Pensadores da Nova Esquerda - Roger Scruton
- Canal Resumo de Livros
- 7 de ago. de 2018
- 19 min de leitura

Pensadores da Nova Esquerda - Roger Scruton - Resumo
O que é Esquerda: Nenhum intelectual pode entender o mundo que vive sem notar a ação da Esquerda. Com o tempo associou-se ao socialismo o titulo de superioridade moral, o livro tenta entender a mente dos intelectuais que promovem isso. O termo Esquerda e Direita surgiu na Assembleia dos Estados Gerais, na França em 1789, nobreza à esquerda, Terceiro Estado à direita. O termo engloba desde anarquistas até libertários, e o motivo é que vários intelectuais dessas áreas se identifica com a "Nova Esquerda". São jacobinos, acredita que o mundo é deficiente de sabedoria e justiça, e propõe que essa falha não reside no individuo, e sim nos sistemas de poder estabelecidos. Ou seja, busca a quebra de toda estrutura interna, focando no desejo do "self". O Conservadorismo, é uma política de costumes compromisso e firme decisão, mas vai se moldando, como a amizade, por isso os extremistas não pode se enquadrar no grupo conservador. Alguns socialistas são megalomaníacos, enquanto outros são apenas teóricos "lacradores", essa inconsistência sobre o conceito vem desde Marx, que nunca propôs que seu sistema era utópico, mas com outras palavras o definia, e um dos conceitos era a inevitabilidade da conclusão marxista no futuro. Os marxistas tomaram para si o monopólio da virtude, por mais que toda as teses propostas por Marx, como teoria da história, teoria do valor, teoria da falsa consciência, alienação e luta de classe. Grandes autores observaram essa incoerências, mas alguns deles se consideram de esquerda. O autor cita que é impossível contra argumentar as ideias da Nova Esquerda porque elas não estão no âmbito da racionalidade total, por vezes são tratadas como elementos religiosos, e como visto no livro "As Vantagens do Pessimismo", a estrutura dessas ideias tem suas raízes no alto paleolítico, e por isso se usam dos argumentos da "falacia da soma de zero e falacia da melhor ação", atributos que não podem ser contra-argumentados pois funcionavam num regime de extremos, diferente do mundo atual. Essa ideologia é tida como cientifica mas não busca o ônus da prova. Livros mal escritos eram aceitos apenas porque pregavam liberação individual e justiça social, propriedades que jovens mal educados das décadas de 60 e 70 estavam ávidos.
Cap 2 - E. P. Thompson
Esquerda tenta mostrar que é boazinha e pra isso causa problemas. Thompson, Ele defende uma classe que surge nacionalmente. Ele é contra isso, justamente instituições que fazem as pessoas não se matarem. Ele defende que o povo tenha voz sobre eventuais erros do governo mas isso não é possível na URSS. Como dizer o autor: o marxismo, com sua sentimentalidade, seu inflexível desprezo pelo real e sua pressuposição intelectual (que oferece insights para o historiador escrupuloso e cegueira para o político) que levou várias pessoas a falsificarem a realidade do poder soviético. Somando sua voz à deles, Thompson mostra ser menos um sábio que um crédulo: tendo revelado um significado na história, ele se esforça para não percebê-lo. A alienação como fruto do capitalismo é visto como uma teologia na teoria de Hegel, fruto da raiva do revolucionário por notar que o capitalismo aumentou todos os confortos na atualidade.
