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Ensaios Publicados - Eric Voegelin - Resumo

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 4 de mai. de 2020
  • 25 min de leitura

Atualizado: 24 de jun. de 2020



Ensaios Publicados – Eric Voegelin – Resumo


Introdução

A obra de Voegelin dá conta das mais diversas áreas do pensamento humano. Ele dá muita importância ao individuo, diferente de muitos pensadores da nova esquerda de seu tempo. Somente o homem tem realidade reflexiva e só ele pode ir contra aqueles que querem manipular a realidade social. Voegelin também era um antiempirista, pois ele acredita que é necessário para a ciência ter em mente que seu fim último é o ser humano. Toda a análise sobre o ser humano deve levar em conta questões metafísicas, que foram deixadas de lado pelos cientificistas que Voegelin crítica.


CAPÍTULO 1 – A UNIVERSIDADE ALEMÃ E A ORDEM DA SOCIEDADE ALEMÃ: UMA RECONSIDERAÇÃO DA ERA NAZISTA

Em algum evento histórico importante, não significa que se a pessoa estava viva em época que ela realmente vivenciou aquilo, é necessário um intelecto que, se as pessoas tivessem, não teriam deixado eventos como o nazismo, por exemplo, ocorrer. Sem uma revolução do espírito não é possível superar um acontecido como esse. Não é apenas com uma descrição da história que vai haver a redenção, pois a pessoa que o faz não é responsável pelo ocorrido. Tentar redimir os erros com descrição é apenas mais uma patologia.

Para analisar a catástrofe do nazismo, olharemos pelo ponto de vista de filósofos, pastores e historiadores. Pelo lado do filósofo, o autor mostra que a linguagem foi corrompida. Ela separou mundo do pensamento com o da realidade na Alemanha. Do ponto de vista do pastor, estes na Alemanha comparavam a palavra de Deus com a do Führer, colocando-os em pé de igualdade. Alguns historiadores da época propunham uma espécie de ontologia do estado, onde o homem só atingir a perfeição

Ao quando permanecia um súdito desse, deixando de lado a individualidade. Até mesmo a ciência seria fortemente afetada por um regime social como esse pois é apenas na interioridade do ser que a ciência surge como ela realmente deve, um meio para fins humanos. A partir do momento que isso é deixado de lado ocorre um Sotffhuberei, que é um empilhamento de quantidades enormes de dados indigestos, sem valor, como percebemos hoje numa ciência socializada como a brasileira. Os intelectuais acabam sendo educados para uma existência não publica, devido ao conteúdo de suas obras, essa desvinculação da vida social abre precedente pra movimento como o nacional-socialismo. Esse fechamento para a realidade e vivência numa segunda realidade, acaba por afetar, mesmo em sua passividade, a primeira.


CAPÍTULO 2 – DO DEBATE E DA EXISTÊNCIA

O autor cita que em algumas discussões da época o argumento racional não podia prevalecer porque o parceiro na discussão não aceitava como obrigatório para ele a matriz de realidade em que todas as questões específicas concernentes a nossa existência como seres humano estão, em última analise, enraizadas, ele tinha revestido e a realidade da existência com outro modo de existência, que os autores chamam de Segunda Realidade. Para uma analise destas, o autor fará uma ressignificação da obra de São Tomás de Aquino. Somente com uma simbologia atualizada, levando em conta que antigas formas de se compreender, principalmente o universo, mudaram, ela pode ser compreendida e utilizada pelos contemporâneos para refutar ideias que vão de encontro a estas. As perguntas que o autor quer responder são, tal qual Aristóteles e Aquino, porque o algo é como é, e não de maneiro diferente e porque existe algo e não o nada. O simbolismo do cosmos fechado, que informa os conceitos fundamentais da metafísica clássica e escolástica, foi substituído pelo universo da física e astronomia modernas (destruindo assim qualquer dimensão que não seja material do discurso). Para reinterpretar os grandes autores do passado, Voegelin irá atualizar a simbologia dos seus escritos, pois um símbolo obsoleto pode ter o efeito de destruir a ordem da existência para cuja proteção ele foi criado.

