O Fundamento Último da Ciência Econômica - L. von Mises - Resumo
- Canal Resumo de Livros
- 4 de mai. de 2020
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O Fundamento Último da Ciência Econômica - L. von Mises - Resumo Prefácio Todos os erros relacionados a analise econômica ocorrem devido a analisar essa ciência com positivismo. Positivismo é um processo epistemológico que diz que todo conhecimento é fruto da experiencia, toda a metafísica é deixada de lado nesse tipo de processo. Para compreender essas questões de epistemologia, é bom utilizar exemplos, por isso Mises demonstrará algumas consequências destes em economia. ALGUMAS OBSERVAÇÕES PRELIMINARES ACERCA DA PRAXEOLOGIA, EM VEZ DE UMA INTRODUÇÃO Epistemologia é a ciência base pois analisa os processos para se construir conhecimento. A base de todo pensamento é a ação, por tanto ela será o cerne de nessa analise epistemológica. Ações ocorrem porque seres que não são todos poderosos querem transformar o mundo onde um estado pior para um melhor. Para esse fim se usam meios. Um ser todo poderoso não age pois para ele não existe distinção de meios e fins. Isso parece tudo muito logico, porém a ciência atual não segue isso como nada além de tautologias, principalmente porque essa ciência colocou a baixo qualquer utopismo positivista. Uma tentativa de minimizar a importância dessas proposições a priori é dizer que elas não tem nenhum significado. Para dizer isso a pessoa cai em contradição pois para essa argumentação precisou fazer proposições a priori, afinal a experiencia não diz não pode dizer nada nessa analise. Essa verdade é tão evidente e indispensável a mente humana quanto a distancia entre A e não-A. Para a praxeologia é impossível refutar o “mundo real” pois ele é necessário para a construção da mente humana. São esses elementos que oferecem resistência a um ser humano que, sem eles, seria todo superpoderoso. Ação pressupõe causa e efeito, ninguém age sem esperar que essa ação terá alguma consequência. Mesmo na mecânica quântica, onde não se pode ter uma determinação exata do comportamento das partículas, se pressupõe a praxiologia pois ao medir, se faz ações onde se espera consequências. CAPÍTULO 1 - A MENTE HUMANA Houve o tempo em que se pensava que todas as coisas tinham uma mente humana. Isso foi obviamente posto de lado, porém tomou força a ideia de que os fenômenos mentais afim devido apenas ao mundo experimental, como s a lógica não tivesse nenhum significado. isso é diferente do que propôs Kant, que dizia que o mundo experimental é apenas a fonte de onde as analises a priori fluirão. Essa diminuição da importância do pensamento logico a priori se deu justamente quando se mostrou que a geometria euclidiana não poderia dar conta de todos os problemas da matemática. uma má interpretação de uma área com bastante sucesso com a matemática chegou a influenciar grandemente a filosofia. Porém vale ressaltar que a logica a piro na matemática não pode ser "mapeada" na praxeologia. Negar a logica a priori como um todo é ridículo, pois vemos a matemática "funcionando na pratica" quando olhamos para a engenharia, por exemplo. Dizer que a matemática são apenas tautologias é um erro, um triangulo tem suas propriedades não porque foi definido que "dentro de um triangulo os ângulos são 180 graus" por exemplo. Darwinianamente, esse aparato logico a priori foi útil para a evolução dos seres humanos. Algum grupo de hominídeos, com a mesma estrutura corporal dos homens, não tinha essa mesma capacidade logica, não apenas de computação" mas sim do aparado a priori, que fez o homem fazer as melhores escolhas evolutivas, tal qual são as melhores escolhas em economia quando feita usando essa logica. OU seja, se não houvesse algo de permanente nas manifestações da mente humana, não poderia existir qualquer teoria do conhecimento, mas apenas um histórico das várias tentativas feitas pelo homem no sentido de adquirir conhecimento. Por mais que pareça uma ferramenta absoluta, o a priori está limitado a nossa condição humana, é provável que um outro animal ou mesmo um ser com mente superior (todo poderoso) tenha um dispositivo mais apurado com a o priori mas é o que temos no momento. Só existe qualquer conhecimento que pode ser dado a posteriori, ou seja, experimentalmente, porque existe previamente o a priori da causalidade. O fato de fazermos experiências de qualquer tipo para construir algum conhecimento leva implicitamente em conta que precisamos de causalidade, ou