Cap 3 - Ronald Dworkin
Consumismo é democracia que se desvirtuou, e não uma consequência direta. Não é demanda popular, mas propósito político, o que promove o consumo público. A América não conta com as múltiplas barreiras ao avanço social que prevaleceram na Europa; ela tem espaço, recursos, anseios e oportunidades abundantes; em particular, ela apresenta uma estrutura política hostil à criação de elites hereditárias de longa duração e por isso provavelmente nunca houve seguidores do marxismo por lá. Os dois autores até agora citados defendem que qualquer pessoa que não concorda com eles são intelectuais inferiores. A aplicação da lei através das cortes é uma questão de verificação, primeiro da lei, depois dos fatos e, por fim, da aplicação de um ao outro. Esta ideia está errada, diz
Dworkin, como estão todos os três princípios dos quais ela emerge. A corte deve ser ativista. A lei tem uma tendência inerente a estabelecer-se; ela responde a demandas da política, tardia e ceticamente. Ela sustenta e promulga uma ordem social cujas raízes são mais profundas que qualquer ideologia política, e que resiste aos imperativos de qualquer ideal meramente abstrato. A verdade desta visão da lei é, parece-me, efetivamente confirmada pela história moderna, na qual toda revolução “socialista” envolveu a abolição da
independência judicial e, com ela, o Estado de direito. Dworkin prega que o ônus na prova esteja no seu adversário, os conservadores que teriam que provar que instituições tão antigas como a família são boas e não o contrário, enquanto isso destroem tais instituições. Prega que um motim é sempre o ápice de um governo, e quando não ocorre é um erro, e se a população não faz nada, não deve se intrometer também, a lei de liberdade é para quem faz bagunça. No exemplo do alistamento ele diz que "a consciência liberal pode satisfazer-se com uma mera opinião quanto ao que a lei poderia ter sido ou deveria ser. A consciência conservadora, no entanto, nunca tem direito a tal indulgência, mas deve sempre trabalhar sobre o vasto e inamovível ônus da prova." Na questão de direitos, tanto quanto o europeu socialista, ele está a favor de restringir benefícios de acordo com a política. A escola de direito deve certamente ser constrangida a oferecer suas vagas de acordo com o que a política dita. Sobre a dicotomia de quais leis realmente servem: "Quantos leninistas nos disseram que direitos que parecem obstruir a nova ordem social não são genuínos, mas somente aparentes ("burgueses")? É somente na nova ordem social que homens serão verdadeiramente iguais, verdadeiramente possuidores de seus direitos, e então nada que se opõe à nova ordem social o faz em nome da justiça. O liberal pode hesitar diante do método de Lênin. Mas, se é necessário endossá-lo para debochar do conservador, então ele o fará."
Cap 4 - Michel Foucault
Na França o Esquerdismo está entranhado no pensamento publico, lá não existem reformas, apenas revoluções, por mais que isso não seja logico, sendo-o para quem a propõe está bom, já dizia Sartre. Para que a suas ideias façam sentido, sempre tem que ter um inimigo, que no caso é a Burguesia. De acordo com Sartre "burguesia" é caracterizada por uma extraordinária complexidade de emoções, que vão desde sua heterossexualidade arraigada até sua hostilidade ao crime. A burguesia finalmente emerge como a defensora de uma ilusória "normalidade" , preocupada em proibir e oprimir todos aqueles que, ao desafiar sua normalidade, desafiam também o domínio social e político que ela valida e dissimula. No fim são teorias de café, onde veem os transeuntes passar mas não se juntam a eles, afinal de contas os valores dos burgueses que eles querer destruir por não tos terem inventados, são também os valores dos pobres. Diferente da relação aristocraca-camponeses, na relação esquerdista-pobre não tem a relação de admiração, apenas a surripiação. Focault é um dos expoentes da esquerda atual, ele nega a antiga por vezes, e sua teoria é baseada no poder, mesmo apenas dentro do discurso. Para ele homem como o entendemos é uma invenção recente. Uma avaliação mais própria do pensamento de Foucault deve então tentar separar seus dois componentes: a artimanha hegeliana (que nos levaria simplesmente a abandoná-lo) e a análise "diagnóstica" dos modos secretos de poder. É o segundo que é interessante e se expressa na assertiva de Foucault de que cada sucessiva forma de "saber" é devida à criação de um discurso favorável às, e simbólico das, estruturas do poder prevalecentes. Focault acredita que existem "loucos" em cada zeitgeist, e é papel do intelectual levá-los a sanidade, pois estes estão a frente do seu tempo, porém é impossível para as pessoas compreender essa "linguagem da loucura". Ele vê o próprio louco como uma analise de estudo, o louco de hospício mesmo, onde aquele que cuida é o pai e ele o filho, em cima de uma analise freudiana. Hegel era um os defensores da família mas é mal visto atualmente, diferente de Focault, que acredita que ela faça parte da esfera de poder da época clássica que acabou na revolução