Intervencionismo - L. von Mises - Resumo
- Canal Resumo de Livros
- 4 de mai. de 2020
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Intervencionismo - L. von Mises - Resumo Prefácio Por mais que Mises diga que a economia não faz juízo de valor, sua vida é cheia de moral e busca pela verdade. Parte dessa busca pela verdade acabou causando na sua obra a importância por sintéticos a priori e cuidado com a semântica. Detalhe que não vemos hoje com o governo, sempre mudando o conteúdo de palavras para melhor adequar-se a seus propósitos, como chamar inflação de aumento dos preços, enquanto, na verdade, ela é o aumento de moeda fiduciária, desvalorizando assim a moeda, o que por consequência causa o aumento de preços. Mises, com toda sua qualidade, poderia ter ficado na torre de marfim da academia, mas preferiu brigar por seus ideais, por mais que isso tenha acarretado em problemas na sua vida profissional. Isso ocorre porque na época de Mises a Escola Clássica de economia estava deixada de lado, quem comandava eram os marxistas e a Escola Historicista Alemã. Mesmo escolas hoje consideradas mais voltadas ao livre mercado, como a Escola de Chicago, desde então defendiam intervenção estatal na economia, um exemplo era a taxação de "pecados", como cigarro, açúcar etc. Mises, devido a suas ideias intransigentes, não conseguia emprego remunerado em qualquer lugar,a té que um conhecido seu no governo o chamou para ajudar nas finanças da Áustria, o que ia contra seus ideais, mas foi trabalhar mesmo assim, e com esse emprego conseguiu, de forma intransigentes, impedir algumas ações estatais pesadas na economia. Mises levava isso a um extremo tão grande que chamava de "oecumene" as atitudes associadas ao livre mercado que faziam o engrandecimento da raça humana, qualquer coisa contra isso significaria morte e destruição da mesma. Diferente da Hayek, o teórico da "ordem espontânea" Mises acreditava que esse oecumene surgia devido a ação consciente dos humanos. Então, novamente diferente de Hayek que acreditava que a ordem tendia a algo bom,Mises dizia que se isso não fosse conscientemente lutado pelas pessoas, o oecumene seria perdido. Esse erro de Hayek era devido ao seu empirismo, muito provavelmente influenciado por Popper. De tal forma que suas ideias levavam Mises a bater de frente com quem ia contra ele, pois para ele significava tudo que tinha valor para os humanos. Uma frase que expõe o espírito de Mises em relação ao intervencionismo ganha destaque: "Não cabe ao economista dizer o que o povo deve preferir e nem como deve usar os seus recursos. Mas é de seu dever chamar a atenção de todos para os custos das decisões do governo. Isso o diferencia do charlatão, que só fala dos benefícios da intervenção sem jamais se referir aos malefícios que ela acarreta". Intervencionismo é quando a liberdade é constrangida pelo governo, forçando, por exemplo, empresários e consumidores tomarem decisões que não tomariam se fossem livres. Parte desse intervencionismo ser totalmente aceito é a visão de economia que vem desde a época mercantilista das Grandes Navegações. Nessa época a economia era uma soma-zero. Também data da época de Otto von Bismark, o general prussiano responsável pela unificação dos povos germânicos, que criou a ideia de Estado de bem-estar social. Socialistas fabianos, depois da guerra da União Soviética, viraram a ideia principal no campo da politica, o que influenciou a economia. No Brasil, o último presidente preocupado com a austeridade economia data dos séculos XIX. Uma história curiosa nesse ponto é do empresário e economista Roger Agnelli, que foi a grande mente por trás da Vale do Rio Doce, chegando ao ponto de ter considerado o quarto melhor empresário do mundo, perdendo apenas para Steve Jobs, Jeff Bezos e Jong-Yong (Samsung). Voltando a Mises, ele sempre foi uma mente brilhante, mesmo entre as brilhantes, um exemplo disso é que alguns dos seus contemporâneos, Einstein e Nietzsche, reprovaram na escola alemã (com níveis absurdos incomparáveis aos brasileiros), onde Mises foi aprovado com louvor. Algumas pessoas pensam que esse intervencionismo traz apenas benesses, mas esquecem que essa ação também é