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Uma Teoria do Socialismo e do Capitalismo - Hans-Hermann Hoppe

  • Foto do escritor: Canal Resumo de Livros
    Canal Resumo de Livros
  • 13 de dez. de 2018
  • 17 min de leitura

Atualizado: 16 de jan. de 2019



Uma Teoria do Socialismo e do Capitalismo - Hans-Hermann Hoppe - Resumo


Capítulo 1 - Introdução

O livro tratará de uma análise da consequência das nações aplicarem mais socialismo, e a consequência negativa do avanço dessa ideologia. A analise passará por meios econômicos e morais. No fim o autor mostrará que a lógica de mercado aplicada a ações que são monopólios do governo se mostrariam mais frutíferas.


Capítulo 2 - Capitalismo, Socialismo

Começa-se introduzindo alguns termos, como propriedade. Define-se que não existe propriedade quando um bem não é escasso (nossa relação social com o oxigênio, por exemplo). Mas mesmo supondo uma situação onde todos os bens necessários não são escassos, ainda seria escassa a possibilidade de utilizá-los todos ao mesmo tempo, pois o corpo do individuo é escasso, e por definição é sua propriedade privada. Assim, seria atentar contra a propriedade do individuo cometer uma agressão, que é quando buscamos prazer em detrimento do prazer do próximo, sem o seu consentimento.

Sendo assim os indivíduos são donos do próprio corpo, podendo com ele tomar a decisão que lhes bem entender. Isso tem como consequência decisões a longo e a curto prazo. Essas decisões estarão relacionadas com a condição de escassez do que os mantêm vivos. Sendo assim, com uma escassez muito grande e poucas perspectivas e benesses a longo prazo, a pessoa tende a tomar decisões de consumo, ou seja, de curto prazo, que normalmente são prejudiciais a longo prazo (se tornar um bêbado em vez de um engenheiro, por exemplo).

O autor conclui que sistemas onde a propriedade privada não é baseada no uso prévio e da produção de riqueza na mesma é chamado de socialismo.


Capítulo 3 - Socialismo ao Estilo Russo

Definimos socialismo como uma política institucionalizada de redistribuição de títulos de propriedade. No decorrer desse capítulo o autor irá então mostrar o impacto do socialismo em certos países e a causa dos problemas.

Tanto no ocidente como no orienta, na futura da Rússia, o socialismo surgiu. Na Rússia ele era mais pesado pois tomava controle de todos os meios de produção, como dizia o livro Das Kapital de Karl Marx. Neste tipo de socialismo então não existia propriedade privada. Este socialistas chamava o livre mercado de uma anarquia de produção, de um modo pejorativo curiosamente. Podemos dizer que, levando em conta que os meios de produção e a propriedade privada não tinham donos, eles tinham apenas "zeladores" pessoas que cuidavam num determinado espaço de tempo e não tinham nenhum vinculo financeiro com tal propriedade, ou seja, para eles tanto faz se a propriedade dá lucro ou não. Os socialistas também não levam em conta que vivemos em um mundo de mudanças, e estas no âmbito econômico demandam tempo, que para o individuo poderia também ser utilizada para o seu lazer por exemplo. A consequência dessa visão socialista da propriedade tem três consequências: Uma vez que a socialização beneficia aquele que não faz nada para que determinada ação seja economicamente viável (afinal a propriedade é de todos) isso eleva os custos dos usuários, dos produtores, etc. Haverá menos apropriação o que fará aumentar custos de produção, de manutenção de inovação etc. Em segundo lugar essa politica resultará num desperdício, o que pode ter várias consequências, tanto no bem estar dos indivíduos que perderão seu tempo, quanto no meio ambiente, o que é reflexo da poluição em países mais socialistas, mesmo eles sendo economicamente mais fracos. Em terceiro lugar, socializar os meios de produção provoca empobrecimento relativo. Levando em conta que um zelador não tem uma baixa preferencia temporal, não vai fazer questão de investir em coisas que farão o todo se beneficiar, como melhores tecnologias, confortos e etc. Vai preferir gastar o lucro (que pode ser apenas um tempo extra entre suas funções) para o seu lazer, e não para investir no que quer que seja.

