Confissões de um herético - Roger Scruton - Resumo
- Canal Resumo de Livros
- 5 de mai. de 2019
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Confissões de um herético - Roger Scruton - Resumo
Capítulo 1 - Fingindo
O autor discute sobre a arte kitsch (brega) e a verdadeira beleza. Para isso ele define o que é verdade e falsidade. A primeira você faz para os outros, na segunda você se inclui. Isso explica o que é kitsch em sua essência, sendo aquela emoção falsa que nós fingimos ter para nos sentirmos bem, uma espécie de hipocrisia sobre as verdadeiras ideias.
A arte mostra o kitsch em sua totalidade. Percebemos que a verdadeira arte não está apenas associado a lacração, a originalidade que causa sensações de belo estão associadas com estudo, disciplina e principalmente sensibilidade, que só se obtêm sendo humilde e ouvindo os outros.
Assim, a arte moderna que veio para ser contra o kitsch, acabou se tornando seu maior expoente. Kitsche diz respeito não a coisa observada, mas sim ao observador, e principalmente a sensação que este quer passar aos outros que tem. É a arte fingida vendida com o propósito de fazer o consumidor pensar que sente algo séria mas na verdade não há nada a ser sentido. Isto resume a arte moderna, onde as pessoas fingem que estão colocando significado em obras sem sentido, para que outros finjam que estão se emocionando. Em geral, esse tipo de arte está associado com projetos culturais promovidos pelo Estado que nada tem a ver com demanda por beleza da população que paga os impostos.
Como então demonstrar o que realmente é arte? O autor propõe três respostas: beleza, forma e redenção. O que é kitsche fala mais sobre você do que sobre o elemento a ser admirado. A beleza diz para você parar de pensar em si mesmo e despertar para o mundo dos outros, na verdadeira arte isso ocorre inconscientemente. O kitsche é um meio de emoção barata enquanto a beleza é um fim em si mesma. A verdadeira arte é criada conscientemente, diferente do que é belo por natureza, onde a necessidade humana por forma triunfa sobre a aleatoriedade dos objetos.
Capítulo 2 - Amando os animais
O autor tenta mostrar como é incoerente o nosso amor por algumas espécies em detrimentos de ouras. Enquanto tratamos gatos como humanos, por mais que todo o seu comportamento esteja associado a assassinato, tratamos outros animais muito importantes para a cadeia alimentar como pestes. Não percebemos a injustiça quando colocamos nossos cachorros para caçar animais selvagens, mas damos uma casa quentinha e comida para ele, enquanto os animais selvagens devem viver na miséria da contingência natural.
Devemos perceber que amamos os animais não por causa de sua individualidade, mas por causa da espécie que vivem. Uma pessoa que trata um animal como mimo, está satisfazendo na verdade as necessidades pessoais de carinho, e não do animal, que por sinal, dependendo da espécie, nem entende esse tipo de ação. O amor de verdade aos animais é aquele que os trata diferente de um brinquedo para crianças, que quando surge o verdadeiro amor os largam.
Cachorros, diferente de cavalos, tem um comportamento mais humanizado, assim, negligenciar o cuidado e carinho uma vez fornecidos aos cachorros é totalmente diferente de fazê-lo a um cavalo, o que torna o trato com esse tipo de animal doméstico muito mais cuidadoso.
Cães não podem julgar os comportamentos morais de seus donos, por isso é mais fácil tê-los do que ter crianças. Por mais que tratemos um cachorro como gente, ele não tem o nível de individualidade que uma pessoa tem, e ele nos vê como outro animal, importante e necessário para ele, mas não como o vemos. Tratar um animal como trata um humano é fazer mal para si e para o cachorro, pois ele não poderá desenvolver o nível de interpessoalidade necessário para nos fornecer o que queremos. O mal que faz para o próprio ser humano é a diminuição dos afetos, pois para outro humano isso é condicional de nossas ações morais, o que não ocorre de animais, no qual seu amor é incondicional.
Capítulo 3 - Governando corretamente
O autor faz uma crítica aos conservadores. Ele começa citando que organizações muito grandes como a União Europeia não são boas para governar, e que os estados estão seguindo essa tendência de crescimento. Para o autor, isso é um erro, mas é um erro maior ainda da parte dos conservadores não querer o estado. O estado, diz o autor, é uma entidade necessária para manter a ordem, e surgiu das interações entre pequenas comunidades no passado. O estado do jeito que está tem um papel maior de tolher a ação dos microempresários do que unir um povo.
