Manual para Entender Direito o Libertarianismo - Hans-Hermann Hoppe
- Canal Resumo de Livros
- 25 de jan. de 2022
- 7 min de leitura

Manual para Entender Direito o Libertarianismo - Hans-Hermann Hoppe
Introdução
Hoppe começou como um marxista, foi até mesmo orientado por Habermas, ele dizia que o que gostava no marxismo é que ele tentava, por um sistema rigoroso, deduzir leis éticas.
Sua filosofia se baseia em que certas verdades podem ser obtidas a priori, e delas se induzem leis econômicas. Essa visão pouco ortodoxa, tendo em vista que intelectuais da economia gostam de teorias positivistas (como o keynesianismo) o fez não conseguir ser bem-vindo em toda a Alemanha, por isso Hoppe foi morar nos Estados Unidos, onde conheceu Rothbard.
Algumas pessoas que tentam refutar Hoppe citam que "felicidade" é um conceito ambíguo, por isso não deveria estar como condição transcendental da ação humana, mas é com a liberdade de mudar seu estado de mundo para aquilo que ele considera melhor, que definimos a felicidade. Ao buscar uma ética que seja perene, Hoppe obtém a Ética Argumentativa, que parte da ideia de que existem duas formas de se resolver um conflito: a força e o argumento. Se utilizar a força, está indo contra a condição transcendental da própria resolução dos conflitos, que é ser dotado de opinião (racionalidade). Disse Rothbard sobre a Ética Argumentativa de Hoppe: "um progresso fascinante para a filosofia política em geral e para o libertarianismo em particular, ele conseguiu transcender a famosa dicotômica é/deve ser, fato/valor (falácia naturalista/guilhotina de Hume) que assombrou a filosofia desde os dias dos escolásticos, e que colocou o libertarianismo moderno em um impasse enfadonho".
Tanto Rothbard quanto Hoppe eram avessos ao politicamente correto, Hoppe foi além e propôs a "remoção física" dos que não concordam com a cultura de uma localidade a qual são forasteiros. Os mesmos direitos de propriedade, que limitam negativamente a ação das pessoas, é o que leva o autor a concluir que existe a liberdade de associação (relacionar ou não se relacionar com o tipo de indivíduo que bem entender), ou seja, limitação regional e indivíduo por fronteiras.
Capítulo 1 - Um libertário realista
Se não houvesse escassez, conflitos humanos seriam impossíveis. O propósito das normas é evitar conflitos. Se não quisermos evitar conflitos, a busca por normas de conduta seria sem sentido. A única forma de que isso ocorra é se o direito de propriedade seja respeitado, sem isso, pessoas podem ter ideias diferentes do que fazer com os recursos que não são seus, nunca chegando a uma conclusão, a menos que se use a força por uma das partes. A resolução por argumentação só é possível se a pessoa for dona dos corpos não teria como garantir que está realmente argumentando. Saber que essas regras são logicas não implica em sempre utilizadas, ou mesmo que elas sejam obrigadas a ser utilizadas, da mesma forma que um erro de cálculo matemático pode ser executado durante a construção de um prédio e mesmo assim um evento ruim não ocorrer.
Para a esquerda nada disso importa, eles buscam a igualdade até em absurdos como beleza, aptidão social etc., nem que para isso o estado deva tirar dos que tem mais para dar para os que tem menos. Os libertários, pelo contrário, podem concordar com as propostas laissez-faire da direita, ou seja, que a desigualdade é algo natural. A ação corretiva no libertarianismo só ocorre quando o direito de propriedade não é respeitado. É natural a desigualdade, porém a esquerda pauta o estado a de forma permanente e impossível, buscar por meio da força a igualdade.
O igualitarismo apenas é pauta pois os intelectuais orgânicos do estado, por não terem um mercado aberto a suas teorias, acabam dependendo o estado para se sustentar, então defendem propostas que o aumentam. Essa simbiose alimenta tanto os intelectuais quanto o próprio estado. Somando isso as oligarquias empresariais, ou seja, as empresas alimentadas pelo dinheiro de impostos tiradas de pessoas ou empresas que lucram por conta própria, temos a receita de um estado gigante, porém fortemente apoiado. O estado premia quem nada produz tirando daqueles que produzem, criando uma alta preferência temporal em seus escravos, ou seja, tirando deles a vontade de investir, para se tornarem meros parasitas. Todos se tornam vítimas, menos os homens heterossexuais e brancos.
Libertários de esquerda acreditam que abolir o estado não será bom para os seus fins, pois assim as vítimas não serão recompensadas. Eles esquecem que vivemos em uma era que, graças ao capitalismo e seus derivados: hierarquia, herança, esforço etc., foi possível que mesmo as vítimas tivessem vidas melhores que qualquer rei do passado, pessoas que não colaboram em nada para as riquezas que usufruem, não seria então mais coerente que as vítimas devessem suas vidas aos vitimadores, pois é só devido ao homem heterose branco, ao catolicismo, e ao empresários, todos vilões no mundo daqueles que vivem estilos de vida alternativos, que muitos deles estão vivos.
É alimentando esse discurso que o estado vence, pois numa política de "divide et impera" coloca comunidade contra comunidade, família contra família, indivíduo contra indivíduo e assim, tirando a força dos grupos, acaba reinando sobre eles.
