Tanto por Fazer – Theodore Dalrymple – Resumo
- Canal Resumo de Livros
- 17 de jul. de 2020
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Tanto por Fazer – Theodore Dalrymple – Resumo
O livro é uma descrição em primeira pessoa das motivações de um assassino culto para seus crimes, onde só eram “vítimas” aqueles que viviam de forma improdutiva, buscando o prazer cego.
CAPÍTULO 1
A grande maioria das pessoas que lê o livro de um psicopata não busca qualquer conhecimento útil. Nada lido nessas biografias conta qualquer informação importante, nem ao mesmo explica como evitar de que ocorram outros serial killers. Aqueles que criticam o assassino normalmente julgam que esse tipo de crime ocorre por motivação sexual, e o prazer sentido se assemelha a esse, se a sujeira desse sentimento que é o problema, então porque o prazer mais primitivo ainda que os colegas de prisão tem batendo no serial killer ou em estupradores não é julgado.
O Serial Killer cita que se o problema é apenas o mundo material, então deveríamos deixar de criminalizar certos crimes sexuais como o incesto, pois com a grande quantidade de métodos contraceptivos, esse tipo de relacionamento não causa mais problemas. O mesmo preso que bate em alguém que vai na cadeia por crimes sexuais é aquele que engravida uma série de garotas e nunca dá assistência, deixando a mulher vulnerável desse jeito, aumentasse a probabilidade de que essa sofre violência sexual, ou até mesmo o seu filho. "Ele é o progenitor voluntário de vidas inteiras de tormento". E mesmo com essas evidencias logicas e observacionais a mídia deixa isso completamente de lado, enquanto condena a ação do serial killer estrangulador personagem principal do livro.
CAPÍTULO 2
Ele cita que teve uma infância complicada, pois sua mãe era uma dessas mulheres abandonadas e que não se importava com nada que era superior. Mostrava verdadeiro ódio de ter uma única responsabilidade, cuidar do próprio filho. Ele tinha um físico nada interessante e por ter gosto pela leitura desde cedo, sofria bullying dos amigos e até mesmo dos professores. Assim, começou a pegar gosto pela morte de insetos, sentia prazer em infligir dor a outras criaturas vivas. Com o tempo foi evoluindo para animais mais complexos como cachorros e gatos. Ao responder aqueles que criticam a crueldade animal, cita que a maioria dos que o fazem comem carne, e os animais que lhes servem unicamente pela saciedade do desejo de um bom hambúrguer passam a curta vida num local péssimo e mal tem tempo para respirar pois estão recebendo comida por mangueiras desde cedo. As pessoas tem noção que carne no passado era um luxo, e se não é mais hoje em dia pois a crueldade criou um ambiente onde carne se tornou algo comum, assim, por mais que a pessoa seja hipócrita, a verdade é que aquele quem deseja o fim deseja os (inescapáveis) meios, ou seja, a tortura dos animais. Na cadeia os carcereiros faziam de tudo para que o serial killer, um vegano, comece refeições com carne escondida, e o faziam por apenas um motivo: sabiam que comer carne era errado, e eles não poderiam se sentir inferiores a um serial killer.
CAPÍTULO 3
O sistema de justiça é tão ineficiente que alguém ser considerado culpado gera tanta certeza quanto incerteza (talvez por isso existe a cultura do prejulgamento, culpado até que se prove o contrário). Ele cita que 15% da policia da Inglaterra não aceitava trabalhar em nenhum caso a não ser o dele, e mesmo assim acharam apenas 15 das 22 "vítimas". Quando perguntado se havia um complô contra ele, cita que se essa quantidade de gente querendo apenas pegá-lo não for uma evidencia suficiente para isso, ele não sabe o que é. Ele cita que seu fracasso se deve a sua mãe, pois por vir de uma família pobre, não conseguiu ascender socialmente. Quando perguntado por que ele não usou esse grande intelecto para estudar algo que lhe daria dinheiro, ao invés de ler os vários clássicos da literatura e filosofia, ele cita que ninguém que tem tempo e dinheiro apenas pra lutar pela sobrevivência vai gastar o pouco que lhe sobre em coisas que não gosta. Citam que ele leu tanto que não conseguia discernir a validade de um argumento, ele fala que leu os tipos de leituras mais contraditórias e mesmo assim fez uma escolha, algo que é impossível de não se fazer, por mais obvio que seja tem aqueles que defendam o contrário. Dizer que apenas utilizou a lei é para fazer algo erado é o mesmo argumento que foi empregado com sucesso em Nuremberg (o tribunal pós-segunda guerra). A negação da responsabilidade pessoal leva as mais horríveis consequências, como a história do nosso século mostrou de maneira mais do que clara.
