pagam preços ajustados a condições futuras tais como eles as avaliam hoje. Os erros cometidos no passado na produção dos bens de capital disponíveis hoje não recaem sobre o comprador; incidem inteiramente sobre o vendedor. Nesse sentido, o empresário que emprega seu dinheiro para comprar bens de capital para produção futura não leva em consideração o passado.


6 - A influência do passado sobre a ação

A alocação de empresas em novas localidades e maquinas em novos meios de produção não ocorre apenas porque surgiram novas tecnologias, mas sim porque fazer essa mudança ocasionaria um estado de mundo melhor depois de um determinado prazo. Se isso não fosse verdade, veríamos as pessoas jogando fora seus objetos antigos apenas porque sugiram novos. Quando essa lei não é respeitada, e o governo, por exemplo, obriga que os pagadores de impostos subsidiem a exploração de novos locais para a alocação de empresas, ocorre uma perda de riqueza geral, pois estes lugares não serão tão uteis como se tivessem sido alocados em lugares conhecidamente melhores. Quando este custo cai no bolso de um empresário, ocorre que é o funcionamento normal do mercado.

As patentes são um exemplo disso. Elas são antifuncionais justamente pois evitam que os novos métodos sejam testados por mais pessoas e assim ver se valerá a pena trocar os métodos antigos.


7 - Acumulação, manutenção e consumo de capital

Para acumular capital, diferente do que dizem os marxistas, não é necessário apenas "ter capital". Vários são os motivos que podem fazer alguém lucrar e fogem dos já estudados investimentos. As condições naturais podem melhor, guerras e outros eventos sociais que atrapalha a produção também, por exemplo.


8 - A mobilidade do investidor

A bolsa de valor é apenas uma forma de mostrar as trocas e servir como base para investidores. Ela por si só não gera renda.


9 - Moeda e capital; poupança e investimento

O fato de um poupador utilizar sua poupança para entesouramento afeta a determinação do poder aquisitivo da moeda e pode, assim, reduzir o valor nominal do capital, isto é, o seu equivalente em moeda; jamais poderá tornar estéril qualquer parte do capital acumulado.


Capítulo 19 - A Taxa de Juros


1 - O fenômeno do juro

Juro não é simplesmente supor o quanto algo irá lucrar no futuro e colocar um preço encima disso. Se fosse assim as pessoas teriam que pagar infinitamente por um terreno, pois nele pode se produzir para sempre. O juro está associado, na verdade, a expectativa de perdas e ganhos a curto prazo, e no quanto as pessoas conseguem evitar de fazer consumo no agora para guardar para o futuro. Essencialmente ele não tem a ver com a quantidade de moeda no mercado, mas ao passo que o governo toma essas atitudes desnivelantes economicamente falando, elas começam a afetar a preferência temporal das pessoas.


2 - Juro originário

É a relação entre o valor atribuído a satisfação de uma necessidade no futuro imediato e o valor atribuído a sua satisfação em períodos mais distantes no tempo. Isso nada tem a ver com "preço pago pelo capital" ou interação de demanda e oferta. É simplesmente um arranjo natural das pessoas tendo em vista a sua necessidade de agir para obter uma condição melhor de mundo. Caso isso não ocorre-se (investimentos não fossem lucrativos a longo prazo), todo o capital seria consumido.


3 - O nível da taxa de juros

É impossível formular qualquer teorema praxeológico que relacione a quantidade de capital disponível pela nação como um todo ou pelos indivíduos pessoalmente, de um lado, com a quantidade de poupança de capital consumido, ou nível da taxa de juro original, de outro. Independente do que observações a posteriori de eventos parecidos possam indicar.


4 - O juro originário numa economia mutável e 5 - O cálculo do juro

Como uma economia circular é uniforme no tempo, a taxa de juros em todas as suas áreas seria a mesma. O mesmo não pode se dizer de um modelo mais coerente com a realidade.

5 - O cálculo do juro

As pessoas, ao preferiram satisfazer uma determinada necessidade num período mais próximo do tempo estão imitindo valorações que provocam o surgimento do juro originário (este independente de politicas estatais).


Capítulo 20 - O Juro, a Expansão de Crédito e o Ciclo Econômico


1 - Os problemas

A partir do momento que existam outros elementos além dos que criam o juro originário, estes acabam afetando no preço final de mercadorias, atuando assim de forma efetiva no mercado. O princípio deles é o expansionismo econômico, associado com a impressão de mais papel-moeda.


2 - O componente empresarial na taxa bruta de juro do mercado

O juro sempre foi visto de forma negativa para os credores. Sendo estes uma maioria, ou, pelo menos, os mais falantes numa democracia, politicas que não diminuem a taxa de juro acabam se tornando vilões na hora dos votos.


3 - O prêmio compensatório como um componente da taxa bruta de juros de mercado

O aumento da propensão para comprar ou vender, que gera o prêmio compensatório (lucro por apostar certo ao empreender) geralmente afetam primeiro e em maior grau o mercado de empréstimos de curto prazo. Caso não ocorra esses lucros, nem mesmo a longo prazo, aquele que emprestava se absterá de emprestar, consumindo o dinheiro que poderia ser bem alocado em algum investimento.


4 - O mercado de crédito

Se, mantidas iguais as demais circunstâncias, a quantidade de moeda (no sentido amplo) aumenta ou diminui, provocando assim uma tendência geral de alta ou de baixa dos preços, deveria surgir um prêmio compensatório, positivo ou negativo, que elevaria ou reduziria a taxa bruta de juro do mercado. Mas, se essas mudanças na relação monetária afetam primeiro o mercado de crédito, o efeito sobre as taxas brutas de juro do mercado é exatamente o oposto.


5 - Os efeitos das mudanças na relação monetária sobre o juro originário

À medida que aumenta a inflação, um número cada vez maior de pessoas começa a perceber a queda do poder aquisitivo. Para aqueles que não estão engajados em negócios nem familiarizados com as operações da bolsa de valores, os principais veículos de poupança são a caderneta de poupança, a compra de títulos e de seguro de vida. Todos esses tipos de poupança são prejudicados pela inflação.


6 - Os efeitos da inflação e da expansão de crédito sobre a taxa bruta de juros do mercado

