top of page
Buscar

O Triste fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 18 de jul. de 2023
  • 8 min de leitura

O Triste fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto


Lima Barreto foi um autor brasileiro do começo do século XX. Era pobre e de descendência africana. Em seus textos deixa claro esses contrastes nessa sociedade pós golpe republicano. O livro aqui resumido trata de um militar aposentado extremamente patriota que, por ser intelectual, não é bem aceito por um povo que só se importa com aparências, cargos públicos e diplomas.


Parte 1

Capítulo 1 - A lição de violão

Policarpo Quaresma vivia num bairro cheio de milicos no Rio de Janeiro. Tinha uma rotina muito bem definida, as vezes era utilizado como relógio por seus vizinhos. Vizinhos esses que não tinha muito contato, mas os tratava com gentiliza. Apesar disso, recentemente se interessou em aprender violão e estava fazendo aulas com Ricardo Coração dos Outros.

Policarpo era um nacionalista, tinha vários livros que ensinavam sobre as riquezas do Brasil, entre outros livros internacionais, de maioria francesa. Não se sabia de qual parte do Brasil ele era, mas ele amava igualmente todas essas partes.

Ricardo, apesar do talento para violão, devido a suas origens e também por tocar um instrumento novo como o violão era visto com maus olhos. Porém, as jovens da cidade, como Ismênia, a prometida de um dentista e filha de um militar, adoravam ouvi-lo tocar.


Capítulo II - Reforças Radicais

Policarpo e um dos seus vizinhos militares foram até a casa de velhos escravos para aprender um pouco das cantigas antigas cantadas no Brasil por esse povo. Porém, quando chegaram à casa de uma dessas pessoas, ela já não se lembrava de nada.

Foi tanto seu esforço sem muito sucesso que se deu a chorar.


Capítulo III - A noite do Genelício

Ismênia era a filha de um milico que iria casar com um dentista. Eles já eram noivos há muito tempo. Porém ele sempre atrasava o casamento, dizendo que tinha que focar na formação. No Brasil, se formar é desculpa para tudo, até para enrolar uma moça. Principalmente no começo do século, quem tinha um título era visto como um ser quase supra-humano. O que fazia contraste com Quaresma, uma vez que não era formado mas tinha muito interesse por leitura, as pessoas o criticavam: "Para que ler tanto se nem bacharel é?". A necessidade de casar uma filha era tão forte que o general até pagava parte dos estudos do genro. E para as moças da época, casar era necessário, era basicamente a única coisa que as pessoas falavam e perguntavam a elas, a ponto de tornar-se esse evento completamente alienado do seu fim espiritual.


Capítulo IV - Desastrosas consequências de um requerimento

Policarpo, provavelmente com medo das origens brasileiras serem perdidas vide o que aconteceu com os escravos, escreveu um oficio a Câmara dos Parasitas para que o tupi fosse escolhido como a língua oficial do Brasil. Essa carta foi recebida com escarnio e risadas. Porém, por trás dessa chacota estava uma sincera inveja e raiva pela capacidade intelectual do Major. As funças de departamento público no qual ele trabalhava começaram a ficar com raiva dele. Seu chefe em especial começou a ficar com muita raiva dele por motivos banais, a ponto de expulsa-lo. É como se toda a intelectualidade de Quaresma fosse uma ofensa pessoal a seus superiores. Sobre a realidade da inteligência de Quaresma não havia diploma ou cargo público e militar que pudesse negar, restando para esses ignorantes apenas uma raiva que nem entendiam direito o motivo.


Capítulo V - O bibelot

Foram tão malvados com Quaresma que ele chegou a ir para um hospício. Quem o visitava era sua afilhada. Ela veio lhe contar as coisas que se passavam nos meses em que ficou internado. Contou que Ricardo sempre perguntava sobre ele e que ela iria se casar. Por ser uma mulher muito ativa, não via o casamento como Ismênia, de tal forma que casava só porque "tinha que casar". Ela era uma das poucas pessoas que gostava e admirava Quaresma.


Parte 2

Capítulo I - No Sossego

Ao sair do hospício, o Major trazia a tristeza das histórias dos homens que lá viviam, entre eles um que se dizia Atila era o que mais lhe entristecia.

