Esquerda e Direita - Perspectivas para Liberdade - M. Rothbard
- Canal Resumo de Livros
- 26 de jan. de 2020
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Esquerda e Direita - Perspectivas para Liberdade - M. Rothbard - Resumo
Apresentação
Além de criador do libertarianismo moderno, M. Rothbard coloca essa teoria no escopo daquelas que são positivas e dão esperança. Esse era o papel do liberalismo, mas os liberais deixaram de lado a lei natural, e se entregaram ao utilitarismo e o darwinismo social. A esquerda também não resolveu os problemas da humanidade pois, diferente do que Marx pregava, ela causou estados ainda maiores. Somente a liberdade de mercado pode "organizar" um sistema industrial e comercial complexo, nenhum homem sozinho pode criar um lápis, muito menos organizar o mercado.
Otimismo e Pessimismo
Devido ao fato dos conservadores atuais terem deixado de lado o seu pessimismo, pois perceberam que controlar o status quo é mais vantajoso, eles se preocupam apa longo prazo apenas até a próxima eleição, criando assim um otimismo deturpado. Porém, levando em conta o desenvolvimento do libertarianismo, ele afirma que o otimismo deve ser o estado de espirito do libertário.
A derrubada da Velha Ordem
Quando observamos a história percebemos que a revolução causada pelo liberalismo foi muito importante para o desenvolvimento da humanidade. Ocorre que, alguns pensadores alemães do começo do XIX criaram a falacia que isso só foi possível devido as monarquias, que "permitiram" com a sua defesa, o comercio entre povos.
O liberalismo permitiu que as sociedades baseadas em guerra e status se transformassem devido ao comércio, mudando assim a cosmovisão das pessoas. Isso trouxe a paz e a perspectiva de melhora de vida e riqueza.
Ascensão e Declínio do liberalismo
Liberalismo foi se desvinculando de seu caráter revolucionário, se entregando assim a conservadores e esquerdistas. Diferente do que Lord Acton dizia, que o liberalismo trazia em sua raiz a "revolução permanente" que destruía a santidade do passado.
Os motivos desse declínio podem ser melhor explorados. Primeiramente devido a deterioração interna. Aqueles que eram liberais se entregaram ao status quo, pois estes agora ricos dele faziam parte. Com o tempo essa estagnação moral os levou novamente a pobreza e ao controle estatal. Outra importante influencia foi o darwinismo social, pois liberais acreditavam que, hora ou outra, a evolução tomaria as redes do crescimento econômico, assim não precisando de ações energéticas dos liberais. Das grandes nações do século XIX, apenas nos EUA o liberalismo continuou florescendo.
Ascensão e declínio do socialismo
M. Rothbard afirma que o socialismo não é diametralmente oposto ao liberalismo, pois os dois tem teor revolucionário e contrário ao estado. Frases supostamente marxistas como "substituição do governo de homens pela administração de coisas" já eram citadas em contextos liberais por Charles Comte e Charles Dunoyer, porém a luta não seria de empresários vs operários, mas sim sociedade vs exploradores, estes membros do estado e oligopólios. Os comunistas entram em contradição quando dizem que o estado deve desaparecer após a revolução, junto com a propriedade privada, porém se isso acontecer, como o coletivo irá gerir sua propriedade sem que ele próprio se torne um grande estado, independente do nome?
Falsos liberais chamados fabianos, liderados intelectualmente por Bernand Shaw, se aliaram com fascistas e nazistas. Esse tiço de ação dos falsos liberais acabou criando como consequência o socialismo e a social-democracia.
O que Rothbard chama de conservadorismo, na verdade é o neoconservadorismo, tanto é que ele diz que Kirk estava certo em sua definição de esquerda, sabemos que Kirk é considerado um neoconservador, justamente por seu grande apoio a estrutura estatal.
Coletivismo, progressismo e o New Deal
Os libertários dos EUA criaram um mito desfavorável ao movimento: de que conspiradores e comunistas maquinaram uma revolução que levaria os EUA ao comunismo. Isso partiria do New Deal, um programa econômico centralizador do começo do século XX.