Von Mises faz uma abordagem espetacular mostrando os erros que surgem no calculo econômico a partir do momento que, na base da canetada, os políticos mudam a taxa de juros, em suas palavras: Mas uma queda na taxa de juro decorrente de uma expansão do crédito falseia o cálculo empresarial. Embora a quantidade de bens de capital disponíveis não tenha aumentado, o cálculo emprega parâmetros que só seriam utilizáveis se esse aumento tivesse ocorrido. O resultado, portanto, é enganador. Esses cálculos fazem com que alguns projetos pareçam viáveis e exequíveis, quando um cálculo correto, baseados numa taxa de juro não deformada pela expansão

de crédito, mostraria a sua inviabilidade. Os empresários se lançam na realização desses projetos; a atividade empresarial fica estimulada. Tem início um boom. A demanda adicional provocada pelos empresários que estão expandindo os seus negócios tende a aumentar os preços dos bens de produção e dos salários. Com o aumento dos salários, o preço dos bens de consumo também aumenta. Além disso, os empresários também contribuem para o aumento dos bens de consumo, uma vez que, iludidos pelos falsos ganhos que a sua contabilidade indica, dispõem-se a consumir mais. A alta geral de preços espalha otimismo. Se pelo menos os preços dos bens de produção tivessem aumentado e os dos bens de consumo não tivessem sido afetados, os empresários seriam mais cautelosos. Teriam dúvidas quanto à viabilidade de seus planos, uma vez que o aumento no custo de produção perturbaria os seus cálculos. Mas a expansão da demanda por bens de consumo, possibilitando uma expansão de vendas apesar dos preços maiores, tranquiliza os empresários. Mantém-lhes a confiança na ideia de que a produção será lucrativa, apesar dos maiores custos envolvidos; decidem, então, ir adiante. Evidentemente, para poderem continuar a produzir nesta maior escala provocada pela expansão do crédito, todos os empresários, tanto os que expandiram suas atividades como os que continuam produzindo o mesmo que antes, precisam de mais recursos, uma vez que os custos de produção são agora maiores. Se a expansão de crédito consiste numa única injeção, não repetida, de uma determinada quantidade de moeda fiduciária no mercado de crédito, o boom não poderá durar muito tempo. Os empresários não conseguem obter os recursos de que necessitam para dar continuidade aos seus projetos. A taxa bruta de juro do mercado aumenta porque a maior demanda por empréstimos não é contrabalançada por um correspondente aumento na quantidade de moeda disponível para empréstimo. Os preços das mercadorias caem porque alguns empresários vendem seus estoques e outros se abstêm de comprar. A atividade empresarial se contrai novamente. A alta termina porque as forças que a provocaram deixaram de atuar. A quantidade adicional de crédito circulante esgotou a sua capacidade de influir sobre preços e salários. Os preços, os salários e os vários encaixes individuais ajustam-se à nova relação monetária; deslocam-se em direção ao estado final que corresponde a essa nova relação monetária, sem serem desviados por novas injeções de meios fiduciários adicionais. A taxa de juro originário correlativo a essa nova estrutura do mercado age, com todo o seu peso, sobre a taxa bruta de juro do mercado. A taxa bruta de juro já não está mais sujeita às influências perturbadoras das mudanças na quantidade de moeda (no sentido amplo) provocadas por variações dos encaixes. O erro de crer que a característica do boom é o excesso de investimento e não o mau investimento. Essa é uma falácia propagada pelos marxistas, que são contra o capital, e evidenciam como a sua visão do mundo é tão básica, a ponto de não enxergar nuances da realidade.

Num regime totalitário se diz que não existem depressões. Isso ocorre porque a situação lá, como já explicado, não permite o acumulo de capital: todas as riquezas podem estar em função do monopólio da força, não existe respeito a propriedade privada. Assim, o regime de depressão já existe por natureza.


7 - Os efeitos da deflação e da contração do crédito sobre a taxa bruta e juro do mercado

Diferente da inflação, na deflação os efeitos econômicos negativos são menores. Isso ocorre porque a deflação, por natureza, faz as pessoas acreditarem que a situação econômica está menos propensa a investimentos. Isso causa nos investidores um certo conservadorismo, os fazem não acreditar em qualquer demanda que surgiria por expansão monetária. Assim, uma eventual crise que surge devido a deflação rapidamente se esvai.


8 - A teoria monetária, ou do crédito circulante, relativa ao ciclo econômico, 9 - Efeitos da recorrência do ciclo econômico sobre a economia de mercado

A única solução para o fim desse ciclo econômico de booms e crises seria o fim da expansão monetária. Isso obviamente causaria um perda de votos, por isso, usualmente os governos mantêm a expansão. Sem isso os empresários não irão agir de forma cautelosa e investir somente naquilo que tem um retorno supostamente seguro, por mais que não se possa prever o futuro. O que acontecerá é que as pessoas voltarão a consumir e investir apenas naquilo que existe realmente demanda, diferente da demanda induzida por impressão de dinheiro.

Essa explicação é negada por boa parte dos economistas keynesianos. Suas explicações para a crise de 29, por exemplo, são as mais esdruxulas, e apenas funcionais em crise (não levam em conta os períodos de melhora econômica).


Capítulo 21 -Trabalho e salários


1 - Trabalho introvertido e trabalho extrovertido

O trabalho é uma desutilidade para o homem, pois ele sempre vai preferir o prazer. As pessoas conseguem superar essa desutilidade criando situações que lhe são positivas, como ver o trabalho como um serviço para si ou para Deus.


2 - O trabalho como fonte de alegria e de tédio

O trabalho também pode ser uma busca de prazer para algumas pessoas. Porém, é fato que os marxistas propunha que na sua utopia, todo trabalho seria um prazer. Porém esses são valores psicológicos que não influenciam a valoração subjetivo individual da desutilidade. No fim, o que realmente importa para um trabalhador, será o salário, este sim muda os graus de preferência de quem trabalha.


3 - O salário

Este pode ser entendido como um produto. Por mais que as teorias marxistas, novamente, tentem dar uma roupagem de escravidão a um trabalho que é totalmente voluntário, pois sem ele, supostamente as pessoas morreriam de fome, então o capitalista malvado pode pagar o mínimo possível, na verdade o trabalho é tão produto quanto qualquer outra coisa que é valorada pelos consumidores. Trabalhadores são escassos, e o tempo que eles trabalham também. Assim, quanto mais livre for a relação empregado-empregador, melhores serão as condições que estes vão poder oferecer aos empregados pois seus lucros estarão livres de taxações que só vem a reduzir a produtividade.


4 - Desemprego cataláctico

Na sociedade de mercado, a pessoa escolhe o desemprego se, ao pesar os prós e os contra, supõe um mundo "mais feliz" com a ação de não trabalhar. Ele pode tomar essa decisão por vários motivos. Este tipo de desemprego é diferente do "institucional" que é criado artificialmente pelo estado ao impor embargos aos empregadores.


5 - Salário bruto e salário líquido

O autor mostra que, devido a consequências mercadológicas, toda ação que visa colocar encargos no salário das pessoas acaba causando custos a todos os envolvidos.


6 - Salários e subsistência

A caridade, condição essencial para a manutenção de cargos políticos na democracia, sem ostra uma situação apenas de consumo, não de produção: aquele que sobrevive as custas de doações acaba não colaborando com o enriquecimento geral.

Marx acaba se contradizendo quando diz que "um elemento de natureza histórica e moral intervem decisivamente na determinação do valor do trabalho" pois logo em seguida cita que "para um determinado país, num momento dado, a quantidade média das necessidades vitais indispensáveis são um fato dado". Ou temos a condição cataláctica ou histórica. Pelo que já foi analisado aqui, o historicismo no que se refere a econômica não faz nenhum sentido.