Esquerdistas, por pensarem que todos são "iguais", não vê diferença na imigração de pessoas em comparação com aqueles que já são do local, na verdade eles veem isso até como algo bom para a multicultura. Em resumo, não podem existir "libertários de esquerda" pois todas as pautas destes dependem do estado para existir.
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Capítulo 2 - Democracia, descivilização e a busca por uma nova contracultura
Para que não haja conflito, o direito de propriedade deve ser absoluto e por meio de trocas ou doações as propriedades podem ter outros donos. A primeira apropriação, tal qual o homestading americano, está alinhado a ética libertária pois, como a pessoa é o primeiro apropriador, não houve logicamente conflito com outra pessoa. Assim, é injusto que alguém que não obteve por trocas voluntárias ou por primeira apropriação queira agir sobre a propriedade alheia.
Estado toda para si tudo, se tornando até mesmo o monopolista do direito, sendo que o direito por definição só funciona com um terceiro não viesado para julgar a condição de verdade de algo. Em suma, a pessoa é roubada, o estado para prender o bandido rouba de novo a pessoa por meio de impostos, e finalmente a pessoa é roubada uma terceira vez por ter que pagar a estadia do bandido na cadeia, também por meio de impostos.
O sentimento de inveja é a emoção mais discivilizatória. Desde as antigas religiões a inveja é combatida. Porém esse é o motor da esquerda, da democracia e do estado. Portanto a consequências da expropriação do direito pelo estado: seu próprio aumento. Junte isso aos "intelectuais orgânicos" do estado que precisam deste para sustentar suas carreiras que não tem apelo mercadológico nenhum e as pessoas que não são responsáveis pela própria vida e precisam do estado, assim surge a divisão que o estado precisa para vencer. Hoje nos EUA, por exemplo, cerca de 25% das pessoas são dependentes do estado.
Cada geração de político usa mais dessas estratégias para acumular poder, e invés das pessoas quererem o fim desses bandidos, elas os aplaudem.
Capítulo 3 - Libertarianismo e a Alt Right: em busca de uma estratégia para a mudança social
Como recursos são escassos, buscamos uma forma de evitar conflitos para conseguirmos aquilo que queremos. Se não fosse o caso, estaríamos apenas lutando uns contra os outros. Por esses princípios de liberdade, entre outros, que a alt right ganhou tanta força nos EUA recentemente, principalmente na eleição de Trump. Eles não são um grupo coeso, estão mais unidos pelo o que são contra do que pelo o que são a favor, ou seja, são contra a degeneração social. Querem nada mais que o funcionamento da lei natural, algo comum, porém enterrado pelas patologias esquerdistas.
Uma de suas principais reclamações é sobre as fronteiras abertas. Pessoas de cultura diferente entram em sua terra e a modificam, sem a sua permissão, agindo de forma violenta contra você com o apoio total do estado e da patrulha esquerdista. Uma comunidade só é coesa se tem as mesmas tradições.
Quem são os inimigos? Em primeiro lugar o estado profundo, composto por militantes, serviço secreto, bancos centrais e suprema corte. Em segundo lugar, os burocratas educadores, como os intelectuais e professores. Finalmente temos a mídia.
Enquanto a esquerda, que não precisa fazer nada e ganha tudo do estado, se faz de vítima, a verdadeira vítima, que paga por tudo isso e não tem apoio de grupo barulhento nenhum, é a família branca e cristã, logo, eles são os mais aptos a escutar a mensagem libertária.
Algumas dicas de como as coisas podem melhorar: pare a imigração em massa (confiar ao estado a defesa de fronteiras, como qualquer importante missão, é um erro), parar de atacar países estrangeiros, desbancar elites governamentais e intelectuais orgânicos (de preferência mostrando seus gordos salários e interesses), acabe com os bancos centrais, acabe com todas as ações afirmativas (cotas por exemplo), destruir a máfia antifascista (estes que chamam todos que pensam diferente deles de "inimigo do progresso", destroem a vida destes cancelando na internet ou pressionando empregadores), destruir gangues, se livrar de todos os parasitas da assistência social (que são importantes para o estado para solidificar sua posição), tire a educação da mão do estado (quanto mais tempo a pessoa está na educação pública, mais dependente do estado se torna e é comprometido com igualitarismo e politicamente correto), não confie em políticos e partidos.
Capítulo 4 - Amadurecendo com Murray
Murray Rothbard foi uma grande influência para Hoppe. Quando Hoppe foi morar nos EUA, por falta de apelo a liberdade na Alemanha, acabou conhecendo Rothbard, que sempre foi uma pessoa muito gentil. Ele percebeu que a crítica mais vociferante a liberdade não viria do socialismo tradicional, mas dos liberais.
Apesar de várias tentativas de destruição de carreira por ideólogos em suas universidades, Rothbard sempre conseguiu mostrar que estava acima disso tudo, porém, devido a sua personalidade gentil, não usou de sua influência para criar um departamento forte, cheio de libertários, o que eventualmente foi fazendo sua influência diminuir, até sua morte. Depois disso, Hoppe ainda continuou na UNVL, mesmo com os aumentos dos ataques dos "antifa".
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