francesa, hoje, ele vê os que tem poder apenas como o mal, e não numa cama envolta de tradições como na época clássica eram os burgueses para ele. Para Focault, hospital é mais uma forma ação em nome do Poder, juntamente com o método cientifico que o faz funcionar. Prisão também é ação em nome do poder, mas é do invisível para o visível, deixa de ser apenas o processo jurídico para ser a ação, e quando havia tortura, a própria imputação do crime no corpo e mente da pessoa. Aprendemos que a disciplina da prisão exibe uma "tática de poder" com três propósitos fundamentais: exercer poder ao custo mais baixo, estender o poder o mais distante e profundamente possível, e relacionar esse crescimento "econômico" do poder com a produção dos aparatos. O que importa é, não a disposição de encontrar, no pensamento humano e na ação, as máscaras risonhas da perseguição, mas, antes, a ideia de que, ao desmascará-las como formas de poder, chegamos mais perto de um entendimento de sua natureza. É precisamente disso que duvido. Uma sociedade, como um organismo, pode sustentar-se somente pela constante interação entre suas partes. E toda interação é um exercício de poder: o poder de uma causa de produzir seu efeito. O que por conclusão negativa até o fato de se curar um doente, pois é uma ação que só tem a ideia de dominação e poder por trás. Para ele A revolução, ele nos diz, "só pode ocorrer pela eliminação radical do aparato jurídico, e qualquer coisa que possa reintroduzir o aparato penal, qualquer coisa que possa reintroduzir sua ideologia e permitir a esta ideologia sub-repticiarnente imiscuir-se em práticas populares, deve ser banida". Assim a justiça acaba virando uma luta entre facções opostas. O que é verdadeiro sobre a adjudicação é verdadeiro sobre outras instituições. A tentativa de remover a "máscara" das instituições humanas simplesmente as reduz a uma simples commoditie: um " poder" que, considerado em si mesmo, não é nem bom nem ruim. Também remove aquelas dimensões do pensamento humano e da ação que permitem avaliar as virtudes relativas de nossas instituições. Assim, ele aponta para uma tirania ainda maior que aquela contra a qual ele luta.
Cap 5 - R. D. Laing
Ele diz que é problemático nos vermos como engrenagens de um relógio, que chega a ser a causa da esquizofrenia. O que é uma contradição pois ao mesmo tempo que o tratamento de problemas psicológicos é causado devido ao fato do paciente não ser visto como uma pessoa, Laing o demoniza. Ele acusa os médicos, assim como Focault, mas o problema vem antes, e a causa é a família burguesa. Um exemplo de como as teorias de Laing colocam a psicologia em choque com o capitalismo de forma infantil na sua obra Coletivo: "Muitos terapeutas são homens, muitos pacientes são mulheres. Terapia assim reforça e exemplifica as práticas sexistas desta sociedade [...]". Ele vê o hospital como uma prisão e o esquizofrênico como um bode expiatório. Não entra na consideração as pessoas de índole conservadora que se diagnosticam doentes. Langin propõe que os médicos não façam as crianças seguirem padrões da sociedade, para assim as livrá-las da família burguesa. Ela deve seguir o que seu coração, mesmo que isso seja apoiar o ponto de vista de Hitler. O processo
Clínico poderia ser o da autodeterminação e autodescoberta, no qual o indivíduo não responde a ninguém mais senão a si mesmo, e não precisa aceitar nenhuma moralidade que não tenha sido elaborada por si mesmo. Langin tem essa ideia de nós contra eles, mas essa batalha interna cria muitos problemas psicológicos. A visão lainguiana está tão distante de ser verdadeiramente antiburguesa quanto qualquer outra teoria que depende de modelos radicais para seu apelo: sua terminologia (existencial, dialética, libertação, realização), suas doutrinas fáceis e, sobretudo, sua sentimentalização inescrupulosa da experiência individual, adaptam-se perfeitamente ao mercado de ideias baratas, enquanto seu ideal frágil de uma pureza “interna” fomenta essa ilusão sublime das classes médias, a ilusão de um indivíduo não ligado a nenhuma ordem social, que não tem nada a perder senão suas correntes mentais.
Cap 6 - Raymond Williams
Socialismo britânico diferente do soviético vem em função do passado. Acreditam que a educação e religião serão o remédio de uma revolução industrial que acabará com a vida no campo. O propósito de Williams é retirar do estudo da cultura todas as tonalidades elitistas, toda sugestão de que cultura poderia ser um valor acessível a poucos. Na medida em que uma cultura define uma elite, nessa medida ela não é um valor. Para ele o capitalismo é consumismo e isso destrói a verdadeira comunidade, que só surge na relação de produção compartilhada entre seus membros. Williams não explica como o mercado pode existir e a propriedade privada não, e isso é proposital. Dentro do conceito de família há servidão, então ele propõe que ela não exista mais. Também que as questões estéticas não sejam analisadas com a emoção, e promove isso para outras análises, mas como analisar um crime sem a ideia de juízo?