O individualismo como propõe a Ayn Rand não é uma forma funcional de organização. Técnicas jurídicas como habeas corpus e a common law, grandes criações do povo inglês, para o autor são só possíveis devido ao estado. É apenas com a existência desse que a segunda forma do Imperativo Categórico de Kant é possível, aquela que devemos tratar as pessoas como fins e não meios. Isso só seria possível com uma teia de direitos e deveres.
Um estado não pode parecer alienígena ao seu povo, como a URSS e a União Europeia são. O papel dos conservadores então seria defender o governo contra seu abuso pelos progressistas.
Um entendimento mais positivistas do Estado de Bem-estar Social é o que o fez se tornar o grande desnivelador de moralidade da sociedade.
Capítulo 4 - Dançando da forma certa
Analogias entre o declínio da dança e da interpessoalidade humana são feitos. A dança grega se voltava ao uso da razão, devido a sua necessidade de regras. Estas faziam as pessoas se sentirem coesas, e verem as ações dos outros como fins em si mesmas. Hoje tanto a dança como a música mudaram. As pessoas só dançam sozinhas, sem necessitar da ação conjunta de outros. Os Djs apenas misturam músicas para que as pessoas mexam suas pernas sem nenhuma ordem. Os corpos se tornam apenas objetos sexuais, por isso é tão estranho ver jovens e velhos dançando juntos. A verdadeira alegria surge em ações que são fins por si mesmas, diferentes das músicas, que deságua na consequência cultural da interação entre duas pessoas ser apenas voltada ao uso sexual da outra. Um uso “da” pessoa, e não “com” a pessoa.
A dança social, além de exercer virtudes como liberdade e ordem, também promovia a igualdade, pois todos, naquela época podiam participar.
Capítulo 5 - Construindo para durar
As cidades antigas continuam bonitas apenas nos locais onde os arquitetos modernos não pode por suas mãos. Sua arquitetura é ideologizada, assim, não tendo ligação com as obras próximas. Sua preocupação principal é alocar as pessoas em grandes centros e prédios comerciais que nada tem a ver com a arte de impressionar em faiadas, entradas etc.
Um arquiteto que tenta fugir dessa concepção é Léon Krier. Ele segue o Imperativo Categórico de Kant (que diz que nossas ações deve ser feitas tendo-as como possíveis leis universais) ao construir suas obras. Essa é uma ideia que foge da concepção dos arquitetos modernistas, que fazem suas obras fora de qualquer significado metafísico. Além de não conseguirem criar uma ambientação familiar aos pedestres, acaba fazendo sentir uma grosseria, pois não há nenhum dialogo com o espaço ou as obras próximas, é apenas um desdobramento da malha urbana.
Krier acredita em assentamentos policêntricos. Para ele as pessoas têm que ter todas as suas necessidades humanas (físicas, culturais etc) a menos de 10 minutos de distância. Assim, ao mesmo tempo que é utilitário, acaba sendo familiar. Seu plano é excelente, a não ser pelo fato que não há estudo para a alocação de igrejas, que foram o bastião da formação das cidades. Ao redor de igrejas construir-se a noção de comunidade, e também a individualidade.
Capítulo 6 - Nomeando o inefável
São Tomás de Aquino quis provar a existência de Deus na Suma Teológica, porém, ele acreditava que uma certa dimensão da realidade não poderia ser explicada com palavras. O autor, assim como outros importantes autores (Kierkegaard, Wittgenstein) acredita que apenas numa condição de rendição que você observa “o mundo lá fora” que é impossível de se expressar com palavras. Para ele existe essa dimensão superior, mas é impossível explicá-la, e seria um erro tentar fazê-lo.
Outro erro observado nos dias atuais é a cientificação das coisas. A partir do momento que algo não pode ser medido (como são, a priori, as coisas transcendentais) ela não existe. Os momentos de revelação, que não tem a ver com o método científico, nos aproximam desse mundo superior, mas não conseguimos alcançá-lo com nossa limitada consciência, assim, como São Tomas de Aquino fez, o certo é guardar o silêncio sobre ele.
Capítulo 7 - Escondendo-se atrás da tela
As pessoas estão substituindo os relacionamentos reais pelos virtuais e nenhuma pesquisa de universidade famosa precisa ser citada para confirmar essa realidade. Algumas pessoas em especial trocaram totalmente a sua vida real pela virtual. Existem algumas consequências interessantes desse comportamento.
