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Nossa Cultura... ou o que Sobrou Dela - Theodore Dalrymple

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 14 de jul. de 2018
  • 8 min de leitura

Atualizado: 15 de ago. de 2018



Nossa Cultura ou o que sobrou dela - Resumo


1ª parte: O mal: Aquela velha história do mal estar presente no ser humano intrinsecamente, mas nossa atitude imatura com referência a isso retira a importância da luta de nossas tradições, o exemplo das fotos na guerra é sensacional, a forma como Dalrymple a vê em contraste com os seculares, a beleza por trás da coragem dos fotógrafos em comparação com a atitude antiguerra dos seculares.


2ª parte: Shakespeare: Dalrymple analisa algumas obras dele e como ele pode ser lido por qualquer ser humano por suas questões serem atemporais e universais. Macbeth por exemplo pode exemplificar qualquer um de nós quando retirado seus escrúpulos morais, coisa que a sociedade secularizada faz. Shakespeare mostra que a linha entre o bem e o mal está dentro de todos, que o mal é inerente e que é impossível se atingir a perfeição socialmente, é sempre uma luta interna e normalmente fadada ao fracasso, mas é o que nos faz diferente dos animais. Tentarmos controlar nossos instintos é o que nos faz humanos e os arranjos sociais dependem disso. Claro que Shakespeare não é puritano. O puritanismo ainda faz suas vitimas como por exemplo garotas que são mortas pelos pais (acredito que nesse ponto existem mais questões psicológicas) por terem feito algo sexualmente "errado". Shakespeare mostra que a castidade é historicamente uma virtude importante porque civiliza as relações sexuais e uma sociedade que não dá valor à castidade também não dá à fidelidade (além de todas as questões neurológicas associadas a dependência em sexo). Cita também que é errado julgar uma ideia de castidade aprovada por alguém, caso esse alguém falhe em sua castidade ou pureza ideológica, reduzindo-a a hipocrisia, isso limita a discussão e também o fato importante que algo feito por um individuo nem sempre é bom quando generalizado a sociedade. Reduzir o problema a liberação total a todos os indivíduos como solução do problema é uma forma imatura de solução que nunca deu certo, nem no âmbito particular. A vida sexual deve ser sempre velada pois diferente disso vira apenas uma função animal. "Aquilo que é inerentemente íntimo, e isso quer dizer autoconsciente e humano, não pode ser falado abertamente: a tentativa produz apenas grosseria".


3ª parte: Deselegância: Dalrymple faz o link entre atitudes deselegantes como palavrão, deturpação e suas consequências na sociedade. Como Manson (cantor pop) faz suas atitudes grosseiras apenas para deturpar e não agrega em nada. Cita que se a censura fosse tão ruim para as artes, grandes obras não teriam surgido, e numa época livre surgem abominações.


4ª parte: Marx: mostra como a obra de Marx é marcada por ignorar a humanidade no humano, o vê-lo apenas como parte de um grande todo, que não se interessa em estudar o homem porque já conhece os Homens. Incita a violência a todo o momento contra quem ele considera contra a revolução. Coisas como trabalho obrigatório para todos, exércitos industrias para o campo, etc. Um trecho importante dessa análise é quando ele diz que, segundo Marx: "as ideias que as pessoas tem são determinadas pela posição que ocupam na estrutura econômica", ou seja, a violência contra elas é justificada independente do que pensam.