Cap 7 - Rudolf Bahro
Antes de considerar as teorias de Bahro, é
Importante ver o processo em ação e reconhecer que o imenso aparato de seu
pensamento é construído não para entender a realidade, mas para velá-la. Ele acredita que as ideias são mais importantes que as pessoas de carne e osso. Propõe que a URSS traiu o socialismo, por isso ele não deu certo, a mesma ideia por trás de centros acadêmicos, mesmo em países que o socialismo destruiu tudo, como os do leste europeu, por exemplo. De acordo com ele o marxismo tinha que ter rosto humano, isso ajuda ele a poder demonizar, por exemplo, os assassinatos cometidos pelo regime soviético, por exemplo os assassinatos de 10 milhões de kulaks, uma classe inteira, e não indivíduos, pela teoria aplicada da URSS. A Rússia de acordo com esse autor era um regime pré-capitalista. Mas isso é curioso pois o bolcheviques se consideravam representante dos operários. Bahro na verdade não acha que seja um problema toda a violência do regime socialista, não por si só, mas o grande culpado é a burocracia do sistema, com todos os seus galhos como dificuldade de se atualizar, novos privilégios, etc. Ou seja, todos os problemas, incluindo o mau estar dos trabalhadores (classe que não deveria existir no socialismo de verdade para ele) é porque o socialismo não funciona do jeito certo. Este rapaz não foi capaz de perceber o obvio, os problemas vêm justamente devido ao socialismo. Ele diz que dejetos do antigo sistema devem ser expelidos, não há espaço para liberdade de pensamento.
Cap 8 - Antônio Gramsci
É um dos mais importantes para o estabilishment de esquerda, é a figura que representa a busca por lideres em 68 e na luta contra os fascistas. Esses intelectuais de segunda mão tipo o próprio Gramsci e Lênin anos anteriores viraram o santo graal do estudo da esquerda, mas Gramsci foi pior porque, a partir de sua filosofia, os integrantes de esquerda acreditavam que eram os únicos intelectuais e apenas eles poderiam legislar. Este cara conseguiu uma proeza incrível: desvincular o comunismo do fascismo. Colocando um na extrema esquerda e o outro na extrema direita, sendo que os intuitos dos dois sistemas eram os mesmos, acabar com a democracia e tomar os meios de produção e cultura. Talvez a única diferença entre os dois seja que o fascismo chegou ao governo por meios democráticos e o comunismo sempre por golpe de estado. Outro ponto que o fez ficar famoso é afirmar que a sociedade é mais importante que o mercado e por consequência esse mercado deveria quebrar poque eventualmente ele se voltaria contra a sociedade. O socialismo para ele deve ser fruto de uma revolução passiva, onde aos poucos o partido e as massas tiraram os donos dos meios de produção do poder. Esta teoria é perfeita para estudantes pois os permite esperar passivamente sem se envolver com os proletários que suas ações eventualmente darão frutos.
Cap 9 - Louis Althusser
Este rapaz é um dos mais bem conceituados esquerdistas até hoje. Ele defende a teoria do valor do trabalho, questão que foi totalmente derrocada pelos mais diversos estudiosos de economia. A forma de combater todas essas contradições é ignorando-as, e ele diz que só se pode por em prática a teoria do trabalho acreditando piamente n'O Capital. Ele diz também que não é a economia de um país que o define, por exemplo na Rússia, a coisa mais intelectual possível aconteceu (revolução) sem uma economia forte. Isso quebra a teoria do materialismo histórico, porém para Althusser é apenas uma reinterpretação, da mesma forma que Gramsci, já vimos que essa é uma forma elegante de afirmar que a teoria de Marx era um erro. No fim essas ideias acabam virando apenas hipóteses, não podem ser testadas pelo método científico, isso se encaixa bem aos utópicos. Ele curiosamente usa a aposta de Pascal em sua teoria, quem a assume acaba virando parte do "clero" intelectual, que vai "produzir" ou seja, virar parte do proletário. O plano de fundo para todas as ações que ele propõe está descrito nesse trecho:
Chamarei de Teoria (com T maiúsculo),
Teoria geral, isto é, a Teoria da prática em
Geral, ela mesma elaborada na base da teoria
de práticas teóricas existentes (das ciências),
Que transformam em conhecimentos
(verdades científicas) o produto ideológico de
Práticas “empíricas” existentes (a atividade
Concreta dos homens
Dialética materialista que nada mais é que o
Materialismo dialético.
