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O Marxismo Desmascarado - L. Von Mises - Resumo

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    Canal Resumo de Livros
  • 26 de jan. de 2020
  • 19 min de leitura


O Marxismo Desmascarado - L. Von Mises - Resumo


Prefácio

Ludwig von Mises (1881-1973) o autor desse livro e um dos maiores economistas da história, nasceu no império Austro-húngaro. Por mais que esse estado nem exista mais, sua obra não é datada. Previu com maestria os malefícios do comunismo, que ainda não havia sido implantado, na URSS.

Ele tinha um senso de liberdade único, que o fazia não se encaixar nos padrões da época, sejam os considerados de direita ou de esquerda, no velho continente. Sua história vai ao encontro da Polônia da época, uma terra brava em guerras mas que nunca foi reconhecida por isso. Suas ideias iam contra o que o império considerava atual e relevante, que era o aumento do estatismo, principalmente na parte que viera a se tornar a Alemanha, no seu país de origem. Em especial a parte católica do império era bem estatista.

O conceito de liberalismo era bem claro quando os liberais clássicos o criaram: estado o menor possível, liberdade total na economia. Isso foi deturpado, a ponto de que, nos Estados Unidos, liberalismo seja sinônimo de socialismo light. Mises via o perigo nisso, no coletivismo étnico e socialista que se aproximaria se a politica da Alemanha continuasse seguindo da forma que estava. Por ser versado não apenas em economia, percebeu esses problemas e, quando pode, foi para o Novo Mundo.

Nos Estados Unidos, por mais que nunca tivesse sido professor de carreira, conseguiu uma legião de fãs devido a sua fluência e inteligência.

Na versão brasileira do prefácio, Antônio Paim cita que Mises se baseou nos escritos de Bohm Bawerk, que refutou a teoria marxistas 20 anos antes dessa começar a ser conhecida. Mises dizia que nem todos que se consideram de direita, como os conservadores, realmente se opuseram ao socialismo. Os funcionários de governos de direita também querem o crescimento do estado, devido a essa facilidade ideológica muitos governos e nações aceitaram o socialismo facilmente.

Neste livro Mises se propõe a mostrar a realidade que se esconde por trás da suposta ciência do marxismo. Um exemplo rápido e esclarecedor da falta de consistência científica de Marx é o conceito de classe social, central na teoria marxista porém que este sequer definiu em nenhum dos seus escritos. Essa indefinição causa consequências teorias desastrosas, como o fato de que no marxismo, o individuo nunca está certo quando sua teoria vai de encontro com a da "classe". Mises também mostra a falha no conceito de salários no capitalismo, Marx diz que esses são apenas para a sobrevivência do trabalhador e da prole, porém definir isso, nas palavras de Mises, é "reduzir o individuo a um tipo e microbio sem força de vontade ou livre escolha". Marx deixa de lado que, na condição de assalariado, é o trabalhador que decide o que o patrão deve produzir.

Marx não era o gênio que muitos esquerdistas pregam. Ele não tinha a capacidade de perceber o mundo que o cercava, de acordo com as fontes de Mises, ele não sabia o que ocorria no próprio bairro, devido a não notar que as pessoas lutavam pela nacionalidade e não pelo conceito de proletariado. Ele nunca foi um pacifista, novamente contra o que hoje é pregado.

Até hoje existem duvidas sobre se há diferença entre comunismo e socialismo. No surgimento da teoria de Marx as palavras eram sinônimos, porém, quando o regime socialista acabou não se consolidando, essa palavra caiu em desuso, então o socialismo se tornava um estágio inferior ao utópico comunismo. Isso abria brecha para que, durante o dito socialismo, o governo mantem-se a diferença de salários, dando mais regalias aos membros do partido do que aos camaradas da fabrica.