seja, uma ação ter alguma consequência. Algumas filosofias erradas do conhecimento são a empirista e a historicista, essa que supõe que, tendo uma boa visão do todo pode saber o que virá no futuro tendo em vista o passado. Isso não funciona nem mesmo no estudo das partículas. A quântica criou um outro paradigma, que acabou tornando alguns cientista meio céticos quanto a causalidade. Curiosamente depois de tanto estudo do movimento que vem desde galileu, agora alguns cientista acham que não há mais causa para o movimento, apenas um animismo bizarro das partículas. Pior que isso é a proposta de Marx ,que dizia que "forças" refletem sobre seus próprios problemas, a ponto de mudar a economia do mundo tornando-a socialista. Posteriormente no livro O Capital ele muda, dizendo que essas forças são na verdade as massas proleta´rias. A bela conclusão que Mises tira disso é que, qualquer doutrina que pregue que algumas forças "reais" ou "esternas" escrevem sua própria história na mente humana, tentando portanto reduzi-la a um aparato que transforma realidade em ideias tais como o órgãos digestivos absorvem os alimentos, é incapaz de distinguir entre o que´e verdadeiro e o que não é. CAPÍTULO 2 - A BASE ATIVISTA DO CONHECIMENTO A busca da religião da metafísica sempre foi, em poucas palavras, buscar sentido no universo, e a verdade obtida nessa busca deve chegar num dado irredutível. Para a compreensão devemos levar em conta que dados transcendentes, que envolvem deus por exemplo, não entram nessa analise, e para Mises nada que faça juízo de valor também fará parte dessa analise. Alguns, como Augusto Comte, propunham que essa verdade sairia de uma longe mecanicista tal qual as verdades científicas, outros que sairia de uma "ação consciente da sociedade", ideia que na verdade só serviu para ditadores aplicarem absurdos em seus domínios. Uma forma didática de entender os dados irredutíveis citados anteriormente é perceber que na história, o dado irredutível. É o individuo, ou seja, qualquer evento histórico ocorreu devido a ações de indivíduos, e não por conta de ações sociais, pois sociedades não agem. As ciências naturais, por outro lado, tem uma regularidade que ciências humanas não tem, por isso podem ser estudadas de forma mecanicista. O entendimento que dá conta da motivação das ações dos outros não entra nem numa analise mecanicista, mas sim da historia. CAPÍTULO 3 - NECESSIDADE E VONTADE Os positivistas acreditam que tudo é dado a partir de experiências a posteriori. Levando em conta sua própria filosofia, de onde se deu essa afirmação, pois em qualquer analise ela é irrefutavelmente a priori. Outro método que alguns dizem ser conhecimento definitivo mas é apenas outro modo de entender a história é a estatística. Alguns floreios são feitos em torno do livre arbitreo (que por seu caráter transcendental nada diz a praxeologia) e a previsões (também impossível de ser utilizada como método de conhecimento). CAPÍTULO 4 - CERTEZA E INCERTEZA O empirismo radical ignora qualquer conhecimento a priori, dizendo que verdade não existe, usam como argumento que por vezes previsões praxiológicas não dão certo. Isso ocorre é verdade (também com previsões matemáticas) mas isso se dá unicamente ao fato de que não podemos prever a ação das pessoas, antecipar juízos de valor das pessoas é impossível, mas que todas essas estão agindo para transformar seu estado de mundo em algo melhor é irrefutável. Estes mesmos não levam em conta que operações que fogem do seu escopo e controle que mantêm a estrutura social que lhes permite estar vivos (em outras palavras, capitalismo). A precariedade na previsão de assuntos humanos é talvez o trecho que mais diz sobre a estrutura epistemológica da praxiologia. É impossível fazer previsões certeiras em elementos praxiológicos pois estes previamente necessitam da capacidade de aprender, e mesmo a mais ínfima previsão sobre seu futuro alteraria suas ações o que faria essa previsão mudar. Tomar a decisão certa no que se refere a economia está muito vinculado com o meio em que essa decisão vai ocorrer, num país comunista, por exemplo, a possibilidade de acerto é baixa pois, como não há um sistema de preço, não existe um norte econômico a ser seguido. O método científico não serve pois nada na ciência econômica pode ser medido de forma constante em relação a outras variáveis. CAPÍTULO 5 - ALGUNS ERROS POPULARES QUANTO AO ESCOPO E AO MÉTODO DA ECONOMIA A utilidade marginal leva em conta o homem normal, não a um homem