Na exegese da existência, o intelecto descobri a si mesmo na estrutura da existência, falando ontologicamente, a existência humana tem uma estrutura noética, ou seja, a própria natureza humana tenta se entender e se encontra. Com isso, temos um vinculo com grandes autores da filosofia moderna, oferecendo-se nas duas grandes perguntas metafísicas formuladas por Leibniz e seus Príncipes de la Nature et de la Grace: Por que existe algo, e não o nada? e porque algo é como é, e não de maneira diferente? Essas duas perguntas são, em minha opinião o cerne da experiência verdadeira que motiva as elaborações metafísicas do tipo aristotélico ou tomista. Nessas discussões percebe que o limite a cadeia de meios e fins é a condição de racionalidade na ação. Esse limite parece ser algo inerente a razão, e esta qualificação aparece no contexto da analise da ação, denunciando que aqui chegamos a origem experiencial da qual deriva o argumento relacionado a um limite também nas demonstrações concernentes ao conhecimento das coisas (acredito que ele tenha dito que existe um limite material para que a racionalidade lide com meios e fins, tal como as contradições performativas nos indicam). Aqui, na exegese da existência, parece estar a área crítica em que se originam as proposições, apresentadas como autoevidentes, no nível da doutrina metafísica. Um exercício disso está em Aristóteles, ele diz: A geração hilética de uma coisa a partir de outra não pode prosseguir ad infinitum, nem podem as causas cinéticas formar séries sem fim - o homem, por exemplo, sendo movido pelo ar, o ar pelo sol, o sol pela rivalidade, e assim por diante sem limite. Em virtude de estrutura noética de sua existência, podemos dizer, o homem descobre-se a si como sendo não um mundo em si, mesmo um existente entre outros, experiência um campo de existente nos quais ele é parte. Além disso, ao descobrir a si mesmo em sua limitação como parte do campo de existente, ele se descobre a si mesmo como não sendo o criador deste campo de existente nem de nenhuma parte (o homem só se descobre dentro de um espaço onde, necessariamente, devem existir outras pessoas, ou seja, qualquer elemento relacionado na individualidade, como por exemplo a busca por fins e a resolução ética, é necessária a compreensão de si [noética] que só existe quando existe o outro). Essa situação levanta a pergunta: com que propósito afinal se empreende a analise? - pergunta com que lidaremos em breve no texto. E para além desta pergunta surge ainda outra: com que proposito deve uma compreensão da existência ser expandida em formas simbólicas de metafísica do tipo aristotélico ou tomista? Corolário: a analise da existência aqui oferecida diz respeito apenas aos elementos estruturais que informaram as demonstração da metafísica clássica e escolástica. Não exaure de maneira nenhuma a estrutura da existência,, como por exemplo, a existência histórica, não foram sequer tocadas.


CAPÍTULO 3 – IMORTALIDADE: EXPERIENCIA E SIMBOLO

Será investigada a imortalidade. Mesmo a transformação em doutrina, no entanto, não é a última perda que a verdade pode sofrer. Quando a verdade doutrinal se torna socialmente dominante, pode-se perder até o conhecimento dos processos pelos quais a doutrina surge do relato original e o relato original da experiência engendradora.

Uma loucura do espírito nunca é totalmente abandona por um conhecimento de sua loucura, por mais habilmente que tenha sido suprimida. A frase violenta da loucura que chamamos modernidade é acompanhada ao longo do tempo poro pensadores que, diagnosticando-lhe corretamente a causa, põem-se a remediar o mal através de várias tentativas de recapturar a realidade. Apenas través da rejeição final a sociedade, a sua persuasão e pressão, é que ele encontra liberdade e clareza para articular assim a realidade vivente nele como o estado negativa da sociedade da qual ele se separa. Dando cabo da tensão de se tornar-se um conformista e fazer seu nome um fedor, ele pode estar de acordo consigo mesmo e encontrar linguagem adequada a sua experiência. Quando a realidade se retirou do eu, a face se torna sem face, com várias consequências. O trístico presente parece apontar para a consciência da perda e de seu tormento, as linhas soam como descrição dos fenômenos de que falamos hoje como a multidão solitária e o desespero quieto. Ao homem da disputa o fenômeno se torna consciente assim como sua própria solidão. Diante da simbolização muito articulada, será até tentador forçar a interpretação ainda um passo, para considerar atingida a iluminação na natureza do Homem como imago Dei, sem o benefício da mediação faraônica. Mas isso seria ir longe demais. Pois o autor desconhecido não radicalmente com a experiência primaria, mas não obstante fenômenos de forem social, preserva sua fé no cosmos. Se o crente tradicionalista que professa a verdade em forma doutrinal não está talvez mais afastado da verdade do que o objetor intelectual que a nega por causa da forma doutrinal dela, o filosofo não sabe. Somente Deus quem está mais próximo do fim que é o começo. A proposição a experiencia é um ilusão, então opera com dois truques intelectuais. Primeiro, obscura a falacia da concretude mal colocada que sua premissa de fundo tomou da verdade doutrinal, e segundo esconde a ideologia implicitada que esculpe a história numa série de segmentos como blocos, cada um governado por um setado de consciência. Temos então que a verdade experiencia pode ser excluída do horizonte de ralidade, as não da própria realidade. Isso deságua na opinião. Um fruto disso é a tal da era pós-Cristã, que dá fim a algo que não acabou, dando certa importância que não existe em quem tenta destruí-la.

Se a alienação, na verdade, é uma disposição fundamental da existência, deve-se esperar sua simbolização sempre que uma situação de desordem tiver construído uma pressão suficiente, já que entretanto os símbolos de alienação não são mais do que um grupo no complexo inteiro nada se segue de seu aparecimento para o significado das variantes como um todo. Por símbolo entendemos então que toda vez de define imortal parece que precisamos do mortal para sua compreensão. Mesmo para Aristóteles, o homem ainda é o mortal que pode pensar apenas pensamento mortal, se, no entanto, ele pode pensar acerta do divino, ele é levado para fazê-lo por alguma parte nele, o intelecto que é uma entidade divina. O autor conclui, portante, que o aparecimento de símbolos de alienação não merca nenhuma das variantes históricas como gnósticas, mesmo sendo elas, no contexto gnóstico, notavelmente elaboradas.