Introdução

Em suma, a ordem socialista é a substituição do capitalismo, onde todos os meios de produção serão nacionalizados e o planejamento econômico irá gerar prosperidade material superior. Mises, ao contrário, dizia que é apenas na liberdade econômico que os preços irão refletir os reais intuitos das pessoas, e assim o real valor daquele produto em determinada condição da sociedade. Isso só é possível se a propriedade privada for respeitada até as últimas consequências e com a existência de uma moeda que seja aceita universalmente.

O atrativo desse livro, um tanto diferente dos outros livros de Mises, é que aqui o vemos como um professor, usando de exemplos simples e do cotidiano para mostrar os furos na teoria marxista.


PRIMEIRA PALESTRA: A mente, o materialismo e o destino do homem

Filosofia é importante porque as pessoas sempre seguem uma, mesmo que não saibam. Marx desenvolveu a ideologia mais difundida do século XIX e começo do XX, porém ela é cheia de furos, percebidos por Bohm Bawerk mesmo antes dessa teoria ser difundida.

A ideologia proposta por Marx é a materialista, nessa versão marxista os pensamentos das pessoas são "meras" secreções. Essa teoria segue o darwinismo, teoria importante da época, mas que quando vista de forma errônea reduzia as pessoas a seus instintos. Eles deixam de lado a epistemologia. Mises afirma que os homens são diferentes de pedras pois as pedras seguem padrões definidos de comportamento, os homens não. "Não podemos estabelecer categorias de rações para os homens".

Começando a explorar as declarações de Marx, temos que em 1859 ele declarou que um novo estágio de forças produtivas materiais geraria o socialismo, mas ele nunca definiu o que é classe nem o que são forças produtivas materiais. Marx tentou refutar René Descartes, que disse que o homem tinham mente e pensava, diferente dos animais que são meras máquinas, sendo assim, ele cai em contradição quando dias que as ideias são produtos das ferramentas e maquinas de uma era especifica. Boa parte de seus furos analíticos são acobertados pelo polilogismo: para Marx não existe lógica universal, cada classe quem a sua logica particular, a do proletariado é a verdadeira. Isso causa um novo problema: Marx e Engels eram burgueses, estaria a sua lógica errada então? No Manifesto Comunista eles declaram: "Na hora certa, alguns membros da burguesia se unem as classes em ascensão". Se é possível para alguns homens se liberar da lei de interesses de classes, logo, tal lei não mais constitui uma lei geral.

Marx se baseou em Hegel para suas ideias. Ele dizia que são as forças produtivas que farão chegar o fim da história, onde estaremos todos num estado satisfatório, um pouco diferente do conceito de Geist, onde a dialética das ideias traria a transcendência. Curiosamente Hegel era o filósofo oficial do governo prussiano, ou seja, um intelectual em parte comprado pelo estado. Isso explica porque era fácil as ideias socialistas se fixarem em estados onde as liberdades civis já eram previamente comprometidas.


SEGUNDA PALESTRA: Luta de Classe e o Socialismo Revolucionário

Duas perguntas devem ser feitas para um marxista: a que fins tais interesses levam as pessoas e quais os métodos as pessoas pretende usar para atingir esses fins. Marx foi indignado a cooperar com movimentos sindicalistas britânicos. Ele disse que não era uma via interessante pois os sindicatos desejam melhorar a situação dos trabalhadores dentro do sistema capitalista. Esse texto nunca foi publicado por Marx, mas sim por Engels, provavelmente por Marx não querer contradizer sua primeira linha teórica. Outra contradição está no conceito de "lei de ferro dos salários". Para Marx os salários estão sempre regulados a que o trabalhador apenas tenha condição de se manter trabalhando e pagar a provisão de sua família. Se isso é realmente verdade então contradiz o próprio Marx, que em sua filosofia da história afirma que os trabalhadores empobrecerão cada vez mais até se rebelarem. Ele não percebeu que a principal característica do capitalismo é a produção em larga escala para poder provar os mais pobres. O assalariado pode, como cliente, tornar-se patrão de seu empregador e escolher o que precisa ser produzido.