O rosto das pessoas é um elemento que falta na impessoalidade da internet. É nele que conhecemos o outro, e acabamos nos conhecendo também, a amizade tradicional é aquela que é governada pela máxima “conhece a ti mesmo”. Olhamos pela visão em terceira pessoa do outro e nos conhecemos melhor. Quando o relacionamento se priva ao virtual, não precisamos nos preocupar com o que estamos passando (afinal toda essa informação está sobre o controle do que colocamos em nossas redes sociais). A nossa postura pouco importará, pois temos a liberdade de excluir o amigo que se incomoda com ela. Os marxistas chamavam esse tipo de commodityzação das amizades de “fetiches”, coisas que não existem realmente mas recebem valor daqueles que as enxergam.
Outro traço ampliado pelas redes sociais é a timidez. Os nossos mecanismos de driblá-las se atrofiam nas redes, pois temos uma tela entre o Eu e o Outro. Não existem os riscos reais de um encontro e a falta de interpessoalidade domina. Como expoente desse comportamento surgem os “avatares”: um ser controlado por você, mas que não é você e por vezes toma os elementos que lhe falta na vida real para fazer sucesso nessa nova vida virtual, independente do quão imoral possa ser.
Por fim, inibe-se também a liberdade, pois essa só floresce, como dizia Hegel, quando estamos no domino social, superando obstáculos, tomando riscos, etc. Como dizia o pós-kantiano Fichte, é somente entrando no mundo com riscos e responsabilidades que passo a me enxergar como livre, podendo desfrutar então de minha própria perspectiva e individualidade, pondo em cheque a minha própria moralidade (Entausserung).
As redes sociais são novas, portanto a observação dela carece de tempo. Entretanto a televisão há anos já mostra seus efeitos nefastos no cérebro e na socialização. Ela atrofia a consciência, pois limita a pessoa a seus programas, que de nada lhe impõe qualquer artifício moral para aproveitá-los. Além de mostrar que as pessoas que cresceram com ela, em vez de uma família participativa, acaba tendo problemas de socialização. Crianças que não se colocaram em risco no mundo físico por estar em função de uma televisão, terão problemas com riscos emocionais e de maturidade quando adultas. Em especial, por mais que pessoas se privem de sua liberdade e capacidades por estar em redes sociais, as crianças não terão esse espaço, apenas como intrusos.
Capítulo 8 - Chorando a perda
Por mais que a Alemanha tenha colaborado com a cultura ocidental, após a Segunda Guerra Mundial ela ficou muito marcada por seus pecados. Tanto que nem pode chorar suas vítimas, entrando num estado freudiano de melancolia, por não se sentir apta a ser perdoada. Nada pode ser visto como valoroso, mesmo os sacrifícios dos filhos da nação.
Straus conseguiu liberar essa tristeza em suas músicas, o que não podia ser dito com palavras foi dito com música. O principal ser notado por Straus é que pela arte podemos perceber que, perdendo-se tudo, se ainda tivermos conscientes da perda, significa que há algo que não perdemos.
O Autor faz uma analogia a música contrapontística de Straus com os contrapontos presentes na sociedade ocidental, e a sua superioridade devido a eles. Foram justamente esses contrapontos que regimes fascistas e comunistas quiseram tirar, levando tudo a centralização do Grande Estado.
Capítulo 9 - Rotulando a garrafa
O autor crítica os ícones da modernidade, focando no fato que esses não sofrem de blasfêmia, como a verdadeira arte (Monalisa por exemplo) e seus expoentes (ícones) sofrem.
Diferente do que o artista Kemp dizia, não é porque algo é visto por todos e serve como alegoria de uma ideia (Coca-Cola para o capitalismo, E=mc² para ciência etc) que este vira um ícone. O mesmo não pode ser dito de Mona Lisa, sua arte superior que chega ao âmago da existência humana nos dá uma sensação de ultraje quando está sofre deformações como a feita por Marcel Duchamp, ao por um bigode na musa do quadro.
Este tipo de revelação é presente nas religiões judaico-cristãs como ápice da experiência de culto. É apenas na revelação que surge na relação eu-você que conhecemos o sagrado. Isso vai ao encontro da proibição de ícones imposta pelo Jeová. Para aqueles que não alcançam a verdadeira fé, esses ícones (como imagens de santos, estátuas) acabando servindo como muletas. Esses fiéis acabam se apegando a essa experiencia material que foge da transcendência que deve ser buscada por aqueles que procuram Deus. O autor compara essa busca pelo ícone. como quem troca a experiencia interpessoal do sexo pela pornografia: uma ícone. da sexualidade que acaba por deformá-la.
