Reflexões sobre a Revolução na França - Edmund Burke- Resumo
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21 de mar. de 2019
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Reflexões sobre a Revolução na França - Edmund Burke- Resumo
Introdução
Este livro se trata de uma carta para um cavalheiro francês com algumas críticas referentes a revolução na França.
Carta
Burke cita que só está falando sobre suas concepções associadas a revolução porque este receptor da carta está pedindo.
Ele crítica duas sociedades que a principio ele estava vinculado: Sociedade Constitucional e Revolucionária. Para a Sociedade Constitucional, ele nunca ouviu um homem dessa organização dizendo qualquer coisa que tivesse uma consequência séria. Para o segundo, eles se metiam em situações onde não tinha nenhum qualidade intelectual, afinal perdiam seu tempo em bares, e causavam danos devido a isso. Ele afirmava que seus argumentos eram fracos e não convincentes, justamente devido a sua estrutura.
Para ele a liberdade não era absoluta, afinal viu na revolução francesa que a liberdade de alguns causou muitos danos a pessoas inocentes. A bajulação, dizia ele, era outro fruto ruim da revolução, que fazia mal para quem bajula e para quem era bajulado, ele queria que isso não fosse lado para a Inglaterra.
Instituições antigas como a igreja não deveriam ser alvo desses que querem propor ideias revolucionários e não testadas, em comparação ao ônus do tempo que as ideias religiosas têm.
O autor começa críticas a necessidade do povo fazer uma eleição geral para a escolha de seus representantes. N revolução francesa os que não foram escolhidos pelo povo eram tidos como a classe mais baixa de usurpadores, mas na Inglaterra fazer o mesmo seria dizer que grande parte de suas importantes leis não tinham valor. Manter a certeza da sucessão de governo era mais urgente, e daria a confiança da hereditariedade para boas oras de longo prazo feitas pela família real.
O poder supremo nunca foi o caso na Inglaterra, pois havia um parlamento mesmo na monarquia. E aqueles tomavam a responsabilidade por algo não poderiam simplesmente abandonar estas.
Mesmo na revolução do século XV a Grã-Bretanha decidiu por não ter nenhum membro que não seguisse uma linguagem sanguínea e de mesma religião que a família real, devido aos méritos dessas propriedades, isso era um direito para os britânicos, não um dos seus erros. Ter esse tipo de governança não impossibilitava a saída de alguém que não correspondia a sua atividade fim, como ocorreu com o rei James.
Burke deixa claro que desde aquela época era comum políticos que se apresentavam por termos populistas como "o Servente dos Serventes" acabasse por ser um dos mais tiranos ditadores. Concluía assim que a revolução será "o mais último recurso dos pensantes e bons".
Politica para ele é saber sem reflexo, como se fosse um caminho da natureza. E apenas com o conceito de herança, respeito aos ancestrais que surge a conservação, transmissão, e por consequência a melhora, assim as coisas melhores não são necessariamente novas. Com esse conceito de herança que se “herdou” liberdade, franquias, leis etc.
É necessário que haja desejos conflitantes, senão determinado grupo ganha muito poder. Como essas ideias não foram seguidas na França, segui-se a sanguinolenta Revolução. Era fácil para a França seguir esse caminho devido a sua história, mas para o autor, os homens sempre procuram os caminhos mais difíceis, isso levou a problemática francesa, num emaranhado de traições entre os republicanos e a monarquia.
Ideias tão complexas e uteis como essa, para o autor, não poderiam sair o povo. São dos professores e advogados que sairiam as boas ideias, mas a revolução era lotado de miseráveis, que nada de bom poderia sair. A consequência disso é uma "constituição" que segue o bel-prazer dessas pessoas que n ão tem qualquer ideia de ordem, buscando essa a partir de seus vícios. Todos degenerados sem qualquer talento civil ou militar.