ideal que corresponderia de forma constante e perfeita aos estímulos, a única certeza que temos é que esse agente irá sempre promover um estado de mundo que é melhor para ele em sua consciência. E quem age é o individuo, não a sociedade, por mais que alguns ditadores conseguiram aproveitar de contextos sociais importantes para impor sua ditadura, como Hitler que aproveitou do fato do povo alemão ser muito importado com o contexto "social", colocando isso em todas as suas politicas, aumentando o estado e diminuindo o individuo. Individuo esse que, se rico, é visto como um grande economista e rejeitado pelos defensores do estado, mas aqui todos caem em erro pois empresário e economista são diferentes, necessitam de informações diferentes para chegar a conclusões certas em suas respectivas áreas. Concluímos então que o individuo é o dado irredutível da ação humana. Um erro recorrente é diminuir a microeconomia. Qualquer analise macroeconômica deveria esquivar-se de qualquer referencia a preços e moedas. Levando essa analise a fundo, imprimir dinheiro seria um ponto importante. Mas o que ocorre é que imprimir dinheiro não gerá valor, e sim acumulo e melhora tecnológica. Uma dedução praxiológica dos efeitos desse acumulo pode ser feito. O acumulo daria a capacidade aos empresários investir e criar mais atividade tecnológica., o que faria, mesmo as pessoas que em nada ajudaram nesse avanço, a ter melhora na sua vida devido a riqueza marginal. Devido a vários fatores é usual as pessoas não enxergarem a economia dessa forma. As pessoas acabam criticando aqueles que fornecem serviços, dizendo que são muito mesquinhos e egoístas. Esquecem que a culpa de possivelmente passarem fome não é do padeiro, mas sim dos que não permitem que mais padeiros surjam, ou seja, a força que comanda os impostos. Todos seriam prejudicados se o padeiro, xingado de mesquinho, parasse de fazer seu serviço, o mesmo para farmácias, que são fortemente acusadas de falta de empatia, criar doenças, etc, sendo que sem elas as pessoas não teriam como comprar remedi-os. Um dos pontos que cria essa incapacidade das pessoas medianas perceberem a economia desse jeito são as palavras utilizadas. Usasse a mesma palavra para competição no mercado e na biologia, sendo que no primeiro caso a competição cataláctica no mercado atribuí a cada individuo aquela função que ele seja capaz de prestar aos seus semblantes com mais valor, enquanto na biologia é pura luta por sobrevivência. Essas pessoas criticam o vendedor de carvão por passarem frio, e não o frio em si mesmo, sendo que sem o vendedor não teriam qualquer possibilidade de não passar frio. Mises resume de forma primorosa a questão do egoismo: Tal era o raciocínio que levou muita gente a conclusão de que a fonte de onde brotam os lucros do homem de negócios é a necessidade e sofrimento de seus semblantes. De acordo com esse raciocínio, o medico ganha a vida coma doença do seu paciência, e não com a cura. As padarias prosperam com a fome, e não porque fornecem os meios de aplacá-la. Não há homem que lucre senão as custas de outros homens; o ganho de um homem é necessariamente, a perda de outro. Num ato de troca, só ganha quem vende, enquanto quem compra se dá mal. O comércio beneficia os vendedores prejudicando os compradores. A vantagem do comércio internacional, diz a doutrina mercantilista, a antiga e nova, consiste em exportar, e não no importado pago pelo exportado. A única forma dessas falacias serem deixadas de lado é se aqueles que teorizam e defendem as ideias certa obtenham apoio publico. Alguns teóricos acreditam tanto na sua teoria utópica perfeita que se apoiam no primeiro tirando que promete segui-la, ou este mesmo vira o tirano. Mesmo Platão acreditava que deveria chegar um tirano que colocasse em prática suas ideias, independente da vontade de outras pessoas. Mises curiosamente acredita que é necessário um governo para manter a paz, pois ele diz que as pessoas não são anjos e assim precisam de um orgão que tenha poder sobre aquilo que controlará, ou seja, a violência. Percebe-se que Mises acredita nisso pois, anteriormente a essa fala, ele cita que não consegue fundamentar ética por praxiologia, e sendo assim ela ainda estava contingente, isso muda a partir da ética argumentativa descoberta por Hoppe. CAPÍTULO 6 - SUBSEQUENTES IMPLICAÇÕES DA NEGLIGENCIA AO PENSAMENTO ECONÔMICO Behavioristas acreditam que podem reduzir o humano a seus traços animalescos, deixando de lado aquilo que nos diferencia dos