Marx divide as pessoas em classes (trabalhadores e burgueses). Esquece que as pessoas, além de uma fidelidade a terra natal, também não podem ser excluídas do mercado, pois todos os que consumem participavam ativamente do mesmo. Nenhum sindicalismo pode negar o fato de que a teoria do valor trabalho não faz sentido, afinal, de nada adianta questões históricas quando analisamos a produtividade de uma empresa de sapatos nos Estados Unidos ou na Índia, por exemplo. Acontece que na Índia, pela falta de acumulo de capital, a produção contínua trabalhosa e pouco produtiva, diferente dos EUA. Essa produtividade só vem a melhorar a vida das pessoas que pouco se preocupam com o futuro. Esses indivíduos de vida simples hoje tem condições infinitamente superiores a qualquer grande Rei ou imperador do passado, e tudo isso foi conquistado com a produtividade tão negligenciada pelos socialistas.


7 - Efeitos da desutilidade do trabalho sobre a disponibilidade de mão de obra

Os "direitos dos trabalhadores" tidos por muito como benesses fornecidas a nos pelo estado, na verdade estragam a cataláxia do mercado. As verdadeiras mudanças surgiram por própria iniciativa do estado. A Revolução Industrial é um exemplo de como a vida dos miseráveis pode melhorar a partida do momento que a produção aumenta. Agora é possível que crianças e mulheres não trabalhem, situação nunca imaginava na idade média

A interpretação popular da Revolução Industrial diz que foi um movimento que serviu apenas para melhorar a vida daqueles que já eram ricos, em detrimento dos pobres, que agora trabalhariam por um salário de fome. Na verdade, aqueles industriais que ficaram ricos na Revolução Industrial o fizeram pois conseguiram vender as suas produções para as pessoas de baixa renda. Os que eram ricos ainda preferiam comprar seus sapatos e roupas de artesãos. Ninguém era obrigado a trabalhar em fabricas, mas as pessoas preferiam isso a voltar a ter uma vida apenas de subsistência no campo. Por mais que se digam que a vida era melhor antes da revolução, sabe-se que a condição financeira das pessoas simples na Inglaterra antes dessa era pior que as dos países mais miseráveis de hoje em dia.


8 - Os efeitos das vicissitudes do mercado sobre os salários e O mercado de trabalho

Percebesse que as barreiras institucionais que não permitem a livre concorrência estão associadas as fronteiras fictícias criadas pelos estados, sem isso, seria muito mais simples a mão de obra se deslocar para outros locais mais apropriados a seus serviços que, dependendo das suas aptidões, ainda não chegaram em regiões menos desenvolvidas.

Uma mesma analise pode ser feita do trabalho de animais e escravos. Em todos os lugares onde a mão de obra escrava continuo sendo usada por muito tempo, não houve avanço na produção ou tecnologia. Foi quando certos donos de terra deixaram de ter escravos e esses se tornaram consumidores de seus produtos foi que a sua riqueza começou a crescer de forma plena. Além das questões éticas, a experiência mostra que se tratamos um ser humano como animal, ele trabalhará igual a um, assim, os custos de mantê-lo por vezes se tornam muito maiores que para manter um animal. Fica claro que a escravidão é errada até no âmbito utilitário.


Capítulo 22 - Os Fatores de Produção Originais de Natureza não Humana


1 - Observações Gerais Relativas à teoria da renda

Numa economia cataláctica, a única proteção real e efetiva do assalariado é a proporcionada pelo jogo dos fatores que formam os preços. Se um empregador tiver atitudes injustas com alguém, ele também sofrerá pois estará desvinculado da realidade das forças de trabalho do mercado vigente. Além disso, problemas de renda pertinentes surgiram e não foram explicados por importantes economistas como Ricardo pois eles, novamente, cometiam erros semânticos. Conceitos como Terra e Trabalho são tão produtos como qualquer outra propriedade, porém a partir do momento que toda terra e todo o trabalho é visto de forma "igualitária" se perde o elemento praxeológico importantíssimo para o cálculo econômico.


2 - Fator tempo

Por mais que as terras não se destruam (por simples leis da física) elas, como já discutido, não fornecem riqueza infinita pois a sua valoração é dada graças ao valor que as pessoas dão a ela, e isso leva muito em conta a produtividade a curto prazo.


3 - A terra submarginal

Terras que ficam longe de grandes centros acabam set ornando custos caros aos contribuintes quando o governo inventa de "enriquecê-las". Tira-se dinheiro de quem produz em locais interessantes para construir ferrovias e outras formas de buscar alguma produção nesses lugares que, por natureza, não foram escolhidos pelas pessoas para produção.


4 - Terra como um local para se estar e 5 - O preço da terra

Por mais que se diga mal da "burguesia" foram eles que criaram essa espécie de mercado. As pessoas originalmente do campo ou dos alpes pouco se importavam com suas belezas naturais. Foi depois de um movimento bucólico que se observou essa benesse, e ai surgiu um novo mercado.


Capítulo 23 - A Realidade do Mercado


1 - A Teoria e a Realidade

A realidade plena só pode ser compreendida por uma mente que usa concepção praxeológica e compreensão histórica, que por sua vez necessita de domínio das ciências naturais.


2 - Papel do poder e 3 - O papel histórico da guerra e da conquista

Não cabe aos economistas examinar esses esforços feitos no sentido de reviver os ideais dos vikings. Cabe-lhes apenas refutar as afirmações segundo as quais o fato de haver conflitos armados invalida os seus ensinamentos. Convém, a esse respeito, reiterar o seguinte: que os ensinamentos da cataláxia não se referem a determinado período da história, e sim a questões de mercado livre; que independente do mercado há assaltos e roubos; que para haver pilhagem deve haver propriedade para isso.

4 - O homem como um dado da realidade

O homem não é perfeito e acaba tomando decisões ruins As que mais causam problemas são as da democracia.


5 - O período de ajustamento

É um período que deve existir para que mudanças no mercado tomem forma. Acontece que medidas como o inflacionismo acabam moldando esse ajustamento, criando por vezes situações que, se não analisadas de forma correta, acabam gerando motivações para medidas econômicas que farão mal a todos a longo prazo. Porém, como dizia Keynes: "no futuro estaremos todos mortos" o que leva a alguns, normalmente adeptos da democracia, a não se preocupar com atitudes de baixa preferência temporal.


6 - A limitação do direito de propriedade e os problemas relativos aos custos e aos benefícios externos

Alguns pessoas acreditam que essas externalidades positivas são uma falha do capitalismo. Não analisam que se algo é efeito e causa riqueza aquele que fez, tanto faz se outras pessoas também lucram com isso. Na verdade é um processo natural do mercado que, depois de certo desenvolvimento, as pessoas copiem as mesmas atitudes par se desenvolver também. Com isso ganhasse tempo e melhorasse a produção, para que mesmo os miseráveis que nada contribuíram com esse sistema produtivo saiam ganhando.


Capítulo 24 - Harmonia e conflito de interesses


1 - A origem dos lucros e perdas no mercado

É um erro históricos, que a maioria dos historiadores ainda propaga, que a riqueza surge da perda de outro individuo. Na verdade reparou-se a luz da ciência econômica que as pessoas, quando colaboram entre si, acabara dividindo o trabalho e sendo mais produtivas, criando riqueza para todos.


2 - A limitação da progenitura

Malthus propôs que não existiriam produção suficiente para que se alimentasse o mundo todo. Porém, com o advento da tecnologia, conseguisse superar esse limite malthusiano.