Se preocupando mais com o mundo das ideias do que a prática, ele joga todos os práticos, mesmo de ideologias diferentes (Hegel, Kant, etc.) no mesmo saco de lixo da história.
Cap 10 - lmmanuel Wallerstein
Este autor acredita que, sendo a URSS uma falha histórica, o verdadeiro socialismo iria acontecer no terceiro mundo, pois lá, além de toda uma situação própria para mudança e revolução, existe o bom selvagem, aquele que apenas consume o que produz e o que necessita para viver. Em cima disso ele propõe que a URSS foi o mesmo que os EUA, ou seja, sistemas que não estão voltados ao bem estar das pessoas, apenas à economia. Sua teoria tem o foco em que a burguesia é um grupo que máquina contra o proletário. para obter vantagens. Sem isso a teoria marxistas não funciona. Existem dois tipos de pessoas-classe, o estado e a empresa, os marxistas querem tomar o poder do estado para "destruir" esse poder. Wallerstein baseia sua ação em três pontos: identificar opressor e oprimido, perceber como um ganha e como isso faz o outro perder e finalmente quais são as ações jurídicas que implicam essas discrepâncias. A gente nota que esse segundo ponto é o argumento de soma de zero, que Wallerstein faz questão de associar a exploração da africa, racismo, etc. Curiosamente ele não cita que a prosperidade europeia começou antes da colonização. Vendo o estado como uma classe, o ódio pode ser mais generalizado, nada que possa ser incluído ao estado capitalista pode salvá-lo de ser algo ruim a volta do bom selvagem e ao internacionalismo. Essas ideias dão uma aura de radicalismo a teoria, a deixando longe de algo democrático e aceitável a uma sociedade pacifica, ou no mínimo com fluência livre de ideias.
Cap 11 - Jürgen Habermas
Este rapaz acredita que o Marxismo d'O Capital está errado. O que realmente interessa são as analises de Marx sobre Hegel. Ele é o maior expoente da Escola de Frankfurt, uns economistas que tinham como intuito destruir o sistema instrumental de economia preestabelecido. Ele acredita que a única forma de revolução saí da linguagem, e a forma de obtê-la é que todos tenham liberdades simétricas, ou seja, a busca dessa igualdade tem situação de mínima energia no silêncio de todos. No fim ele para de falar de linguagem e disserta sobre contrato social com floreios. Método científico está do lado errado da dicotomia. O autor argumenta que toda a filosofia da indústria alemã está apoiada nas teorias de Habermas, que por sinal, não tem nada de novo.
Cap 12 - Perry Andersen
Zeitgeist: A tarefa do socialismo é encontrar pessoas
Onde elas estão, onde elas são tocadas,
Movidas, mexidas, frustradas, nauseadas –
Desenvolver descontentamento e, ao mesmo
Tempo, dar ao movimento socialista algum
Sentido exato dos tempos e dos modos nos
Quais vivemos.
Este rapaz foi editor de uma revista importante até hoje de esquerda, numa época em que os intelectuais estavam tomando conta das academias. Na sua teoria era inconcebível que qualquer autor não de esquerda pudesse ter dado qualquer contribuição para a evolução da sociedade, mesmos os anteriores a Marx. Anderson gosta de dividir a história em épocas econômicas, isso é complicado para o capitalismo porque não existe um "pós-capitalismo" sendo esse um regime que evolui naturalmente dentro da economia,, é dinâmico. Ele não concorda com Marx em vários pontos, principalmente quando afirma que feudalismo, entre outros movimentos "aristocráticos" na história, eram capitalismo. Para ele, ideias passarem pelo crivo do teste é um erro. As ações têm que estarem restritamente vinculada a ideias, não a ações e estatísticas.