prejudicial, na verdade, totalmente prejudicial, a benesse é apenas um ponto de vista pessoal. Quando algo vai mal na economia, as pessoas culpam o capitalismo, não percebendo que esse mal surge justamente no intervencionismo, e esquecem que a colaboração mutua para, por exemplo, trazer café a mesa, é sempre fruto do capitalismo. De tal forma que Mises pede para que pessoa que não entendem de economia fiquem em silêncio sobre esse tema, algo que realmente não ocorre em época de redes sociais. Introdução São os consumidores que decidem o que deverá ser produzido, só existem fábricas de conhaque porque existe quem o bebe, e não o contrário. Numa economia onde nada fosse alterada, não existiria lucro ou perda, justamente por todos os resultados já serem esperados de forma cíclica. Ocorre que na medida que empresas estatais entram no mercado, mesmo elas supostamente produzindo, estão fazendo isso aquém do mercado, pois não estão realmente competindo, dessa forma seus lucros e prejuízos vão para os pagadores de impostos, e seus produtos influenciam a produção de outros. Essa intervenção pode se dar no modo russo, que é totalmente burocrático, ou alemão, onde ainda existe uma aura de livre mercado, mas todos os supostos empresários têm vínculos com o estado. Alguns socialistas podem dizer que o calculo capitalista também não é perfeito, e realmente não é. Pode ser que mesmo numa livre economia o empresário não acerte o que o mercado espera para o futuro, porém isso ficará as custas do empresário, diferente do governo, que constrói um hospital também sem ter noção da necessidade e dos valores reais deste, e quando tal empreendimento se mostra infrutífero, cai na conta dos que pagam impostos. Esses impostos normalmente estavam apoiados na ideia de Divina Providência, onde o estado e seus membros eram escolhidos por Deus, por isso eles poderiam saber o que é melhor para todas as pessoas. É evidentemente um absurdo acreditar nisso hoje em dia, porém algumas pessoa ainda permitem ao estado ao controle de ações que influenciam apenas o individuo que a tomaria, como por exemplo, proibição de uso de drogas. Ora, a partir do momento que se abre precedente para proibir esse tipo de ação visando a saúde do individuo, outras ações mais ditatoriais sem duvida surgirão no futuro. Dizer o que o estado deve ou não fazer, proibir ou não, é o mesmo que indagar onde a violência poderá ser utilizada. Capítulo 1 - Interferência Via Restrição O ponto é que toda restrição vai automaticamente realocar os recursos para escolhas que as pessoas não faria caso fossem livres para isso, esse é um arranjo lógico proposto pela praxiologia. Sendo assim, o resultado é a diminuição da oferta, é impossível aumentá-la com medidas restritivas. Ela pode ser considerada como uma politica de gastos. Capítulo 2 - Interferência Via Controle de Preços Devido ao fato dos estatistas serem Deus na terra, eles se sentiam na liberdade de alterar tudo aquilo que estivesse em seu alcance, diferente do Deus do céu que controlaria a natureza, as leis sociais e econômicas estavam aptas a serem mudadas pelos intervencionistas. Suas ações de punição aqueles que não seguem suas restrições econômicas apenas desviam o preço do natural, que seria aquele escolhido pelas pessoas se pudessem ser livres, criando assim mais pobreza. Esse é um arranjo lógico, negá-lo é negar qualquer aplicação de lógica na economia. Quem comprará agora não é exatamente aquele que quer, mas sim aquele que pode, e isso pode estar associado a quem é amigo ou se deu bem com determinada ação politica, causando o automático desvio da produção, dos bens que seria mais urgentes. As autoridades olham para isso como algo positivo, mesmo o congelamento de preços que foi nocivo em todos os lugares já aplicados pode ser visto como um ato politico positivo. Curiosamente, mesmo Karl Marx era contra esses controles, em especial o dos salários. Ele dizia que nenhuma pressão sindical pode aumentar o salário definitivamente. Capítulo 3 - Inflação e Expansão do Crédito Algumas pessoas, principalmente os defensores da inflação, argumentam que ao se aumentar o número de moeda no governo, o valor das coisas aumenta por um