Um sistema socialista acaba por beneficiar aqueles da carreira politica, que por vezes não tem aptidão alguma para qualquer cargo técnico que seja, mas são levados até eles devido a sua popularidade, fruto de um comportamento por vezes vicioso. Exemplos históricos não faltam de nações que sofreram com essa forma de governo mas talvez o mais ilustrativo no momento seja a Alemanha. Depois da segunda guerra ela foi divida numa parte ocidental, cuidada por um país menos socialista que a União Soviética, os EUA. Nesta região a qualidade de vida, tempo de lazer e meio ambiente eram extremamente superiores que o seu lado oriental. Este não fornecia nenhuma oportunidade aos seus membros, o que os fez tentarem pular para o lado ocidental e assim surgiu o muro, criado pelo próprio governo oriental para proibir seus membros de saírem do regime.



Capítulo 4 - Socialismo ao Estilo Social-Democrata

Levando em conta que o socialismo ao estilo russo ia contra as ideias democráticas que estavam florescendo no mundo pós segunda guerra mundial, a discrepância de qualidade de vida da Alemanha Ocidental e Oriental, uma alternativa a ele muita aceita nos meios acadêmicos e políticos do mundo foi obtida, a social-democracia. Ela já era cogitada no meio da União Soviética, mas depois do golpe militar de Lenin ela foi deixada de lado.

A social-democracia também viola a propriedade privada. Diferentemente do estilo russo, aqui ainda pode existir iniciativa privada, mas não em justiça e segurança, alguns outros meios também sofrem da ação direta do estado como saúde e educação. Com a existência desses é necessário que a propriedade privada dos que produzem seja violada para que a ação do estado seja possível. Esta violação ocorre sem consentimento por meio de impostos por exemplo.

"O socialismo estilo social-democrata, por melhor que possa parecer em comparação com o socialismo do tipo russo, ainda leva, necessariamente, a uma redução do investimento e, portanto, da riqueza futura, quando comparado ao sistema capitalista.50 Ao tomar parte da renda da produção do produtor proprietário, por menor que seja, e dá-la para pessoas que não a produziram, aumentam-se os custos de produção (que nunca são zero, pois produzir, adquirir e contratar sempre implicam, pelo menos, no uso do tempo, que poderia ser utilizado de outra maneira, por exemplo, para o lazer, consumo ou trabalho extra) e, mutatis mutandis, caem ligeiramente os custos de não-produção e/ou a produção clandestina." Por mais que aluns dados de PIB possam associar maiores tributos a maiores crescimentos, essa é uma constatação obvia quando se percebe que a evolução temporal promove o avanço tecnológico continuamente. A analise que tem que ser feita então é relativa. Por vezes se assume que a expropriação é neutra pois ajuda uns que começam a produzir em função de outros que produziram e não ganham tanto o fruto, então estes por sua vez tem menos estímulos para produzir. Isso realmente é uma falha lógica argumentativa, pois levada ao extremo, significaria que os preguiçosos que nada fazem poderiam ficar estáticos enquanto os que produzem o fariam compulsivamente mantendo assim a neutralidade argumentada. Politicas sociais-democratas como a taxação de fortunas acaba demonstrando um problema para toda a sociedade. Ela levará as pessoas a ter uma alta preferencia temporal, não investido e se aperfeiçoando, piorando assim todo o tecido social e diretamente a economia pois sem investimentos, diminuem-se as tecnologias necessárias ao avanço da produção.

Alguns absurdos acontecem em sociedades que tentam igualar seus indivíduos. Levando em conta que existem dons naturais que não são diviseis, como beleza, inteligência e saúde, o estado tende a taxara as pessoas que os tem e conseguem melhores condições financeiras devido a isso, para redistribuir essa renda a pessoas que não os tem, auxiliando-os a fazer cirurgias plásticas, cuidar de suas enfermidades etc. Assim, cria-se um ambiente onde é mais propício as pessoas não desenvolveram esses atributos, o que diminui a riqueza geral.