Ocorre que o New Deal, que tentava controlar toda a economia, era um pacote de medidas que já vinham sendo tomadas a algum tempo antes de ganhar o nome, tudo para manter a riqueza de determinados membros da nação, como uma espécie de conservadorismo deturpado.
Esse programa, quando despido da carapaça progressista, deixa claramente uma organização para o estado maior e a guerra. New Deal foi apenas a continuidade forçada de certos privilégios, o que fez até mesmo alguns socialistas admitirem que é apenas o estado que cria monopólios.
Durante todo começo do século XX foi proclamado por empresários e governantes que a concorrência era guerra, e guerra era destruição, só as "parceiras público-privadas" criariam riqueza. Esse "conservadorismo" deturpado foi também promovido pelos intelectuais da época, principalmente os alunos dos formados na Alemanha nos anos de 1880 e 1890. Como consta nos livros de F. Hayek, a Alemanha sempre foi moldada pela mentalidade estatista. Isso moldou, até certo nível, a mentalidade dos industrias americanos, promovendo-os a pagadores das guerras americanas da época.
A resposta libertária
Os libertários eram a contracorrente nos anos 20, portanto, ficaram contra o governo do New Deal, o governo Coolidge-Hoover, se colocando assim como "de esquerda". Nock e Mencken eram os expoentes na época, e o que os caracterizava era a sua defesa do pessimismo. O que lhes levou a se tornarem conversadores com o tempo, pois sentiam uma "desconfiança a priori" de qualquer mudança social.
Após a Segunda Guerra Mundial, era de praxe os libertários se considerarem extrema direita, e terem algum apoio dos ditos conservadores, devido a forte amoralidade do Eixo. Vale a pena citar que, curiosamente Hoppe se considera um conservador. Mas novamente, acredito que Rothbard esteja falando sobre neocons, aqueles que tendem a manter o status criando subsidio e oligopólio.
Em defesa do otimismo
O otimismo tem que ser o norte do libertarianismo pois foi devido a essas mudanças econômicas de cunho liberal que o mundo se transformou num local de mais liberdade e conforto para todos. Essas mudanças foram conseguidas sem uma gota de sangue, apenas com a defesa intransigente do livre-mercado e sua atuação. Ao aplicar-se o laisse-faire, as pessoas deixaram de viver em subexistência para florescer como seres conscientes e livres, mudando o mundo em que vivem, independente de qualquer escravidão autoimposta, seja por quaisquer motivos absurdos que os Reis davam para isso.
Esse otimismo é verdadeiro quando percebemos que, mesmo os países mais a esquerda, mais controladores da economia, ignoram toda a teoria marxista de coletivização quando necessita crescer. A próprio URSS se entregou ao liberalismo (mesmo que deturpado) para poder florescer sua economia. Mises apontava isso desde o começo do século XX, de que em estados socialistas, sendo necessariamente desprovidos de um sistema de preços genuíno, não teriam condições de calcular em termos econômicos, e em consequência, seriam incapazes de planejar sua economia com qualquer grau de sucesso. Mesmo a maior força bélica não pode parar essa verdade. Mesmo a democracia com sua falsa liberdade de expressão, promove o libertarianismo.
A importância do otimismo
Os libertários percebem a importância de mais membros para que essa ideia vença, porém só isso não é necessário. Acreditar nisso criaria um otimismo deturpado, pois garantir pessoas não garante o poder, e este normalmente não é entregue da mão dos poderosos. O passo principal para M. Rothbard é descobrir quem são aliados e amigos e, principalmente, saber quem são os inimigos. Estimular os jovens é importante pois eles são, para Randolph Bourne, a incarnação do libertarianismo. São nas ideias dos jovens que mais facilmente conseguimos quebrar a falacia naturalista: não é porque algo existe a muito tempo que deve ser mantido. Deve ser com "um espírito flexível, em crescimento, com receptividade par anovas ideias e aguçado discernimento na experiência" ou seja, com uma mente jovem, que se chegará a verdadeira liberdade.
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