Em Busca da Justiça Cósmica - Thomas Sowell

Em Busca da Justiça Cósmica - Thomas Sowell - Resumo

Capítulo 1 - A busca da justiça cósmica

Pensadores diferentes tem ideias de justiça completamente diferentes. Hayke por exemplo acreditava que poderia parecer injusto a forma como o mercado distribui a riqueza, porém, isso não fazia sentido para ele pois "as peculiaridades da ordem espontânea não podem ser justas ou injustas". A natureza não pode ser justa ou injusta. Nagel, por outro lado, dizia que não há nada de errado em o mercado mexer com essa realidade, pois não há nada de sagrada nela, ou seja, os dois pensadores viam o problema da pobreza, mas tinham concepções diferentes de justiça para lidar com ele.

Para Rawls, justiça não é "libertar uma pessoa depois de anos de cativeiro e colocá-lo numa corrida então dizer que ele tem chances iguais de lidar com a situação como alguém treinado há anos". Justiça cósmica então seria colocar determinado segmentos da sociedade na posição em que estariam se não fosse por algum infortúnio imerecido. Essa concepção de justiça só é possível se terceiros tiverem força para controlar resultados, mudar regras etc. Note que é necessária uma grande dose de poder e inteligência para saber exatamente como agir numa situação dessas, ocorre que os erros aumentam quando supomos conhecer tantas coisas tão complexas. Sowell comenta alguns casos.

Uma desigualdade normalmente associada a injustiças raciais é a porcentagem das crianças negras que não são criadas pelos pais. Isso não ocorreria na época da escravidão, na verdade não acontecia até a década de 60, onde o governo dos Estados Unidos começou a fazer programas sociais voltada a população negra. O problema é que mesmo que tentem associar única e exclusivamente ao racismo, as pessoas do sul dos EUA sempre foram consideradas mais preguiçosas, e quando voltamos ainda mais, percebemos que são descendentes de um povo da Inglaterra que também tinha esse comportamento.

Disparidades podem ser encontradas em outras situações, povos, idades etc. Um exemplo são os índios, o autor discute terem tirado terras dos índios é mais ou menos vantajoso para eles, levando em conta que eles ganharam tecnologias e confortos impossíveis para os mesmos. Disparidades ainda mais absurdas como, por exemplo, judeus serem 5% da população da Hungria, mas são cerca de 50% dos médicos dos país são citadas por Sowell.

Também é um fato ignorado pelos defensores da justiça cósmica que as pessoas mudam suas posições na pirâmide econômica de uma nação. Ao passo que as pessoas envelhecem elas costumam melhorar de vida economicamente falando.

Uma das consequências de ações afirmativas tentando deixar o mundo mais "justo" é que aqueles que irão recebe-las acabam se tornando mais passivos em relação a vida. Eles deixam de se esforçar o quanto podem pois sabem que regras diferentes funcionam na vida dele.

As diferenças sociais podem ser mitigadas, mas não necessariamente pelo estado, normalmente quando o estado tenta resolver esses problemas, acaba piorando a situação, pois é impossível lidar com todas as variáveis associadas (porém, como diz Ortega y Gasset, o homem-massa quer que o estado resolva tudo para ele). Quando política está associada, também está a criação de leis, dependência, demonização dos que pensam diferentes entre vários outros efeitos colaterais.

Resumindo, (1) visões diferentes levam a politicas praticas racionalmente diferentes, que (2) continuaremos a nos desentendes uns com os outros enquanto não reconhecermos que a justiça cósmica muda o próprio significado das palavras mais simples, e que (3) o que quer que escolhamos fazer deve basear-se em uma compreensão clara dos custos e perigos das alternativas reais, não simplesmente no sentimento obstinado de extração produzido por palavras ou visões especificas.

Capítulo 2 - A miragem da igualdade

As pessoas que são ditas como mais pobres normalmente não passam a vida toda no quintil inferior das faixas econômicas, normalmente apenas 3% da população dos EUA permanece por mais de 8 anos. Um outro vetor de "desigualdade" para os progressistas, mas que na verdade é simplesmente a realidade da vida, é que pessoas que nasceram em determinados lugares não tem a mesma facilidade de desenvolver as mesmas habilidades que outras pessoas. Por exemplo, é muito mais fácil para um esquimó saber fazer um iglu do que um brasileiro, enquanto para o brasileiro é fácil plantar um abacaxi. Os exemplos são inúmeros. Coisas completamente negligenciadas pela esquerda quando vão falar de igualdade fazem toda a diferença, como por exemplo ser ou não o primeiro filho, a diferença de QI normalmente é muito grande.