Curiosamente, a sociedade que se torna mais “politizada” das duas é a social-democrata, porque questões como renda mínima são altamente arbitrárias, o que causa discussão sobre pautas politicas, deixando as pessoas em função intelectual do estado. Diferente de um país socialista ao estilo russo que não permite tantas indagações. Questões de desigualdades involuntárias, como cor da pele, lugar que nasceu, gênero etc acabam se tornando questões politicas, cidadãos e governantes ficam gastando tempo tentando achar uma forma impossível de igualdade entre essas pessoas, o que é uma atividade contraproducente, diminuindo assim a produção. Os que não tem posse serão os mais interessados no processo politico, o que fará esse processo ser menos intelectualizado. Surgiram oportunistas com posse que dominaram os altos cargos da politica neste sistema.

O autor novamente mostra como exemplo a Alemanha Ocidental, que depois da segunda guerra foi completamente capitalista e assim conseguiu se tornar rapidamente a não mais rica da Europa. Porém, no começo da década de 70 entra o partido social-democrata e começa a implementar igualdades de oportunidades disfuncionais. Preferiu-se criar politicas inflacionárias para conter o desemprego, o que se tornou uma bola de neve e explodiu na crise dos anos 80.


Capítulo 5 - O Socialismo do Conservadorismo

O autor cita que demonstrará que atitudes politicamente conservadoras são socialistas. Ele começa dizendo que no começo do feudalismo, muitos mercadores sofreram coerção do estado devido a impostos. Estes então partiram para várias lugares da Europa, fugindo dos cobradores de impostos. Assim sugiram cidades com grande desenvolvimento cultural e tecnológico, coisa que o estado impedia de florescer devido a falta de acumulo de capital.

Na mente desses homens ainda era muito forte a ideia de uma força coercitiva, assim, alguns mercadores se aliarem a senhores feudais próximos, criando o absolutismo, que era um feudalismo geral, assim voltou a estagnação e miséria. Em consequência a isso, no fim do século XVIII surgem então o liberalismo, que seguia ideias economicamente sociais-democráticas numa filosofia a luz do iluminismo. Com o desenvolvimento dos estados-nações então surge o conservadorismo que, neste contexto, está associado com a ideia de se voltar a situações semelhantes ao feudalismo. Tendo em vista que no feudalismo existia um controle massivo do estado nas questões econômicas, esse conservadorismo é uma forma de socialismo. Curiosamente ele afetou mais a Europa ocidental do que o próprio socialismo. Neste socialismo conservador, a propriedade privada é respeitada, salvo algumas exceções, como no caso de saúde, educação e segurança. Também o proprietário não é dono completo da sua propriedade, até porque eles não consideram valido a ideia de primeiro produtor de uma terra, por exemplo. Tendo em vista que os "senhores feudais" e seus servos tem esse direito.

Nas palavras do autor "em relação ao efeito

econômico geral do conservadorismo é a seguinte: com os proprietários naturais das coisas sendo completa ou parcialmente expropriados para beneficiar os não-usuários, não-produtores e não-contratantes, o conservadorismo elimina ou reduz o incentivo dos primeiros de fazer algo em relação ao valor da propriedade existente e adaptar-se para as mudanças na demanda."

A diferença entre social-democracia e conservadorismo, é que a primeira expropria para dar aqueles que não subiram na vida, e no conservadorismo se expropriaria para dar aqueles que não mais são ricos. Mas como esse é um processo muito progressista, o que os conservadores realmente fazem é evitar que determinadas pessoas deixem de ser ricas.

O controle de preços então foi utilizado para manter posições de determinadas pessoas na sociedade. Porém, sem dúvida esta é uma visão errada economicamente falando. Pois colocar u preço acima do valor de mercado fará as pessoas procurarem meios ilegais para conseguir o produto. Isso também fará os vendedores guardarem seus estoques afinal não será lucrativo vendê-lo. Esse socialismo conservador que defende aqueles que já são ricos acaba por criar quartéis, ou no mínimo, diminuir a velocidade da inovação, pois impede que pessoas ascendam socialmente. Não respeitar a propriedade privada controlando a demanda fazia o capital humano perder valor.