3 - A harmonia dos interesses "corretamente entendidos"

A pobreza, como dizia Bentham, "não é o produto das leis, é a condição primitiva da raça humana". Percebemos a virada dessa condição igual à de animais quando conseguimos usar nossa consciência par a divisão do trabalho e assim geração de produção. Não é porque um próximo meu consegue fazer compras de algo que ainda não tenho que isso significa que eu estou sendo, de alguma forma, pilhado, como propõe os marxistas. Quanto mais existe consumo de algo, mais fácil é desse algo chegar as prateleiras de todos, por simples mecanismo de mercado.


4 - A propriedade privada

Onde não há propriedade privada é impossível que exista uma economia de mercado por definição. Muito se diz que a instituição da propriedade acaba negligenciando as pessoas pobres, porém deve se levar em conta que aqueles que conseguem acumular muita propriedade só o fazem pois respeitam os desejos dos pobres e conseguem vender para estes.


5 - Os conflitos do nosso tempo

Montaigne dizia que uma nação só enriquece se empobrecer outras. Isso é uma falácia como já discutido, porém por ser um discurso fácil acaba se tornando pauta de democracias. Diferente de centenas de anos atrás, hoje podemos compartilhar nossa produção com outros países e eles fazem om esmo conosco. São apenas as questões politicas que acabam destruindo esse processo de mercado, criando barreiras que acabam por prejudicar todos os envolvidos, menos os políticos que ganham socialmente com essas decisões. O liberalismo nunca propôs acabar com a soberania das nações, mas elas estão acabando consigo próprias ao partir para medidas protecionistas.


Parte V - A Cooperação Social sem o Mercado


Capítulo 25 - A Construção Imaginária de uma Sociedade Socialista


1 - A Origem Histórica da Ideia Socialista

Os primeiros governantes acreditavam que diminuindo o egoismo de seu povo, as finanças iriam para frente. Estes estatistas do Ancient Regime nada tinham de "escolhidos de Deus na Terra" como era pregado na época.

Com o tempo o estado foi ganhando roupagem de onisciência, todos os estatísticas, principalmente os escolhidos pelo povo, tinham a exata concepção de como deveria ser a realidade. Com isso surgiam atitudes imorais como a expropriação de propriedade privada para a redistribuição. Uma estrutura anárquica como o mercado não está de acordo com a ideologia igualitária e constante do estado onisciente.


2 - A doutrina socialista

Karl Marx não inventou o socialismo, essas ideias totalitárias já vieram anteriormente a ele, com Hegel, e continuaram com Nietzsche (por mais que esse fosse antiestado). A grande contribuição de Marx foi a integração do credo socialista com a doutrina meliorista. Para ele a vinda do comunismo era inexorável, como uma lei da natureza. Juntando a onisciência da sociedade, a inevitabilidade do socialismo e a progressão histórica, estava aberto o caminho para o polilogismo marxista.


3 - O caráter praxeológico do socialismo

Por mais que alguém tenha a capacidade de liderança e todo o conhecimento tecnológico de uma era, ele não pode prever o futuro, sendo a economia uma ciência praxeológica isso se mostra impossível.


Capítulo 26 - A impossibilidade co cálculo econômico no sistema socialista


1 - O problema

Nenhum diretor consegue calcular todas as variáveis possíveis presentes numa economia cataláctica. Sem um sistema de preços, é impossível descobrir qual método tem o melhor custo beneficio. Imagine a necessidade de se produzir água potável sem a informação de custos. As pessoas poderiam escolher entre pegar água do rio ou dessalinizar, mas não saberiam qual daria o melhor custo benéfico o que ocasionaria muitos problemas. O cálculo econômico não é infalível, afinal é impossível saber quais benesses o avanço da tecnologia trará e como isso afetará o mercado, mas é a única forma de não haver tantos erros de consumo.


2 - Erros passados na concepção do problema

Os socialistas acreditam numa econômica Estável. Algo assim só poderia ser obtido após uma grande mente onisciente entender tudo que acontece no âmbito econômico. Como já vimos isso é um conhecimento impossível. Acontece que o estado socialista, por ver na figura do empresário alguém que destrói essa "estabilidade" da economia planificada, acaba lutando contra esse importante agente.


3 - Sugestões recentes para o cálculo econômico socialista, 4 tentativa e erro, 5 - O quase mercado e 6 - As equações diferenciais da economia matemática

Soluções como calculo em espécie, valor trabalho, quantidade de utilidade, mercado artificial e equações matemáticas só mostram que os socialistas não compreendem o caráter a priori e indecifrável da ação humana. Ela não pode ser prevista pelas suas características praxeológicas, não pode ser quantificada por seus pontos analisados não serem soluções de uma equação diferencial matemática.


Parte VI - A Intervenção no Mercado


Capítulo 27 - O Governo e o Mercado


1 - A Ideia de um Terceiro Sistema e 2 - O Intervencionismo

Na definição de socialismo de Mises existem dois tipos possíveis: o russo, onde o estado controla tudo e o alemão, onde existe a aparência de livre mercado mas ocorre planejamento central. A propriedade privada nesses dois sistemas não é respeitada.

os planejadores centrais acreditam que o egoismo é algo ruim, e pretendem, a partir de suas leis positivas, iniciar nas pessoas grandezas como senso de dever altruísmo etc. Eles não percebem que a única forma da sociedade de mercado funcionar é quando cada um seguir a linha de conduta que melhor serve aos seus próprios interesses. Assim, a contribuição que acontece entre as partes tende a obter aquilo que a pessoa busca em sua própria liberdade. Transgressões a isso são equivalentes aos interesses dos indivíduos e da sociedade (que no fim, são a mesma coisa). Caso essas transgressões aconteçam, fazendo assim as pessoas venderem não pelo maior preço não comprarem pelo menos, o estado terá o papel de organizar cada um dos casos.


3 - A delimitação das funções governamentais

A lei não é algo que pode ser definida como bom ou mal. Ela é um arranjo que surge do relacionamento das pessoas. Assim seria impossível um individuo por si só definir o que é ético. Essa construção não pode ser ampliada para a economia.


4 - A probidade como padrão supremo das ações individuais

As contradições surgem quando tentam levar o conceito de moral e imoral para o mercado. Um empresário que vende pelo maior preço e compra pelo menos pode ser considerado mal por seguir essa lei praxeológica. Acontece que se olharmos por outros ângulos, ele pode ser considerado imoral se quiser ajudar os assalariados, pois assim monopolizará seu serviço em detrimento daqueles outros empresários menores.

O que resta é um estado que seria o bastião da moralidade escolher pelo empresário o que ele deve fazer. Assim, não haveria espaço para a iniciativa privada.


5 - O significado de laissez-faire

Este é o mercado sem a ação do governo. Para alguns membros do partido trabalhista isso é um erro pois essa anarquia faria mal as pessoas. Na mente deles, dos estatistas, está a forma certa de como as pessoas devem consumir, escolher investir em produção em vez de cinema. É um erro levando em conta que apenas a própria pessoa sabe o que é melhor para ela, por mais que isso seja uma escolha que vai levá-la a algo negativo. "Deixem o homem comum escolher e agir; ão o forcem a se submeter a um tirano.