Sua afilhada o recomenda comprar o sítio e ele, acreditando em todas as riquezas do solo brasileiro aceita a ideia.

Quaresma era um homem muito teórico, por isso comprou vários livros que falavam sobre como fazer agricultura, também comprou uma série de maquinas, para medir a umidade relativa do ar por exemplo. Os empregados do seu sítio não entendiam o porquê de tudo isso. Eles o ensinavam a cultivar a terra. Sua irmã, que foi morar com ele no sitio, dizia que ele já era muito velho para esse tipo de coisa.

Certa conta um parasita local veio conversar com quaresma sobre uma eleição, querendo que ele se colocasse a favor de um candidato em especifico. Toda essa história de politicagem o incomodava, não entendia porque as pessoas gastavam tanto tempo e energia com esse tipo de coisa, meios que poderiam ser melhores empregados para cultivar a terra, por exemplo. O parasita que lhe visitou achava que sua atitude era apenas um outro tipo de politicagem para não ficar mal com nenhum dos lados.


Capítulo II - Espinhos e flores

Ricardo foi tocar na festa de um dos milicos que moravam perto do Quaresma. Eles sempre cheio de pompas, se vangloriando pelas guerras recentes que nem chegaram a participar, querendo parecer intelectuais e importantes, porém deixando claro a negligencia com a leitura, e usando a "loucura" do Major Quaresma como desculpa.

Ricardo, com saudades de Policarpo, pediu a um desses milicos uma ajuda para ir até a sua fazenda.


Capítulo III - Golias

Por não se dobrar a politicagem, Quaresma começou a sofrer críticas e sabotagens desses funças. Começou com um poema de sátira que foi publicado na região.

A própria terra não ajudava muito. Quando começou a pesquisar porque seus patos morriam e a comida não crescia, descobriu que o motivo era algo bem brasileiro: formigas. Ele não queria aceitar que o Brasil sempre sabotava seus melhores filhos. Não aceitava quando diziam que as terras europeias eram melhores, e que as brasileiras precisavam de adubo para que as coisas crescessem.


Capítulo IV - "Peço Energia, Sigo já!"

Policarpo era muito ingênuo. Não percebeu os problemas se aproximando. Todos eles causado por funças e pela política. Começou com o pouco lucro que tinha com seu trabalho. Depois, teve que pagar altos impostos nesse pouco lucro, ou seja, não podia nem vender suas laranjas em paz. Finalmente, o obrigaram a capinar todo o terreno a quilômetros do seu sítio, o que faria todo seu trabalho inviável, tudo isso porque não se entregou a um lado político.

Finalmente, seus empregados decidiram se esconder no mato porque haviam rumores de guerras. Nesse momento, todo seu patriotismo ascendeu e ele decidiu ir servir na guerra, mesmo não tendo idade para isso.


Capítulo V - O trovador

O governante da época era Floriano Peixoto, um milico envolvido pelo puro chorume do positivismo da época, onde a militada usava de teoremas da mecânica para argumentar em favor de suas decisões políticas idiotas e violentas. As coisas ainda continuavam relativamente tranquilas, mesmo no Rio de Janeiro, onde Ricardo continuava compondo. Mas a guerra estava por vir, já se ouviam os tiros e a violência já acontecia no Sudeste e no sul.


Parte III

Capítulo I - Patriotas

Quaresma veio se encontrar com seu conhecido, Floriano Peixoto, o qual veio oferecer seu auxilio na guerra e também uma carta sobre como melhorar um pouco o Brasil, baseado nos seus estudos. Floriano não dava muita bola, até mesmo rasgou uma parte da carta para fazer uma anotação. Depois, Quaresma foi conversar com um de seus vizinhos milicos. Este apresentou um pouco de inveja de Quaresma, não por sua inteligência, mas por ser conhecido de Peixoto. Uma das únicas pessoas que percebia a imbecilidade dessa admiração quase religiosa por Peixoto era sua afilhada. Os criticava do porquê de tanto bajulação se esses governantes não o mereciam, nem em nome de Deus governavam mais.

Quaresma novamente foi enrolado pela politicagem, quando, para servir com sua patente de major, teve que fornecer o dinheiro referente a um apartamento no centro do Rio! Nessa altura, Ricardo Coração dos Outros já tinha sido capturado para servir o exército.