Percebemos alguns exemplos do socialismo conservador na Europa, que sempre foi mais socialista que os EUA também porque a história dos Europeus sempre foi mais viva que a dos americanos. Países como a França e a Itália tem grandes proteções para suas elites e demonstram uma declinação econômica. Comparar as cidades pequenas da Itália com algumas dos países nórdicos europeus (na década de 90) foi um bom exemplo de perceber que o controle na economia causou problemas. No fascismo e nacional-socialismo italiano e alemão percebemo exemplos desse controle e o consequente empobrecimentos das nações no pós-guerra.


Capítulo 6 - O Socialismo de Engenharia Social e os Fundamentos da Análise Econômica

Tudo que foi dito pelo autor até agora no livro é um conhecimento a priori, ou seja, não depende da experiência para verificar sua verdade. Porém, alguns socialistas acreditam no empirismo-positivismo, que é uma forma de conhecimento que só aceita refutação se for experimentado. Assim, nada do que o autor disse tem validade, a não ser se tiver sido feito no mundo real. A princípio temos material histórico suficiente para dizer, por experiencia, que o socialismo não funciona. Mas isso não é verdade para os empiristas-positivistas, pois, para eles, A leva a B apenas se todas as variáveis forem controladas. De tal forma que, mesmo numa situação quase ideal como a analise das duas Alemanhas, onde boa parte das variáveis eram iguais, isso não foi argumento suficiente para se dizer que mais controle sobre o mercado faz mal a economia. Afinal, existiam outros procedimentos além desses diferentes nas duas Alemanhas: na Alemanha Oriental, por exemplo, tinha-se um histórico de escravidão mais recente que no ocidente. Também foi no lado oriental que precisou-se pagar mais tributos de guerra. Assim, os socialistas empiristas tem material suficiente para dizer que seu regime pode ser funcional se feito nos métodos "corretos".

O empirismo por si só não tem efeito nenhum. Como demonstra o autor, para que o empirismo faça sentido, é necessário que as definições a priori (verdades obtidas a partir de preposições) do que é empirismo (atestação de um conhecimento pela prática) tenham poder. Ou seja, o empirismo depende então de um conhecimento a priori para ter poder. Uma outra forma de validar o empirismo-positivismo seria pela constância, porém, da mesma forma, é necessário que exista um conhecimento apriorístico, levando em conta que existem eventos que independem do tempo, haverá então conhecimentos que independem da prática. Importantes propriedades do conhecimento apriorístico são os construtos, propriedades que foram inventadas pelos humanos. Os

A linguagem, por mais que necessite da prática para ser dominada e compreendida nos seus detalhes, precisa do conhecimento apriorístico para que a pessoa saiba que pode se comunicar por suas definições. Tentar refutar isso entra automaticamente em contradição pois, terá que ser utilizada a linguagem e para tanto, terá que se admitir que existem definições nelas que permitem tão poder de refutação. Nas palavras do autor: "E não se pode conhecer a partir

da experiência que as experiências devem ser interpretadas no que tange às ações, assim como o desempenho de qualquer ação já pressupõe que se possui experiências interpretadas dessa maneira. Nenhuma pessoa que não soubesse o que significa agir poderia experimentar os eventos situados no tempo real e, consequentemente, o significado do tempo deve ser considerado como conhecido a priori para qualquer agente devido ao fato de que ele é um agente.

Em poucas palavras, a lógica é mais importante que a prática. Podemos ver uma aplicação desse conhecimento nas ações referentes a salário mínimo. Para a lógica é obvio que isso vai fazer o desemprego aumentar, afinal de contas o empresário não terá dinheiro de bancar um salario acima do mercado. Assim, aqueles que mais sofriam com a falta de dinheiro, os pobres, sofrerão mais também com o desemprego. Não é necessário que se teste isso na prática, afinal seria um processo degastante economicamente, sem contar o maleficio obvio.