6 - A interferência direta do governo no consumo

O estudo da intervenção tenta entender se a intervenção pode ou não atingir os objetivos dos que a defendem e recomendam. Os governantes e servidores públicos acreditam que são o bastião da razão e que suas ordens devem ser seguidas para uma melhor economia. Porém vemos a força que a corrupção tem nesses meios. Esse é um meio de se obter alvarás para o funcionamento da empresa. Dessa forma a corrupção até é entendida como algo positivo, um dispositivo que vence a ação estatal, porém promove preconceitos e favoritismo.


Capítulo 28 - O intervencionismo via Tributação


1 - O Imposto Neutro

Seria este um imposto funcional apenas na ideia de economia circular. Nenhum imposto por menor que seja não altera o estado de economia cataláctica. Nas palavras do autor, quanto menos este afetar a economia melhor.


2 - Imposto total

Seria o socialismo. A partir do momento que o governo pode, usando de força, tirar toda averba que a pessoa acumula, este se torna o socialismo como proposto por Karl Marx. Apenas aquilo que o trabalhador produz por suas próprias forças é que seria seu.


3 - Objetivos fiscais e não fiscais da tributação e 4 - Os três tipos de intervencionismo fiscal

Deve ficar claro que toda forma de imposto atrapalha a economia de mercado. Como dizia John Marshal: "o poder de taxar é o poder de destruir". Existem três formas de taxar: quando o imposto visa a suprimir totalmente ou restringir a produção, imposto que expropria uma parte da renda e do patrimônio ou totalmente. Este ultimo caso é o socialismo já discutido.


Capítulo 29 - A restrição da produção

1 - A natureza da Restrição

Essa restrição em questões econômicas pode ter vários objetivos para o estado. Ele pode por exemplo, incentivar um setor em detrimento de outro. Atrapalhar aquele que não é do seu interesse, ajudar os "amigos do rei" etc.


2 - O preço da restrição

Restringir a produção nem sempre é prejudicial. Para alguns produtores de determinado produto, a curto prazo essa restrição, seja por impostos de produtos do exterior, seja por qualquer outro motivo interno, vai ajudá-los. Porém a longo prazo os erros causados por essa restrição vão afetando a economia de formas indiretas que, se o individuo que controla a economia do país não conhecer a praxeologia, não perceberá que sua ação de restrição teve consequências a longo prazo.

Quando se diz que a restrição deve ser feita para ajudar alguns países menos desenvolvidos se esquece que eles assim o são pela falta de acumulo de capital. E estes nunca ocorrerá se a economia de mercado não for estimulada. Colocar embargos para a quantidade de horas que alguém pode trabalhar ou mesmo as crianças não poder só prejudicará a vida de todos devido a falta de produção e por consequência a falta de acumulo de capital.



3 - A restrição como um privilegio

Os "direitos dos trabalhadores" que assumidos como algo positivo na verdade só causa pobreza, pois evita o acumulo de capital. O mesmo problema de acumulo está associado aos privilégios que certos estados propõe a grupos de empresários com atitudes de protecionismo. Se a mesma atitude protecionista de um país fosse adotada por todos, e em todos os tipos de material, os povos estariam privados das vantagens da divisão intencional do trabalho, e por consequência, uma pobreza extrema viria.

Hoje em dia, a principal função das tarifas e de outros artifícios protecionistas é a de disfarçar os efeitos reais das políticas intervencionistas elaboradas com o propósito de elevar o padrão de vida das massas.

4 - A restrição como sistema econômico

A enorme popularidade do restricionismo hoje em dia se deve ao fato de que as pessoas não percebem suas consequências. Ao lidar com o problema de redução da jornada de trabalho por decreto do governo, o público não se dá conta do fato de que deverá haver uma queda na produção e de que muito provavelmente o padrão de vida dos assalariados também diminuirá.


Capítulo 30 - A Interferência na Estrutura de Preços


1 - O Governo e a Autonomia do Mercado

Sempre existiram aqueles que "lutam" por aumento ou diminuição de preços fora da estrutura do mercado. O estado foi o maior dos violadores da estrutura do estado, porém essas atitudes eram tão negativas que mesmo a intenção do estado não era obtida após as mudanças.

A realidade impõe leis, físicas, biológicas e também praxeológicas. Seguir as duas primeiras é natural para a maioria das pessoas, porém a terceira não é feita com a mesma ênfase, principalmente pelo monopólio da coerção.


2 - A reação do mercado a interferência do governo

Se o governo fixa preços num nível diferente do mercado, a oferta e demanda ficam desequilibradas. Toda forma de tabelamento, seja de preço de determinados produtos ou do salário-mínimo, acaba causando um efeito negativo. Quando se tabela valores de determinados produtos, por exemplo ,o produtos daquilo não terá os mesmos incentivos de continuar a produção do que teria num livre mercado, e assim irá parar seu processo. Se o preço é colocado maior do que o mercado cobraria, as pessoas não terão o mesmo incentivo. No fim, percebe-se que independente da fixação, a longo prazo todos saem perdendo.

Quanto mais controle do mercado é feito, mais o estado tende a achar que deve se meter na economia, assim ele acaba se tornando um modelo alemão de socialismo, onde apenas há a ideia de mercado, mas este está aparelhado pelo estado.

Um exemplo histórico do mal que o controle do estado sobre a economia pode causar foi o Império Romano. Em sua época áurea, o Império Romano tinha um respeito pela propriedade privada como nunca visto na história da humanidade. Com o tempo, alguns imperadores buscavam enriquecer as custas do povo de forma agressiva. Para isso controlavam a produção de moedas, diminuindo a quantidade de ouro em cada uma delas, criando assim uma inflação. Para corrigir seus efeitos controlavam também os preços dos produtos, chegando a doar grãos para a população pobre, atingindo assim seus propósitos populistas.


3 - O Salário Mínimo

Este é o santo graal dos sindicalistas. Todo o "direito do trabalhador" deve ser conquistado na luta sindicalista, e aqueles que furam as greves são vistos de forma extremamente negativa.

A politica dos salários altos acaba criando um desemprego institucionalizado. Os empresários não podem contratar aqueles que poderiam trabalhar por um salário menor, fazendo que estes trabalhadores, que talvez por falta de experiência ou de capacidade não possam ganhar produzir a ponto de valor um salário mínimo, não entrem no mercado.

Marx não acreditava que o controle do salário mínimo poderia ajudar os trabalhadores. A tendência geral da produção capitalista é diminuir o salário médio, assim apenas a luta contra o capitalismo é valida para os socialistas.

Economistas como Ricardo acreditavam que o aumento de salário encorajaria os capitalistas as substituírem a mão de obra por equipamentos. Assim, os próprios sindicalistas promovem sua luta usando como externalidade positiva o fato de que a produção aumentará devido ao avanço tecnológico promovido pelas máquinas. Na verdade, a luz da praxeologia, o que acontece é que a utilidade marginal dos vários produtos criados pelas novas maquinas vai diminuir em comparação com outros produtos que carecem de um processo tecnológico. Assim, o avanço na produção do produto acaba promovendo a capacidade do aumento de produção de outros produtos, pois agora as maquinas podem fazer aquele serviço, e os trabalhadores podem trocar a sua força de trabalho para outro foco. Assim, o "desemprego tecnológico" fica devidamente refutado.