Os autores pós-Marx da Escola de Frankfurt diziam que essa fetichização dos afetos é fruto da sociedade de mercado. Podemos culpar as grandes empresas como a Coca-Cola por utilizar de nosso mecanismo subconsciência e nos inundar com sua marca pelas nossas vias sensoriais?
Coisas sagradas nos convidam para o sacrifício, como a bandeira de um país por exemplo. Porém, ao trocarmos a religião pela secularização ficamos duros a essas questões. Mas o lado humano é superior a ideologia imposta, e ainda nos sentimos mal em decorrência da dessacralização.
Capítulo 10 - Morrendo na hora certa
A medicina atual aumentou a expectativa de vida das pessoas ao ponto de colocar a responsabilidade da morte naqueles profissionais que deveriam se preocupar apenas com a vida: os médicos e enfermeiros.
O autor propõe várias perguntas para esse tema, em que as respostas ainda são extremamente nebulosas. Uma delas é a responsabilidade do estado na vida (e na morte) das pessoas. Ao promover o estado de bem-estar social, este acaba, em detrimento do dinheiro dos mais ricos, promovendo um aumento na expectativa de vida dos mais pobres. Seria certo investir na vida dos idosos enquanto deixa precária a vida dos mais jovens?
Ao prolongar a vida das pessoas, valores como amor, aventura, novidade, coragem, compaixão etc acabaram perdendo o valor, pois focamos apenas na busca do máximo de saúde e vida possível. Não conseguimos pensar no jeito certo de morrer, apenas temos a esperança de postergar isso o máximo possível. Podemos arguir que a verdadeira felicidade está no fato de termos a capacidade da interação. Sem isso, que é uma das consequências da senilidade, não temos uma vida completa. O limite dessa poderia estar ai.
Quando observamos os motivos de suicídios, percebemos algumas questões importantes para o limite da vida. O suicida sério é aquele que tenta se privar, e privar os outros, da vergonha de sua existência. Percebemos essa necessidade metafisica quando queremos, independente de nossa opinião sobre pena de morte, que determinadas pessoas morram mediante a suas ações em vida. Se a existência se torna um fardo, é heroico que a pessoa não queira mantê-la.
Filósofos como Epicuro e Lucrécio sempre pensaram a morte, desde o tempo da Grécia Antiga. Para eles não há motivos para temê-la pois, quando há morte, não há o Eu. O moderno Heidegger dizia para superarmos a ansiedade adotando uma postura existência em vez da instrumentalidade do dia a dia, o chamado "ser para a morte". Para Aristóteles, era a busca por virtudes que observamos nos outro que faz a vida valer a pena ser vivida.
Utilizando esses conhecimentos, o autor conclui que é apenas com a virtude da coragem que podemos, ao mesmo tempo, fazer nossa vida ser valorosa e diminuir o enfado dos anos encurtando-a. Deixando de lados modas de comportamento como não beber e não comer gordura (sem chegar ao abuso estético da glutoneria), tendo uma atitude de desafio e risco com suas ações. A proposta é enfraquecer o corpo enquanto se fortalece a mente. Nas palavras do autor: O ponto principal, parece-me, é manter uma vida de risco ativo e de afetos, ao mesmo tempo que se ajuda o corpo em seu processo de decaimento, lembrando-se sempre de que o valor da vida não consiste em sua duração, mas em sua profundidade.
Capítulo 11 - Conservando a natureza
As questões ambientais sempre foram pauta da esquerda. Estas davam a roupagem perfeita para os ressentidos reclamarem e tentarem destruir as instituições que, na sua lógica, destruíam o meio ambiente. Se estes realmente entendessem de economia, perceberiam que foi nos regimes socialistas (e devido a politicas socialistas) que os maiores acidentes ambientes ocorreram. É somente com a propriedade privada que a responsabilidade pelo meio ambiente. será promovida.
Nas grandes cidades percebemos esse fenômeno. Aparentemente as pessoas estão se distanciando dos centros, invadindo e cortando as árvores dos subúrbios, mas isso só ocorre porque o estado promove, fora do livre mercado, essa habitação. Uma consequência moral disso é a falta de proximidade do individuo de seus vizinhos, e por consequência das instituições que promovem a comunidade, como igrejas e pequenos negócios. O resultado é a negação do caminho natural da colonização dos lugares e o desvinculo de questões estéticas, que acabam por causar consumos maiores, e assim, consequências ao meio ambiente. O modernismo urbano da esquerda vem a corroborar esse crime, com suas soluções nada ambientes, que em menos de 20 anos devem ser derrubadas para a construção de novas.