processo matemático simples. Porém, o que eles não percebem é que a inflação vai mudando o valor do dinheiro aos poucos na economia, sendo assim, os devedores se dão melhor nesse processo, e também aqueles que recebem o dinheiro criado do nada primeiro (em geral membros do governo). Existem pessoas que acreditam que esse processo, então, faria bem para o pobre. Não é o que percebemos na prática e veremos o porque. Imaginemos uma maçã, esta disponível agora tem mais valor que uma disponível no futuro, a principio porque a fome de agora não é matada com maçãs do futuro. Isso funciona igualmente no socialismo, onde o exemplo da fome é mais pertinente. Tal qual a mente de um faminto, a mente de um empresário também é manipulada pelas relações de bens atuais e futuros. O dinheiro fácil devido a inflação faz os empresários levarem empreendimentos a frente que não levariam se não houvesse a inflação. eles assim aumentando a demanda e por consequência o salario e o preço dos bens de produção. Enquanto o dinheiro continua a ser impresso, esse processo continua. Se alguém quer um produto, deve pagar seu preço em moeda. Um governo, por ser supostamente soberano, ou seja, ter o monopólio da violência, se vê no direito de congelar preços e gerar moeda suficiente para que possa pagar aquilo que ele quer. Numa situação de inflação, aquele que tem moeda está melhor do que o que tem bens, pois a moeda é sempre mais liquida que os bens. Capítulo 4 - Confisco e Subsídios Tal qual só existe empresas de uísque porque existem aqueles que querem se embriagar, as empresas que fazem armas também só existem pois há a guerra. Quando um governo intervem na economia, todos os seus membros argumentam que é necessário e que muitas benesses virão disso, ninguém comenta as benesses que as pessoas deixarão de ter por serem obrigadas a deixar seu dinheiro com o governo. Quando o governo usa o dinheiro de impostos para "desenvolver" uma região que não é muito desenvolvida, ele usa o dinheiro de regiões mais desenvolvidas, que foram tiradas via impostos. Sendo assim, se a ideia era fazer as pessoas terem uma qualidade de vida melhor, devido ao fato de tirar dinheiro de quem dá emprego e investe a ponto de ter uma empresa boa, sem duvida está fazendo mais mal as pessoas do que bem, isso sem comentar a questão ética. E diferente de um empresário, onde os lucros e prejuízos são muito relevantes, aquele que recebe cada vez mais dinheiro a força do contribuinte não se preocupará em procurar sempre a melhor solução para seu empreendimento. Capítulo 5 - Corporativismo e Sindicalismo No corporativismo, sempre que existi um deslocamento de capital e mão de obra de um setor de atividade para outro, esse procedimento sairá do escopo de uma única organização. Quem irá propor esse tipo de situação, independente do regime que se diz estar funcionando em determinada localidade (seja comunismo ou capitalismo) será o estado. No sindicalismo acontece algo semelhante, mas quem faz toda organização não são nem mais os empresários amigos do estado, mas sim pessoas normais, sem aptidão nenhuma para tal, que se acham donas das empresas por trabalharem nelas, mas não terem colaborado em nada com o dono, além do serviço que foram contratados a fazer. Estes só se preocupam com a parte boa de ser dono de uma empresa, a parte trabalhosa e o prejuízo nunca cairá sobre seus braços. Capítulo 6 - Economia de Guerra Supostamente o estado no ancient regime gostaria que a vida das pessoas continuassem pacifica pois assim elas conseguiriam produzir, gerar dinheiro e pagar seus impostos. Porém, dentro de uma sociedade intervencionista e socialista, gerar dinheiro é um pecado, e economia de mercado é o inferno, sendo assim, a única forma que sobra para lucrar é a guerra. Todo o ideal "burgues" é substituído pela glorificação a força. Isso associa muito bem a algo visto na prática, que onde há sindicalismo há violência. Numa guerra, aqueles que poderiam ser produtivos acabam virando piões em campos de batalha, por isso vemos tanta crise financeira associada a guerra, e não o contrário, como dito pelos lunáticos que apoiam a tese de que foi a Segunda Guerra Mundial que acabou com a crise