5ª parte: Literatura distópica: antes disso uma passagem por Zweig, que escreve sobre uma mulher que teve uma paixão que a fez viver mais por 24 horas do que por toda sua vida. Parece ir de desacordo com as ideias do autor mas, ao contrário, mostra que uma paixão legitima tem o poder de mudar nossa vida e que, numa sociedade como a nossa em que a histeria é generalizada, sentimentos como esse morrem num mar de sentimentalização por qualquer motivo. Agora ele faz uma análise interessante sobre Admirável Mundo Novo e 1984, no primeiro ele mostra como Auxley pensava que a busca a gratificar instantemente os seus desejos ao longo de suas vidas nos torna iguais a animais. Mostra que os desejos de adolescentes e velhos se tornam os mesmo. (Bestialização devido ao vício em dopamina)? Orwell em 1984 demonstra seu medo na sovietização da Inglaterra, mas, mesmo que isso não acontece de fato em politica, já na época dele ocorriam manipulações em massa pela BBC. No livro do mesmo (vale lembrar que Orwell nunca viveu num estado socialista) acontecem coisas como destruição da família, o mesmo que ocorria na União Soviética. Atitudes como Novalingua em 1984 vão ao encontro da mudança de termos feitos hoje em dia pelo politicamente correto. Faz uma analogia com um trecho do livro em que o personagem faz cópia de uma crônica sobre capitalistas, esses bem caricatos da mesma forma que movimentos politizados como feministas fazem de seus algozes. Destruição da história vem ocorrendo ao tentar destruir o antigo em tradições artísticas. Esses livros mostram como Shakespeare é uma fuga na imbecilização, o mesmo ocorre na vida real, de acordo com o autor, ao conversar com um rapaz da Coreia do Norte. Tocqueville dizia que um governo que faz tudo por você "quer fazer um trabalho benevolente e dar alegria para o público mas acaba querendo ser o único árbitro dessa felicidade. Se suprir as necessidades e facilitar os prazeres, acaba fazendo a vontade dos homens se amolecer dobrar e ser guiada, não despedaçada. Custine e Tocqueville fizeram analises sobre Rússia pré-URSS e EUA, respectivamente, mostraram por fontes diferentes que os seres humanos tem algo que compartilharam quando associado a arranjos políticos. A Itália se mostrou um lugar que evoluiu mais que a Inglaterra por que nunca dependeu do estado. Cuba diz que tem uma ótima medicina e alfabetização, mas as pessoas não tem remédios, sabão, querem qualquer coisa por dólares, contrabandem carne para restaurantes ilegais.


6ª parte: Vícios: um adendo a o "vício social" que é o sentimentalismo, e suas consequências. Ele novamente usa o exemplo da morte da princesa Daiana, que era uma figura caricata da época, criticada mas depois foi totalmente beatificada, e se tornou um individuo acima das instituições (o fato da bandeira no castelo ter sido colocada a meio mastro é um exemplo dessa glorificação exagerada). No capítulo sobre drogas ele deixa claro que o argumento filosófico está longe de fazer sentido, tanto pela questão de Mill cita sobre liberdade é não agir sobre a vida dos outros, afinal de contas um drogado sempre acaba agindo sobre a vida dos outros (homens não são ilhas) e a questão de liberdade não ser apenas fazer o que os seres humanos desejam para se divertir (já dizia Kant). Liberdade econômica é diferente de liberdade para usar LSD. E atitudes boas e certas para a sociedade não são necessariamente boas para o indivíduo; um presidio, por exemplo é bom para a sociedade mesmo que não seja bom para o individuo que nele habita. Não ajuda a abrir a mente (afinal a maioria das pessoas se torna escrava, presa). Liberar uma coisa ruim pode criar o efeito "janela quebrada". Controle de drogas pelo estado também não ajudou muito na diminuição da violência. Tirar do controle dos traficantes com um comércio aberto não é bom porque sempre vai haver algum mercado para eles, além disso esses sujeitos sempre continuaram a cometer crimes. Diferentemente do que ocorreu na época da Lei Seca, o álcool é uma droga que já está na humanidade há milhares de anos, as drogas proibidas não, além disso elas estão em abundância. A guerra contra as drogas está perdida, da mesma forma que a guerra contra a morte, mas não é por isso que deve-se parar de lutar. O estado agiria mais sobre nós para o controle do uso de drogas como hoje já o faz em relação ao álcool no trânsito por exemplo. Sobre sexo o autor cita que hoje o ato sexual deixou de ser algo privado, não sendo mais privado privado, deixa de ser humano, acaba por se tornar uma busca por prazeres igual a animais: "Todavia, ninguém percebeu que a perda do sentido de vergonha significa a perda da privacidade, e que a perda da privacidade significa a perda da intimidade, e que a perda desta última produz a morte da profundidade. Com efeito, não existe maneira mais eficiente de produzir pessoas rasas e superficiais do que as deixar viver vidas completamente expostas, sem a ocultação de nada". Vai ao encontro da famosa frase de Burke: "estabelece-se na eterna constituição das coisas, que homens de mente intemperada não podem ser livres.", ou seja, o ideal Kantiano de liberdade no ato de domar os próprios desejos. Os autores modernos são totalmente contra essa tese, de acordo com eles, se você tem problemas de bem-estar, então que o estado de mais bem-estar, se você tem problemas sexuais, então sexualize mais sua vida. Nenhum local onde a sexualidade foi mais livre se tornou mais feliz. Experimento feito com pessoas que mudaram seu sexo forçadamente se mostrou desastroso, por exemplo.