CAPÍTULO 4
O interesse racional do homem por um assunto deve ser proporcional a importância desse. Sendo assim se argumenta se eventos horríveis ao redor do mundo devem ter chamar a mesma atenção das pessoas que os próximos, para isso o personagem argumenta que a significação moral desses eventos não é proporcional a sua proximidade a nós, ou inversamente proporcional a sua distancia; nenhum homem é uma ilha, portanto não instigue alguém a procurar onde jaz a culpa: ela jaz em ti; e as pessoas que estão lendo esse texto escrito pelo serial killer não foram, de todo modo, afetos diretamente pelas atividades dele.
Ao discutir sobre o medo da morte que suas vítimas podem ter tido, ele cita que existe uma grande tradição sobre recepcionar a morte como algo positivo, "não diga que nenhum homem foi feliz antes de sua morte". E que esse medo da morte é infantil, pois onde a morte está, o ser não está. Após a morte não há nenhuma consciência para ser privada de experiencia sensível, ou seja, você literalmente não sabe do que se trata, pensar como é a morte é tão sem sentido como pensar como era antes da vida. Já que ela é inevitável, que ocorra, como diz Hamlet, sem dor, não é mesmo? Porém, mesmo os métodos que mais buscam esse fim não são completamente efetivos. Alguns reclamaram da falta de respeito com os corpos devido ao desmembramento feito, a questão de gosto é completamente moral, afinal de contas, nenhum crime em si foi realmente cometido pois não houve violação da propriedade privada de ninguém, ou seja, isso ser um crime só ocorre porque alguém poderoso não gosta dessa atitude.
CAPÍTULO 5
As pessoas que moravam na mesma rua que o serial killer inventam historias em pesadas para que assim a mídia pagasse melhor por elas. Ele cita então que o que mais distingue os homens dos animais é o ardente desejo de atuar como um policial secreto, o que em outras palavras é o velho desejo de linchamento, que data desde os "fins de semana" onde as famílias iam ver as fogueiras humanas da inquisição e levavam mesmo as crianças para xingar aqueles que morriam.
A ignorância não pode ser usada como desculpa para se livrar de um crime, e como ninguém pode dizer que não sabe do que acontece na África e não faz praticamente nada para evitar, faz de nós todos assassinos. Ao ser perguntado se não está mostrando nossos erros para deixar de lado os dele, o serial killer diz que como está fazendo uma analise moral, ele deve ter consistência, sem ela não há moralidade e de acordo com Sócrates, o melhor método de conseguir consistência foi desmascarar o seu oposto. Sendo assim, com a moralidade baixa, não podemos apontar o dedo a ele.
A venda de armas também se mostra imoral pois causa um monte de mortes, quando o secretário de segurança é indagado sobre o fato de que a venda causará mortes, ele responde que "se não fossemos nós vendendo, eles comprariam de outra pessoa" sendo assim, pela mesma logica, podemos argumentar, se não fosse o serial killer matando, algum outro mataria, e isso tiraria a culpa. O mesmo pode ser imputado para as companhias de tabaco, industria farmacêutica, petrolífera etc. Sem contar aqueles que pagam previdências privadas, pois estas são fortemente vinculadas a industria do tabaco, que causa muitas mortes principalmente nos lugares pobres. Citando R.D.Laing: "Somos todos assassinos e prostitutas - independentemente da cultura, da sociedade da classe ou da nação a qual alguém pertença, independentemente de quão normal, moral ou maduro alguém creia ser".
CAPÍTULO 6
Ao responder a pergunta do porque as atividades de um serial killer chama tanta atenção das pessoas, estamos lidando com a psicologia humana, que não é nada transparente. Assassinato as vezes é levado como loucura por aqueles que cometem, como se assassinatos não fossem um comportamento natural na humanidade desde o início desta.
O suicídio na cadeia é odiado pelos carcereiros, porque além de tirar a paz destes devido a grande quantidade de formulários que devem preencher, é visto como uma forma de roubo, pois a vida dos detentos não é verdadeiramente deles.