de 29. Sem implantar algum nível de socialismo é impossível gerar guerra estatal. É apenas com o serviço militar obrigatório que a Guerra Total, diferente das guerras de milicia, foi possível. E só assim, crises e mortes em massa ocorreram. Para sustentar uma guerra como essa, apenas com o total socialismo e controle da vida privada. Curiosamente, os antijudeus, que eram muitos nas época do Hitler, o apoiavam fortemente, dizendo que era mentira todas as ideias megalomaníacas que o acusavam. Capítulo 7 - As Consequências Econômicas, Sociais e Políticas do Intervencionismo Intervencionismo são séries de medidas que tentam controlar a economia, a deixando mais pobre, por mais que a proposta seja o contrário. Essas intervenções geram monopólios que, diferente do que os defensores do estado dizem, surgem devido a lobbys entre empresários e governo, e são sustentados pelas tarifas que todos devem pagar, impedindo assim de pessoas criativas porém com pouco dinheiro terem facilidade de entrar no mercado. E por mais que o livre mercado tenha melhorado a vida de todos, tornando mesmo os mais miseráveis tendo uma vida mais confortável que reis do passado, ele ainda é demonizado. Isso se deve pois no livre mercado as pessoas tem a liberdade de empreenderem independente do que um ditador fizer, isso não é possível na União Soviética, por exemplo, pois toda a verba vem do estado, sendo assim a ideia a ser defendida não pode ir contra a vontade de quem manda neste. Isso impossibilita de ideias revolucionarias em determinadas áreas irem para a frente. A propaganda move esses ditadores do estado gigante como Lenin e Hitler. O ponto mais importante do seu discurso para ser aceito pelas massas, ou pelo menos pelos jovens e intelectuais é o fato de ser novo. Dizer que quer destruir o sistema vigente sempre aumenta os ânimos daqueles que não tiveram capacidade de obterem sucesso nesse sistema. Muito se critica, nos dias de hoje, alguns empresários por terem apoiado o nazismo. Isso se deve, em argumentos econômicos, ao fato de que no nazismo o controle sobre a propriedade privada ainda não era total. Capítulo 8 - Conclusão O que hoje se entende como esquerda ou direita só muda em pequenos detalhes, essas ideias continuam tendo como fruto o controle da vida privada e do capitalismo. Pós-fácio Foram alguns econômicas clássicos que deram o estopim para o controle pelo estado da economia, que depois se consolidou em Marx. Eles acreditavam que o arranjo ótimo nunca seria alcançado naturalmente pelas pessoas, assim, um órgãos externo, o estado, deveria impor certas situações para que isso ocorresse. O mecanismo de mercado importante a se entender que ocorre quando governos, em tempos de crise querem controlar preços é o seguinte: o preço máximo, fixado abaixo daquele que prevaleceria em mercados livres, faz com que os empresários estoquem o produto, esperando condições melhores de venda. Isso leva o governo a ordenar a liberação compulsória do estoque. Contudo, com o passar do tempo, o preço inferior induz uma redução na produção, resultando em oferta menor do que no início do processo. Seguem-se então esquemas de racionamento dessa quantidade inferior, que procuram garantir melhor distribuição do recurso tornado escasso. O capitalismo, no fim das contas, acaba virando o vilão na situação anterior, sendo que quem causou todo o problema foi justamente a intervenção estatal. Existem vários tipos de intervenção, o economista Lavoi nota que mesmo certas regulações que causaram o estado de Bem-estar social devem ser tomadas como regulações. O autor do pós-fácio propõe que Mises tem seus erros pois mesmo mais de 100 anos após seu livro, a razão não foi suficiente para fazer o mercado se sobrepor, sendo assim, ele propõe que Hayek com sua abordagem mais cética, seja aceita. Curiosamente o autor se esquece que foi justamente Hayek, e sua ordem espontânea, que propôs que as pessoas ficassem passivas esperando a eventual guinada a liberdade, condição que Mises nunca propôs, este sempre promovia a ideia de luta pelo livre mercado e completa negação dos mecanismos que o promovem, diferente da Hayek
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