Na questão da imortalidade está implícita a existência da mortalidade. Além disso, parece que não se pode prescindir dos significados anteriores quando é alcançada a modalidade posterior, de modo que no contexto posterior os símbolos aparecem com dois significados, as simbolizações da verdade experienciada não excluem, mas suplementam uma a outra. O resultado é uma confusão nada desprezível de significados. Se a distinção entre dois significados de consciência for negligenciada, surge o perigo de descarrilar na divinização do homem ou na humanização de Deus. Além disso, em Epinomis ele aconselhou veementemente contra desacreditar o mito tradicional, porque as pessoas cuja fé no mito é destruída não se tornarão necessariamente filósofas, mas, ao contrário, se tornarão espiritualmente desorientadas e descarrilarão em algum modo deficiente de existência.


CAPÍTULO 4 – CONFIGURAÇÕES DA HISTÓRIA


Como não se sabe qual será o fim das coisas, não é possível saber o sentido da história. Dentro da história as pessoas se expressam sobre o sentido dela, e isso por si só é outro sentido da história. Esse sentido então se mostra um termo ideológico. A colisão entre uma ordem que não é imperial com uma que é e os problemas que surgem dessa situação oferecem o ponto de partida para a escrita da historiografia. Hegel por exemplo acreditava que a história, na verdade, era uma sequência de impérios.

O problema do êxodo é muito ilustrativo nesse contexto, principalmente para entender a história do oriente. Santo Agostinho é perfeito em suas deduções nesse ponto. Ele diz que existem dois centros em cada pessoa, o amor em si e o amor a Deus. O homem está sempre tendendo a cair em amor a si mesmo e afastar-se de Deus. Mas ele sabe que deve se orientador pelo amor a Deus. Êxodo então, para Agostinho, seria abandonar os emaranhamentos do mundo e voltar-se a Deus. Devemos escolher entre a fuga para o tempo futuro ou para a eternidade. Essas são formas de interpretar a história. Então essas são as duas formas usuais de se entender o êxodo: futuro ou eternidade. Porém surge um terceiro, que seria o estabelecimento de um império.

A categoria final da análise aqui é a própria humanidade representativa. O conceito de uma humanidade, e por consequência um gênero humano, é um tanto recente. Por exemplo os egípcios só consideravam "homens" aqueles que eram egípcios, isso foi percebido ao se analisar a palavra homem na língua egípcia. São as iluminações espirituais que nos mostram o contrário, que todos são homens, por mais que guerras tentem destruir esse conceito ontológico. É o gênero humano então não é o sujeito da história. E estas ideias são ocidentais, ou seja, clássicas e cristãs. É o próprio ser que é o agente, pois ele que existe e sempre existiu independente da cultura do local. Percebe-se que esse problema é parecido com o que ocorre na física, some o ser, da mesma forma que some a partícula na física moderna.


CAPÍTULO 5 – EQUIVALÊNCIAS DE EXPERIENCIA E SIMBOLIZAÇÃO NA HISTÓRIA


Nas buscas das constantes da ordem humana, passamos pela linguagem, e percebemos que nos estudos comparativos de cultos acentrais, não analisamos esses diferentes rituais nos seu valores, mas em "equivalências". É a constância que estudamos, mas o que é permanente na história da humanidade não são os símbolos, mas o próprio homem em busca de sua humanidade e da ordem dela. Longe de descobrir valores permanente, o pesquisadora se encontrar perdido entre os possuidores de verdades dogmáticas. Como diz o autor: Se cortarmos esses pares de símbolos e hipostasiarmos os polos da tensão como entidades independentes, destruiremos a realidade da existência tal como ela foi experienciada pelos criadores dos simbolismos tensionais, perdemos consciência e intelecto deformarmos nossa humanidade e reduzimo-nos a um estado de desespero quieto o conformidade ativista a era, de vício em drogas ou de assistir televisão, de estupor hedonístico ou possessão assina da verdade, de sofrimento da absurdidade da existência ou entra a qualquer divertimento que prometa substituir um valor para a realidade perdida. Ou seja, aceita que tem bem e mal, se não aceitar, vai cair em burrices para tapar o vácuo que surge. Submeter uma experiência de participação no campo primordial, de verdade emergente, e de sua articulação meditativa através de símbolos a esta carnificina destruiria a realidade da experiencia como experienciada.

Para além da constância e equivalência permanece o problema do próprio processo. Temos conhecimento imediato do processo apensa em sua presença. Um homem a quem podemos nomear concretamente, um Heráclito, um Platão, um Santo Agostinho, experiencia o processo em seu modo de presença. O campo histórico que é deixado pelo processo, entretanto, não é deixado pela confrontação da verdade na psique de um homem concreto, mas resulta da presença do processo como ele se move através da multidão de seres concretos que são membros do gênero humano.