Assim, conclui-se que o conhecimento a priori mostra que independente das variáveis que os engenheiros sociais achem que devem ser mexidas para se resolver um problema, agir contra a propriedade privada que é o real problema. Percebe-se assim a importância da natureza epistemológica singular da economia como uma ciência apriorística da ação humana, e que uma ciência baseada em empirismo está fadada ao erro e ao dano.


Capítulo 7 - A Justificativa Ética do Capitalismo e Por que o Socialismo é Moralmente Indefensável

Para tentar defender o socialismo, alguns socialistas usam de argumentos empirico-positivas como a emoção. Essa por si só não tem mais valor cognitivo do que cachorros tentando explicar seus latidos. Assim, busca-se uma ética implícita na argumentação, cuja validade não pode ser refutada. Nisto, nos voltamos a Regra de Ouro de Kant, aonde uma norma só pode ser justificada em princípios gerais que são validos para todos, sem exceção. Algo com esse poder só pode ser concebido a priori. Mas levando em conta que regras universais e contradizentes podem ser alegadas, esse não é um método suficientemente bom para justificação de normas.

Uma solução para essa questão é o princípio de não agressão, onde ninguém pode sobrepor a justificativa de ninguém, pois isso senão seria justificar. A partir do momento que alguém usa da força para mudar a opinião de outra pessoa, acabou-se a justificação. De tal forma que esse princípio de não-agressão deve ser uma regra acima das outras, e qualquer ideia que tente contradizer este principio, está errada. A ideia lockeana de que uma proprietário é sua também por ter sido o primeiro a trabalhar nela complementa o principio de não-agressão, afinal de contas se partirmos do principio universal de que apenas o corpo é propriedade de alguém, isso seria o atestado de morte universal. Assim, precisamos de propriedades externas ao nosso corpo para a sobrevivência.

Dentro do âmbito de regras universalizáveis, vemos que um comportamento comum na politicagem, que é o subsidiamento de uma classe por outra, por exemplo dos fazendeiros pelos impostos dos técnico sem informática, ou dos que tem filhos pelo os que não tem, não faz sentido pois não podem ser aplicadas universalmente. Com essas ideias em mente fica impossível defender o socialismo, pois este que é um regime onde a propriedade privada é dividia numa concepção subjetiva não pode ser defendida, pois a pessoa ao argumentar a favor dessa ideia, está se contradizendo, afinal de contas está necessitando de uma propriedade privada, seu corpo e suas ideias, para argumentar a favor da destruição do mesmo.

Uma norma atemporal, como propõe os socialistas, também não faz sentido, pois é necessário que exista uma organização no tempo para que se defina os limites da propriedade de alguém, isso inclui o próprio corpo da pessoa, pois, ignorando a ordem temporal se ignora o dono. Com esses argumentos a priori se mostra que é impossível uma defesa ética do socialismo, grosso modo, defender o socialismo é defender que a outra pessoa tenha o direito de lhe impor a força e você não fazer nada para se defender.


Capítulo 8 - Os Fundamentos Sócio-Psicológicos do Socialismo ou a Teoria do Estado

O autor propõe explicar como que as pessoas, mesmo sofrendo esse tipo de violência, acabam por aceitá-la. O primeiro passo é entender que o estado socialista por vezes não entende sua própria ação como violenta, por mais que seja uma violência positiva, onde a pessoa neutra foi tirada da sua situação de conforto ao ter sua propriedade retirada a força, chamando isso de imposto ou não.