Se os recursos para realização de obras públicas são obtidos através de impostos ou de empréstimo, o aumento de recursos do Tesouro equivale à diminuição da capacidade de investir e de consumir dos cidadãos. Nenhum emprego adicional pode ser criado dessa maneira.

No fim, os únicos que podem usar de violência para propor suas pautas acabam sendo os sindicatos, estes não sofrem em geral sanções pelas suas atitudes violentas. Para a ciência econômica, o que importa é o seguinte: se por decreto do governo ou por pressão e compulsão dos sindicatos os salários são fixados em valores superiores aos que teriam no mercado, a consequência inevitável é o desemprego institucional.


Capítulo 31 - Manipulação da Moeda e do Crédito


1 - O governo e a moeda

A cunhagem de modas há muito tempo é um ofício que o estado se imbui de monopolizar. Era importante para padronizar o dinheiro em moedas de ouro, mas com o tempo começaram, de forma criminosa, a deteriorar as moedas para inflacionar, criando novas cópias que ficariam a seu encargo gastar. Com o tempo as pessoas perceberam a fraude e começaram a mudar, por conta própria, o quanto consideravam valer a moeda velha e a nova. O governo então, usando de seus policiais, começou a usar a força contra aqueles que tentavam, de forma livre, a negociar as moedas com preços diferentes.

Quanto o estado propôs o bimetalismo, e regulava o valor da prata e do ouro, as pessoas também consideravam no mercado os valores independente do que o estado propunha. Quanto surgia o uso da força, acontecia a corrida para trocar a moeda com outros países, ou o uso apenas da moeda que o estado valorizava, essa é a chamada Lei de Gresham.

2 - O Aspecto intervencionista da moeda de curso legal

Um aspecto comum a todos os governos intervencionistas é mudar a taxa de juros, facilitando assim a vida daqueles que pegam emprestado em detrimento daqueles que emprestam. Os políticos que o fazem sempre dizem que essas medidas econômicas são passageiras, se não fizessem esse tipo de promessa, dariam o recado claro de que emprestar dinheiro não é um bom negócio. Esse tipo de comportamento por parte dos governos não acaba causando problemas apenas no âmbito de emprestados, mas sim em todos os outros serviços de cunho econômico que ocorrem dentro de um país.


3 - A evolução dos métodos de manipulação dos meios de pagamento

Muitos acreditavam que trocar a moeda ouro para a moeda fiat (papel) seria um bom negócio pois o trabalho de se utilizar a moeda metálica seria evitado. Porém, esperar que isso funcionasse demandaria do governo ações éticas, o que não é de seu feitio. Controlar o tipo de moda não é a única solução, se assim o fosse, o plano econômico. New Deal, que afundou os EUA na crise de 29 não teria ocorrido. Mas sem duvida, percebemos que no começo do século XXI, o esmagador poder do estado se dá também pelo seu controle sobre o dinheiro.

Engana-se quem pensa que, ao promover os emprestadores em detrimentos dos que emprestam, se ajudará os pobres. São estes pobres que mais pagam pelos investimentos de empresários que tem conluio com o governo em seus títulos da divida e impostos.


4 - Os objetivos da desvalorização da moeda

Fazer essa desvalorização pode indicar uma série de benesses, além dos booms econômicos, a preservação dos salários nominais, aumentar o preço das mercadorias, favorecer os devedores, fomentar as exportações e reduzir importações, atrair turismo. Mas na verdade, quando saímos dessa demagogia politica, percebesse que as pessoas vão ter que vender mais produtos para ter o mesmo nível econômico de quando vendiam apenas algumas unidades. Essas eram boas politicas no fim do século XIX onde os sindicalistas ainda não tinham percebido que a inflação tinha um papel importantíssimo na economia. A busca por salários mais altos era a única preocupação dos sindicalistas, agora eles percebem que de nada importa salários altos com o subsequente aumento de preços. Na verdade, essas teorias inflacionistas já estão refutadas há centenas de anos, elas apenas ganharam força na conjuntura histórica em que Keynes desenvolveu suas ideias com roupagem "cientifica". Era uma era de forte avanço do comunismo.


5 - A expansão do crédito

Esta não é só devido a ação do mercado, mas também dos bancos. Essa expansão de crédito para o estado teria o aspecto mágico de promover o boom permanente se aplicada do jeito certo. Isso não é verdade, as leias da praxeologia já mostraram incessantemente nesse livro essa realidade. O boom é uma condição indispensável para a depressão, que virá como consequência desse boom. Tanto é verdade que hoje os empresários ficam receosos de investir em períodos assim, apesar das facilidades.


6 - O controle de câmbio e os acordos bilaterais

Estes acordos são mais um aspecto ante liberal das politicas públicas. Em vez da possibilidade de comprar e vender de quem quiser, se criam protecionismos de negociação com um lugar em especifico. Para que seja funcionam o estado tem que promover a estatização das operações de cambio, que só são produtivas quanto, na base da sorte, se acertam com a condição de uma econômica cataláctica.


Capítulo 32 - Confisco e Redistribuição


1 - A Filosofia do Confisco

Dividir promovendo a igualdade é o que os políticos pregam ao fazer esses confiscos. Mas isso não é uma realidade desde a época dos vikings, pois eles mesmo sendo piratas faziam seus saques em épocas bem distantes umas das outras, pois tinham a convicção que, se os saques fossem constantes, a produção seria reduzida, afinal, qual seria o estimulo das pessoas continuarem produzindo se sabiam que seus produtos seriam roubados.


2 - A Reforma Agrária

O confisco de terras para o uso de outras pessoas é um erro utilitário (não iremos discutir aqui o homestading). Quando um número maior de pessoas é alocado para produzir numa mesma quantidade de terra, a produtividade marginal diminui, afinal de contas essas pessoas que poderiam ser deslocadas para locais mais produtivos, estão fazendo o serviço que antes era realizado apenas pelo dono original da terra.


3 - Taxação Confiscatória

Nas palavras do autor: Uma lei que proibisse qualquer indivíduo de acumular mais de dez milhões ou de ganhar mais do que um milhão por ano desestimularia, precisamente, as atividades dos empresários que melhor atendem aos desejos dos consumidores. Se uma lei dessas tivesse sido promulgada nos Estados Unidos há cinquenta anos, muitos dos hoje multimilionários estariam vivendo em condições bem mais modestas. Mas todos os novos setores da indústria que abastecem as massas com artigos nunca antes imaginados estariam operando, se estivessem, numa escala muito menor e seus produtos estariam fora do alcance do homem comum. Impedir a expansão das atividades de empresários mais eficientes, cujos produtos continuam a merecer a aprovação do público, é uma atitude manifestamente contrária aos interesses dos consumidores. Uma vez mais se coloca a questão: quem é o soberano, o consumidor ou o governo?

Uma falácia conhecida é de que os empresários ganham a partir do risco, e não da produtividade, quando investem na bolsa. Se o sistema tributário adotado pelo governo resulta num consumo de capital ou restringe a acumulação de novos capitais, os recursos necessários às novas iniciativas ficam escassos, impedindo a realização dos investimentos que teriam sido feitos se não houvesse a taxação. Os desejos dos consumidores são atendidos numa escala menor. Mas essa consequência não decorre de uma relutância dos capitalistas em assumir riscos; decorre de uma diminuição do capital disponível.