7ª parte: Falta de cuidado dos pais: eles falam sobre o caso dos assassinos ingleses que mataram muitas vitimas por 25 anos. Normalmente eram garotas que não tinham uma família forte. Fugiam de casa e acabavam pegas por esse casal, o "estado" não foi um bom pai para elas, o que faz o autor concluir que a família continua sendo extremamente importante para a construção segura de um adulto. O sentimentalismo reinava nesse casal, mesmo depois de muitos assassinatos, continuavam achando que tinham algum tipo de humanidade apenas por demonstrar esse sentimentalismo ridículo. Esse mesmo fenômeno o autor cita no caso do assassino de ex-namorada, um cara ciumento, que namorou várias menores de idade que não tinham famílias fortes, este cara as machucava, as mesmas já sabiam do histórico desse rapaz e mesmo assim buscam ficar com ele, o que mostra a consequência de pessoas que não refletem sobre suas vidas e famílias que aceitam esse tipo de coisa como natural.


8ª parte: Outras culturas: O autor cita a história de um diretor que afirmou uma obviedade: que pessoas de outra cultura quando tentam se alojar em outro país, devem ter seus filhos ensinados a conviver com aquela cultura como se fosse sua. Este homem sofreu muito por essa afirmação. Ele acreditava que conversa franca e contraditória era possível mas chegou um ponto que não era mais, o real proposito daqueles que defendem a denominada diversidade cultural é a imposição da uniformidade ideológica. Vale lembrar que o país alvo de sua analise, o Paquistão, em toda a sua história, não conseguiu obter um regime democrático. O autor cita alguns problemas com o islã, que por mais que existam abusos contra a mulher nessa cultura, as feministas não falam nada, porque o choque entre o multiculturalismo e os problemas de ordem feministas sempre acaba em silêncio. O autor cita que esperava que o islã se atualizasse, mas mudou de ideia porque percebeu que os muçulmanos viram o efeito da secularização e reforma no cristianismo e não querem isso, e estes religiosos fazem muitas atitudes para isso não ocorrer por sinal. Problemas característicos no islã são o fato de ele não dividir estado da religião, ou seja, não consegue evoluir sem estar nas costas do cristianismo. Ele cita que essa religião está morrendo, quem vem do Paquistão para Inglaterra está fugindo dos efeitos do islã, não o propagando. Cita problemas na França, o trecho foi escrito em 2002 mas profetizou algo que aconteceu, jovens que são francês mas não amam a França, sem emprego e vivendo em guetos, estariam vulneráveis a uma redenção no islã violento, e foi o que aconteceu vide os atentados recentes. O último trecho do livro é referente a áfrica pós-colonização. Ele cita que a desculpa de que na áfrica os problemas são causados pelas divisões que não respeitaram as tribos é um erro, pois em todos os países onde isso foi respeitado, os problemas sociais não se resolveram. A causa da pobreza também não é educação, pois no Congo muitas pessoas a tinham e a usavam para fazer parte da burocracia do governo o que inchou a máquina pública, tirou emprego das pessoas e estragou a parte principal da economia que era a agricultura. Ele cita também que nem sempre os governos são reflexos de seu povo, pois na áfrica o povo é muito respeitoso e honesto, mas os políticos não, e isso se deve a visão paternalista e tribalista de quem entra no governo.


 
 
 

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