Marx cai varias vezes em contradição. Um novo exemplo é definir certos proletários como burgueses, e ele próprio, burgues, como um proletário. Se os proletas devem pensar segundo os interesses de sua classe, como poder haver discordância? É o mesmo principio do racismo. Se a solução não aparece de forma logica, por ventura aparecerá com o uso da força, assim vemos a consequência violenta de todo o regime socialista.

No Manifesto do Partido Comunista, eles, Marx e Engels, eram a favor do intervencionismo. Porem onze anos depois eles eram contra o intervencionismo, essas medidas "pequeno burguesas" iriam contra a revolução do proletariado, necessária para a queda do status quo.


TERCEIRA PALESTRA: O individualismo e a Revolução Industrial

O capitalismo foi o ponto mais importante para a mudança (e existência) da vida de milhões de pessoas. Avanços na medicina são fruto do capitalismo. Devido ao acumulo de capital foi possível o investimento, alinhado aos intuitos das pessoas, em tecnologias que melhoraram a vida de todos. A vida de pessoas pobres é superior à de muitos reis da antiguidade.

Talvez esses pontos levaram a Marx, na segunda parte de sua carreira, a não ser um intervencionista. Ele partilhava da filosofia do laissez-faire. Acreditava que o capitalismo ficaria maduro e cairia, assim seria substituído pelo socialismo. Marx era adepto da liberdade econômica. Em livros póstumos, criticava até mesmo o planejamento central. Vemos que teorias de total controle são anteriores a Marx, Platão no seu modelo commonwealth já propunha uma sociedade onde todas as ações de todas as pessoas seriam controladas pelos filósofos. Comunistas consistentes como Platão e Hitler propunham até a produção, criação e educação dos membros vindouros da sociedade. Poucos pensadores foram contra essas ideias. De acordo com Marx nenhuma justificativa é necessária par ao sistema burgues de produção, os burgueses exploram o proletário pois é sua função explorá-los, tal qual uma bactéria tem a função de infectar células.

Marx certa vez escreveu um rápido bilhete a um amigo russo dizendo que não seria necessário o capitalismo em seu país pois eles partiriam para o comunismo diretamente do sistema czarista. Ele não enviou esse bilhete pois refutaria sua teoria que diz que é necessário um capitalismo maduro para a vinda do comunismo. Porém, apos sua morte, Engels, que não era tão esperto, publicou esse bilhete, que se tornou o maior ativo dos bolcheviques.

Mises dá uma forte alfinetada nos intelectuais, que fogem do esquema capitalista de promoção pelo mérito. Eles culpam a sociedade por não receber o quanto acham que deveriam, esse ressentimento ganha apoio no estado, que usa dos intelectuais para promover suas ideias de controle na sociedade (e os paga para isso em largos salários de concursados). Marx era um dos sem talento, suas ideias foram quase que totalmente copiadas de panfletos e de Hegel. Nas poucas coisas que escreveu, foi para linhas de sofismas bizarros, como comparar o sistema monetário ao catolicismo e o de crédito ao protestante, dizendo que eles não se emancipam pela mesma lógica sem sentido.


QUARTA PALESTRA: nacionalismo, socialismo e a revolução violenta

Lenin era considerado um pensador importante para os revolucionários, ele próprio dizia que Marx era menor que vários outros escritores russos. Outros como Sorel também diziam que Marx estava errado quando este falava que o capitalismo deveria ser atrapalhado. Sorel acreditava num instinto, uma espécie de mito, que levava as pessoas a revolução. Essa ideia sindicalista foi muito utilizada por Hitler, Mussolini e Lenin, tão quanto ou até mais que as florescentes ideias de Marx. Parte disso se devia a incompetência de Marx a ver diferenças entre diversas partes do mundo.