Capítulo 33 - Sindicalismo e Corporativismo


1 - O Sindicalismo

Essa é uma atividade que não está estritamente ligada com o socialismo. Slogans de participação no lucro, algo fora do âmbito socialista fazem parte da semântica sindical.


2 - As falácias do Sindicalismo

O primeiro erro é acreditar que o empresário é um autocrata. Ele na verdade está agindo para servir os consumidores. Os sindicalistas na verdade pretendem transformar a produção numa democracia de produtores.

O empresário, quando toma decisões que a principio parecem duras, como não aumentar o salario de alguém que teve um filho, não está fazendo por maldade, ele está respondendo a uma reivindicação dos próprios consumidores, que não se importam com a decisão do empregado de ter um filho.


3 - Influxos sindicalistas nas políticas econômicas populares

O ideal sindicalista não pode ser alcançado pela distribuição dos ganhos de uma empresa entre os empregados sem deixar recursos para juros sobre o capital investido e lucros. Se quisermos abolir o que é chamado de “renda não ganha”, teremos de adotar o socialismo.


4 - O socialismo de guildas e corporativismo

Este socialismo de guildas surgiu na Inglaterra, quando os socialistas fabianos perceberam que não poderiam lutar contra a Alemanha Nazista mas acreditar que sua forma de fazer politica era a certa. Assim eles criaram uma versão parecida com o nacional socialismo alemão, uma forma de coletividade individual. Claro que era uma contradição em termos. Na sua ideia de economia ideal as empresas teriam camadas de organização como o próprio estado, que divide entre cidade e nação. Ocorre que os sindicalistas ao proporem esse tipo de divisão do trabalho ignoram a criatividade e tomada de risco que os empresários tem que ter ao fazer seu serviço. Sindicalistas acreditam numa economia estática, que como já discutido aqui é muito longe da realidade.


Capítulo 34 - A Economia de Guerra


1 - A Guerra Total

No ancient Regime os autocratas contratavam milicias para lutar por eles. Acreditava-se que, ao tirar o poder desses reis, as guerras parariam. Mas elas só aumentaram. O advento do estado nacionalista fez a guerra de mercenários se tornar uma guerra total, de povo contra povo. Essa mudança só foi possível pela filosofia, que deixou de ser a laissez-faire, que só é funcionam num estado pequeno, pela welfare state, que só funciona no estado intervencionista.


2 - A Guerra e a Economia de Mercado

A guerra não é ética. Não é certo pessoas voltarem impossibilitadas de trabalhar enquanto outras são condecoradas como heróis sem sofrer nenhuma perda. Mas é apenas em sociedades onde o laissez faire é operado que a guerra não surge. Afinal, o estado natural do homem é a luta, foi apenas quando este observou a produtividade da divisão do trabalho que os instintos foram controlados para a colaboração conjunta.

Não foi a Rússia socialista que ajudou a América capitalista, mas sim as bombas que caíram sobre a Alemanha, armas produzidas pelas grandes empresas capitalistas.


3 - Guerra e Autarquia

Os problemas econômicos causados pelas guerras são desequilibrados. Um padeiro que entra em guerra com um sapateiro não terá muitos problemas em andar descalço, porém o sapateiro passará fome.

Ocorre que alguns estados, como o alemão, propunha uma especie de substituição (Erzatz) para os produtos que poderiam vir apenas de locais onde ocorriam guerras contra a Alemanha. Isso não é funcional pois desvia a mão de obra que é faltante em países de guerras para atividades que eram facilmente compradas numa economia de mercado.


4 - A inutilidade da guerra

A estadolatria que cria a cogitação de que destruindo um outro país, o seu próprio ficará mais rico, espoliando-o por exemplo. Este foi o programa de guerra de países como Itália, Alemanha e Japão na Segunda Guerra Mundial.


Capítulo 35 - Estado Provedor Versus Mercado


1 - A Acusação Contra a Economia de Mercado

É incoerente dizer que não seria algo bom esperar o bem-estar de todas as pessoas. Acontece que esconder as ideologias disfuncionais atrás de belas palavras nunca foi solução para nada. Acontece que aqueles que buscam o igualitarismo disfuncional e antiético tomaram para is a propaganda de que suas politicas buscam o bem-estar. Os econômicas de esquerda que se escondem atrás dessa palavra ou não tem a inteligencia para perceber que suas ideias não trarão o bem-estar, ou o fazem de proposito de forma imoral.

2 - A pobreza

Alguns falam mal do laisse-faire, pois ele não foi capaz de acabar com a pobreza de forma definitiva. Antes da economia de mercado nos moldes do liberalismo, países ricos eram tão miseráveis quanto o mais miserável dos países de hoje em dia. A China há dois mil anos atrás era um local prospero, muito mais rico que a Inglaterra. Porém, em pouco tempo de economia laisse-faire, a Inglaterra superou de forma aterradora a China, que manteve a sua cultura de intervenção e distribuição de riquezas.

Pobreza pode ser definida como as pessoas que não podem cuidar de si mesmas. Para isso teríamos a caridade. Este método é ético e moral, pois não surrupia nada de quem não quer ajudar e acaba promovendo a subsidiariedade entre os próximos. Porém, a partir do momento que o estado rouba aqueles com mais condições de ajudar, acaba tirando desses a oportunidade de ter essa atitude nobre. Depois, acaba criticando essas mesmas pessoas por serem egoístas, e culpam genericamente o sistema capitalista por não promover a partilha.


3 - A desigualdade

Como já comentado, a China manteve a sua politica distributiva para manter a igualdade entre as pessoas. Essa politica é praxeologicamente disfuncional. Dividir a mesma terra para muitas pessoas prejudica a divisão do trabalho e promove a pobreza. Foi o triunfo dessa filosofia liberal que produziu todos os fenômenos que, em seu conjunto, são denominados de civilização ocidental moderna. Entretanto, essa nova ideologia só poderia triunfar num ambiente onde o ideal de igualdade de renda fosse ainda muito fraco. Se os ingleses do século XVIII estivessem encantados com a quimera da igualdade de renda, a filosofia do laissez-faire não lhes teria despertado o interesse, assim como ainda hoje não o faz entre os chineses ou os maometanos. Nesse sentido, o historiador deve reconhecer que a herança ideológica do feudalismo e do sistema senhorial muito contribuiu para o advento da civilização moderna, por mais diferente que esta seja daquela.

Os defensores do estado provedor dizem que suas atitudes são validas pois estão prezando por um futuro rico baseado em investimentos estatais em detrimento do roubo a curto prazo. Porém foi apenas com a poupança dos entes individuais de uma sociedade que se mostrou lucrativo a longo prazo economizar em detrimento do prazer do curto prazo. Assim, esses igualitaristas entram em contradição.