Por trás de todo símbolo equivalente no campo histórico está o homem que o engendrou no curso de sua busca como representativo de uma verdade que é mais do que equivalente. A busca que não dá mais do que verdade equivalente jaz, em última analise, na fé de que, ao enjangar-se nela, o homem participa representativamente no drama divino da verdade que se torna luminosa.


CAPÍTULO 7 – EVANGELHO E CULTURA


Porque o Deus tem dificuldade de ser ouvido nos tempos atuais, e o que tinha na civilização romana que fez isso ser possível na época. A cultura da razão não consegue assumir a verdade do evangelho, nem mesmo a filosofia, até porque para o teólogo, o Evangelho é a filosofia em seu estado de perfeição. Ocorre que essa doutrina não é suficiente para explicar a fé, nem para si, nem para os céticos, então a compreensão por trás dos mitos envolvendo-o é necessário. As respostas que a doutrina trás não ajudam os homens que "perderam a pergunta". A perda da pergunta se dá por uma generalização da perda da cultura. Ocorre que mesmos bastiões desse processo de desculturação, como Sartre, percebem que acabam caindo num niilismo de onde querem sair. Muito da metafísica da condenação a liberdade de Sartre vem da reificação de Descartes, que foi o primeiro autor que tentou reduzir tudo a moldes científicos, o que desaguou no cientificismo de hoje em dia. Esquecer as bases clássicas de onde surgiu o conhecimento do individuo é destruir o valor desse, como implicado por ideologias utópicas.

Por meio dos mitos que construíram a civilização podemos compreender a importância do Verbo. Começamos pela alegoria da caverna de Platão, no qual o individuo que sai da caverna, volta com a verdade e justamente por isso é morto violentamente tem os mesmos moldes do que ocorreu com Jesus. A imanação mítica fica comprometida com a desculturação, sistemas especulativos como os comtianos, hegelianos e marxista são favorecidos por levarem nome de ciências, mas na verdade são apenas deformações da vida da razão através da prática mágica de autodivinação e autossalvação.

Um elemento importante na mitificação da religião judaico-cristão é o Deus Desconhecido. Percebemos a iluminação para esse Deus desde as passagens envolvendo fogo e luz, em especial as com Paulo, mas também na existência de Jesus, que é Deus revelado as pessoas. Essa visão por mais que obvia é deixada de lado por algumas igrejas hoje em dia, que variam sua teologia em outros conhecimentos menos envolvido com mitos tradicionais. Através de Deus e dos homens como pessoas do drama, é verdade, a presença do drama participa tanto no tempo humano quanto da eternidade divina, mas rasgar o drama de participação numa biografia de um jesus no mundo espaçotemporal e em variedades eternas lançadas no além faria sem sentido a realidade existencial que foi experienciada e simbolizada como o drama do Filho de Deus. Portanto, o segredo do Evangelho não é nem o mistério da presença divina na existência, nem sua articulação através de novos símbolos, mas o acontecimento em sua compreensão inteira e a decretação através da vida e da morte de Jesus. As contradições aparentes se dissolvem no emprego dos mesmos símbolos em vários níveis de compreensão, assim como os diferente estágios de decretação até que o Cristo seja revelado, não numa plenitude de doutrina, mas na plenitude da Paixão e ressurreição.

A importância da simbologia no novo testamento é tão grande que pode ser evidenciada no Capítulo 16 de Mateus, onde pela primeira vez ele é associado ao nome Messias, que é um símbolo que vem desde os tempos do profeta Malaquias do velho testamento. Nas passagens onde repreende pedro também usa linguagem antiga associando o individuo a satanás, como se um estivesse falando pelo outro. A importância dos mitos para a compreensão da história, não apenas do velho testamento se mostra necessária (vai ao encontro do que Jordan Peterson mostra em seu livro Mapas de Significado, que toda a nossa história está assentada sobre mitos que envolvem dualidades, essas mesmas existindo até o ínfimo do nosso psicológico e neurológico).


CAPÍTULO 8 – DE HEGEL: UM ESTUDO DE FEITIÇARIA


Cristo tornou-se o fundador de uma religião porque pode articular o “sofrimento de toda uma época” relacionado a queda do Império Romano. Esse elemento deixou raízes em vários nações. A partir da reforma protestante isso foi se perdendo e o mundo se tornou mais niilista. Foi pelo diagnostico da própria maldade que a iluminação veio ao homem e assim ele pode se tornar um reconciliador da ordem (elementos presentes em Mapas de Significado, a noção de que o mal está associado com o futuro desconhecido, e que a ordem é sempre o objetivo final do arquétipo do herói). Hegel, pelo contrário, acreditava que uma nova história poderia ser escrita, mesclando um pouco de problema psiquiátrico com revolução assassina, assim construiu sua filosofia.