Existe influencia de Marx no nazismo, mas não influencia direta, pois o cerne do comunismo é o estado mundial. Vemos aqui a ideia central por trás do marxismo cultural. Ele assumia que homens eram iguais como robôs, mas isso se deturpou e virou a igualdade que a feminista prega, que é uma contradição em termos. Porém os estatistas se apegam a isso e pregam esse tipo de ideologia para que fique mais fácil levar o homem semelhante a um estado maior e totalitário, como pregava Marx.

Marx não era um pacifista, mas ficou claríssimo na época que a liberdade de venda, que vem com o fim da violência, é necessário para o avanço econômico. Curiosamente seu colega, Engels, que também não era um pacifista, gostava tanto da guerra que criou para si próprio o cargo de comandante-mor de todas as nações. Ou seja, grande parte das ideias que causaram as maiores violências do século XX veio da mente de homens que só sabiam falar, e nunca sentiram a violência na própria pele. Outro exemplo clássico de que Marx, e posteriormente Lenin não aceitavam passar por esse tipo de situação era a distinção que fizeram de socialismo e comunismo, sendo o primeiro o estágio que a URSS nunca saiu: onde os membros do partido teriam porções maiores da riqueza da nação.


QUINTA PALESTRA: O marxismo e a manipulação dos homens

Após Bohn-Bawerk não existia praticamente nenhuma boa crítica ao marxismo. Isso permitiu a fluência de jargões, utilizados até hoje. Um muito forte criado por Engels para explicar o marxismo foi: Marx descobriu a lei do desenvolvimento da história humana. Porém isso foi uma arma para incluir algo que ninguém nunca negou, mas que ele associou ao marxismo: que as pessoas precisam antes de comida para poder ter ideias. Criando assim um falso paralelo: negar o marxismo hoje virou, automaticamente, a negação dos jargões, incluindo esse que é uma ideia fundamental, e não marxista.

Para um marxista, a pior coisa que pode acontecer e que os socialistas que tomem o poder não sejam seus amigos. Isso ocorre quando conservadores que querem manter o status quo usam da teoria intervencionista para mantê-lo, ou quando outros socialistas violentos ganham suas batalhas. As lutas constantes entre o catolicismo de Roma e a igreja ortodoxa russa também.

Mises destaca que algumas críticas ao socialismo não eram corretas, a principal delas é associar o materialismo dialético e o marxismo ao mesmo conceito de materialismo da psicoanálise freudiana. O próprio Freud falou que não desacreditava das antigas doutrinas que não associavam todos os problemas a mente humana. Nem todos os pensamentos são causados por fatores externos, dizia Freud. Diferente de Einstein, que assumia que não sabia nada de economia mas afirmava que socialismo era bom, Freud afirmava a ignorância dos vínculos desses assuntos.

O positivismo é uma das ideologias que floresceu devido ao marxismo (ela foi importante no Brasil, principalmente na proclamação da república e no golpe militar de 64). O fundador dessas ideias é o categoricamente maluco Augusto Comte. Ele dizia que era necessário buscar a verdade no passado, porém ele, Comte, tinha descoberto toda a verdade a ser descoberta, então não era necessária mais nenhuma liberdade para a busca da verdade, seja a liberdade de pensamento ou imprensa. Comte deveria, então, governar tudo. A engenharia social era outro conceito central no positivismo, ideia que abriu brecha para a eliminação dos Kulaks, entre outros programas racistas. Tudo isso, é claro, com um forte controle estatal da economia.

Outro teoria em que as ideias se mesclaram ao marxismo foram as ideias que surgiram mediante aos experimentos comportamentais de Pavlov. Ele reduzia os seres humanas a animais que podem ser controlados a partir de seus instintos. Epistemologia: a ideia de estimulo é antes de mais nada criação da mente consciente humana, o que a pessoa sente em relação a algo e o estimulo que tem a isso foi, antes de mais nada, devido a uma analise racional sobre o signo que ali existe, no caso o signo do exemplo é a moeda.