CAPÍTULO 7
Como dizia Marques de Sade, o vício é sempre triunfante e sublime, enquanto a virtude é sempre miserável e triste. O jubilo satura rápido, logo ele não pode existir. O simples pensar sobre o Paraíso logo induz a uma espécie de estupor. Medo é o pré-requisito da ordem, não há civilização sem ele.
Os fascistas tinham um bom entendimento da natureza humana, e uma consequência disso foi ter feito sucesso na civilização com a história mais continua da Europa, e um braço do fascismo, o nazismo, fez sucesso na país com maior nível de educação e cultura, por isso que aquilo que estava escrito na porta da Academia de Atenas é "conhece a ti mesmo". A conclusão é que é impossível negar a própria natureza, a tentativa de fazê-lo eventualmente cria patologia, um exemplo disso é o luto, quando escondido acaba criando problemas psicológicos.
CAPÍTULO 8
A violência é uma força purificadora. Quando um escravo matava seu dono ,isso dava uma sensação maior que a liberdade que este teria depois. Muitos se consideram livres hoje, mas não pensam que são escravos de seus empregos, ficando 5 dias por semanas mais de 10 horas (contando deslocamento) em algo que não gostam. Quando o homem se livra da sua opressão ele vira verdadeiramente homem pela primeira vez, e assim como Hegel disse, o indivíduo surge em conflito com seu semelhante. É disparar a flecha, não atingir o alvo que conta.
Ao pensar sobre quem seria suas vítimas, o serial killer pensou em professores, pois é o tipo de pessoa egocêntrica que causa mais gastos que benesses, pouca qualidade e muita ostentação, principalmente em uma sociedade doente por títulos, e não pela qualidade do trabalho em si, eles só não viraram as vítimas porque muitas pessoas sentiriam sua falta.
ao ser criticado sobre o fato de que o próprio serial killer gera injustiça no mundo, pois ele mesmo trabalhando em algo que não gosta ganha mais que um individuo pobre num país subdesenvolvido, ele cita que a diferença não é tão grande, principalmente quando leva em conta que as coisas são mais caras em seu país, e conclui que a injustiça de uma sociedade é local, não é um fenômeno entre sociedades e cita que se seus parâmetros de assassinato fossem postos em prática, criaria uma ordem muito diversa e melhorada, suas ideias são economicamente inviáveis pois estimula um limite superior de salario, e claramente tirânicas por envolver violência indevida.
CAPÍTULO 9
Quem são então as vítimas? Essa informação surge principalmente quando se analisa as condições de trabalho no emprego do serial killer. Ele cita que propostas idiotas são impostas aos trabalhadores dessa repartição pública, como não poder dizer "preto" ao se referir ao café, e a praticamente qualquer coisa, pois essa palavra pode ter conotação racista. Uma olhada um pouco mais longa para alguma mulher poderia ser considerada assédio, ou seja, aquela velha burocracia sem sentido do politicamente correto onde não é possível nem contra-argumentar, como foi tentado pelo serial killer o que lhe resultou num processo interno. "A única coisa segura que se poderia ser no Departamento era uma vítima". Os que trabalhavam com ele também não tinham nenhuma qualidade, viviam conversando sobre superficialidades como futebol, provavelmente pelo fato de que vivenciável toda aquela gente miserável e pobre que fazia fila em seu departamento pra conseguir pensões, casas do governo, seguridade social etc.
Essa gente pobre que eram os "clientes" do serial killer xingavam os membros do departamento e por vezes agiam com violência. Aqueles que julgavam a situação (e que não trabalhavam no local) diziam que essa era a única linguagem que essa gente pobre sabia utilizar, ou seja, eles nunca tinham culpa de nada que faziam ou do que ocorriam em suas vidas, a culpa era sempre do sistema, por mais que essa gente embora parte das vezes tenham se colocado no seu lugar. Havia o argumento de que eram muito pobres para conseguir sair dessa situação desculturada, mentira, afinal de contas todos tinham aparelho de televisão, DVD, e som em suas residencias. Se estes fossem roubados, porque não usavam esse dinheiro para algo mais nobre, como pelo menos ir ao dentista. A vida deles se resumia a assistir televisão, todos os moveis da casa apontava para esta. Quando assistiam, por vezes mais de 12 horas por dia, entravam num estado catatônico, que não sabiam nem mesmo responder sobre o que acabaram de ver. Ou seja, o cérebro destes desfiava, seu corpo só servia para manter essa rotina ridícula, e quem pagava por isso eram os pagadores de impostos. Mesmo uma ovelha criada artificialmente e maltratada tem um proposito, esses indivíduos não.