Hegel, apesar do que muitos historiadores da sua obra diz, se considerava, em suas próprias palavras, um filosofo da Revolução Francesa. Nas suas palavras o homem é partícula cega, que e capaz de ver apenas o próprio caminho. Se evolui, deve eclipsar a obra de Deus, e este é o projeto moderno. Hegel tem a proposta de fazer que a filosofia não seja mais o amor e abusca pelo conhecimento, mas se torne o próprio conhecimento em si. Hegel vê a existência divida em duas Realidades, a Primeira é a que vivemos e a segunda é a das coisas mais altas. Ele quer ligar essas duas, mas sua filosofia para isso não é nada mais que um jogo, de acordo com Voegelin. Avanços de iluminação podem afiar uma compreensão do homem acerca de sua humanidade, mas não podem abolir-lhe a condição humana. É justamente isso que Hegel quer vencer, transformando o homem numa especie de Deus. Da mesma forma que não existe "tempo" antes de Deus, Hegel acredita que não existirá mais tempo depois dele próprio. Em sua obra Fenomenologia, ele começa citando que consciência é a realidade absoluta, e Deus está presente, na sequencia ele cita que o Geist (espirito) está nele mesmo. Ao fim do livro ele remove o Deus da revelação cristão e coloca a si mesmo no lugar. E para concluir, cita que o conhecimento absoluto está apenas dentro dele mesmo. Esse processo tem uma clara alusão a Cristo. Ele se torna assim o Grande Grande Homem da história, por estar além dela. Quem seria o Grande Homem então? Curiosamente ele tem um nome: Napoleão.

Podemos nos apoiar na filosofia de Platão para melhor entendimento. A experiência de participação num cosmos divinamente ordenado estendendo-se para além do homem só pode ser expressa por meio do mito, não pode ser transformada em processos de pensamento dentro da consciência. Além disso, Platão estava tão agudamente a par da consubstancialidade do homem, mas não identidade, com a realidade divina que ele desenvolveu um simbolo especial para a experiencia que o homem tem de seus status entre o humano e o divino: ele chamou a consciência desse status de metaxy, o Entremeio da existência. Para que Hegel não precise alterar a natureza do homem e assim ele se torne receptáculo do Geist, ele tira Deus e o homem do universo do discurso, só existente o espirito, e tudo deságua na Segunda Realidade. Homens e seus processos de consciência somem, acontecimento da historia se tornam apenas degraus para o Geist. Era para tudo isso ter ocorrido na República Francesa, mas acabou desandando devido aos conhecimentos desenvolvidos no Iluminismo, o que fez surgir violência e terrorismo.

Uma boa dedução sobre o significado da Revolução e Napoleão para Hegel é feita por Kojève: Napoleão não se volta para o mundo externo (Social e natural): ele o compreende, e portanto,a gene nele com sucesso. mas não compreende a si mesmo (não sabe que é Deus). Hegel se volta para napoleão: mas Napoleão é homem, é o homem "perfeito" em virtude de sua integração total da história, compreendê-lo significa entender o Homem, entender-se a si mesmo. Ao entender Napoleão, Hegel alcança sua consciência do eu. É assim que ele se torna um sábio, um filósofo consumado". Se Napoleão é o Deus revelado, é Hegel que o revela. O Espirito absoluto realizado por Napoleão é revelado por Hegel.


CAPÍTULO 9 – DOS ESTUDOS CLÁSSICOS


Estudos dos clássicos, principalmente dos gregos, são importantes para o entendimento da razão humana, e se obtivessem massa suficiente, poderiam novamente se tornar importante no processo de educação. Temos uma série de contradição entre o pensamento contemporâneo e o clássico, principalmente na forma como eles analisam o conhecimento, mas um marcante é que enquanto os clássicos acreditam que é pela vida de razão que o homem percebe a sua liberdade, os modernos reduzem essa razão a fascismo, e dizem que a vida da razão (ou seja, do conhecimento absoluto) é uma empresa fascista.

Estudos antigos, como a religião, garante empregos, mas aqueles que não provam que isso tem importância mas aqueles que não provam que isso tem importância crucial na construção da sociedade, promovem a queda desta. Por consequência promovem a ideologia do positivismo. É impressionante como muito estudo histórico foi feito para a compreensão do Egito, do profetismo israelita, principalmente no século XX, mas é frustrante que pouco trabalho se faz para relacionar os fenômenos desta classe com a estrutura de consciência no sentido de analise noética (relação da razão com espírito humano).


CAPÍTULO 10 – RAZÃO: A EXPERIÊNCIA CLÁSSICA


Veremos a razão no ponto de vista platonico-aristotelico e como isso foi um acontecimento na história da ordem existencial. Filósofos da Grécia antiga se colocarem contra a desordem da época. A razão que floresceu ali ainda faz parte da época em que vivemos, não foi algo apenas do período, e essa razão põe luz sobre o desconhecido, e se torna uma força ordenante na existência (herói que desbrava e transforma o mistério em conhecimento). A distinção da natureza pessoal, social e história com a especifica, que dá conta de seus elementos metafísicos, fazem parte do estudo da humanidade do homem.