Colocando a responsabilidade de pequenas questões ambientais como lixo e energia apenas na mão do estado, tira da jogada as pessoas comuns, que seriam as mais interessadas, e teriam as melhores soluções para esses problemas. Essas pessoas, mesmo sem más intenções acabam externalizando seus custos, e o mecanismo mais eficiente para essa externalização de custos sempre foi o estado.
Se utilizado, o apreço estético pelas questões que nos são caros se torna uma importante ferramenta para a resolução de problemas ambientais. Quando entramos em questões de julgamento estético, como dizia Kant, estamos sempre convidando o outro a partilhar de nossas preferências, assim, argumentando de forma moral em favor destas.
Percebemos então que o esquerdismo não tem o ferramental necessário para lidar com essas questões. Entretanto, os conservadores o tem. É apenas com o amor ao lar proposto por estes que podemos lidar com pequenos problemas ambientais antes de torná-los maiores. Entretanto os esquerdistas acabam utilizando de suas falácias para criminalizar esse "amor ao lar" chamando aqueles que são contra inimigos externos, imigrantes ilegais e comportamentos culturais negativos como racistas. O cidadão comum não concorda com nada do pensamento de esquerda no que se refere a comportamentos, então, para o autor, é apenas com um governo menor e não centralizado que as condições para a mudança ambiental podem surgir. Não será na centralização da União Europeia que surgirão as diretrizes para resolver um problema local, e sim com os moradores deste, que buscam a melhora de vida para si e para seus vizinhos, junto com a sensação de "amor ao lar"
Capítulo 12 - Defendendo o ocidente
A common law inglesa não vai ao encontro da sharia muçulmana. Esta última segue preceitos religiosos imutáveis, por mais que necessite da interpretação de alguns de seus lideres, diferente da common law, que é uma jurisprudência feita de baixo para cima.
Essa forma de direito muçulmano acabou criando o êxodo de seus fiéis para países onde a lei não permitiu que surgisse instabilidades politicas e guerras, como nos países do Oriente Médio.
Para a lei ocidental, questões éticas e morais não se misturam. Um exemplo é o adultério. Na sharia isso não ocorre, tornando-a transcendentalmente impraticável. Essa dificuldade de interpretação acabou gerando a falta de lealdade nacional, tão necessária para que as instituições permaneçam de pé e não estoure guerras civis intermináveis. As tentativas de secularização se tornaram impossíveis nesses países sem lealdade, em geral baseados na sharia. Assim, o cristianismo, que separa o estado de religião se mostrou útil para a construção de nações fortes e comunitárias. Os elementos do seu surgimento são importantes para entender o porque dela ser funcional. Sua construção ocorreu na necessidade de se permanecer viva mediante ao Império Romano. Também devido a sua metafísica platônica que idiossincrasias como a ironia cristã fundamentaram sua funcionalidade politica. Ensinamentos como o de Cristo em relação a Adultera que seria apedrejada mostram a divisão de questões morais da politica, necessária para a vida pública. Isto não ocorre na sociedade muçulmana, que por sinal tem uma desigualdade sexual, com mesclas de violência, muito intensas.
A autocritica é outro elemento importante. Crescemos com ela, como indivíduos e como sociedade. Este tipo de comportamento não ocorre na religião muçulmana, que quando posta em conflito de ideias, acaba escalando para questões de guerra, ou em pequena escala, de desavença comercial contra antigos aliados.
O autor conclui as diferenças do ocidente com a religião muçulmana ao ressaltar a importância da bebida para a construção de laços e negócios entre os ocidentais. Essa prática é proibida para os islâmicos. Já no ocidente é uma pratica natural para a amenização de por menores na hora da interação, o que tira o peso da socialização com estranhos, algo difícil para os fieis da sharia.
Para defender o ocidente do islã, o autor propõe que devemos deixar claro que estamos defendendo nossa herança politica e cultura, não apenas questões materiais. Que não devemos admitir um erro que não cometemos, isso apenas incitaria o ressentimento dos radicais islâmicos. Este sentimento destrutivo é diferente da inveja, que busca simplesmente o mesmo que o do invejado. A única forma de lidar com o ressentimento é, como Jesus ensinou, como perdão, doando-se ao outro.
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