Todas essas ideias fraquíssimas só tomaram conta do imaginário popular porque, desde Bohm Bawerk, ninguém foi capaz de lutar contra elas. Adendo: Mises claramente não defende a democracia, defende que uma forma de derrubar o controle arbitrário sem violência é convencer a maioria.


PALESTRA SEIS: A Construção da Civilização Moderna: A poupança, os investimentos e o Cálculo Econômico

Fatores físicos e externos a produção não podem ser comparados a menos sob a ético dos serviços que prestam aos homens, essa medida é feita em termos de dinheiro. Um erro comum, cometido até mesmo por Aristóteles, é que numa troca os elementos possuem o mesmo valor. Esse erro é repetido por Marx nas primeiras páginas de O Capital, tornando inútil tudo que vem após isso. As trocas são causadas justamente pelas diferenças. O comprador valoriza muito mais aquilo que compra do que aquilo que deu. O mesmo para o vendedor. Isso é ao mesmo tempo a Teoria do Valor Marginal e o sintético a priori da ação (para mais detalhes, recomendo o resumo Ação Humana).

Mises passa o resto do capítulo refutando aqueles economistas marxistas e keynesianos que dizem que poupar é ruim. Foi justamente o capital acumulado que possibilitou um país como os Estados Unidos se desenvolverem mais do que aqueles que não conseguiram ou não puderam poupar, como a Índia. Diferentemente do que alguns dizem, não existe nada como Soma Zero: não é porque alguns tem muito que outros tem pouco. Isso se deve porque economia e matemática são coisas epistemologicamente diferentes. Um exemplo prático disso é que nos países onde o acumulo é extremamente taxado, onde as pessoas não podem acumular dinheiro em paz, são países que não se desenvolveram. Toda a história da humanidade antes do século XVIII é um bom exemplo disso, a Grécia Antiga em especial, onde os juízes sempre julgavam culpado os homens ricos pois sabiam que poderiam ficar com a riqueza desde, o que fazia os ricos nunca pouparem, dai as várias histórias sobre grandiosas festas nesse período. Desde Hitler, que propunha a morte aos credores, as pessoas são contra o juros. Todas as teorias mais bizarras foram utilizadas para tirar a inexistência do juros, até mesmo a Bíblia. A mais difundida, e até hoje a mais utilizada pelos economistas, é o keynesianismo. Lord Keynes acreditava que todo consumo geraria riqueza. Ao sujar todo um local, por exemplo, geraria empregos que causariam a riqueza de todos. Pela mesma logica toda destruição é enriquecedora. Isso é facilmente refutado pois, quando consertamos algo destruído, estamos deixando de poupar, capital esse que poderia ser investido em algo.

Investimentos são muito diferentes da previdência social do governo. Enquanto uma previdência normal é paga pelo dinheiro do próprio que a contrata, a do governo. Pega o dinheiro das que a pagam obrigatoriamente para pagar outras contas do governo, deixando pro futuro o problema de pagar o contribuinte que se aposentará. No futuro ele pode até pagar o que prometeu, mas sempre pagará valores menos significativos, pois precisará inflacionar a moeda para tanto.


SÉTIMA PALESTRA: A moeda, os juros e o ciclo econômico

Mises trata de explicar o ciclo econômico. Este ocorre devido as politicas inflacionarias: o governo imprime mais dinheiro, desalinhado assim a taxa de juros com a preferencia temporal das pessoas. As pessoas então emprestam mais dinheiro para fazer mais investimentos, estes são errôneos pois, novamente, não estão alinhados com as preferências das pessoas. Quanto por ventura o "boost" inflacionário para, os investimentos se mostram claramente infrutíferos e a crise começa, o "boom", ou recessão começa. Os keynesianos concordam com essa perspectiva, dizem que sempre existe uma relação ótima de quanto imprimir. Ao mesmo tempo Keynes assumia que quanto mais impressão melhor, essa politica causou, por exemplo, a hiperinflação alemã, onde um dólar chegava a valer bilhões de marcos, fazendo o dinheiro perder assim todo o valor como informação de trocas. Essas crises constantes devido a inflação servem como argumento para os socialistas disserem que "o capitalismo vai acabar, só devemos esperar por uma crise". Vale citar que num país socialista essas crises não aconteceriam pois lá está sempre em período. de recessão.