A falha moral estrutural desse problema é a falta de amor ao “pequeno pelotão”. Nas palavras do autor: Um dos primeiros sintomas que eles descobrem de uma ambição egoísta e nociva, é uma corrupta desconsideração de uma dignidade que eles partilham com outros. Ser atado à subdivisão, amar o pequeno pelotão ao que pertencemos em sociedade, é o primeiro princípio (o germe como seria) de afeições públicas. É a primeira ligação na série pela qual nós procedemos no sentido de um amor a nosso país e a humanidade. Os interesses dessa porção de arranjamento social são uma confiança nas mãos de todos os que a compõem; e como nenhum a não ser homens ruins poderiam justificá-los em abuso, nenhum a não ser traidores iriam barganhá-la para sua própria vantagem pessoal.
Ele acredita que há empregos que não dão honras, mas que não devem sofrer opressão do estado. Foram justamente esses empregados que fazia parte da revolução.
A propriedade privada é vista como um dos cernes da questão. Ela tem por definição a desigualdade, defendê-la é essencial para que os invejosos não tentem usurpá-la sob a égide da lei. Uma das instituições que permite isso é a herança. Com ela podemos diminuir nossa avareza, mas deve-se ter em conta um sistema que proteja essa transmissão.
Eles, os revolucionários, desprezam a experiência como sabedoria de homens iletrados. Os homens tem direitos iguais, mas não a coisas iguais. Assim, não é porque existe uma fabrica com chefe e empregado que os dois devem ganhar o mesmo, tudo isso deve ser decidido anteriormente e nada pode sair de injusto disso. Ou seja, nenhum homem deveria ser juiz em sua própria causa.
As inclinações devem ser impedidas, as vezes as pessoas estão agindo por vício, e isso só será possível por uma força fora deles mesmo. Governo vira só conveniência quando isso não é levado em conta.
Burke continua dizendo que nunca gostou de revolucionários: eles mudam os hábitos da sociedade tornando tudo algo explosivo. Instituições continuas como a religião são sempre visto por eles como cidadãos ruins. Levam sua ideologia do homem tão longe, ao ponto de esquecer a natureza deles, o que importa é o proposito politico por trás de cada ação.
É importantíssimo para republicas e monarquias abominar esses revolucionários, que, na prática, causaram a sanguinolência contra a família real na Revolução Francesa, o que ninguém nos países europeus concordava na época.
A Inglaterra diferencia de lugares mais primitivos (a época) como a Asia porque sua lei é derivada da antiga cavalaria, que mantinha a ordem em feudos e era baseada na tradição. Para o autor é justamente essa tradição que mantêm a coesão estatal mesmo em períodos de falta de condições básicas para subexistência. Nas palavras do autor: Prejuízo é de pronta aplicação na emergência; ele previamente compromete a mente em um firme curso de sabedoria e virtude, e não deixa o homem hesitando no momento de decisão, cético, confuso, e não-resolvido. Prejuízo torna a virtude de um homem seu hábito; e não uma série de atos desconexos. Através de prejuízo justo, seu dever torna-se uma parte de sua natureza.
O povo inglês tem uma historia de não se dobrar a revolucionários, mas a frança também tinha, quando se apoio na igreja católica. Parte dessa proeza vem da ciência da jurisprudência, que só é funcionam pois foi construída no orgulho do intelecto humano, mesmo que isso tenha defeitos, ela passou pelo ônus do tempo. Para o autor isso ocorre devido ao estado, que deve ser pequeno, funcional como uma transação. Este é o ponto central de parceria de todas essas ciências desenvolvidas. Só assim pode ocorrer a parceria entre as gerações vindouras e as que já morreram. Estado como apenas um guardião e regulador da instituição da propriedade privada. Burke acredita tanto no estado que em certos trechos ele cita que este é um arranjo dado por Deus.
Contra suas ideias conservadores, Burke cita os "professores dos direitos de homens" que estão tão ocupados ensinando os outros que acabam não tendo nenhum conhecimento para si mesmos. Eles exageram em suas falhas e se tornam demagogos.
A crítica é muito forte a falta de respeito a propriedade privada. O que ocorreu na Revolução Francesa foi um desrespeito tão grande a essa instituição que nem mesmo nas facções romanizadas acontecia.
O clero foi destruído na Revolução, a força do estado foi usada para isso. "Tão violento um ultraje sobre crédito, propriedade, e liberdade, como esta moeda de papel compulsória, tem raramente sido exibido pela aliança de falência e tirania, em qualquer tempo, ou em qualquer nação."