Dos mais variados métodos do estado roubar as pessoas e dizer que está colaborando a longo prazo, o mais utilizado é a previdência. Acontece que aquele que empresta para a previdência. hoje, está dando dinheiro para o estado consumir. No futuro, este que colaborou terá o direito de receber seu dinheiro, que será pago por outro contribuinte. Assim o governante do passado joga a responsabilidade pelo pagamento para aquele do futuro, não se preocupando muito com os calotes que por ventura surgirão nesse processo.


4 - A Insegurança

Essa está associada a um padrão de vida que todos deveriam ter independente de seu merecimento. Nem todos merecem isso, e aqueles que merecem são surrupiados por taxações do estado. Os que menos empreendem, como assalariados, tem uma capacidade inexplicável de ver no estado o santo graal da segurança econômica. Por isso acabam vendo ele como um fornecedor, e não um taxador.

A vida é cheia de inseguranças, ver o contrário como um direito é um absurdo. Aqueles que tinham "segurança" provida pelos senhores feudais sem duvida prefeririam viver a vida insegura da economia de mercado.


5 - Justiça Social

Essa semântica que tenta fugir do marxismo acaba caindo nele quando promove lideres que irão acabar com a desigualdade. Normalmente ela surge nas universidades esquerdistas.


Capítulo 36 - A Crise do Intervencionismo

Para o autor o intervencionismo está chegando ao fim e isso se deve a contradição presente nele.


2 - A exaustão do fundo de reserva

Para que haja intervencionismo, algumas pessoas tem que ser taxadas para que outras recebam. O sistema intervencionista entra em colapso quando essa fonte, sem estímulos para produzir mais, seca.


3 - O fim do intervencionismo

Este chegará ao fim por três razoes: medidas restritivas sempre diminuem a produção, todas as variedades de interferência não alcançam os bens esperados e este pretende confiscar uma parte excedente, se todo o excedente for tomado não tem mais o que espoliar.


Parte VII - A Importância da Ciência Econômica


Capítulo 37 - O Caráter Peculiar da Ciência Econômica


1 - A Singularidade da Economia

Confundir a economia com outras ciências foi uma falacia já desmascarada aqui, porém, existem vários motivos para alguns estudiosos ainda fazê-lo.


2 - A Economia e a opinião pública

É a opinião pública que define o curso da história. Porém é o individuo que pensa e age, se não fossem os grandes homens que mudaram a história e induziram o publico a tomar algumas ações, esta seria bem diferente.


3 - A Ilusão dos Antigos liberais

Muitos dos primeiros liberais acreditavam que depois da queda do Ancient Regime tudo fluiria melhor. Foram pensadores como Burke que mostraram a falácia dessa logica.

Digam os contrários ao liberalismo o que quiserem mas só foi nesse sistema que as pessoas puderam começar a ter mais filhos e a riqueza subiu. No fim, a história dos ultimo 100 anos é a historia do liberalismo.


Capítulo 38 - A Importância do Estudo da Economia


1 - O estado da economia

Os métodos para estudar física e biologia são importantes e deram muitos resultados que mudaram a humanidade, mas não são funcionais na economia. Não é com o interessante estudo da historia da economia que se achará as melhores soluções econômicas. A historia dá apenas uma ideia de como foi o passado da economia, o futuro está nas escolhas dos indivíduos, do que é melhor em relação ao que é pior, este é o estudo da praxeologia.


2 - A Economia como profissão

Os lobbies são vistos por quem os faz como a salvação a curto prazo do seu nicho econômico. O publico acaba vendo da mesma forma devido o rápido retorno, não percebem as consequências do longo prazo. Onde se predomina ideias intervencionistas, só quem está alinhado com algum grupo de pressão tem força politica.


3 - A previsão econômica como profissão

A própria ideia de que o futuro seja passível de previsão, de que algumas fórmulas possam substituir aquela percepção específica que é a essência da atividade empresarial, e de que o conhecimento dessas fórmulas possa permitir que qualquer pessoa assuma o comando da atividade econômica é, sem dúvida, uma consequência do conjunto de falácias e equívocos que alimentam as atuais políticas anticapitalistas. Não há, no conjunto da obra habitualmente denominada de filosofia marxista, a menor referência ao fato de que a principal razão de ser da ação humana é preparar-se para um futuro incerto. O fato de o termo especulador ser atualmente utilizado com uma conotação pejorativa demonstra claramente que os nossos contemporâneos nem sequer suspeitam do que consiste o problema fundamental da ação humana.


4 - A Economia de as Universidades

Como a função da economia é servir ideologicamente o estado, na maioria das vezes, para ela os econômicas lhes são inuteis. A economia de mercado é demonizada. Os professores que lá estudam acreditam que estão mudando os paradigmas com suas econometrias e revisões marxistas, mas na verdade estão apenas fazendo o trabalho de estudo da historia da economia, em nada mudam esta ciência.


5 - Educação geral e economia

Na época de Mises, por mais que o ensino nas escolas já fosse doutrinado a meios de intervenção, ele concluía que a verdadeira educação economia vinha da mídia.


6 - A economia e o cidadão

Este, hoje em dia, quando vai votar, escolhe seus candidatos baseado no nível de intervenção que estes consideram mais relevante, diferente de outras épocas da historia.


7 - A economia e a liberdade

Estes dois conceitos andam junto, pois onde não há respeito a propriedade e não há liberdade. E parece que, por mais que vários anos se passaram de teoria economia e refutações, alguns governos caem nos mesmos erros do passado, isso só mudará não com coerção, mas com a busca pela verdade.


Capítulo 39 - A Economia e os Problemas Essências da natureza Humana


1 - A Ciência e a Vida

A única certeza que existe na vida é a morte. Nisso surge alguns julgamentos de valor da economia. Seria tudo em vão? Uma vida que não busque melhorar a sua situação em terra seria melhor? Na verdade, por mais que alguns tentem, dispositivos naturais em nós, nos fazem tentar sempre melhorar nossa situação. É da natureza humana nunca estar satisfeito (mesmo em buscar não se satisfazer). É a razão humana que dá esse impulso vital.


2 - A Economia e os julgamentos de valor

De nada importa a opinião de certos pensadores, se a ciência. economia diz que algo vai ser obtido apenas com medida A, escolher a medida A não é um julgamento de valor. O mesmo pode-se dizer no âmbito politico. A economia não é politica por não ter juízo de valor, porém os políticos se baseiam nela para tomar suas decisões e definir suas ideologias.

As pessoas por vezes preferem acreditar em mitos, situações irreais não obtidas por arranjos econômicos. A economia responde isso da seguinte forma: Esta não pressupõe nem considera um postulado que os homens visem unicamente o bem estar material. Se irracional é um dado irredutível, que não se pode analisar nem decompor em outros dados, toda escolha é, no fundo irracional. O que os críticos têm em mente ao empregar o termo objetivos racionais é o desejo de maior bem-estar material e de melhor padrão de vida, mas a economia só lida com essas doutrinas na medida em que sejam consideradas como um meio para atingir determinados fins.


3 - O conhecimento econômico e a ação humana

A liberdade do homem agir sofre restrições das leis físicas, das aptidões do mesmo e as relações de causa e efeito, ou seja, as leis praxeológicas. Assim, se não conseguirmos compreender os ensinamentos dessa importante limitação, estaremos liquidando toda a civilização.

 
 
 

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