OITAVA PALESTRA: Lucros e Perdas, a Prosperidade Privada e as Conquistas do Capitalismo

Os marxistas deixam de lado certas lógicas de mercado devido a sua ideologia. Uma frase muito dita é: "produção para o uso, não para o lucro". Isso não faz qualquer sentido mercadológico, pois as pessoas precisam usar certos itens com mais urgência que outros, são esses itens os que supostamente são feitos "para o lucro". Se todos apenas fizessem o que é necessário para sobreviver, ninguém sairia do estado de pobreza.

Alguns marxistas reclamam da instituição da propriedade privada. De acordo com Hoppe esse é o centro do argumento marxista. Porém, o problema não é quem fez o primeiro homestading, mas sim o que fazer com as propriedades, principalmente as matérias primas hoje, para que assim gere riqueza. Boa parte dos milionários, principalmente após a Revolução Industrial, erma pessoas pobres, que só conseguiram subir na vida acumulando e investindo, como Henry Ford. Este, por sinal, só conseguiu ficar rico pois criou carros que atendiam as massas. Apesar dos impostos ele conseguiu fazer investimentos, se não houvessem impostos esse processo seria mais fácil, e assim mais pessoas sairiam da pobreza (os que tem muito dinheiro conseguem driblar melhor os impostos, fazendo as taxas serem um problema maior para os pobres). Sem a concorrência devido aos impostos, as grandes empresas podem se tornar acomodadas, pois seu lucro está garantido, e isso ser prejudicial para todas as pessoas que deixarão de usufruir de seus produtos. Mises acreditava então que não deveriam haver taxa, para que o mercado correspondesse melhor as vontades das pessoas (por mais que nem sempre elas estivessem alinhadas com a moralidade). Porém ele acreditava que o limite para isso era a segurança, de alguma forma deveria existir uma agencia central de segurança, por mais que ele não diga que seja necessariamente estatal. O estado sempre atrapalha o empreendedorismo devido a burocracia, essa que é fruto de politicas de controle, e não do capitalismo.


NONA PALESTRA: O Investimento Estrangeiro e o Espírito do Capitalismo

Há 300 anos todos os países eram iguais, então surgiu o capitalismo em alguns deles, e esses se desenvolveram. Ou seja, os países atrasados não o são devido a ação imoral dos ricos, mas sim devido a processos capitalistas. Alguns argumentam que os países ricos o são devido a educação. Ocorre que durante todo o século XIX e XX os membros mais inteligentes de países pobres e emergentes foram para os países ricos estudar, voltaram aos seus países e mesmo assim a situação não mudou por completo, ou seja, o que falta nos países ricos não é conhecimento, mas sim capitalismo. Muitos desses países tem raiva do livre mercado, no passado isso ocorria, onde eram considerados piratas alguns indivíduos que queriam fazer trocas de mercadorias de países distantes.

Países ricos como os da Europa ou América do Norte investiram em alguns países pobres, não fizeram isso por bondade, mas porque sabem que a divisão do trabalho é importante. Isso enriqueceu ainda mais esses países, e também os que receberam a divisão do trabalho, porém, fortemente influenciados por ideologias marxistas, estes começaram a criar propaganda contra os países ditos imperialistas, aumentar taxas para essas empresas ou mesmo cometer crimes contra elas, o que fez essa divisão de trabalho diminuir muito nos últimos anos, gerando mais pobres desnecessária. Claro que todos esses problemas foram devido a políticas internas de cada país, ou seja, a politica atrapalhando o crescimento econômico por definição. Problemas comuns que eram resolvidos de forma fácil enquanto os estatistas não se metiam, como estradas feitas por entes privados do exterior, acabaram se tornando questões de estado, assim criando burocracias e desperdícios de tempo e dinheiro.