A inquietação numa psique humana pode ser luminosa o suficiente para entender a si mesma como causa pela ignorância quanto ao fundamento e ao significado da existência, de modo que o homem sentirá um desejo ativo de escapar desse estado de ignorância e chegar ao conhecimento, como dizia Aristóteles: "um homem em confusão ou espanto está consciente de ser ignorante". Percebe que essa dimensão da preocupação em não ser ignorante está se perdendo nos dias atuais, por mais que esses sejam inundados de informação (ou talvez justamente por causa disso). filosofia aqui não é uma busca de ideias ou opiniões sobre o divino, mas uma busca receptiva que o homem faz de sua inquietação questionadora, onde ocorre a articulação a experiência através de símbolos de linguagem apropriados e que leva a iluminação da estrutura noética da psique.

Nesse movimento (kineses de Platão" é o que o homem se sente atraído de as coisas altas. Tem que existir a vontade de movimento ao Divino para que o homem se sinta mal com a própria ignorância, esse é o pressuposto da Caverna de Platão, e vemos que isso se encaixa bem ao Êxodo judaico-cristão. A luta contra a ignorância era tão importante que na época esta era tomada como doença. O Entremeio - a metaxy - não é um espaço vazio entre os polos da tensão, mas o reino espiritual, é a realidade da conversa do homem com os deuses, ele representa a luta da mortalidade para a imortalidade, dimensão penas acessível a seres conscientes e imperfeitos como os humanos, nessa discussão entre esses polos surge o termo dialética (não em Hegel ou Marx).

O desenrolar da consciência noética na psique dos filósofos clássicos não é uma ideia, ou uma tradição, mas um acontecimento na história da humanidade. Os símbolos desenvolvidos em seu curso são verdadeiros no sentido em que articulam inteligentemente a experiencia da intranquilidade existencial no processo de tornar-se cognitivamente luminosa. Embora a analise clássica não seja nem a primeira nem a ultima simbolização da humanidade do homem a busca de sua relação com o fundamento divino, é a primeira na articulação da estrutura da busca em si: da intranquilidade que oferece a resposta a sua pergunta, da Nous divina como motor da busca, da alegria da participação luminosa quando o homem é influenciado pela teofania, e da existência que se torna cognitivamente luminosa por seu significado como o movimento no entremeio da mortalidade para a imortalidade. A articulação da estrutura teve tanto sucesso na verdade que mesmo a revolta egofanica moderna contra a constituição teofânica da humanidade do homem, se quiser ser inteligente, tem de empregar a linguagem da analise noética confirmando, assim, a validade da articulação dos filósofos.


CAPÍTULO 11 – RESPOSTA AO ARTIGO "UMA NOVA HISTORIA E UM DEUS NOVO, MAS ANTIGO?", DO PROFESSOR ALTIZER


Altizer escreve várias criticas a Voegelin, entre elas que as questões envolvendo doutrina e ataques a Hegel. Quanto a doutrina, Voegelin concorda que parte da decadência da civilização ocidental se dá justamente a lideres cristãos terem deixado o dogma da consciência publica da civilização ocidental separar-se da experiência do mistério do qual depende a verdade dele. O nominalismo que tomou conta é um desastre cultura, que já ocorria na Baixa idade Média, fazendo o debate se tornar mera posição e contraposição de opiniões. Quanto a Hegel, Voegelin diz que não o ataca, apenas faz a mesma analise filosófica que faz a outros autores, porém Hegel por não ser tão qualificado, acaba sofrendo mais criticas.

No princípio Voegelin não sabia o que havia de errado nos textos de Hegel, por mais que sentisse que algo ali não cheirava bem. Depois foi percebendo que o passado gnóstico desse autor fazia frente em seus textos. Posteriormente, o neoplatonismo se tornou a chave para compreender a deficiência de seus textos, por fim, a autodeclaração de Hegel como uma obra de mágica fechou o caixão. Hegel tentava provar que existia um "Entremeio" (tal qual o aristotélico) porém por premissa estranhas, como a existência de um Ser absoluto. Essa expansão hegeliana transformadora da consciência é proibida, porque ignora os limites estabelecidos pela estrutura da realidade a qualquer procura de compreensão.

Altizer também crítica a visão de ciência que Voegelin tem. Este, por sua vez, acredita na importância da ciência, mas também da visão que a história trouxe no século XX, após profundos estudos sobre povos antigos, tal qual sociedades mesopotâmicas e posteriores. Infelizmente, tudo virou clima de opinião, mesmo envolvendo essas sociedades bem estudadas, felizmente (pelo menos na época) esse clima não havia chegado na ciência, hoje já vemos o contrário, até mesmo descobertas científicas são colocadas em cheque por questões politicas ou ideológicas.