Capítulo II - Você, Quaresma, é um visionário

Na guarnição de Quaresma estava Ricardo. Ele e mais alguns soldados que estavam desertando. Ricardo ainda servia, mas queria tocar seu violão. Nos momentos de folga o fazia. Até que um dos subalternos de Quaresma o proibiu, passando por cima das ordens do major.

A guerra estava virando a bagunça brasileira de sempre. As pessoas pediam para atirar no tempo livre. E a luta contra os revoltosos da marinha era rara. A guerra mais servia para matar aqueles que eram contra Peixoto (mesmo os de dentro do exército) que qualquer outra coisa.

Quaresma e Floriano se encontraram uma última vez. Ele tinha lido a carta de Quaresma, mas não acreditava que, mesmo com o seu prestigio, conseguiria melhorar o país, finalmente falou para Quaresma que ele era um visionário.


Capítulo III - E tornaram logo silenciosos...

Ismênia, a filha do funça vizinho de Quaresma, começou a ficar doente pois seu noivo a abandonara. Sua alienação era tão grande pelo casamento que mesmo quando iria casar já não sabia o porquê, o faria por inercia, porque era o que todos a falaram para fazer desde pequena. Porém, ele a abandonara e ela ficara doente. Seus pais tentaram de tudo, todos os médicos e até mesmo pai de santos. Finalmente, ele pediu ajuda a Quaresma, mas o máximo que ele pode fazer foi indicar um médico, mas a esperança se foi rapidamente. Finalmente, ela pede para vestir o seu suposto vestido de noiva, uma última vez, pois sabia que iria morrer, sua doença deixará de ser só psicológica e se tornara física. Quando colocou o vestido, caiu morta.


Capítulo IV - O Boqueirão

Como Quaresma foi embora, o sitio voltava a ficar abandonado, tal qual quando chegou. Os empregados nada faziam para mudar essa situação. Sua irmã que lá ficara não fazia nada para mudar a situação, se sentia muito dependente de Quaresma. Ela recebeu uma carta dele, nesta dizia que ele não aguentava toda aquela situação. Que teve que matar, mesmo algo que já havia se rendido. Ele considerava aquela guerra uma loucura e que tudo que havia sacrificado pelo país tinha sido em vão. Ele havia se machucado e estava indo para um hospital de guerra, seu amigo, Ricardo, havia se machucado um pouco mais grave e foi para outro.

Seus vizinhos também percebiam a loucura daquela guerra civil. O pai de Ismênia era um dos que mais reclamava de toda essa situação, pois a morte de sua filha mostrou a ele o que realmente importava. No fundo, todos sentiam que eram culpados da situação que o país chegou. Os militares vieram pegar os prisioneiros de guerra, todos aqueles que foram contra Peixoto e os levavam para o Boqueirão, que nada mais era que um local para matar de forma fria essas pessoas.


Capítulo V - A afilhada

Quaresma havia mandado uma carta para Peixoto, onde falou tudo que pensava sobre essa guerra, o quanto ela era ilógica etc. Isso foi suficiente para colocarem o major num presídio. Ele lembrava de tudo que sacrificou pelo Brasil, suas ideias de um país perfeito, que tudo aquilo foi em vão, jogou fora a oportunidade de ser feliz com uma mulher e uma família por um país que só lhe retornava ingratidão.

Ricardo Coração dos Outros queria salvar Quaresma dessa situação, então foi atrás de todos os milicos que o conheciam, nenhum deles pois atenção, diziam que o Major era um traidor e que se ele continuasse com isso seria preso. Finalmente, chegou até a sua afilhada. Essa quis ajudar, e ambos foram ao presídio onde ele estava, sem antes uma reprimenda de seu marido, que foi esculachado por ser só mais um servidor público querendo manter a segurança de seu cargo. No fim, ao chegar ao presídio, não quiseram ouvi-los.

 
 
 

Comments


Faça parte da nossa lista de emails

  2018 - Os textos aqui expostos não representam a opinião do autor.

  • White Facebook Icon
  • White Twitter Icon
  • Branco Ícone Google+
bottom of page