Democracia, dizia Aristóteles, tem muitos pontos em comum com a tirania, a maioria pode exercer opressões sobre a minoria sem se sentir mal.
A França no período anterior a revolução tinha uma opinião majoritária bem diferente dos revolucionários. Eles falavam que os governantes eram piores que raças assassinas como os mongóis. Não perceberam que, na medida do possível, a França depois da Revolução organizava pior suas finanças que anteriormente. A distribuição de renda, que era pauta dos revolucionários, ficou pior que a de um país mais pobre como a Inglaterra.
Para o autor, um povo bravo buscará a liberdade acima de tudo. Isso talvez é fruto de uma boa nobreza, que não foi considerada pelos revolucionários. Este espirito levou a todos a considerarem a propriedade privada importante, o que é relevante ao autor, pois esse espirito acaba por criar uma luta natural contra injustiças. Curiosamente isso não foi levado em conta pós-revolução.
Burke faz uma forte crítica a Assembleia Legislativa, que ao seu ver esta situada não para a segurança, mas para a destruição de propriedade privada e cultura de um local. Um exemplo disso foi o roubo feito com os decanos da Inglaterra. Assim ele divide politica de justiça, esta última para ele é a grande politica permanente da sociedade civil.
A deficiência de colocar politicas em todos os lugares da economia é mostrada quando ele exemplifica a questão da tecnologia: muitos produtos que os políticos barganhavam por não ter ideia da sua consistência tecnologia poderia ter gerado riquezas.
A falta de uma boa oposição é a causa de muitos governos com poderes arbitrários. Assim, os antagonistas são “ajudantes” na luta politica.
Alguns aristocratas acabaram tornando-se um devido a chamada Contribuição Direta, que é o financiamento direto do titulo, passando pelo nobre processo de qualificação. A indireta surge por méritos.
Acima de qualquer questão de mérito, estava o uso da força que foi recorrente pelos revolucionários. Para completo sucesso de suas ações, destruir a cultura do país antigo era necessária. Outro elemento usado para essa destruição foi a ideia de representação. sua desutilidade devido a burocracia impede o avanço. A luta pela quantidade de representação acaba escondendo o fato que esta, por mais que seja, não é sinônimo de maiores ganhos.
Ter qualquer continuidade de politicas não é o foco numa republica, quase não há conexão entre os constituintes. O que acaba desmerecendo o trabalho de bons congressistas. Esse tipo de procedimento se expande após a revolução, bem retratado no que se refere a propriedade privada pelo autor: Quem irá laborar sem saber o montante de seu pagamento? Quem irá estudar para aumentar o que ninguém pode estimar? quem irá acumular, quando ele não sabe o valor do que ele salva? Se você abstraí-lo desde seus usos em jogo, acumular sua riqueza de papel, não iria ser a providência de um homem, mas o instinto destemperado de uma gralha-de-nuca-cinzenta.
Um sistema assim é fraco, na visão dos populares, e também acaba causando a perda de identidade. As pessoas deixaram de ser bretões, picardos, gascos e se tornaram todos franceses, tendo ou não qualquer afeição pelo novos compatriotas.
Esse novo sistema politico não respeitava qualquer tipo de conselheiro, como os senadores. Por consequência acabam não respeitando a liberdade daqueles que odiavam, o que normalmente não ocorria no caso de um rei justo.
Democracias antigas não funcionaram devido a decretos arbitrarios destruiram a ordem militar, os lideres dizem que feudalismo é uma porcaria mas mandam o povo manter alguma parte dessa escravidão para conseguir manter seu sistema, a aristocracia ainda existe para manter o que não deveria.
Liberdade não é rapina da democracia. Burke crítica o papel-moeda, pois permite a impressão controlada pelo estado, o que pode ser negativo para a e economia. Todos esses processos inflacionários eram vistos como um erro, mas depois da republica é algo, no mínimo chique. Só existe uma nação se o povo for subserviente, precisam respeitar que não podem participar de tudo, mas ter a liberdade de buscar o que pode ser buscado. Burke acha que os políticos tem que ser os guias, não apenas uma ferramenta do povo.
O autor termina o livro dizendo que presa pelo equilíbrio: manter o barco velejável.
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