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CAPÍTULO 12 – LEMBRANÇAS DE COISAS PASSADAS


Uma analise da consciência é algo que acontece na realidade e é parte dela. Essa consciência é a forma do homem participar da realidade. Voegelin, por acreditar nessa filosofia mais noética e sem dogmas, foi considerado um historiador. A intencionalidade da nossa consciência é uma subestrutura dentro da consciência abrangente de uma realidade que se torna luminosa por sua verdade na consciência do homem. Se as afirmações abstratas acerca da estrutura de consciência devessem ser aceitas com verdadeiras, elas deveriam, primeiro ser reconhecidas como verdadeiras no concreto. Porem nas as experiencias nem os símbolos poderiam tornar-se objetos autônomos de investigação para um observador de fora. Assim, a verdade da consciência revelou-se pela participação no processo de realidade, era essencialmente histórica. Ou seja, sabemos que ela existe justamente por seus efeitos no tempo.


CAPÍTULO 13 – SABEDORIA E A MAGIA DO EXTREMO: UMA MEDITAÇÃO


Falaremos sobre o senso de imperfeição. Essa, a imperfeição, que é uma característica humana mas os ativistas utópicos tentam negá-la ou nos libertar dela. Utopia, diferente do que muitos pensam, é entendido por Voegelin como a suspensão da consciência, por vezes essa suspensão pode se tratar de um autoengano persuasivo. Esses utópicos então não querem reformar uma ou outra coisa, mas tem uma revolta radical contra a realidade e a existência humana. Como dizia T. S. Eliot:


Constantemente tentam escapar

Da escuridão exterior e interna

Sonhando sistemas tão perfeitos que ninguém

Precisará ser bom


Essa revolta esta contra a realidade estua presa a estrutura que pretende destruir, analisemos a conexão com a libido dominandi do ativista. Para não parecer um tolo por estar indo contra a realidade, sua visão de mundo tem que cobrir a estrutura da realidade com abrangência (principalmente no tempo) e ser suficientemente obscura para não revelar a primeira vista o sonho que é. Tentar refutar por positivismos significa entrar no jogo do ativista utópico. Para a analise então, devemos levar em conta que nunca houve na historia qualquer situação que significasse perfeição para o ser humano. Nessa analise histórica percebemos que, de acordo com estudos da Roma Antiga, os utópicos sempre foram visto tais quais são hoje, com comportamentos viciosos além de suas ideias contra a realidade, ou seja, se caracteriza muito proximamente de uma doença. Os símbolos associados a essa mudança de realidade são associados a alquimia, como por exemplo o Super-Homem, tanto em Marx quanto em Nietzsche.

A verdade da realidade não é o máximo de informação dada a um observador de fora, mas a realidade em si, tornando-se luminosa no acontecimentos da experiencia e da simbolização imaginativa. A verdade é uma perspectiva de realidade, surgindo da participação do homem, com sua existência consciente, na realidade da qual ele é parte. De intencionalidade e mistério, podemos falar como estruturas da consciência com a precaução, entretanto de que não são coisas fixas de uma consciência humana no sentido mianentista, talvez como uma estrutura a priori, mas forças móveis no processo de realidade, tornando-se luminosa. Isso vai mito ao encontro da teoria dos territórios conhecidos, desconhecidos e do herói. É a fala que pode levar o homem para a irrealidade, pois a estrutura continua real. Porém não deve se perder de foco que a verdade do processo é limitada pelo mistério do processo. Platão distinguir entre a resposta imaginativa ao processo divinamente revelador mediante o mito e uma analise noética que deve ser conduzida dentro do entremeio constituído pelo mito. Não há nenhuma verdade noética autônoma, fora do entremeio, e a verdade do entremeio surge das experiencias reveladoras.

Hegel, deixando de lado a tensão entre o divino e o humano no entremeio, transfigura a consciência no próprio Logos divino, deixando a analise noética penetrar o mistério divino sob o titulo de dialética. Nas falhas de Hegel percebemos que não há nenhuma verdade da história senão a verdade que cresce na história. Esta concepção de verdade como um crescimento de luminosidade no processo de realidade impõe respeito no pensador e seu presente, ele tem de respeitar seu passado tanto quanto respeita seu presente que será um passado para um presente futuro. Platão estava ciência da distancia reflexiva entre sua existência como um acontecimento de consciência participativa, e a exegese do acontecimento pelos símbolos que ele desenvolveu em sua obra, e expressão sua consciência mais de uma vez, ao rejeitar o envolto de sua palavra falada ou escrita como uma "verdade" que será possuída como doutrina informativa. A verdade dos símbolos não é informativa, é evocativa. Os símbolos não se referente a estruturas no mundo externo, mas ao movimento existência no entremeio do qual eles emergem como exegese do movimento em linguagem inteligivelmente expressiva.

A "visão de tais matérias" de Platão. revela o presente indelével como centro de significados nos acontecimentos da história. Mas faz mais. Se os encontros divinos-humanos fossem experienciados da mesma maneira por todos, em todas as sociedades, em todos os tempos, haveria ainda o fluxo de presença, determinando o significado no fluxo da consciência existência, mas a estrutura do fluxo seria estática. Sem mudanças nos modos de experiencia, a consciência existencial não teria historia. Entretanto, a visão revela a dinâmica do fluxo revelando-se a si mesma como um acontecimento dinâmico dentro do fluxo.