Para finalizar, Mises diz que, devido ao desenvolvimento econômico e tecnológico de países ricos, os pobres conseguiram resolver certos problemas de mortalidade, mas que criou problema de qualidade de vida, como na Índia ou na China. Mises acreditava que o avanço tecnológico, então, piorou a vida das pessoas nesses países. E que se eles quisessem sair dessa situação, deveriam abraçar o capitalismo, pois foi devido a ele que os países ricos conseguiram criar tanta riqueza a ponto de gerar essas externalidades positivas, principalmente no âmbito da saúde, sem investimento não existe capital para esse tipo de projeto. Não só o conforto, como a paz no mundo depende disso, pois é apenas com soluções éticas e mercadológicos que não será necessário os povos guerrearem por matérias primas importantes para o desenvolvimento.


POSFÁCIO: Karl Marx: O comunismo como Escatologia Religiosa - M. Rothbard

Karl Marx, por ser um comunista, acredita piamente que, tal qual o cristianismo, o marxismo porá um fim na história criando um novo paraíso. Tal qual o céu, não existirá propriedade privada, individualismo, e todos farão parte de um só organismo, todos iguais uns aos outros. Nisso vemos que Marx é um humanista, e que o marxismo pode ser tido como um credo religioso. Como numa religião, o seu fiel tenta ignorar ou dar desculpas para furos de narrativa. Um exemplo é quando Marx falou que o capitalismo empobreceria as pessoas, foi visto tanto pela teoria quanto pela prática que isso é mentira. Então seus fiéis disseram que o que Marx realmente queria dizer é que o empobrecimento seria uma privação relativa. Alguns mais malucos, como Alexandre Gray dizia que as palavras de Marx não deveriam ser vistas de forma clara e lógica, mas sim como especies de profecias bíblicas.

Rothbard define o que pretende com esse posfácio: o comunismo – é uma versão ateísta de um certo tipo de escatologia religiosa; que o processo supostamente inevitável para o atingir – a dialética – é uma forma ateísta das próprias leis religiosas da história; e que o problema supostamente central do capitalismo tal como percebido pelos marxistas “humanistas”, o problema da “alienação”, é uma versão ateísta da mesmíssima queixa metafísica da religião à totalidade do universo criado.

A visão mais útil de cristianismo aos usos do comunismo é a reabsorcionista, que diz que a criação é essencialmente má. A escatologia aqui é a ciência dos últimos dias, onde Deus e o homem estarão reunidos, num nível aperfeiçoado. Somente dessa forma o homem pode progredir. A relação com o comunismo fica clara, quando entendemos que a alienação nessa teoria (o homem quando não está em simbiose com Deus) é o mesmo que no comunismo enquanto o homem não está ligado com os demais homens e a natureza. O coletivo dos homens aqui substitui Deus na teoria marxista. Teorias comunistas são tentadas há centenas de anos, Rothbard dá um parecer delas em relação com reinterpretações religiosas, tal qual Marx fez.

Hegel é um dos filosos alemães do fim do século XVIII que desenvolveram essa teoria reabsorcista. Hegel o fez por puro ressentimento de não ter o espaço infinito sem fronteiras ou limites. Assim ele criava a ideia de Homem Deus. Esse nirvana aconteceria a partir de sua dialética. Grandes homens impulsionariam a humanidade para a construção do Homem-Deus a partir do autoconhecimento. Todo evento histórico importante tinha esse elemento absoluto lhe gerindo. É fácil ver como a doutrina reabsorcionista-hegeliana do bem-unidade e do mal-separação ajudou a constituir o objetivo marxista do comunismo, o estado final da história no qual o indivíduo se encontra completamente absorvido no coletivo, atingindo assim o estado de verdadeira “liberdade” no homem-coletivo. Hegel, por levar toda a humanidade até esse processo, se tornaria uma espécie de Deus dos Deuses.