Uma vez tendo sido uma pessoal útil, não é mais possível se tornar um deles, é como se fosse uma aristocracia. Perguntado se alguma vez o serial killer foi vítima de violência, ele responde que de forma indireta, pois devido ao fato de morar e trabalhar perto desse tipo de gente, os seguros associados as suas propriedades aumenta muito de preço.
CAPÍTULO 10
As pessoas dizem que se alguém tem algum desejo, esse deve ser respeitado, mas essas pessoas não tem direito a nada, afinal para ter direito devem ter deveres, e esses não tem nenhum, vivem como animais. Tanto é que os próprios policias criticam aqueles assaltados nos becos onde esse tipo de gente mora, dizendo que não se vai pra selva sem faquinha. Matar essas pessoas é uma especie de profilaxia.
Uma das classes que mais comete suicídio são os médicos, o porque disso? É porque esses profissionais que dão muito valor a vida humana, acabam convivendo com pessoas inúteis, e percebendo que essas pessoas não valem o esforço. É necessário muito empenho do médico para manter a ilusão da sua beneficência universal. Colocar os problemas da pessoa na condição social dela também ajuda aquela que são afetados pela ignorância, pois assim consegue esconder de si que certas pessoas não valem nada, o que o faz sentir mal. Mas os médicos, diferente do serial killer, não se vinga nas pessoas, mas em si mesmo.
CAPÍTULO 11
O juiz se apegou muito ao fato do serial killer ter planejado os atos, essa é a única forma de fazer um empreendimento do gênero. Parte dessa organização vem da escolha das vítimas, um dos elementos principais para tal era que a pessoa fosse socialmente isolada, mas o serial killer matou gestantes. Ele cita que isso não é uma contradição, pois ter um filho para essa gente ignorante não é diferente pegar um ônibus ou mudar o canal de televisão. Para causar a morte, ele chamava as pessoas dizendo que receberiam respostas sobre seus pedidos em relação as seguridades sociais, eles sempre chegavam atrasado devido a sua falta de responsabilidade. O serial killer oferecia algum remédio muito forte para insonia, que por vezes não funcionava pois esse tipo de gente sempre tomava esse tipo de remédio, afinal, o inercia é a maior causa de insonia.
O serial killer argumenta que a vingança não vem de uma entidade abstrata como o estado, mas sim de um individuo, como o juiz, e não é porque o juiz recebe dinheiro para isso que deixa de ser justiça, da mesma forma pensa o serial killer, que está fazendo justiça se vingando das pessoas inúteis. O juiz chamou as ações do serial killer de deliberadas, quando a própria noção de deliberação era incoerente e intelectualmente inviável; portanto, todas as decisões que ele tomou com base nessa noção eram irracionais, incompetentes injustas. Ele também presumiu que a pessoa a sua frente no banco dos réus era a mesa que aquela que supostamente cometeu os assim chamados crimes-objeto do julgamento. Mas isso foi um erro elementar. Assim, a pessoa sentenciada a prisão perpetua, com a recomendação de jamais ser libertada, não era a mesma pessoa que ele presumiu ter matado quinze pessoas inocentes. com efeito, uma pessoa não podia sequer ter cometido as infrações alegadas. O serial killer tem, portanto, somente uma questão: é possível imaginar alguma ofensa maior a justiça natural do que punir um homem pelos supostos crimes de outro?
CAPÍTULO 12
O juiz disse que o serial killer foi perverso, ocorre que ninguém, além dos doentes, age com perversão patológica, assassinato é algo natural entre humanos. A moralidade é como a beleza, aos olhos de quem contempla, assim, as vítimas eram simplesmente a negação de moralidade. A mesma sociedade que agora julga a moralidade do serial killer é aquela que privou as vitimas de todas as benesses econômicas que supostamente os fariam não ser ignorantes.
CAPÍTULO 13
Muitos chamam um serial killer de aberração. Se isso é verdade, o personagem pergunta: então porque agora, nessa situação de violência desvelada, é a época da vida em que ele mais recebeu cartas e pedidos de casamento?
EPILOGO
O serial killer foi esfaqueado por seus colegas, a principio os carcereiros não fizeram muito para ajudar, a desculpa que deram foi a dificuldade de comunicação entre carcereiros, assim, a direção pede que cursos para comunicação sejam feitos.
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