animais: a capacidade de controlar o meio para obter um fim. O homem não é um animal, desde Aristóteles é chamado de animal social, mas a parte social não é por conta da natureza animal. As ciências humanas, na época dos patrísticos e escolásticos, buscavam um acordo entre a possibilidade de pensar e a graça divina. isso foi deixado de lado a partir da Revolução Francesa, e hoje, toda a ciência social se compromete com a propagação da doutrina coletivista, deixando de lado qualquer alusão a importância do individuo. Essa revolução de pensamento, levando em conta os acontecimentos da Revolução Francesa, novamente, confundem as pessoas quando algo realmente importante e paulatino é chamado de Revolução Industrial, colocando no mesmo pacote semântico eventos que não tem absolutamente nada ver. A Revolução Industrial e suas consequências comerciais são a verdadeira justiça social, pois essas pessoas ricas e criativas só podem se manter no topo da riqueza se conseguirem servir os mais pobres. E o que realmente faz mal as pessoas é o governo, que tira dinheiro das empresas para subsidiar outras que não conseguiram servir bem as pessoas e por isso faliram. Mesmo que as pessoas demandem porcaria, elas são livres para isso, qualquer sociedade que não permita é dominada por um tirano que promove essa falta de liberdade. CAPÍTULO 7 - AS RAÍZES EPISTEMOLÓGICAS DO MONISMO Não há experiencia que possa sustentar que tanto a faculdade de pensar quanto a estrutura original das coisas estavam juntos no inicio de tudo. Os empiristas ignoram isso, e se baseiam em verdadeiras totalmente injustificadas para sustentar sua epistemologia. Ignorar esse fundamentos é ignorar o que fez a sociedade ocidental florescer e enriquecer. Percebemos a decadência dessa devido a falta de conhecimento em epistemologia pela crescente de seitas idolatras, nova era e astrologia. O mesmo que ocorreu no Império Romano antes de sua queda, já apontado por Olavo de Carvalho em seu livro "Jardim das Aflições". Alguns positivistas, por outro lado, acreditam que tudo pode se reduzir a mesma forma que os problemas de física e química. Isso não seria possível (reduzir problemas humanos a problemas mecânicos), pois o que envolve humanos está diretamente relacionado com ideias. Em geral esses positivistas reclamam a liberdade do capitalismo, querendo planejamento. Mas, toda vez que reclamam da desigualdade, estão implicitamente homenageado os produtos gerados pelo próprio. Estes "intelectuais", tal qual os homens médios, são movidos por inveja, e por isso criticam aqueles que os superam em algum aspecto. Eles querem o fim dos criativos e idealizadores. Tal como Platão e Marx, os tiranos querem petrificar as condições humanas. A forma de resolver esses problemas é que os historiadores devem compreender condições politicas, perceber o problema que o positivismo criou nelas. A epistemologia deve desmascarar essas falacias. CAPÍTULO 8 - O POSITIVISMO E A CRISE DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL Resumindo, nossos poderes mentais ainda (supondo ser possível) não conseguem sair do dualismo para o monismo no que se refere a ciências humanas e naturais (por mais que Hoppe tenha provado que é impossível, posteriormente). O progresso se dá devido a empresários, cientistas-inventores e poupadores. O capitalismo promove aqueles que servem melhor a maioria das pessoas. Qualquer sistema que tente controlar isso acaba aniquilando a liberdade. A maioria desses, socialistas, querem também refutar a metafísica, acreditando que a filosofia certa é a positivista, pois apenas na contingencia dessa é que suas ideias refutadas tem algum valor. Isso se mostra claro quando analisamos a "sociologia do conhecimento" de Karl Marx. Ela propõe que, já que a teoria econômica de Marx foi facilmente refutada, que toda crítica a ela era infusada pois, de acordo com seu polilogismo, tudo que alguém pensa é devido as ideologias de sua classe, ou seja, refutações ao marxismo ocorriam apenas porque os refutadores eram burgueses (percebemos os frutos disso no século XXI em obras importantes como a de Yuval Harari, onde este cita que os experimentos psicológicos estudados atualmente só ocorrem com pessoas "classe média", também nas ideologias de esquerda quando não permitem o dialogo devido ao 'lugar de fala"). Vale a pena citar que, mesmo deixando de lado todas as refutações lógicas, em todo lugar que o comunismo foi aplicado ele deu errado.
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