Algumas pessoas levaram muito a série os vínculos entre comunismo e estado. Entre eles os ultrataboristas, que mandavam matar todos que defendessem sua propriedade privada e os anabatistas, que pela pessoa de Munzer no século XVI, criaram um inferno para um pacato reino da Europa. Seus membros tiveram suas propriedades saqueadas, tudo em nome dessa visão deturpada do cristianismo, que colocara Munzer como seu profeta, e posteriormente como o próprio Cristo. Chegou até mesmo a liberar a poligamia para homens, novamente citando que tudo deveria ser dividido. Por fim, como em todo regime comunista, a pouca riqueza acabou ainda mais desigual, com as pessoas tendo que dar suas propriedades para o líder Munzer, que por fim foi tirado do poder.

Durante a revolução francesa foi um período de reaparecimento do comunismo. Era baseado em Che e Mao, focado em reverencias aos que trabalhavam pela causa, já que até esse ponto tinham percebido que a falta de estimulo era um problema para a manutenção do processo de revolução. Alguns nomes se destacam, como Morelly, que propunha que deveria se criar o Novo Homem Socialista, ele ia ao encontro do homem pré-instituições, eram elas que degradavam a alma das pessoas, aboliando-as voltavam a bondade. Alexander Gray acreditava que toda ação individual contra a ideia totalitária deveria ser negada com violência, que não deveria haver espaço nem mesmo para a gratidão, era isso que ocorreria no fim da história. O homem não poderia ter liberdade de expressão e nem de entretenimento, são processos que levam a vícios ruins a humanidade.

Depois da Revolução, o comunismo começou a florescer, principalmente nos anos de 1830 e 40. Surgia na literatura da época a palavra socialismo. O humanismo ganhava força, ideia que foi influenciar Karl Marx. No começo de sua vida, Karl Marx era um cristão ortodoxo, ao ir para faculdade se tornou ateu. Curiosamente após esse período escreveu alguns poemas com conteúdo satanista, onde escrevia textos que propunha a destruição de tudo. Especialmente em seu texto Oulanem, Marx escreve sobre seu ódio pela humanidade e pela criação. Rothbard diz que o ateísmo militante, como o de Marx, expressa a crença em Deus, mas para odiá-lo, muito provavelmente por alguma especie de ressentimento.

Marx usou muito da teoria da dialética de hegeliana. Enquanto Hegel tinha uma dialética metafísica, Marx ateíza esta, criando o seu supostamente científico materialismo filosófico. Ele acreditava que a religião era alienante, e deveria ser derrubado, somente a destruição absoluta de tudo, incluindo o âmbito privado (família) traria essa paraíso marxista. Assim o ser humano deixaria de ser um individuo e existiria apenas o estado, com o codinome de humanidade. Marx acreditava, diferente de Lenin, que a dialética operaria "magicamente" transformando o comunismo, da sua versão empobrecedora para uma que seria o fim da história, riqueza generalizada para todos. Como isso ocorreria é algo que Marx nunca descreveu.

Em Karl Marx nos encontramos de novo com o conceito de religião sendo transfigurado em filosofia materialista. Como ele descreveu em toda a obra, e tal qual aconteceu com Hegel, Marx também se tornaria uma especie de "segunda vinda de Cristo" trazendo o verdadeiro desenvolvimento humano. Para unificar os dois lados (ateu e cristão) que se digladiavam na Europa, Ernst Bloch declarava que "onde estava Lenin, também estava Jerusalém".

 
 
 

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