Cap 13 - Gyõrgy Lukács
Também foi um marxista riquinho como vimos hoje em dia. Tratava o marxismo como religião e falava sobre os burgueses com os mesmos termos que Hitler usava contra os judeus. Ele defende como Marx o "valor oculto" dos produtos, fruto daquela comparação de que uma determinada quantidade de milho com de ferro. Pausa para um comentário sensacional do socialista Engels: que a "dialética" revela o significado que a física “burguesa" esconde. Ele cita essa bela frase para explicar a identidade oculta do valor, afinal de contas ele não pode ser o simples valor monetário do produto. Para ele o marxismo deve estar acima do empirismo, uma teoria independente dos dados. Como Marx, ele acredita que os produtos não devem estar desvinculados do método, a economia não pode caminhar por si só, senão os produtos virariam fetiches. O homem nessa teoria acaba virando um produto, sujeito as leis não humanas do mercado. Esse autor cita muito a "reificação da consciência" que coloca o capital como uma relação social entre pessoas mediada por coisas. Para ele a democracia "burguesa" não existe porque só serve ao homo economicus, a verdadeira democracia é a socialista pois leva ao socialismo, mas para isso destrói todas as instituições, deixando sobrar apenas uma relação violenta do "nós" contra o "eles.
Cap 14 - J. K. Galbraith
A constituição americana garante direitos que nenhum americano, independente de seu apoio politico, ousaria ir contra. Porém aos poucos nos EUA vai surgindo uma força, chamada por eles de liberal que se vitimiza e coloca a culpa da pobreza de alguns totalmente no sistema capitalista americano, simplesmente pelo menos não dar uma "cura" a esse problema. Ele acredita que a sociedade não pode se moldar pelo mercado, que levar a produção a esse patamar acaba deixando as pessoas insatisfeitas. Para ele o mercado acaba não se moldando ao consumidor, mas sim a um "sistema" autogerado pela produção, como consequência acaba agindo sobre o sistema politico também. Não existe mais-valia nesse sistema, apenas a luta de classe, mas aqui sendo empregados contra desempregados. Para ele o socialismo de Marx é impraticável, economicamente inviável, e percebeu isso quando a democracia se tornou impossível num sistema como este. Os desvios nas sociedades capitalistas e comunistas são vistos da mesma forma para este autor. No comunismo são vistos como erros e no capitalismo como ideias fora do convencional. Porém ele não nota a diferença clara na conclusão desse desvio, no socialismo ele representou 10 milhões de mortes por motivos políticos, apenas na URSS. Ele cita é um grande problema social a super produção pois por mais que existam muitos produtos, os seres humanos não são feliz, ficam tristes por não conseguir consumir ainda mais do que já consomem, a solução para isso é taxar mais a produção, ao mesmo tempo que se investe em educação e bem estar social. Por mais que ele acreditasse que o materialismo acabou dominando a psique humana, por fim, quando começou a trabalhar num estado falido, a Índia, percebeu que apenas o auxílio financeiro não era o suficiente para uma nação andar bem, e sim suas instituições. Até mesmo começou a defender as empresas no capitalismo em contraste com os coletivos socialistas, pois as primeiras podem falir mediante a seus erros.
Cap 15 - Jean-Paul Sartre
Sua obra principal é A Náusea. Um romance onde um rapaz tem atitudes bem orgulhosas como um adolescente. Sartre em vez de notar a pequenez humana em seu personagem, o glorifica de forma quase que teológica. O mundo não tem sentido além do próprio que a minha liberdade permite supor. "Existência precede a essência" afinal não existe deus para existir uma essência, e na verdade a própria existência é controlada porque por vezes as pessoas se propõe a não ser. Consciência é algo intencional e acaba virando um objeto do eu que vi do como vê a si mesmo. Liberdade é a única coisa que realmente existe porque nem o nada existe para si, o nada é do outro. Angustia é notar que todas as coisas são o mesmo, indiferenciados, aguardando pela separação. Isso que causa a "náusea". Uma das formas de sair desse "viscoso" universo de coisas iguais é se tornar um objeto, tal qual os definidos para a não existência da angustia, e para se tornar um objeto você tomaria as atitudes preestabelecidas no teatro da vida como ter uma religião, um emprego, etc. O resultado disso se chama "má-fé". Qualquer objetivo final acaba sendo má-fé porque deixa de ser a autenticidade do individuo que o cria. Quando você se relaciona com alguém, existe