A principal ferramenta para o domínio do estado é a força. Afinal, você não pode simplesmente discutir com um funcionário publico o porque ter que pagar certas taxas, se você não pagar, sofrerá violência. Porém, é um fato que existem menos agentes dessa violência do que pessoas, de tal forma seria simples essa grande população vencer os poucos agentes numa batalha. Então surge questões de qual outro mecanismo é usado pelos políticos para o controle da população. Uma das formas de obter essa ajuda do povo é colocar as pessoas contra seus iguais. A partir da ideologia e de ações afirmativas, por exemplo, as pessoas se dividiram em grupos e classes que apoiaram ou serão contra determinados políticos, fazendo assim a politica ser a única redentora dos seus problemas. Ter o controle de algumas ações que parecem positivas aos olhos do povo, como o monopólio das estradas e da comunicação, é uma importante estratégia militar e funcional para o controle das massas.

O monopólio do dinheiro e da justiça completam os pilares do controle do estado sobre a população. Controlar o dinheiro é poder imprimi-lo e tê-lo com poder de compra igual a antes da desvalorização. Ter o monopólio da justiça e da força é a cartada final pois, sendo o governo o pagador dos juízes, é provável que estes advogarão em causa própria. Controlar a força tira do cidadão comum formas de poder ir contra o estado, como no caso do desarmamento. Existem mais formas de se reiterar essa agressão, como, por exemplo, usar o dinheiro de impostos para pagar educadores, policiais, funcionários públicos etc. Sem dúvida seria impossível que todas as pessoas concordassem como pagamentos desses funcionários públicos independente das benesses que porventura eles trazem a parte da sociedade. Dentro desse mecanismo o estado ao mesmo tempo tem mais formas de tirar dinheiro mediante a impostos e obter o apoio da maior parte do povo.

A democracia tem um papel importantíssimo em todo o processo de aprovação do socialismo. A democracia tira dos indivíduos a vontade de ir contra um governo abusivo pois, na esperança de que futuramente as coisas melhorem, ou que futuramente o grupo que pertenço entre no poder, tira-se dos indivíduos a vontade de lutar. Na democracia a vontade da maioria é sacralizada, isso ajuda a reiterar o fato de que ir contra o governo, é ir contra a maioria do povo.

Nada que o estado pode fornecer de bom foi feito pelo seu próprio esforço. Mesmo que o estado abra uma fábrica e forneça produtos com preço baixo, para que essa fábrica tivesse sido aberta foi necessário uma expropriação de recursos por meio de impostos e violência. Para que isso ocorra, ou seja, o fim do estado e do socialismo, é necessário que a opinião publica sobre o estado mude. Agir apenas com violência ou com propaganda é um erro, porque no primeiro caso o povo apoia a ação policial do estado e no segundo, o estado é muito forte. Assim, é necessário que paulatinamente as pessoas eliminem seu desejo pelo poder, transformando a própria. arma organizacional do estado contra ele próprio, e pressionar de forma intransigente pelo fim da tributação e da regulação dos proprietários naturais, usando a influencia da politica sempre que possível.


Capítulo 9 - Produção Capitalista e o Problema do Monopólio

A produção num sistema capitalista é sempre superior que num estado socialista. Sob o sistema capitalista a empresa busca o lucro máximo para si, assim, acaba se preocupando mais com qualidade dos serviços, relação custo-benefício etc, situações que são desnecessárias para o estado. O estado não se preocupa com questões de produção de mercado pois, independente da qualidade ou qualquer outra questão importante para a produção, o estado continuará recebendo seu dinheiro por impostos. Não é necessário, por exemplo, para o estado se preocupar com quantas escolas ou estradas devem ser feitas, quanto deve ser investido num tipo de obra ou em outro, pois, caso não seja o suficiente, a culpa sempre cairá na falta de dinheiro, o que servirá como motivo para se fazer mais arrecadação.

Alguns socialistas argumentam que deixar o mercado livre causará monopólios. Primeiramente, o autor deixa claro que monopólios não são sempre coisas ruins. Se uma empresa é detentora de uma tecnologia que apenas ela domina e as pessoas gostam e compram esse produto, sem que seja necessário o uso da força por essa empresa, não existe então nenhum problema na existência desse monopólio, afinal de contas ele funciona devido a força do mercado livre. Diferentemente do mercado livre, o estado acaba criando monopólios por ter o controle da força, agindo assim em seu próprio favor ou ao favor de empresas que fazem lobby consigo.