Algumas conclusões podem ser tiradas. Somente se a realidade da consciência existencial foi suspensa, de tal maneira que a realidade do movimento no entremeio tenha sido eclipsada, é que os polos divino e humano da tensão pode ser hipostasiados em entidades autônomas. Entretanto, como, ao serem eclipsados, não desaparecem os problemas do entremeio, eles tem agora de ser reproduzidos no domino da deformação. Ou seja, neste caso se destruí apenas a ideia de Êxodo já citada. Essas enfases doutrinarias podem cair tanto no polo humano, se tornando uma negação da realidade divina e dando espaço a utopias, ou cair no polo divino, levando qualquer coisa que é humana ao estados de não-ser. A única forma de colocá-los juntos é se se deixar que suas identidades contraídas desmoronem na identidade de uma consciência fictícia que é tanto humana quanto divina. O Deus cuja presença é experienciada como a força movimente na consciência existencial tem de morrer, de tal forma que o extremo de sua identidade hipostasiada possa fundir-se na identidade movimento da consciencia autorreflexiva de Hegel. mesmo as palavras para explicar a complexidade desse fenômeno são difíceis. Anoia seria a palavrão que Platão usava, mas hoje ela estaria mais associada com a loucura, o que não leva ao ponto, essa anoia, que corresponde aos efeitos de se ignorar o Entremeio está mais para a deformação existencial da consciencia noética.

A pergunta de Platão era "quem é esse Deus" que se levanta para o Além de um cosmos que está cheio de deuses, "o deus" que emerge de uma tradição de presença divina, mas não é um dos deuses tradicionais. Os cristãos sabem que este é o Deus que foi dos seus pais, de Moises, de Israel. Ao contrário, tem de fazer a pergunta "quem é este Filho de Deus?" quem é este Messias, este Cristo, este vaso de presença divinamente imortal.

Platão tinha problemas diferentes do nosso, pois enquanto ele precisava pegar as bases e simbolizar questões como o "Para além do cosmos" nós temos o problema da "inconsciência pública". Voegelin, no cumprimento de reconhecer o movimento de direção ao experiencia de imortalidade e mesmo assim não se entrar a fantasia do sonhar de uma transfiguração escatológica que deve ser obtida pleromaticamente por seus próprias sonos de ações, ele fez suas meditações anamnésicas, certas estruturas de consciência cuja repressão pela inconsciência pública é uma das causas da desordem contemporânea.

CAPÍTULO 14 – QUOD DEUS DECITUR


Não deve se encarar Deus como uma coisa, mas como um parceiro numa expedição de busca que se move dentro de uma realidade forma pela linguagem de participação. Ademais, nós mesmos somos partes da realidade buscada que estamos almejando linguisticamente, como se fosse um objeto externo acerca do qual pudéssemos falar com se fossemos sujeitos cognitivos diante de objetos de cognição. A estrutura que nos mostra esse Deus é perseguida por Tomás de Aquino nas Cinco Vias. A primeira tensão experienciada está associada com o movimento, e todo movimento exige um motor, o ser que causa esse movimento é entendido por todos como Deus. O processo análogo ocorre para a inteligencia. Leibniz com perguntas diferentes (por que há algo em vez de nada e porque as coisas são como são. Ou seja, a experiencia da realidade contingente implica uma razão não contingente para o que é experienciado como contingente.

No entanto o que essas analises não explica é porque uma analise logica serviria para encontrar Deus. Essa estrutura foi apontada por Kant como uma falha. Coube a Hegel reconhecer, contra o criticismo de Kant, as assim chamadas provas da existência de Deus como descrições e análises do processo do próprio Geist.

Anselmo da Cantuária faz uma analise interessante sobre esse tema e conclui: "Ó Senhor, tu és não apenas aquilo de que não se pode conceber nada maior, mas és também maior do que o que pode ser concebido" Este é o limite da analise conceptual noética desconsiderada por Hegel.

Platão ao analise o caso cita que não há nenhuma matéria automovente, todos os movimentos materiais são causados por movimentos de outra matéria, a rede padrão de cause e efeito tem de ser causada, a seu turno, por uma movimento que se origina fora da rede, e a única realidade que sabemos ser automovente é a psique. Daí, uma interpretação genética do Ser, os elementos não podem funcionar como a realidade "mais velha", a penas a psique divina, como experienciada pela psique humana, pode ser "a mais velha" no sentido do antimovimento que se origina todo o movimento ordenado no mundo.

Para concluir, Voegelin diz que o nome Aquele que é é um nome mais próprio de Deus do que o nome Deus, em razão da origem, a saber, vem de ser, e em razão do modo de significar e de cossignificar, como foi explicado. No entanto, quanto ao que se propõe significar, o nome Deus é mais apropriado, pois o que se propõe significar é a natureza divina. Mais próprio ainda é o nome Tetragrama, dado para significar a substancia divina incomunicável, e, se é licito dizer, singular.

 
 
 

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