o você para si mesmo e o você para o outro. Mas o do outro é um objeto, o de verdade, o livro, é o self. De tal forma que quando uma pessoa tenta se relacionar com a outra, não é apenas para ter o corpo, um involucro de liberdade, e sim o interior, se fosse diferente disso procuraríamos simulacros de pessoas. Você nunca chega até o eu verdadeiro de alguém, ou seja, a sua liberdade involucra no corpo. No fim, Agostinho deu uma resposta melhor a essa angustia, que a sexualidade nos aproxima mais da sujeira da carne do que qualquer outra coisa. O importante para Sartre é não deixar o mundo do eles tomar conta, mas isso acaba levando a uma contradição dos motivos, este não é um motivo tão livre assim. Porém acaba fazendo um vinculo com o marxismo. Três características do Marxismo importante para Sartre: filosofia da negação, total em soluções para uma nova realidade, obediente a uma perfeita concepção e si e que a comunidade do futuro será exatamente o que o "para-si" demanda, uma espécie de "viscosidade do bem", está a salvo de todas as coisas que nos transformam em objetos. Um anti-herói que se entrega a uma causa estará fazendo algo errado se ela não estiver vinculada totalmente com o "self". Essa ideia se vincula ao marxismo pois o capitalismo usa a sociedade como um meio, não como um fim, em termos de liberdade própria isso significa muito para Sartre. Sartre tenta "totalizar" a vida humana, mas sem religião o que sobrou foi o marxismo. Ele nunca chega a realmente criticar o marxismo, por mais que proponha uma teoria "melhor". Nunca pega no cerne das criticas principais a ele como teoria da historia, do valor e da classe social. A primeira critica dele ao socialismo vem sob Stalin e sob o Partido, não pelos crimes, mas por ele ser uma instituição, ou seja, não era "totalizante". Toda revolução é "marxista" para Sartre, mesmo quando os revolucionários lutam contra o socialismo. "Desejando somente o que é abstrato e
“totalizado”, ele condenou o que é real à miséria e à servidão. A totalidade
Totalizada é, no fim, o que ela parece ser no início: o compromisso total com a
“práxis revolucionária”."
Cap 16 - O Que É Direita?
O revolucionário quer um mundo sem poder (Focault), mas não existe fidelidade, entre outros sentimentos importantes para o humano sem essa relação de poder. Este mesmo revolucionário deseja esse mundo, nem que para isso tenha que destruir com as instituições que transformaram essa luta de poder em algo pacifico. Para o revolucionário não há distinção entre poder e coerção, dai sai o motivo para tentar destruir instituições que são aceitas pela maioria das pessoas. Seguindo a linha de pensamento de Max Weber, as leis e o próprio estado são meios de coerção, por mais que a maioria das pessoas não se sente coagida a não cometer crimes, apenas não os comete e quer que o estado proíba os que o fazem. Seguindo esse caminho a economia também se torna uma coerção, e por isso o estado tem que tomar os meios de produção, como prega O Capital. O radical por vezes não culpa o empresário pela dominação, mas sim o sistema, mas o que é esse sistema senão a criação pela mão invisível da colaboração de todos. Outro argumento dos socialistas é reduzir as relações de trabalho como um produto da luta de classes. Assim sendo, aquele que hoje emprega é da mesma classe daquele que, no passado, expropriou riquezas, mantendo assim o poder de uma classe sobre outra. Sendo assim, por mais que um individuo deixe de ser "burgues" o sistema de classes permanece, então, a única forma de destruir isso é controlando, como propôs os vários governos socialistas. Corpo social e Estado são coisas distintas como corpo e mente. O corpo social depende da mão invisível, e qualquer tentativa de associá-los numa coisa só está fadada ao fracasso. A grande falha do sistema comunista é não ter a necessidade de se dobrar as leis, permitindo assim todas as atrocidades que um país sem instituições fortes permitiu durante a história. O poder é uma questão importante num estado comunista, afinal de contas não existe contraponto, essa teoria da história chega ao cumulo de fazer se esquecer os antigos lideres para que todo o poder esteja apenas no atual, nesse fim da história em conjuntura com o poder totalitário no partido atual. No fim o argumento de que o individuo não é importante acaba sendo usado para justificar a URSS, sendo que seus erros não estão imputados no sistema comunista, mas sim em Stalin. O autor concluí que o ônus da prova está sob a Nova Esquerda, sendo que o sistema atual passou no teste do tempo.
Comments