Capítulo 10 - Produção capitalista e o Problema dos Bens Públicos

Até agora foi mostrado que o estado não é eficiente em nenhum serviço mercadológico, ou até mesmo moral. Porém, ainda existem defensores de que alguns bens, os chamados bens públicos, não temo como ser funcionais ficando na mão da iniciativa privada, pois estes não terão incentivos de produzi-los. Alguns exemplos de bens que devem ficar na mão do estado são os bombeiros, policiais e faróis, pois estes ajudarão pessoas que não colaboraram financeiramente em nada para o seu funcionamento.

Para demonstrar o absurdo que é achar que o estado deve fornecer bens públicos, começasse com o exemplo de bens que não são popularmente pensados como publico, como o cheiro de alguém, o quanto ela é amável, a organização de um festival de música na rua. Pessoas que não colaboraram com o desodorante, com a calma, ou financeiramente com a banda vão se aproveitar desses bens, e não é por isso que devemos deixar na mão do estado os mesmos.

É notório que alguns dos bens que hoje se associa como funcional apenas se o estado os produzir, como correios e estardas, foram primeiramente criados por unidades privadas, e em alguns lugares até hoje são produzidos por proprietários privados. Argumentar que se necessita da coerção forçada do estado é um erro como verificado no capítulo 7. Este erro levaria a mesma lógica abstrata de se usar a força para qualquer empreendimento que supostamente ajudaria a maioria.

Querer que bens públicos sejam fornecidos pelo estado além de imoral é economicamente inviável, pois é necessário que as pessoas sejam forçadamente subtraídas de seus bem privados para que esses bens sejam usados. Ou seja, se tiram bens privados para que o bem publico seja feito. Assim, o mercado não tem como contabilizar de forma eficaz se esse bem publico era realmente necessário, pois ao colocar a mão do estado no processo, se estraga a “versão ótima” da economia que só o livre mercado pode fornecer. É também belo e moral que os bens públicos sejam extirpados, mesmo que esses bens públicos estejam sendo positivos para alguns usuários. Se não o fosse, seria aceitável que comportamentos negativos como agir de violência com alguém fossem aceitos, apenas pelo fato de que estes eram aceitos previamente a uma mudança da lei.

Para exemplificar, o autor fala como seria a policial privada. Diferentemente da estatal, ela seguiria o fluxo do mercado. De tal forma, teria que fazer um serviço descente, baseado em contratos. Uma polícia assim não tenderia a ter comportamentos preguiçosos como a estatal, pois sendo essa um monopólio, não existe preocupação alguma de algum outro concorrente fazer seu serviço. Também seria natural que existissem serviços de policiais mais ou menos poderosos, pois algumas pessoas precisam de mais ou menos seguranças para seus bens privados. Este serviço seria claramente mais barato ao povo do que financiar uma policia sucateada que, por ser um monopólio, pode impor o preço que quiser para seus serviços, que podem ou não ser feitos com qualidades (ação que depende exclusivamente da boa vontade dos policiais e políticos).

Ainda surge a pergunta: como seria feita a justiça no caso de duas agências de segurança não concordarem com um julgamento. Sem duvida a luta entre as duas agências não seria viável, pois guerras são onerosas e fazem mal a visão do publico sobre a empresa. Com o tempo surgiriam regras entre as agencias, o que faria a jurisdição sobre a ação das mesmas ser calma. Diferentemente de um estado que, em período de guerra, precisa de pouco ou nada de apoio popular, apenas forçá-los a lutar e a arcar os preços da guerra, as empresas privadas teriam cuidado com a sua imagem, e com o uso de vidas humanas pois, pelas leis naturais impostas em sociedades como essas, seriam caras para as empresas. É provável que atitudes erradas fariam algumas empresas caírem no ostracismo, existem exemplos históricos sobre isso no Velho Oeste por exemplo. Assim, observa-se que mesmo em pontos que o publico acha que o estado é necessário, a iniciativa privada faria um serviço melhor e ético.

 
 
 

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