Para gerenciar o valor que damos as coisas, nenhum político é necessário (apesar de suas tentativas recorrentes de controle de preços ou pelo menos dos juros). Uma pessoa que paga um valor por um jornal, por exemplo, o faz porque o jornal vale mais que o valor que está pagando por ele, e para o jornaleiro a mesma coisa, ele o faz porque o dinheiro vale mais que o jornal para ele. Sendo assim, é impressionante como a busca de igualdade por meio da política causa ainda mais pobreza.

Por vezes, buscar a igualdade tira oportunidades. O Japão no começo do século XX tinha consciência de ser um país atrasado, foi isso que lhe deu força de se esforçar e se tornar o grande país que é hoje. Respeito é algo limitado, ou seja, você não pode respeitar todos iguais, é como a inflação da moeda.

A cooperação mutua é o que gera valor, diferente do que falam os marxistas na falácia da soma zero, que é achar que se alguma pessoa enriquece é porque outra empobreceu. Coisas como afirmar que tecnologias não devem ser usadas para que aqueles que não tem acesso ou facilidade de uso não se sintam rebaixados é mais uma forma de igualitarismo que gera pobreza. Ou seja, a inveja destrói riqueza.

Encontrar vilões é uma forma de destruir a discussão sobre um problema sem de fato tentar resolvê-lo. Quando por exemplo dizem que as mulheres não são uma grande parcela em faculdades de exatas e se resume a discussão a dizer que existe machismo, perdesse a oportunidade de entender um importante fenômeno (o mesmo não pode ser feito, por exemplo, prendendo pessoas de determinada raça por serem mais criminosos, estatisticamente falando).

Capítulo 3 - A tirania das visões

Visões são dogmas, mas na ciência, para que uma visão seja posta, é necessário a comparação com a realidade, diferente do que o marxismo se propos. Alguns são pacifistas, acham a guerra fútil, mas se é o caso, o que explica as lagrimas e a gratidão dos que foram salvas na Segunda Guerra Mundial.

Lenin escreveu o livro "Imperialismo" que é um livro cheio de erros e sem lógica. Todavia, até hoje esse livro é usado para convencer pessoas de que as ações do partido eram validas, isso com certeza é mérito da propaganda, pois fazer as pessoas seguirem algo com lógica é fácil, difícil é fazer o que Lenin fez.

Defender apaixonadamente alguma ideia não significa que é algo positivo, é como tentar apagar o fogo jogando alguma coisa, seja agua ou gasolina.

Capítulo 4 - A silenciosa revogação da Revolução Americana

Tocqueville falava que membros ambiciosos de uma comunidade democrática sempre vão querer aumentar o poder do estado pois eles imaginam que um dia estarão lá para exercer o poder.

O tratamento preferencial para aqueles com problemas mentais, por exemplo, em nome da igualdade funciona mais como uma justiça cósmica do que justiça social, uma vez que não se faz nenhuma alegação de que doença mental deva ser resultado de decisões sociais.

O primeiro direito que sempre será deixado de lado para que vença a justiça social é o direito de propriedade. Quando se tira esse direito, alguns pensam que será bom para os pobres, mas na verdade são eles que mais sofrem, como por exemplo quando tiraram estes na União Soviética e muitos morreram de fome, pois não havia mais agricultores talentosos com terras. O mesmo se dá com liberdade de imprensa, a maioria dos que sofrem quando este se vai são os que precisam se informar dar notícias, não aqueles que as fornecem.

Todos esses argumentos têm como cerne a busca da igualdade, acontece que a desigualdade é algo natural. Por exemplo, num campeonato de Futebol Americano, 13 dos mais de 200 jogadores foram os responsáveis por mais da metade dos home runs. O mesmo pode ser dito sobre produtores de comida, serviços etc.

Boa parte dessas liberdades são perdidas para o estado pois ele as compra com ajudas financeiras (nos estados unidos financiando deveres dos estados e no Brasil com Bolsa-Família, por exemplo). Ou seja, liberdades conquistadas por meio do sangue de homens fortes são hoje entregues por migalhas por homens fracos.